Exército israelense intensifica bombardeios no Líbano

Israel intensificou os seus bombardeios aéreos no Líbano neste domingo (13), dentro e fora dos redutos do movimento islamista libanês Hezbollah, com o qual trava combates por terra em setores próximos da fronteira no sul do país.  O Hezbollah indicou que repeliu neste domingo duas tentativas de infiltração de tropas israelenses.

Segundo a milícia pró-iraniana, os seus combatentes detonaram dispositivos explosivos contra soldados israelenses que “os confrontaram quando tentaram se infiltrar” perto da cidade libanesa de Ramia. Afirmou também que atacou soldados israelenses em Marun al Ras, alguns quilômetros a leste, e que bombardeou uma base militar israelense ao sul da cidade de Haifa. Além disso, pela primeira vez, o movimento relatou combate corpo a corpo com soldados israelenses em uma aldeia no sul do Líbano.

Por sua vez, o Exército israelense relatou uma operação “seletiva e limitada” no sul, assim como um “combate corpo a corpo” com o Hezbollah. Também anunciou ter capturado um combatente da milícia em um túnel, “destruído [sua] infraestrutura ao longo da fronteira” e matado “dezenas” de combatentes.

O Hezbollah abriu uma frente contra Israel em outubro de 2023 para apoiar o seu aliado, o Hamas, na guerra na Faixa de Gaza, desencadeada após o ataque mortal do movimento islamista palestino em solo israelense em 7 de outubro daquele ano.

Depois de enfraquecer o Hamas em Gaza, Israel transferiu a maior parte das suas operações para a frente libanesa em setembro, com o objetivo de afastar o Hezbollah das zonas fronteiriças e permitir o retorno de cerca de 60.000 israelenses que tiveram que abandonar as suas casas no norte de Israel, devido ao lançamento de foguetes do grupo xiita. Mas neste domingo, o Exército disse ter interceptado cinco projéteis vindos do Líbano.

Mesquita destruída

Israel intensificou os seus bombardeios aéreos desde a meia-noite passada, segundo a agência de notícias oficial libanesa Ani, assim como os disparos contra cidades do sul do país, um reduto tradicional do Hezbollah.  Um bombardeio “por volta das 03h45” (horário local) destruiu “completamente” uma antiga mesquita no centro da aldeia de Kfar Tibnit, acrescentou.

A Cruz Vermelha libanesa informou que vários dos seus socorristas ficaram feridos neste domingo em um bombardeio de uma casa no sul, para onde foram enviados “em coordenação” com a força de paz da ONU no Líbano (Unifil).  A frente que o Hezbollah abriu contra Israel há um ano transformou-se em uma guerra aberta em 23 de setembro, com intensos bombardeios israelenses contra redutos do Hezbollah no Líbano, que mataram o líder do movimento, Hassan Nasrallah.

Ofensiva em Jabaliya

Depois de mais de um ano de combates, Israel continua a sua ofensiva em Gaza, território governado pelo Hamas.  O Exército bombardeia principalmente a região de Jabaliya, no norte, onde acusa o Hamas de reorganizar as suas forças. Neste domingo, o Exército indicou que eliminou “dezenas de terroristas” neste setor e atacou “40 alvos terroristas”.

O ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023 em solo israelense causou a morte de 1.206 pessoas, a maioria civis, segundo uma contagem da AFP baseada em números oficiais israelenses e que inclui reféns mortos ou assassinados em cativeiro em Gaza.  Ao menos 42.227 palestinos, a maioria civis, morreram na ofensiva israelense no território, segundo dados do Ministério da Saúde de Gaza, considerados confiáveis pela ONU.

AFP

Quarenta países se unem para pedir proteção dos capacetes azuis no Líbano

Quarenta países expressaram neste sábado seu apoio à força de manutenção da paz da ONU no sul do Líbano (Finul) e pediram a proteção dos capacetes azuis, cinco dos quais ficaram feridos nas últimas 48 horas.

“Pedimos às partes em conflito que respeitem a presença da Finul, o que inclui garantir a segurança de todos os seus funcionários, a todo momento”, escreveram os 34 países que contribuem para essa força de paz e outros 6 Estados, em comunicado publicado na conta no X da missão da Polônia nas Nações Unidas.

AFP

Avião que vai repatriar brasileiros no Líbano segue para Beirute

Em meio à grave crise humanitária no Líbano, decorrente dos recentes ataques aéreos de Israel, o governo brasileiro iniciou nesta quarta-feira (2/10) uma operação de repatriação de seus cidadãos. Um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) decolou da Base Aérea do Galeão, no Rio de Janeiro, com destino a Beirute, capital libanesa.

A aeronave KC-30, com capacidade para transportar cerca de 220 pessoas, fará uma escala técnica em Lisboa, Portugal. A expectativa é que a primeira leva de brasileiros seja trazida de volta para o país nos próximos dias.

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Irã lança mísseis contra Israel; estatal iraniana confirma

Na tarde desta terça-feira (1º), Tel Aviv, capital de Israel, foi atingida por uma série de mísseis disparados pelo Irã, de acordo com informações da mídia internacional. A agência estatal iraniana Irna confirmou o lançamento dos explosivos, descrevendo-o como “um ataque com mísseis contra Tel Aviv”, sem fornecer mais detalhes sobre

Relatos de sirenes de ataque aéreo dispararam em Tel Aviv e, logo após, também foram ouvidos na cidade de Jerusalém. As Forças de Defesa de Israel (IDF) confirmaram que as mísseis foram disparadas do território iraniano, direcionadas ao capital israelense.

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Hezbollah confirma morte do líder do movimento, Hassan Nasrallah, em bombardeio israelense

O movimento islamista libanês Hezbollah confirmou neste sábado (28) que seu líder, Hassan Nasrallah, morreu em um bombardeio israelense na sexta-feira contra o subúrbio sul de Beirute, reduto do grupo pró-Irã, horas depois de Israel anunciar que havia eliminado o dirigente.

“Sayed Hassan Nasrallah se uniu a seus companheiros mártires (…) cuja marcha liderou durante quase 30 anos”, anunciou o grupo em um comunicado.  O Hezbollah, arqui-inimigo de Israel, anunciou oficialmente a morte de seu chefe mais de 19 horas após os bombardeios de Israel contra seu quartel-general em um bairro densamente habitado na periferia sul da capital libanesa.

Uma fonte próxima ao movimento pró-Irã havia informado que o grupo “perdeu o contato” com Nasrallah na sexta-feira à noite. Algumas horas antes, o Exército israelense anunciou a morte do líder do Hezbollah. “Hassan Nasrallah está morto”, afirmou uma fonte do Exército, Nadav Shoshani, na rede social X.

O porta-voz do Exército, o contra-almirante Daniel Hagari, afirmou que a eliminação do chefe do Hamas torna o mundo “um lugar mais seguro”. O grupo islamista palestino Hamas classificou o assassinato de Nasrallah de “ato terrorista covarde”. Hassan Nasrallah, de 64 anos, era um homem muito influente e venerado no Líbano. Líder do Hezbollah desde 1994, ele vivia escondido e fez raras aparições públicas. “A mensagem é simples: saberemos como alcançar qualquer pessoa que ameace os cidadãos de Israel”, alertou o comandante do Estado-Maior israelense, general Herzi Halevi.

“Nova ordem”

Um comunicado militar israelense afirma que Ali Karake, apresentado como o comandante da frente sul do Hezbolllah, e outros dirigentes do movimento morreram ao lado de Nasrallah. O Exército afirmou que a “maioria” dos líderes do grupo xiita foi “eliminada” nas operações israelenses dos últimos meses.

As forças de segurança do país divulgaram imagens do ministro da Defesa, Yoav Gallant, de Herzi Halevi e do comandante da Força Aérea, Tomer Bar, reunidos em um centro de comando durante a operação contra Nasrallah, batizaa de “Nova ordem”. O Exército israelense iniciou na segunda-feira uma campanha de bombardeios em larga escala contra o Hezbollah no Líbano, após um ano de confrontos na fronteira com o movimento pró-Irã.

O Hezbollah abriu uma frente contra Israel no início da guerra em Gaza, desencadeada pelo ataque contra o território israelense de seu aliado Hamas em 7 de outubro de 2023. Desde então, prometeu continuar “até o fim da agressão israelense em Gaza”.

Israel afirma que, com os bombardeios, pretende restabelecer a segurança no norte do país, alvo dos ataques do Hezbollah, e permitir o retorno para suas casas de dezenas de milhares de habitantes que foram obrigados a deixar a região.

O Hezbollah, financiado e armado pelo Irã, foi criado em 1982 por iniciativa da Guarda Revolucionária, o exército ideológico da República Islâmica. O guia supremo iraniano, o aiatolá Ali Khamenei, denunciou neste sábado “política míope” de Israel, após o anúncio da morte de Nasrallah, mas sem mencionar o nome do líder do Hezbollah.

AFP

Bombardeios de Israel no Líbano matam 274; país vive dia mais sangrento desde a guerra de 2006

Na segunda-feira (23), o Ministério da Saúde do Líbano relatou que 274 pessoas perderam a vida e mais de 1.024 ficaram feridas devido a um ataque aéreo amplo realizado por Israel.

Pouco antes dos bombardeios, as Forças de Defesa de Israel alertaram a população civil para que se afastasse “imediatamente” de áreas suspeitas de abrigar depósitos de armas do grupo extremista Hezbollah.

Entre os mortos, 21 são crianças e 31 são mulheres, conforme informado pelas autoridades libanesas, que também destacaram a presença de profissionais de saúde entre as vítimas. Israel, por sua vez, afirmou ter eliminado um dos comandantes do Hezbollah, identificado como Ali Karaki.

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Rússia e Ucrânia trocam 206 prisioneiros após mediação dos Emirados Árabes Unidos

A Rússia anunciou, neste sábado (14), a troca de 206 prisioneiros com a Ucrânia, 103 de cada parte, após um acordo negociado pelos Emirados Árabes Unidos, que inclui soldados russos capturados por Kiev na região fronteiriça de Kursk.

No total, “103 militares russos capturados na região de Kursk foram devolvidos daquele território controlado pelo regime de Kiev”, informou o Ministério da Defesa russo. “Em troca, foram entregues 103 prisioneiros de guerra do exército ucraniano”, acrescentou.

Segundo o ministério, os Emirados Árabes fizeram “esforços de mediação” para permitir a troca. Os militares russos foram capturados na ofensiva ucraniana na região russa de Kursk. “Todos os soldados russos (trocados) estão atualmente em Belarus, onde recebem a ajuda psicológica e médica necessária”, acrescentou a fonte.

As autoridades ucranianas ainda não confirmaram oficialmente a troca. A ofensiva de Kiev lançada em 6 de agosto na região fronteiriça russa de Kursk pegou o exército russo de surpresa. A Ucrânia anunciou a prisão de centenas de soldados de Moscou.

Segundo a imprensa russa, estes prisioneiros são, em sua maioria, recrutas e guardas de fronteira. Em 24 de agosto, Rússia e Ucrânia anunciaram, também com a mediação dos Emirados Árabes, uma troca de 230 prisioneiros, incluindo soldados russos detidos em Kursk.

AFP

Otan condena ataques russos e reafirma compromisso de reforçar defesa da Ucrânia

A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) reafirmou nesta quarta-feira (28) o seu compromisso em reforçar as capacidades de defesa da Ucrânia, após uma onda de bombardeios russos atingir infraestruturas energéticas ucranianas na segunda e terça-feira.

O Conselho Otan-Ucrânia se reuniu hoje para analisar a situação após o incidente afetar o fornecimento de eletricidade nas cidades ucranianas. Em comunicado, a aliança militar sinalizou que os integrantes do Conselho “condenaram veementemente os ataques indiscriminados da Rússia e reafirmaram seu compromisso de reforçar ainda mais as defesas da Ucrânia”.

Em nota, o secretário-geral da Otan, Jens Soltenberg, afirmou que Kiev segue interceptando mísseis diariamente, mas que manter esta capacidade “requer um fornecimento maior e mais apoio”. Por isso, declarou, “devemos continuar proporcionando à Ucrânia o equipamento e as munições necessárias para se defender da invasão russa. Isto é vital para que a Ucrânia possa se manter na luta”.

A Otan informou ainda que a reunião desta quarta-feira ocorreu a nível de embaixadores “e foi convocada a pedido da Ucrânia”. O ministro da Defesa ucraniano, Rustem Umerov, participou através de videoconferência e apresentou informações sobre a situação atual de segurança e as “necessidades prioritárias” em relação às capacidades.

O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, pediu às forças aéreas europeias que ajudassem o seu país a adquirir a capacidade de interceptar drones e mísseis russos. “Em várias regiões da Ucrânia poderíamos fazer muito mais para proteger vidas se a aviação dos nossos vizinhos europeus trabalhasse em conjunto com os nossos [caças] F-16 e a nossa defesa aérea”, disse Zelensky.

Os ataques russos de segunda e terça-feira estiveram entre os mais importantes das últimas semanas: 15 regiões ucranianas foram atacadas por um total de 236 mísseis e drones, dos quais o governo ucraniano afirmou ter atingido 201. Os bombardeios causaram pelo menos quatro mortes e forçaram as autoridades ucranianas a impor cortes de energia emergenciais. Na terça, vários bairros da capital Kiev ficaram sem eletricidade.

AFP

Luciano Huck deixa hotel às pressas antes de entrevista com Zelensky

O apresentador Luciano Huck teve que deixar o hotel onde estava, na Ucrânia, às pressas antes de entrevistar o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky. O brasileiro foi encaminhado a um abrigo após um ataque aéreo russo. Em texto publicado no jornal O Globo, nesta terça-feira (27), Luciano Huck relatou que não conseguiu dormir na primeira madrugada que passou em Kiev, capital da Ucrânia.

“Os alarmes agudos soaram a partir das 3h. Sirenes nas ruas, alertas no celular, chamados nos alto-falantes do hotel, o alerta veio de todos os lados. Parecia um filme, mas era vida real. Hóspedes e funcionários foram prontamente encaminhados ao abrigo antiaéreo, no subsolo. Camas dobráveis tinham sido improvisadas, lado a lado”, disse o apresentador.

“Minha primeira madrugada em Kiev, capital da Ucrânia, foi em claro, à mercê de um dos mais amplos e intensos ataques aéreos que a Rússia lançou desde o começo da guerra. Foram 127 mísseis e 109 drones, a maioria deles tendo como alvo instalações de infraestrutura”, acrescentou Huck.

Pela manhã, por volta das 10h, Huck foi autorizado a deixar o abrigo e foi recebido por Zelensky. “Fui à Ucrânia para ouvi-lo e ver de perto o que está acontecendo na terra de 3 dos meus 4 avós, onde estão minhas raízes familiares”, pontuou o apresentador. Segundo Huck, o conteúdo completo da conversa com Zelensky será compartilhado em um documentário na plataforma do Globoplay.

Um dos destaques da entrevista foi sobre a possibilidade do fim da guerra entre Rússia e Ucrânia. Quando questionado por Huck acerca do assunto, o presidente ucraniano disse que tem um plano de paz. “Temos um plano de paz, que pretendo apresentar até novembro. Mas a pergunta que fica é: os russos concordarão?”, respondeu Zelenski.

Diário de Pernambuco

Itamaraty diz para brasileiros deixarem Líbano por guerra com Israel

O aumento da troca de mísseis entre o Líbano e Israel no final de semana levou o Itamaraty a recomendar aos brasileiros que vivem na região que abandonem o local e que não viajem ao Líbano neste momento. No domingo (25), a embaixada do Brasil em Beirute divulgou recomendações aos cerca de 21 mil brasileiros que vivem no país do Oriente Médio, sendo a maior comunidade do Brasil nesta região.

“A embaixada recomenda aos cidadãos que residem no Líbano, ou que passam por ele, que deixem o país pelos seus próprios meios até que as coisas voltem ao normal”, diz o informe, acrescentado que os brasileiros que decidirem ficar no país não devem ficar na região sul, nas zonas fronteiriças e outras áreas consideradas perigosas, onde se concentram os ataques.

O comunicado pede ainda que os brasileiros sigam as instruções das autoridades locais; reforcem medidas de precaução; não participem de comícios e protestos; certifiquem-se que o passaporte está válido pelos próximos seis meses e atualizem todos os dados de registro na embaixada brasileira.

O grupo libanês Hezbollah e o exército de Israel têm intensificado a troca de mísseis na fronteira entre os dois países, com o Hezbollah lançando centenas de foguetes e drones contra Israel na manhã desse domingo, enquanto Israel teria atacado o Líbano com 100 jatos, segundo informa a agência de notícias Reuters.

O conflito na fronteira do Líbano com Israel começou ao mesmo tempo que a guerra na Faixa de Gaza, após o 7 de outubro de 2023. Lideranças do Hezbollah defendem que os disparos devem continuar enquanto Israel seguir com sua campanha no enclave palestino. Nos últimos dias, os ataques têm se intensificados, em parte em resposta ao assassinato, no Líbano, do líder do Hezbollah Fuad Shukr.

Brasil
Em nota, o governo brasileiro informou que acompanha, com grave preocupação, a escalada das tensões entre Líbano e Israel. “O Brasil conclama todas as partes envolvidas a exercerem máxima contenção, a fim de evitar a intensificação de hostilidades na região e o alastramento do conflito para o restante do Oriente Médio”, informou o Ministério das Relações Exteriores do Brasil nesse domingo.

Agência BRasi

Bombardeio israelense mata 18 pessoas no centro de Gaza neste sábado (17)

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Um ataque israelense no centro da Faixa de Gaza neste sábado (17), matou pelo menos 18 pessoas, todas da mesma família, incluindo menores de idade. O bombardeio ocorre um dia após Estados Unidos, Catar e Egito, os mediadores para um cessar-fogo no enclave, expressarem otimismo por um acordo iminente entre Israel e grupo terrorista Hamas.

O ataque aéreo atingiu uma casa e um depósito adjacente que abrigava pessoas deslocadas na entrada da cidade de Zawaida, de acordo com o Hospital Mártires de Al-Aqsa em Deir al-Balah, para onde as vítimas foram levadas.

Entre os mortos estava Sami Jawad al-Ejlah, um atacadista que coordenava com o exército israelense para levar carne e peixe a Gaza. Os mortos também incluíam suas duas esposas, 11 de seus filhos com idades entre 2 e 22 anos, a avó das crianças e outros três parentes, segundo uma lista fornecida pelo hospital.

“Ele era um homem pacífico”, disse Abu Ahmed, um vizinho que ficou levemente ferido. Mais de 40 civis estavam abrigados na casa e no depósito no momento, disse. Imagens da AP mostraram escavadeiras removendo escombros do depósito gravemente danificado.

Outro deslocamento em massa foi ordenado para partes do centro de Gaza. Em um post no X, o porta-voz do exército israelense, Avichay Adraee, disse que os palestinos em áreas dentro e ao redor do campo de refugiados urbanos de Maghazi deveriam sair. Ele afirmou que as forças israelenses irão operar nessas áreas em resposta ao disparo de foguetes palestinos.

Negociações em andamento

Na sexta-feira (15), uma declaração conjunta dos mediadores afirmou que foi apresentada uma proposta para superar as divergências entre Israel e Hamas, e esperavam trabalhar nos detalhes de como implementar o possível acordo na próxima semana, no Cairo.

Os esforços de mediação visam não apenas garantir a libertação de dezenas de reféns israelenses e interromper os combates que devastaram Gaza, onde trabalhadores humanitários temem um possível surto de poliomielite, mas também acalmar as tensões regionais que ameaçam se transformar em uma guerra mais ampla, caso o Irã e o Hezbollah no ataquem Israel em retaliação pelas recentes mortes de líderes dos grupos terroristas.

Em um sinal de confiança, os mediadores começaram a preparar a implementação da proposta de cessar-fogo, mesmo antes de sua aprovação, disse um oficial americano, que falou sob condição de anonimato em conformidade com as regras da Casa Branca. O oficial disse que uma “célula de implementação” estava sendo estabelecida no Cairo para se concentrar na logística – incluindo a libertação dos reféns, fornecimento de ajuda humanitária para Gaza e garantia de que os termos do acordo sejam cumpridos.

No entanto, o Hamas lançou dúvidas sobre a proximidade de um acordo, dizendo que a última proposta divergia significativamente de uma versão anterior que eles haviam aceitado em princípio. Ambos os lados concordaram em princípio com um plano anunciado em 31 de maio pelo presidente dos EUA, Joe Biden.

O Hamas propôs emendas e Israel sugeriu esclarecimentos, levando cada lado a acusar o outro de tentar bloquear um acordo. O oficial dos EUA disse que a última proposta é a mesma de Biden, com alguns esclarecimentos baseados em negociações em andamento. A forma como está estruturada não representa risco à segurança de Israel, mas a fortalece, acrescentou.

Estadão Conteúdo

OMS pede trégua humanitária em Gaza para vacinação contra pólio

Duas rodadas de campanhas de vacinação contra a poliomielite devem acontecer no fim de agosto e no início de setembro na Faixa de Gaza no intuito de interromper a propagação do vírus na região. Para tanto, a Organização Mundial da Saúde (OMS) fez um apelo nesta sexta-feira (16) por uma trégua humanitária na região.

Em nota, a entidade, junto ao Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), pede que todas as partes envolvidas no conflito em Gaza implementem pausas humanitárias durante um período de pelo menos 7 dias, de forma a permitir a realização das campanhas de vacinação contra a pólio.

“Essas pausas nos combates permitiriam que crianças e famílias chegassem em segurança às unidades de saúde e que agentes comunitários alcançassem crianças que não têm acesso a essas unidades para serem imunizadas contra a poliomielite. Sem as pausas humanitárias, a realização das campanhas não será possível”, apelou a OMS. A expectativa é que, em cada uma das rodadas da campanha, mais de 640 mil crianças com menos de 10 anos de idade possam receber a vacina oral, conhecida popularmente como gotinha.

O poliovírus foi detectado em julho em amostras ambientais colhidas na Faixa de Gaza. Desde então, segundo a OMS, pelo menos três crianças apresentaram quadros suspeitos de paralisia flácida aguda, sintoma comum da pólio. Amostras de sangue foram colhidas e enviadas para análise laboratorial.

“Mais de 1,6 milhão de doses da vacina oral, utilizada para interromper a propagação do vírus, serão entregues na Faixa de Gaza. As entregas das vacinas e dos equipamentos de refrigeração devem passar pelo aeroporto Ben Gurion [em Israel] antes de serem direcionadas à Gaza, no fim de agosto”, informou a entidade.

“É essencial que o transporte das doses e dos equipamentos de refrigeração seja facilitado em todas as etapas dessa jornada, para garantir o recebimento em tempo oportuno, a aprovação e a liberação dos insumos em tempo para que a campanha aconteça”, ressaltou a OMS. Ao todo, 708 equipes com cerca de 2,7 mil profissionais de saúde foram acionadas.

A organização alertou que é preciso alcançar uma cobertura vacinal de pelo menos 95% durante cada rodada da campanha para interromper a propagação da pólio e reduzir o risco do ressurgimento da doença, levando em consideração “sistemas de saúde, água e saneamento gravemente prejudicados na região”.

Dados da entidade mostram que a Faixa de Gaza esteve livre da pólio pelos últimos 25 anos. O ressurgimento da doença, sobre o qual a comunidade humanitária já havia alertado ao longo dos últimos 10 meses, representa outra ameaça para as crianças em Gaza e em países vizinhos. Um cessar-fogo é a única forma de garantir a segurança da saúde pública na região”.

Risco
Ainda de acordo com a OMS, a Faixa de Gaza mantinha boa cobertura vacinal antes da escalada dos conflitos, em outubro do ano passado. De lá para cá, a vacinação de rotina foi fortemente impactada – incluindo a segunda dose da vacina contra a pólio, que caiu de 99% em 2022 para menos de 90% em 2023 e no primeiro trimestre de 2024.

“O risco de disseminação do vírus, dentro da Faixa de Gaza e internacionalmente, permanece alto em razão de lacunas na imunidade das crianças, provocadas por interrupções na vacinação de rotina, dizimação do sistema de saúde, deslocamento constante da população, desnutrição e sistemas de água e saneamento gravemente danificados”, alerta a OMS. “A situação também aumentou o risco de propagação de outras doenças preveníveis ​​por vacinação, como o sarampo, além de casos de diarreia, infecções respiratórias agudas, hepatite A e doenças de pele entre crianças”, disse a OMS.

Agência Brasil

Lula diz que Israel segue sabotando o processo de paz no Oriente Médio

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou neste domingo (14) o governo de Israel por novo ataque à Faixa de Gaza. Em manifestação nas redes sociais, Lula pediu que líderes políticos mundiais não se calem diante do “massacre interminável”.

“O governo de Israel segue sabotando o processo de paz e o cessar-fogo no Oriente Médio. O mais recente bombardeio promovido na Faixa de Gaza vitimando centenas de inocentes é inadmissível. Agora com mais de 90 vítimas fatais e quase 300 feridos em tendas que abrigavam crianças, idosos, mulheres”, lamentou o presidente, se referindo a ataque ocorrido neste sábado em zona de designação humanitária Al-Mawasi, em Khan Younis.

Para Lula, é “estarrecedor” que o povo palestino continue sendo punido coletivamente, até mesmo em zonas humanitárias delimitadas que deveriam ser protegidas.

“Nós, líderes políticos do mundo democrático, não podemos nos calar diante desse massacre interminável. O cessar-fogo e a paz na região precisam ser prioridades na agenda internacional. Todos os nossos esforços devem estar centrados na garantia da libertação dos reféns israelenses e no fim dos ataques à Faixa de Gaza.”

Violações
Em maio deste ano, o presidente Lula removeu de Israel o embaixador Frederico Meyer, que ocupava o principal posto da representação brasileira em Tel Aviv. Meyer foi transferido para o cargo de representante do Brasil na Conferência do Desarmamento, em Genebra, órgão da Organização das Nações Unidas (ONU). Nenhum diplomata foi indicado para ocupar a embaixada em Tel Aviv.

Desde o ano passado, Lula vem criticando as ações de Israel na Faixa de Gaza, que considera um genocídio contra o povo palestino. Para o governo brasileiro, as ações em Gaza violam sistematicamente os direitos humanos.

O governo israelense nega todas as acusações e diz que tem tomado ações para proteger os civis. O conflito na região se acirrou depois do ataque do Hamas a Israel em outubro do ano passado. Após a ação, Israel iniciou bombardeios na Faixa de Gaza que continuam até hoje e já mataram milhares de pessoas.

Agência BRasil

Kremlin adverte que mísseis dos EUA podem transformar capitais europeias em alvos russos

O Kremlin alertou neste sábado (13) que a decisão anunciada esta semana de instalar mísseis americanos de longo alcance na Alemanha poderá transformar as capitais europeias em alvos para a Rússia, repetindo um confronto como o da Guerra Fria.

“A Europa é o alvo dos nossos mísseis, o nosso país é o alvo dos mísseis americanos na Europa. Já vivemos isso. Temos a capacidade de parar estes mísseis, mas as vítimas potenciais são as capitais desses países europeus”, disse o porta-voz da Presidência russa, Dmitri Peskov. Durante a cúpula da Otan, Washington e Berlim anunciaram na quarta-feira que iniciarão a implantação pontual de mísseis americanos de longo alcance na Alemanha em 2026.

No comunicado, os Estados Unidos e a Alemanha mencionaram que este plano inclui a implantação de mísseis SM-6, mísseis Tomahawk e armas hipersônicas em desenvolvimento, o que aumentará o alcance dos projéteis atualmente implantados na Europa. “Manter linhas de comunicação” .

O Kremlin condenou na quinta-feira a decisão, que criticou como um retorno à “Guerra Fria”, uma alusão ao confronto entre a ex-URSS e os Estados Unidos, marcado, entre outras frentes, pela crise dos euromísseis no final dos anos 1960 e 1980, desencadeada pela implantação soviética e depois americana de mísseis com capacidade nuclear na Europa.

Esta crise foi encerrada com a assinatura do histórico tratado sobre Forças Nucleares de Alcance Intermediário (INF) em 1989, assinado pelo então presidente dos EUA Ronald Reagan e pelo líder soviético Mikhail Gorbachev, que limitou o uso de mísseis de médio alcance, tanto convencionais como nucleares.

Este tratado foi enterrado após os Estados Unidos se retiraram dele em 2019, durante o governo do republicano Donald Trump, que acusou Moscou de não cumpri-lo. Depois, a Rússia garantiu que manteria uma moratória sobre a produção deste tipo de mísseis se os Estados Unidos não os posicionassem a uma distância que lhes permitisse chegar ao território russo.

O ministro da Defesa russo, Andrei Belousov, e o chefe do Pentágono, Lloyd Austin, falaram por telefone sobre a redução do risco de uma “possível escalada”, informou Moscou na sexta-feira. O Pentágono destacou “a importância de manter linhas de comunicação” com a Rússia, em meio ao conflito na Ucrânia, apoiada pelas potências ocidentais desde que Moscou lançou uma operação militar em fevereiro de 2022.

As relações entre a Rússia e a Otan enfraqueceram ainda mais desde o início da ofensiva russa em 2022 na Ucrânia, um país apoiado por membros da Aliança Atlântica. Os países ocidentais adotaram fortes sanções econômicas contra a Rússia, que fortaleceu os laços com a China, o grande rival dos Estados Unidos em escala global, e também com a Coreia do NorteAs autoridades europeias também acusam a Rússia de ataques cibernéticos à espionagem, para enfraquecer as empresas do continente.

AFP

Ataque a campo de deslocados deixa ao menos 71 mortos em Gaza, diz Ministério da Saúde

Pelo menos 71 pessoas morreram neste sábado em um ataque israelense ao campo de deslocados de Al Mawasi, no sul da Faixa de Gaza, segundo um novo balanço do Ministério da Saúde do território. A área de Al Mawasi, na costa entre Rafah e Khan Younis, foi declarada “zona humanitária” por Israel, teoricamente segura para os deslocados.

A Agência das Nações Unidas para os Refugiados da Palestina (UNWRA) estima que cerca de 1,5 milhão de pessoas estejam em Al Mawasi, disse um porta-voz à AFP. O bombardeio deste sábado atingiu a parte que fica no setor de Khan Younis.

Em nota, o ministério denunciou um “massacre da ocupação [Israel] contra cidadãos e pessoas deslocadas” e mais de 289 feridos. O Exército israelense declarou que estava analisando esta informação. “Ainda há muitos corpos de mártires espalhados pelas ruas, sob os escombros e ao redor das tendas dos deslocados que não podem ser acessados devido aos intensos bombardeios da ocupação”, disse Mahmud Bassal, porta-voz da Defesa Civil que mencionou um “novo massacre”.

As vítimas foram levadas para vários hospitais da região. O diretor do hospital kuwaitiano em Rafah, Suhaib al Hams, disse que a maioria das vítimas sofreu ferimentos graves, incluindo amputações. Ele descreveu a situação como um “verdadeiro desastre em meio ao colapso do sistema de saúde”, segundo um comunicado.

Na última semana, vários bombardeios atingiram escolas que acolhem deslocados em um período de quatro dias, causando pelo menos 49 mortes, segundo fontes em Gaza, entre elas o Hamas.

Israel alegou que tinha “terroristas” como alvo. O conflito entre o Exército israelense e o Hamas na Faixa de Gaza eclodiu em 7 de outubro, quando comandos islamistas mataram 1.195 pessoas, a maioria civis, e sequestraram 251 no sul de Israel, segundo um balanço da AFP baseado em dados oficiais israelenses.

Em resposta, Israel lançou uma ofensiva que já matou 38.345 pessoas em Gaza, a maioria civis, segundo o Ministério da Saúde do território, governado pelo Hamas desde 2007.

AFP

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