A chamada Classe C, cuja soma dos rendimentos fica entre quatro a 10 salários mínimos, tem avançado na aquisição de imóveis em Pernambuco. Em um ano, a projeção é de que essa parcela da população chegue ao marco de crescimento de 21% no total de recursos investidos na compra da casa própria, segundo aponta a Pesquisa IPC Maps, especializada em potencial de consumo dos brasileiros.
Em 2023, a Classe C contabilizou R$ 354,8 milhões investidos em imóveis no Estado. Já para este ano, a projeção é de que seja alcançado o total de R$ 430,8 milhões. Ao passo que a Classe A deve avançar 5,4%, enquanto a Classe B deverá ter retração de -5,2%. Além da Classe C, apenas as Classes D e E estão com projeção expressiva de crescimento (10,6%).
O movimento explica-se, em parte, pelas condições do mercado de crédito e imobiliário em todo o País, inclusive Pernambuco, cujas ofertas de imóveis têm se concentrado no programa Minha Casa Minha Vida e em imóveis de alto padrão, com menos opções para a classe média enquadrada logo acima do programa habitacional do governo federal.
No Brasil, segundo dados da Brain em parceria com a Associação Brasielira das Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), a proporção de lançamentos voltados para a classe média caiu de 65% para 45% do total de unidades lançadas, entre o segundo trimestre de 2023 e o mesmo período deste ano. As classes A e B tendem a sentir mais o peso da alta taxa de juros praticada pelo mercado, sem subsídios, retraindo a tomada de crédito, assim como as próprias construtoras.
Famílias com renda bruta mensal entre R$ 4.700,01 e R$ 8.000. Segundo balanço trimestral da Ademi, a capital pernambucana, por exemplo, fechou o primeiro semestre tendo como destaques do mercado as categorias Standard, Studio ou Loft de um quarto, além do modelo econômico, que se enquadra no Minha Casa Minha Vida, com valores médios entre R$ 250 mil a R$ 460 mil.
Já para as Classes D e E, o novo Minha Casa Minha Vida trouxe o retorno do grupo de Faixa 1 ao programa, contemplando famílias que possuem uma renda mensal de até R$2.640, que posteriormente foi ampliada para R$ 2.850. Iniciativas estaduais também impulsionaram esse nicho do mercado, como é o caso do Entrada Garantida em Pernambuco. Imóveis de até R$ 190 mil aumentaram as vendas, entre os meses de janeiro a agosto deste ano, em 142%, de acordo com a secretaria estadual de Habitação.
Somando todas as classes, a Pesquisa IPC Maps aponta um aumento de 5,5% na aquisição de imóveis até o fim deste ano. A compra de materiais de construção também devem crescer, saindo de R$ 6,7 bilhões, em 2023, para R$ 7,1 bilhões até o fim deste ano (+ 6,6%).
Volume projetado da compra de imóveis por classe:
Classe A: R$ 331, 3 milhões (+5,4%)
Classe B: R$ 618, 1 milhões (-5,2%)
Classe C: R$ 430, 8 milhões (21,4%)
Classe D/E: R$ 283, 1 milhões (10,6%)
JC