Criança leva cocaína para escola pensando que é doce, e PM é acionada

Pelo menos 20 crianças foram encaminhadas para uma unidade de saúde em Itamonte, no Sul de Minas Gerais, com suspeita de ingestão de cocaína nesta sexta-feira (21). Os menores de 4 e 5 anos tiveram acesso à substância quando uma colega de 4 anos levou 16 papelotes, achando que era doce.

A Polícia Militar de Minas Gerais informou que uma professora chamou a corporação após ouvir duas alunas dizendo que o “papelzinho” que uma colega tinha dado estava ruim. Quando a professora pediu para a criança mostrar o que a amiga lhe deu, a menina mostrou um objeto parecido com um papelote de droga.

A professora perguntou à menina e ela disse que os pacotes estavam na casa do pai e que ele havia dado para ela. A criança e o “papelzinho” foram levados para a diretoria. Depois, a professora encontrou mais seis pacotes na mochila e nove debaixo da cadeira. Segundo a polícia, sete pacotes estavam cheios e lacrados, e nove estavam parcialmente usados.

O pai da criança foi até a escola antes da polícia ser chamada. No local, ele tirou o produto da mão de uma coordenadora e fugiu. Pouco depois, o tio da criança chegou, desacatou duas conselheiras tutelares e levou a sobrinha embora. Ele foi encaminhado para a delegacia onde assinou Termo Circunstancial de Ocorrência (TCO) e foi liberado.

A polícia realizou buscas para localizar e prender o pai da criança, mas até a publicação desta matéria, ele ainda não havia sido encontrado. Amostras foram coletadas das crianças que tiveram contato com a menina que trouxe a substância, para verificar se houve inalação ou ingestão do produto. As crianças estão sendo acompanhadas pelos responsáveis.

Diario de Pernambuco

 

Pais que não vacinam filhos contra Covid-19 podem ser multados, diz STJ

Pais ignoraram recomendação de vacinação contra a Covid-19 e avisos do conselho tutelar e do Ministério Público

A recusa dos pais a vacinar os filhos contra a Covid-19 representa descumprimento dos deveres inerentes ao poder familiar, o que autoriza a aplicação de multa.

Essa conclusão é da 3ª Turma do Superior Tribunal de Justiça, que manteve a punição de três salários mínimos imposta a uma família que se recusou a vacinar a filha de 11 anos, em 2022.

A falta de vacinação da criança foi identificada na escola municipal que ela frequentava. A instituição avisou os pais, bem como o conselho tutelar, mas os genitores se recusaram a encaminhá-la à imunização.

O Ministério Público do Paraná também fez a notificação dos pais. Em resposta, eles apresentaram atestado médico de contraindicação à aplicação da vacina.
No entanto, a equipe técnica do Centro de Apoio Operacional às Promotorias de Justiça de Proteção à Saúde Pública do MP-PR analisou o caso e concluiu que a contraindicação foi indevida.

Isso porque o médico que a lavrou não se guiou pelas recomendações da Sociedade Brasileira de Pediatria e/ou da Sociedade Brasileira de Imunizações, nem se apoiou em literatura médica.

Assim, houve aplicação da multa no valor de três salários mínimos.

Combate à Covid-19

O caso gerou uma representação por infração administrativa, que culminou na aplicação da multa prevista no artigo 249 do Estatuto da Criança e do Adolescente, por descumprimento dos deveres inerentes ao poder familiar.

Essa infração se baseia no artigo 14, parágrafo 1º, do ECA, segundo o qual é obrigatória a vacinação das crianças nos casos recomendados pelas autoridades sanitárias.

A vacina contra a Covid-19 foi recomendada por autoridades federais, estaduais e municipais como forma de conter os avanços da pandemia que paralisou o mundo em 2020.

Multa mantida

Os pais recorreram ao STJ, sem sucesso. Relatora do recurso especial, a ministra Nancy Andrighi observou que a decisão do TJ-PR de manter a multa está de acordo com a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal.

Ainda em 2020, o STF concluiu que o Estado pode determinar que a vacinação da população é obrigatória, inclusive contra a Covid-19, afastando, porém, medidas invasivas como o uso da força para exigir a imunização.

Médico de 81 anos suspeito de estuprar pacientes crianças é detido em Pernambuco

O médico pediatra Fernando Cunha Lima, de 81 anos, procurado pela  Polícia Civil da Paraíba por responder por estupro de crianças que eram suas pacientes, foi preso em Pernambuco na manhã desta sexta-feira (7). Ele era procurado pela  Justiça desde 5 de novembro de 2024, quando a Polícia tentou cumprir um mandado de prisão preventiva, mas não o encontrou em casa.

O médico estava foragido desde então e, na quarta-feira (5), o Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB) emitiu um novo pedido de prisão preventiva contra Fernando Cunha. A primeira denúncia formal contra o médico aconteceu em 25 de julho de 2024 e partiu de uma mãe que estava no consultório e teria percebido que o médico havia tocado nas partes íntimas da filha. Após isso, ela retirou os dois filhos do local e foi até uma delegacia para registrar um Boletim de Ocorrência.

Depois desta denúncia, outras vítimas recorreram às autoridades para acusar o médico das mesmas práticas. Um dos casos envolve uma sobrinha do profissional, que alega que foi violentada em 1991. As investigações da polícia apontaram que Fernando Cunha Lima atendia a maioria das vítimas desde bebês e era considerado um profissional de confiança pelas famílias. Ele atendia os pacientes em uma clínica particular no bairro de Tambauzinho, em João Pessoa.

O médico foi denunciado, inicialmente, pelo Ministério Público por quatro crimes cometidos contra três crianças, mas novas denúncias elevaram o número de vítimas para seis. Hoje, ele responde a dois processos, sendo um com quatro vítimas e outro com duas vítimas. Desde o início das investigações, a polícia e o Ministério Público da Paraíba pediram a prisão do médico, mas tiveram todas as solicitações negadas. Somente em novembro do ano passado, os desembargadores da Câmara Criminal do Tribunal de Justiça da Paraíba decidiram acolher o recurso do MP de forma unânime e determinaram a prisão do profissional.

A defesa do médico pretende dar entrada em um habeas corpus. Além disso, os advogados pretendem transferir a prisão de Fernando Cunha para a Paraíba.

Diario de Pernambuco

Avô é suspeito de estuprar duas netas na zona rural de Araripina

A Polícia Civil está investigando um possível caso de estupros de vulnerável na Serra de Simões 2, na zona rural de Araripina, no Sertão de Pernambuco. Segundo o Boletim de Ocorrência do 9ª CIPM, que registrou o caso na terça-feira (4), a suspeita é que o avô abusa de duas netas.

O registro da PM mostra que, segundo a tia das vítimas, o avô abusa sexualmente das netas por anos, tocando as partes íntimas e tendo conjunção carnal. As meninas teriam sido ameaçadas pelo suspeito, para não revelar nada a ninguém.

Na noite da segunda-feira (3), o pai das meninas flagrou o suspeito entrando no quarto das crianças, mas o homem teria se assustado ao perceber que havia alguém acordado e se escondeu. Ao amanhecer, o pai ligou para o suspeito, que já havia saído da casa, e disse que viu o que ele estava fazendo na noite e que denunciaria o caso.

Após a denúncia, a polícia foi até a casa do suspeito, que não estava no local. As vítimas acompanhados dos respectivos responsáveis foram encaminhadas a delegacia municipal de Araripina.

G1 Petrolina

Petrolina dá início a 9ª edição da Semana do Bebê

A Prefeitura de Petrolina inicia, nesta segunda-feira (25), a 9ª edição da Semana do Bebê. O evento terá sua abertura na EMEIT do bairro Nova Petrolina e as ações se estendem até quinta-feira (28), com diversas atividades voltadas para crianças de 0 a 6 anos, gestantes e suas famílias. A programação é realizada em parceria com as Secretarias de Saúde (SESAU), Educação, Cultura e Esportes (SEDUCE) e Desenvolvimento Social e Direitos Humanos (SEDESDH).

A Semana do Bebê é uma ação promovida pelo UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância), que visa chamar a atenção para os direitos das crianças de 0 a 6 anos e garantir o acesso a serviços essenciais para o seu desenvolvimento. Durante essa semana, diversas atividades serão realizadas com o objetivo de sensibilizar e mobilizar a sociedade sobre a importância da primeira infância.

O evento é focado em promover ações que envolvem saúde, educação, cultura, e assistência social, sempre com a intenção de assegurar um desenvolvimento integral e sem discriminação para as crianças dessa faixa etária.

Dentro da programação de abertura estão: apresentações culturais, atendimentos médicos, vacinação, escovação e aplicação de flúor, orientação nutricional e atualização do Cadastro Único. Em Petrolina, o evento ocorre anualmente, com uma programação que envolve oficinas, palestras, atividades culturais e ações de conscientização para gestantes, famílias e profissionais que atuam na primeira infância.

Débora Sousa/Asom Secretaria de Saúde

Em comemoração ao mês das crianças, Camerata 21 de Setembro prepara programação especial 


A prefeitura de Petrolina, em parceria com a Fundação Nilo Coelho, através da Secretaria executiva de Cultura, tem desenvolvido ações que aproximam a comunidade da arte e música. Em comemoração ao mês das crianças, a Camerata 21 de Setembro preparou uma programação especial, o Concerto Cine Anime.

Serão duas apresentações nos próximos dias, que farão uma viagem pelos clássicos infantis nacionais e da pop arte, com músicas para todas as gerações, um espetáculo emocionante, criativo e envolvente para todas as idades. A entrada é gratuita.

Programação:
27/10 – 10h
Local: Parque Municipal Josepha Coelho

30/10 – 19h
Local: Auditório da Fundação Nilo Coelho

Ascom

Cerca de 632 mil crianças estão na fila de espera para creche no país, aponta MEC

Um levantamento feito pelo Ministério da Educação mostrou que no Brasil há cerca de 632 mil registros de crianças em fila de espera para creche. Segundo a pesquisa, 2.445 cidades (44%) afirmaram enfrentar esse problema. Desse total, 88% dos municípios alegam que o motivo da demora é a falta de vagas.

Em relação à pré-escola, há 78 mil registros de crianças que não frequentam essa etapa de ensino; 50% desse total também não estão matriculadas por falta de vagas. O estudo, divulgado nesta terça-feira, foi realizado pelo Gabinete de Articulação pela Efetividade da Política da Educação no Brasil (Gaepe-Brasil) e teve instituições públicas — entre elas o MEC — e organizações da sociedade civil como apoiadores.

A secretária de Educação Básica do MEC, Kátia Schweickardt, destacou que, apesar de a educação infantil ser competência prioritária dos municípios, os desafios precisam ser enfrentados de forma colaborativa, com a atuação conjunta de União, estados e municípios.

Ela ressaltou que o acesso à creche é um direito das crianças e das famílias, na medida de suas necessidades e interesse. “Desde o início desta gestão, já investimos mais de R$ 1 bilhão na educação infantil. Foram R$ 592 milhões investidos pelo Programa Escola em Tempo Integral nessa etapa; outros R$ 492 milhões investidos pelo Programa de Apoio à Manutenção da Educação Infantil (EI Manutenção) – e ainda R$ 93 milhões aplicados no Programa Leitura e Escrita na Educação Infantil. Além disso, já entregamos 378 novas creches. Sabemos que não são apenas recursos que vão resolver os desafios, mas o investimento auxilia e mostra nossas prioridades. E a educação infantil é uma prioridade”, disse Schweickardt.

Uma das ações do governo federal para a ampliação das vagas é o Novo PAC. Até 2026, o MEC se comprometeu a construir 2.500 novas creches e pré-escolas por meio do Programa de Aceleração do Crescimento. O primeiro edital contempla a construção de 1.178 unidades, em áreas de vulnerabilidade social, beneficiando 110,6 mil crianças de 0 a 5 anos em 1.177 municípios e no Distrito Federal. O investimento previsto é de R$ 5,5 bilhões.

Há ainda o Pacto Nacional pela Retomada de Obras da Educação Básica, que tem como objetivo concluir todas as obras paralisadas e inacabadas da educação básica. O MEC, por meio do FNDE, recebeu 3.783 manifestações de estados e municípios no âmbito do Pacto. Desse total, 1.317 obras são da educação infantil, com um investimento previsto de R$ 1,7 bilhão, que permitirá criar quase 33 mil novas vagas para essa etapa nas redes públicas de ensino, segundo o ministério.

Agência O Globo

ECA completa 34 anos de luta e proteção dos direitos das criança e adolescentes neste sábado (13)

O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) completa 34 anos de história e luta pela proteção dos direitos neste sábado (13). Por mais que seja um marco fundamental para a população brasileira, o ECA ainda enfrenta muitos desafios para ter plena implementação no território nacional. O momento, por mais que seja de celebração do aniversário, também pede muita reflexão para que essa realidade seja combatida.

“O que a gente tem que fortalecer são as políticas que antecipam a entrada do adolescente no ato infracional. As políticas precisam se voltar para a integração desses adolescentes antes que eles entrem na privação da liberdade. Fortalecer as políticas direcionadas para eles dentro das unidades socioeducativas”, refletiu a Secretária Executiva da Coalizão pela Socioeducação, advogada e especialista em Ciências Penais, Thaisi Bauer.

Casos estarrecedores que motivaram as mudanças
O ECA surgiu, principalmente, para enfrentar práticas de abuso contra crianças e adolescentes que eram ainda mais comuns em um passado não tão distante para a sociedade brasileira.

Um exemplo disso é quando menores eram frequentemente recolhidos involuntariamente em instituições com condições precárias e desumanas, mesmo sem qualquer acusação formal. Essa prática resultava, como esperado, na criminalização da pobreza sob o pretexto de uma falsa ideia de proteção social.

Para chegar a essas mudanças, no entanto, histórias estarrecedoras precisaram acontecer. Uma delas veio em 1926, quando o menino Bernardino, de apenas 12 anos, trabalhava como engraxate e foi preso após jogar tinta na roupa de um cliente que se recusou a pagá-lo. Como resultado, ficou quatro semanas preso em uma cela com 20 adultos, e, lá, sofreu todos os tipos de violência, inclusive sexual.

Foram histórias como essa que resultaram no estabelecimento da maioridade penal para 18 anos, no Código de Menores de 1927, que ainda é respaldado pela Constituição Federal de 1988.

Já faz alguns anos, inclusive, que a pauta para diminuição da maioridade penal vai e volta ao contexto nacional. Para a especialista, no entanto, isso apenas contribuiria para o agravamento dos casos de violência e atrapalharia o desenvolvimento dessa parcela da população.

“Se reduzirmos a maioridade penal, a gente começa a colocar os adolescentes cada vez mais cedo nos presídios. Sabemos que o Brasil é o terceiro país que mais prende pessoas no mundo, e isso não faz com que tenhamos menos crimes praticados. Não diminuímos a violência privando a liberdade dos adolescentes, e sim investindo em políticas públicas, como educação, saúde e acesso ao lazer”, pontuou a secretária.

Dados preocupam
Apesar da atuação do estatuto, os dados de violência e abuso no Brasil ainda preocupam. Atualmente, 11.556  jovens estão em privação de liberdade no Brasil, em maioria adolescentes negros.

Vale ressaltar, ainda, que até maio deste ano foram registradas 11.692 denúncias de violência sexual contra crianças e adolescentes. Os dados são da Organização Mundial da Saúde (OMS), que mostram, também, que 320 pessoas desse público foram exploradas sexualmente a cada 24 horas.

Esses números podem ser ainda maiores, já que muitos casos não são denunciados, o que aumenta ainda mais o sinal de alerta.

“O Brasil tem um processo de escravização arraigado na política. Hoje temos 70% dos adolescentes privados da liberdade que são pretos e pardos. Isso, no entanto, não quer dizer que eles praticam mais crimes. Quer dizer que as políticas de segurança pública e de encarceramento estão voltadas para eles. Então temos vários estudos que olham para isso que é o extermínio da população negra, de forma simbólica e real”, afirmou Thaisi Bauer.


Desafios e lutas diárias
Ainda de acordo com a secretária, um dos principais desafios para a plena atuação do ECA é a disseminação de notícias e dados falsos. Uma delas é a noção de que, por conta do Estatuto, crianças e adolescentes não são responsabilizados por ações que vão ao desencontro da lei. A realidade, no entanto, não é essa.“São dados falsos trazidos pela mídia hegemônica, sem base científica alguma. No ECA, temos o artigo 112, no qual os adolescentes são responsabilizados pelos atos que praticam, inclusive com a privação de liberdade. Nela, eles podem passar da medida de internação até três anos ou até completarem 21 anos. Então eles já são responsabilizados e passam pelo sistema de Justiça”, explicou  Thaisi Bauer.

A luta do ECA ao longo desses 34 anos também trouxe frutos para as crianças e adolescentes do Brasil. Combate esse que, apesar de todos os problemas, continuará para garantir uma vida digna e de qualidade para os mais jovens.

“Por mais que a política esteja ruim, conseguimos reivindicar, através do estatuto, o que é certo. A luta foi árdua e o estatuto foi uma conquista dos movimentos sociais, e é isso que a gente continua fazendo. Lutando para garantir os direitos fundamentais para essas crianças e adolescentes em vulnerabilidade. Vamos para a luta, reivindicar e acompanhar as pautas no Congresso Nacional!”, finalizou a secretária.

Folha PE

Leis de proteção às crianças enfrentam cultura de violência no país

O contorno com a família em mãos dadas, o balão colorido com as crianças, e o cata-vento. Nas paredes e muros na região administrativa do Cruzeiro (DF), a conselheira tutelar Viviane Dourado, de 49 anos, resolveu traduzir ideais com tintas e pincel. Ela, que é designer e educadora social, entende que a arte pode ser estratégia para aproximação com famílias para combater a violência contra a infância.

Viviane lembra dos tempos de criança, quando recebeu castigos, com beliscões e tapas desnecessários. São as tintas também do passado que a inspiraram a ser mãe solo, educadora e profissional na luta contra essa conduta.

Nos tempos da infância de Viviane não existia legislação como as de hoje. Aliás, no último dia 26, a Lei Menino Bernardo, também conhecida como “Lei da Palmada” (Lei 13.010/2014), completou uma década. Esse regramento, em complementação ao Estatuto da Criança e do Adolescente, garante o direito a uma educação sem o uso de castigos físicos ou de tratamento cruel.

A lei foi batizada assim para lembrar a morte do menino Bernardo Boldrini, de 11 anos, que foi vítima de agressões e morto pela madrasta e pelo pai, em Três Passos (RS), em abril de 2014.

Dor em casa
Para a promotora de Justiça Renata Rivitti, do Ministério Público de São Paulo, a lei é um marco para o Brasil, um país em que ainda existe, de forma arraigada, uma percepção distorcida de que a educação precisa ser rígida. “Há ainda uma romantização e uma crença real de que educar com violência é legítimo e seria para o bem da criança ou adolescente”. Ela explica que a lei reafirma a ilicitude e a ilegalidade do castigo físico.

A promotora,que é da coordenação do Centro de Apoio da Infância do MP,  avalia que, de fato, existe esse problema cultural. “Dentro de casa, há uma legitimação da violência”. Seja como uma forma deturpada de educar ou de corrigir. “Existe uma carga histórica e cultural do nosso país”.

De acordo com informações disponíveis no Painel de Dados da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos (via Disque 100), houve, no país, neste ano até o último dia 23 de junho, 129.287 denúncias de algum atentado à integridade contra crianças e adolescentes. O mesmo painel apresenta que, desse total, 81.395 casos (62%) foram dentro de casa (onde moram a criança vítima e a pessoa suspeita).

O painel disponibilizado pelo ministério dos Direitos Humanos considera que essa violência à integridade compreende violações físicas, de negligência e psíquica. Quem denuncia, em geral, são terceiros. No entanto, chama atenção que 8.852 crianças conseguiram pedir ajuda diante da violência que sofriam.

Distorção
A pesquisadora em direitos da infância e em ciências sociais Águeda Barreto, que atua na ONG ChildFund Brasil, considera que a lei Menino Bernardo tem um caráter pedagógico e preventivo. “Precisamos celebrar os 10 anos de efetivação dessa lei, mas a gente ainda precisa avançar muito, especialmente culturalmente. A gente vive numa sociedade que ainda educa as crianças através de violência”, lamenta.

A pesquisadora recorda que, em 2019, a entidade fez levantamento com crianças brasileiras e contabilizou que 67% delas não se consideravam suficientemente protegidas contra a violência. A pesquisa Small Voices, Big Dreams (Pequenas vozes, grandes sonhos) para o Brasil mostrou, além disso, que 90% das crianças rejeitam o castigo físico como forma de educação.

Águeda Barreto, que também escreveu dissertação de mestrado sobre o tema, identificou que os castigos físicos são a forma com que as crianças mais reconhecem a violência. “Muitas delas não tinham tanta clareza sobre uma violência psicológica”.

A pesquisa nacional da Situação de Violência contra as crianças no ambiente doméstico, realizada pela ChildFund, concluiu, no ano passado, que no Brasil existe  uma fragilidade em relação à implementação de leis que respaldam a intolerância à violência contra crianças. A ONG argumentou que a garantia de direitos preconizada no ECA ainda chega lentamente na vida real, a exemplo da Lei Menino Bernardo).

“A efetivação de ações se dará a partir do momento em que o governo federal, estados e municípios atuem de forma integrada na elaboração de políticas que previnam e coíbam práticas nocivas e que a implementação aconteça com  serviços operantes, monitoramento e repressão a agressores em todos os municípios do país”, argumenta o relatório da entidade.

Entre as legislações que Águeda Barreto considera avançadas estão a Lei Henry Borel, aprovada após a morte do menino no Rio de Janeiro, em 2022, e também a 14.826, que define a “parentalidade positiva e o direito ao brincar” para prevenção à violência contra crianças.

A promotora Renata Rivitti acrescenta ainda o valor da Lei 13.431, de 2017, que garantiu maior proteção às crianças. “A legislação determina o olhar integrado, da atenção integral, de justiça, segurança pública, saúde, conselho escolar, assistência social, educação, todo mundo trabalhando junto para prevenir, para enfrentar essa violência”.

Águeda Barreto explica que a legislação coloca como dever do Estado, da família e da sociedade, fazer a promoção de educação baseada no respeito. Para ela, são legislações que se mostraram como evoluções a partir da Lei do Menino Bernardo e do Estatuto da Criança e do Adolescente, de 1990, uma das primeiras legislações mundiais sobre o tema.

Para sair do papel
Foi uma novidade considerar a criança como um sujeito de direitos, mas o desafio ainda é grande. “A gente tem percebido que a educação violenta de crianças é muito naturalizada no contexto brasileiro. Há uma cultura que nós vivemos no Brasil que a gente chama de adultocêntrica. Muitas vezes, as crianças são empurradas como uma posse do adulto”, avalia a pesquisadora.

A promotora Renata Rivitti avalia que é preciso mais pressão da sociedade para que as leis saiam do papel e funcionem no dia a dia. “A gente tem, desde 1988, legislação de primeiríssimo mundo. A nossa obrigação como poder público, como família e como sociedade é a de combater essa violência. O principal gargalo está em conseguirmos garantir a implementação dessa legislação para que ela de fato saia do papel”.

“Nós brasileiros não estamos ainda indignados o suficiente e cobrando. Não existe campanha, não existe alerta, não existe informação. Quanto menos se fala disso, menos a gente entende a gravidade da situação”, afirma a promotora.

É justamente para sensibilizar as famílias que exemplos como a da conselheira tutelar Viviane Dourado podem funcionar. Ela é alguém que segue pintando paredes, paradas de ônibus e até camisetas para falar sobre respeito e já foi até convidada para trabalhar em parceria com outros conselhos e entidades públicas. “As crianças querem brincar, ser felizes e viver a inocência”, diz. Ela sabe que alertas podem surgir por um traço, uma tinta no muro, ou um desenho de mãos dadas que pode ser mais forte do que uma palmada.

Agência Brasil

Caminhada Faça Bonito: Prefeitura de Juazeiro chama a atenção da comunidade para a importância de proteger crianças e adolescentes do abuso e exploração sexual

A prefeitura de Juazeiro, através da Secretaria de Desenvolvimento Social, Mulher e Diversidade (Sedes) e da Secretaria de Educação e Juventude (Seduc), uniu os juazeirenses, nesta sexta-feira (17), na 4ª caminhada da Campanha Faça Bonito. A ação faz parte da programação do município no mês de combate ao abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes.

Músicas infantis, flores amarelas, fanfarras e personagens do universo infanto-juvenil tomaram conta das ruas de Juazeiro, da Praça Dedé Caxias até a Orla II, para marcar o Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, 18 de maio. “Hoje é um dia muito importante, que já faz parte do calendário municipal de eventos, instituído através da Lei n° 3.155/2023. Nós entendemos que criança tem é que brincar e não ser abusada. Essa caminhada é para chamar mais e mais a atenção da nossa sociedade. Garantir um desenvolvimento saudável e seguro para as crianças é um dever de todos”, frisou a prefeita, Suzana Ramos.

Durante todo o percurso da caminhada, além de levar faixas, cartazes e tocar vinhetas da campanha, os participantes entregaram material informativo de combate a este tipo de crime contra crianças e adolescentes. “Essa é uma ação muito importante, porque a gente sabe que há muito abuso e exploração sexual infantil e isso dói na alma da gente. É importante essa mobilização para alertar e conscientizar as pessoas, as escolas e os pais, para conversarem com as crianças desde cedo, pois muitas crianças e adolescente estão passando por isso e a gente não tem a menor ideia”, disse a vendedora Jaqueline de Souza Lima, enquanto observava a passagem do bloco amarelo e laranja na Rua da 28 de Setembro.

Estudante da Escola Municipal Professora Leopoldina Leal, Luíza Bárbara da Silva Lemos, 10 anos, estava radiante por participar da mobilização. “Eu adorei essa caminhada, principalmente porque é uma oportunidade de dizer para as pessoas que elas precisam proteger as crianças e adolescentes dos abusos. Foi muito bom participar”.

Parceiros

A Caminhada Faça Bonito é uma ação estratégica para o ‘Selo Unicef’ e contou com a parceria do Conselho Tutelar, do Conselho Municipal de Direitos das Crianças e  Adolescentes (CMDCA), Guarda Civil Municipal (GCM) e Agência Municipal de Trânsito e Transporte (AMTT). Na rua estiveram presentes secretários municipais, representantes do Rotary Club, do Centro de Equoterapia do Vale do São Francisco (Cevasf) e Espaço Lilás.

 

Eneida Trindade/Ascom Sedes

Fotos: Ayrton Latapiat/Ascom

Hospital Dom Malan em Petrolina registra aumento de atendimentos em quase 480% de crianças com síndromes respiratórias nos últimos três meses

O Hospital Dom Malan (HDM Ismep) em Petrolina registrou somente no mês de abril, 1.757 atendimento às crianças que chegaram ao Pronto Socorro Infantil (PSI) com síndromes respiratórias. Esse número é 477% a mais se comparado aos atendimentos realizados em fevereiro, quando 368 crianças deram entrada na urgência com sintomas de doenças respiratórias.

O número de crianças atendidas com Síndrome Respiratória Aguda Grave aumentou em março e tem subido de lá para cá. No referido mês, 1.401 crianças deram entrada no PSI com sintomas de gripe, febre e dificuldade para respirar. A urgência é o setor frequentemente superlotado, sendo acolhidos em média, 3.500 pacientes por mês e aproximadamente 100 por dia.

Perfil dos pacientes

Sem atendimento no Posto de Saúde do Projeto Irrigado Maria Tereza, na área rural de Petrolina, a agricultora Maria Aparecida Florêncio trouxe o filho Josué, de 11 meses, ao Pronto Socorro Infantil nesta sexta-feira (3). “O postinho de saúde está fechado, ele estava tossindo, hoje teve febre e começou com cansaço, eu trouxe para a urgência, ” contou.

Assim como Aparecida, a dona de casa Érica dos Santos trouxe Maria Laura, de 9 meses, à emergência. Eu moro em João de Deus e no posto de saúde eu não consegui atendimento. Lá, me mandaram vir direto para cá. Minha começou a ter febre, tosse e como não fui atendida no posto, vim consultar no Hospital Dom Malan,” explicou.

Síndromes Respiratórias

A Síndrome Respiratória Aguda Grave afeta principalmente crianças. Entre os vírus identificados, há predomínio dos vírus Influenza A e B e do Vírus Sincicial Respiratório (VSR), ocasionando infecções das vias aéreas que atingem diretamente as crianças, demandando uma grande procura por serviços de saúde e atendimentos pediátricos, com alto índice de internamento.

A Bronquiolite Viral Aguda é a principal causa de infecção viral aguda em bebês com menos de 2 anos de idade, podendo levar à Síndrome Respiratória Aguda Grave. Sua sazonalidade é bem reconhecida, e se inicia mais precocemente na região Nordeste do país, no mês de fevereiro, se estendendo até junho.

“Para bebês prematuros, cardiopatas e portadores de doença pulmonar crônica da prematuridade, a bronquiolite pode representar um risco ainda maior. Os sintomas incluem tosse, chiado no peito, dificuldade respiratória e febre. Sendo assim, caso a criança apresente dificuldade para respirar, chiado no peito, tosse e febre persistente, é essencial procurar orientação médica imediatamente. O tratamento precoce pode ajudar a reduzir a gravidade dos sintomas e prevenir complicações mais sérias, explica a Coordenadora Médica da Emergência Pediátrica do Hospital Dom Malan, a médica pediatra Maria Claudia Ralino.

Estratégias de enfrentamento às Síndromes Respiratórias Agudas Graves

Referência para 53 municípios da Rede PEBA, O Hospital Dom Malan Ismep montou uma estratégia, junto com o Município, para reduzir a quantidade de atendimentos no Hospital Dom Malan, de forma que só sejam encaminhados ao HDM Ismep os casos classificados como mais graves. “Fizemos capacitação dos médicos e traçamos juntos as estratégias de cuidados e tratamento desses pacientes respiratórios. Além das unidades básicas de saúde, a Policlínica está com atendimento em pediatria e nós aqui do Hospital Dom Malan atendemos os casos mais graves, destacou Maria Claudia Ralino.

Prevenção

O período da Síndrome Respiratória Aguda Grave se estende até o mês de junho. “Durante este período, é muito importante que os pais estejam atentos aos sintomas respiratórios de seus filhos, além das medidas preventivas que podem ajudar a reduzir o risco de infecções, como manter as vacinas em dia, evitar locais com grande aglomeração de pessoas, lavar as mãos com frequência e manter a casa bem ventilada, ” alertou a médica pediatra do HDM Ismep.

Ascom

Fotos: Ascom HDM ISMEP ( autorizadas pelos pais)

Em clima de carnaval, recém-nascidos ganham fantasias de super-heróis em hospital de PE

O clima de carnaval tomou conta do berçário do Hospital Dom Malan, em Petrolina. Os recém-nascidos ganharam fantasias de super-heróis, produzidas por voluntários e a equipe de humanização da unidade hospitalar. Teve bebê vestido de super-homem, Mulher-Maravilha, Capitão América. O tema da festa é: “O primeiro carnaval a gente nunca esquece”.

Além das crianças, os berços também foram decorados para a folia. Mesmo sem música, as mamães e papais entraram na brincadeira. Segundo a coordenadora de humanização do HDM Ismep, Ingride Lima, essa é uma forma de criar boas memórias para as família

“Uma memória para que os familiares contem no futuro como foi o primeiro carnaval da vida deles”, afirma a coordenadoraEssa não foi a primeira ação realizada pelo hospital durante o carnaval. No início da semana, uma orquestra de frevo passeou pelos setores da unidade. “Já trouxemos orquestra de frevo para as enfermarias pediátrica e de obstetrícia, além do ambulatório e os nossos recém-nascidos não poderiam ficar de fora”, diz Ingrid.]]]]]]]]]]]]]]]]]]]]]]]]]]]]]]]]]]]]]]]]]]]]]]]]]]]]]]]]]]]]]]]]]]]]]]]]]]]]]]]]]]]]]]]]]]]]]]]]]]]]]

Administrado pelo Instituto Social das Irmãs Medianeiras da Paz (Ismep), o Hospital Dom Malan atende 53 municípios que compõem a Rede PEBA (hospitais conveniados ao SUS nos estados de Pernambuco e Bahia).  O hospital é referência no atendimento materno infantil de alta complexidade na região do Vale do São Francisco. Somente no mês de janeiro, foram realizados 544 partos.

G1 Petrolina

Fortes chuvas deixam duas crianças mortas na Bahia

Ao menos duas crianças morreram na Bahia em decorrência das fortes chuvas que atingem o Estado. De acordo com a Superintendência de Proteção e Defesa Civil da Bahia (Sudec), a tragédia aconteceu na sexta-feira, 26, em Elísio Medrado, cidade do interior, após o carro em que estavam cinco pessoas ter sido arrastado pela correnteza do Rio Paraguaçu. Até sábado, 27, ao menos doze municípios estavam em situação de emergência. O órgão estadual ainda contabiliza o número de desabrigados e desalojados.

“É importante ressaltar que as prefeituras municipais ainda estão realizando o levantamento das informações necessárias dos danos e prejuízos causados pelas chuvas intensas. Assim que os dados forem encaminhados para a Sudec, serão compilados e veiculados pelo órgão.” A Sudec afirma ainda que está monitorando os municípios baianos atingidos pelas fortes chuvas nos últimos dias e desenvolvendo ações de resposta imediata a fim de minimizar os impactos sofridos pelas população afetada.

“Neste momento, está sendo prestado todo suporte técnico aos municípios e envio de kits de ajuda humanitária, contendo cestas básicas, água mineral, itens de higiene e limpeza, colchões e cobertores”, acrescentou a pasta.

Municípios em situação de emergência pelas fortes chuvas:
Brumado
Medeiros Neto
Cícero Dantas
São Miguel das Matas
Anagé
Wanderley
Ilhéus
Cravolândia
Muquém do São Francisco
Cotegipe
Ubaíra
Mutuípe

O que fazer em caso de fortes chuvas e rajadas de vento?
– Não se abrigue debaixo de árvores, pois há risco de queda e descargas elétricas;
– Não estacione veículos próximos a torres de transmissão e placas de propaganda;
– Se possível, desligue aparelhos elétricos e quadro geral de energia;
– Obtenha mais informações junto à Defesa Civil e ao Corpo de Bombeiros.

JC

Gaza: 120 bebês em encubadoras estão em risco por falta de combustível

As vidas de 120 bebês em encubadoras estão em perigo em função do esgotamento de combustíveis para geração de energia em hospitais na Faixa de Gaza, conforme alertou o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), neste domingo (22).

De acordo com a ONU, mais de 1,7 mil crianças morreram desde o início da guerra entre Israel e Hamas. Os hospitais em Gaza enfrentam falta grave de artigos médicos, combustível e água para os milhares de feridos no conflito e pacientes de rotina.

Metrópoles

Vacinação protege crianças de sequelas da Covid-19

Além de evitar casos graves da covid-19, a vacinação infantil contra a doença é fundamental para proteger as crianças de sequelas da infecção, a chamada covid longa. A afirmação é de Clovis Artur Almeida da Silva, professor titular do Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e chefe do departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina da USP.

Durante o Congresso Brasileiro de Reumatologia, que terminou ontem (7) em Goiânia (GO), o professor falou que essa vacinação é importante principalmente para crianças que tenham doenças crônicas, como as reumáticas. “As vacinas mostraram segurança e resposta imune adequada, inclusive nos pacientes reumáticos e que tomam imunossupressores. Mesmo que eles tenham taxas menores de resposta, as vacinas são adequadas para combater a infecção viral”, disse ele.

A covid longa é definida como qualquer sintoma persistente após três meses da infecção pelo novo coronavírus ou pelas complicações que surgem após uma infecção pelo coronavírus. Associadas a essa covid longa podem surgir problemas sérios, como as miocardites (inflamação no músculo que bombeia o coração), os impactos emocionais e as dificuldades na aprendizagem. “O vírus agride o cérebro e leva a sequelas. Leva à ansiedade e depressão também. Mas ainda não está claro quanto tempo dura isso [esses impactos]”, acrescentou Silva.

Um estudo  feito no Instituto de Pediatria do Hospital das Clínicas da USP e publicada na revista Clinics identificou sintomas prolongados da covid-19 em 43% crianças e adolescentes três meses após a infecção. Os sintomas mais presentes foram dores de cabeça, reportadas por 19% do total de pacientes. Dores de cabeça fortes e recorrentes foram a queixa de 9%, mesmo percentual disse ter cansaço. A falta de ar afetou 8% e a dificuldade de concentração, 4%.

O professor destacou que, nesse estudo, cerca de 80% dessas crianças já apresentavam, antes da infecção, problemas crônicos como doenças reumatológicas, renais e oncológicas.

Esse estudo também identificou que as crianças que tiveram covid, passaram a apresentar mais dificuldades de aprendizado do que as crianças que não tiveram a doença. “As crianças e adolescentes que tiveram covid tinham significativamente valores menores do domínio escolar de aprendizado mostrando que esses pacientes, possivelmente, vão ter impacto no rendimento escolar, no aprendizado escolar”.

Para prevenir a covid-19 e a covid longa, reforçou o professor, é importante que as crianças sejam vacinadas. E essas vacinas estão disponíveis gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS), em todo o território nacional.

Mas não é isso que tem ocorrido no Brasil. Segundo boletim do Observatório de Saúde na Infância (Observa Infância), divulgado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em agosto deste ano, apenas 11,4% das crianças brasileiras entre seis meses e cinco anos tomaram ao menos duas doses da vacina contra a covid-19. “Já há estudos mostrando que a vacina diminuiu a covid, diminuiu a covid longa e que, quem tinha covid longa, melhorou mais rápido com a vacina. A grande questão é: vacine. Se tiver novas doses e novas vacinas, continue sendo vacinado”, aconselhou o professor.

Agência Brasil

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