Norte-americanos vão às ruas nos EUA contra Donald Trump

Dezenas de milhares de manifestantes norte-americanos saíram sábado (05), às ruas das principais cidades dos Estados Unidos contra as políticas de Donald Trump, nos maiores protestos contra o presidente republicano desde seu retorno, no final de janeiro, ao poder.Os manifestantes se reuniram em Washington, Nova York, Houston, Los Angeles; e em estados como Flórida e Colorado. Eles rejeitaram os cortes de funcionários públicos, as novas tarifas comerciais e a erosão das liberdades civis.

Uma grande faixa que dizia “TIRE SUAS MÃOS!” se estendia a poucos quarteirões da Casa Branca e as pessoas carregavam cartazes com mensagens como: “Não é meu presidente!”, “O fascismo chegou”, “Parem o mal” e “Tirem suas mãos da nossa Segurança Social”.

Jane Ellen Saums, de 66 anos, disse que ficou aterrorizada com a campanha de redução da administração federal que Trump está conduzindo junto com o bilionário Elon Musk. “É extremamente preocupante ver o que está apostando com nosso governo, (…) tudo está sendo totalmente atropelado, desde o meio ambiente até os direitos pessoais”, queixou-se este trabalhadora imobiliária. Num momento de crescente ressentimento mundial contra o republicano, também foram realizados protestos em capitais como Paris, Roma e Londres.

Uma coalizão composta por ofertas de grupos de esquerda, como MoveOn e Women’s March, convocou manifestações sob o lema “Tire suas mãos” em mais de 1.000 cidades e municípios americanos. Os organizadores da última mobilização em Washington previram a presença de cerca de 20.000 pessoas, mas no sábado à tarde disseram que o número era muito maior. “Despertaram um gigante adornado, e ainda não viram nada”, declarou o ativista Graylan Hagler, de 71 anos, em meio à multidão reunida. “Não vamos sentar nos, não vamos nos calar e não vamos embora.”

Até tarde de sábado, as manifestações foram majoritariamente importadas. Enquanto Trump continua sua revolução em Washington, seu índice de aprovação caiu ao nível mais baixo desde que assumiu a carga, segundo pesquisas recentes.

A Tarde

Trump ignora colapso de bolsas e persiste na defesa de tarifas

Negociações para aliviar as tarifas anunciadas por Donald Trump ocorrem nos bastidores, mas o presidente dos Estados Unidos ignora o colapso das bolsas e acusa a China de ter entrado em pânico. O governo americano alertou seus parceiros comerciais para não responderem às tarifas, para não correrem o risco de sofrer taxas adicionais sobre suas exportações. “A China se equivocou, entrou em pânico. A única coisa que não podiam se permitir fazer”, escreveu Trump em letras maiúsculas em sua rede Truth Social ante de ir ao seu clube de golfe na Flórida.

Pequim anunciou na sexta-feira (04) que vai impor tarifas aduaneiras adicionais de 34% aos produtos americanos a partir de 10 de abril. Também anunciou controles de exportação de terras raras, incluindo o gadolínio, utilizado para a ressonância magnética, e o ítrio, usado na eletrônica.  A resposta da China aumentou os prejuízos nos mercados financeiros, já sacudidos pela último anúncio de tarifas americanas, que se traduziu em +10% para a maioria dos produtos a partir de sábado, 34% para a China e 20% para a União Europeia (UE) a partir da semana que vem.

Muitas tarifas são cumulativas. Antes de quarta-feira, Trump já havia imposto taxas de 25% sobre o aço e o alumínio e na quinta entraram em vigor outras de 25% sobre automóveis e seus componentes importados para os Estados Unidos. Com exceções para o México e Canadá por serem parceiros do Tratado de Livre Comércio da América do Norte (T-MEC).

Enriquecer

Wall Street fechou em queda de 6%. Investidores abandonam as empresas muito dependentes das importações da Ásia, como, por exemplo, a indústria têxtil. O mesmo desastre se deu nos fechamentos na Europa (Paris caiu 4,3%, e Frankfurt e Londres, 5%) e na Ásia (em Tóquio, o índice Nikkei perdeu 2,75%, e o Topix, 3,37%). As bolsas chinesas não abriram, devido a um feriado.

Os preços do petróleo continuam em queda livre, de mais de 7%. O cobre vai pelo mesmo caminho. Mas Trump se manteve inabalável diante dos efeitos de sua ofensiva comercial. “Para os muitos investidores que vêm aos Estados Unidos e investem enormes quantias, minhas políticas nunca mudarão. Esse é um grande momento para enriquecer. Ficar mais rico do que nunca!!!”, publicou em letras maiúsculas, na Truth Social. “Apenas os fracos vão fracassar!”, clamou Trump em outra publicação. Em mensagem posterior, afirmou: “As grandes empresas não estão preocupadas com as tarifas, porque sabem que estão aqui para ficar.”

‘Muito cedo’

Vários países tentam reduzir os efeitos com negociações bilaterais, como o Vietnã, um dos mais afetados.  O comissário europeu do Comércio, Maros Sefcovic, reuniu-se nesta sexta-feira com seus pares americanos e informou que a UE está “comprometida com negociações sérias” e “disposta a defender seus interesses”.  Os vietnamitas também tentaram a sorte. “O Vietnã quer reduzir suas tarifas aduaneiras a zero se conseguir chegar a um acordo com os Estados Unidos”, informou Trump após uma conversa por telefone com o mandatário vietnamita, To Lam. Foi uma “discussão muito produtiva”, acrescentou.

O presidente do Federal Reserve (Fed, banco central) , Jerome Powell, alertou que as tarifas de Trump “provavelmente aumentarão a inflação” e  podem aumentar o desemprego e desacelerar o crescimento dos Estados Unidos.    Mas o presidente se mostrou relutante e disse que este é “o momento perfeito” para baixar as taxas de juros nos Estados Unidos. É “muito cedo” para ajustar a política monetária, respondeu Powell. Segundo a secretária-geral da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad, sigla em inglês), Rebeca Grynspan, o aumento das tarifas aduaneiras “atingirá mais duramente os vulneráveis e os pobres”.

AFP

Avião pega fogo em aeroporto e deixa 12 feridos nos EUA

Um avião da American Airlines sofreu um incêndio depois de uma parada na quinta-feira, 13, no aeroporto internacional de Denver, no Colorado (EUA) e 12 passageiros foram hospitalizados com ferimentos leves. Para tentarem fugir das chamas, os passageiros se aglomeraram na asa da aeronave.

O voo 1006 da American Airlines entre Colorado e Dallas foi desviado para o aeroporto de Denver depois que a tripulação sofreu “vibrações no motor”, informou a Administração Federal de Aviação (FAA) dos Estados Unidos. A FAA afirmou que, “depois de aterrissar e enquanto taxiava”, um motor do Boeing 737-800 “pegou fogo e os passageiros deixaram o avião usando os ‘slides'”.

A companhia aérea informou que 172 passageiros e seis tripulantes estavam a bordo do avião. Segundo o aeroporto de Denver, todos foram retirados com segurança, mas 12 foram hospitalizados devido a ferimentos leves.

Imagens compartilhadas nas redes sociais mostram uma grande coluna de fumaça e passageiros em pé na asa do avião aguardando pela chegada dos serviços de emergência. Uma série de acidentes aéreos nos Estados Unidos aumentou os temores sobre a segurança nos voos, que também pode ser prejudicada pelos cortes orçamentários nas agências de aviação realizadas pelo governo do presidente Donald Trump. A FAA anunciou que investigará as causas do incidente em Denver.

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A Tarde

 

Trump diz que não vai ceder sobre tarifas que afetam o Brasil

Donald Trump afirmou que não cederá no que diz respeito às últimas tarifas aplicadas por seu governo, incluído a taxação sobre aço e alumínio que afetam o Brasil. A declaração do presidente dos Estados Unidos aconteceu nesta quinta-feira (13), na Casa Branca.

“Não vou ceder nem um pouco”, declarou o líder norte-americano quando questionado sobre sua guerra tarifária. Para Trump, os EUA foram “enganados durante anos”, cenário que ele busca reverter por meio da imposição de taxas. Além disso, o presidente norte-americano também afirmou que não vai mudar de ideia sobre a aplicação de tarifas recíprocas contra países que taxam os EUA. Elas estão previstas para entrar em vigor no próximo dia 2 de abril, de acordo com a Casa Branca.

Diario de Pernambuco

Tarifas de Trump sobre aço e alumínio entram em vigor

As tarifas de 25% sobre as importações dos Estados Unidos de aço e alumínio entraram em vigor nesta quarta-feira (12). Em um comunicado, o porta-voz da Casa Branca afirmou que a decisão anunciada por Donald Trump no início de fevereiro vale para “o Canadá e todos os nossos outros parceiros comerciais”.

“De acordo com suas ordens executivas anteriores, uma tarifa de 25% sobre aço e alumínio, sem exceções ou isenções, entrará em vigor para o Canadá e todos os nossos outros parceiros comerciais à meia-noite de 12 de março”, disse Kush Desai.

A medida afeta diretamente o Brasil, um dos principais fornecedores do material para os norte-americanos. A medida vai atingir importações de metal de todos os países, incluindo antigos aliados e importantes exportadores de aço e alumínio para os EUA, como é o caso brasileiro.

De acordo com dados do Departamento de Comércio dos EUA, o Brasil é atualmente o terceiro maior fornecedor de aço para os norte-americanos, atrás apenas de Canadá e México.

A Tarde

Ucrânia apoia proposta dos EUA para cessar-fogo na guerra com a Rússia

O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, comunicou que Kiev aceita “negociações imediatas” com a Rússia. “A Ucrânia manifestou a sua prontidão para aceitar a proposta dos EUA de promulgar um cessar-fogo imediato e provisório de 30 dias, que pode ser prorrogado por acordo mútuo entre as partes e que está sujeito à aceitação e implementação simultânea pela Federação Russa”, diz o comunicado divulgado pelo governo americano.

O acordo foi firmado em meio às negociações entre os EUA e a Ucrânia na Arábia Saudita. O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse que os EUA devem convencer a Rússia a aceitar o cessar-fogo de 30 dias proposto nas conversações entre as delegações ucranianas e norte-americanas. “A Ucrânia encara a trégua proposta de forma positiva”, declarou Zelensky.

O chefe de gabinete do presidente da Ucrânia, Andrii Yermak, considera que este acordo de cessar-fogo vai mostrar se a Rússia quer paz ou não. Yermak também revelou que foram discutidas várias opções de garantias de segurança com os EUA. “Uma vez mais, demonstramos que queremos paz”, acrescentou

Diario de Pernambuco

EUA lança aplicativo para ”autodeportação” de migrantes

O governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, lançou nesta segunda-feira (10) o aplicativo móvel CBP Home para a “autodeportação” de migrantes em situação irregular, informou o Departamento de Segurança Interna (DHS) em um comunicado.

A ideia é que os estrangeiros usem o aplicativo CBP Home para comunicar ao governo sua intenção de deixar o país.  Podem utilizá-lo aqueles “estrangeiros que se encontram no país de maneira ilegal” ou aqueles cujos permissões de permanência temporária (conhecidas como “parole” em inglês) tenham sido revogadas. “A autodeportação é a opção mais segura para os migrantes ilegais, ao mesmo tempo em que preserva os recursos das forças de segurança”, afirma o DHS no comunicado.

“Não só é mais segura, como também economiza o dinheiro dos contribuintes americanos e valiosos recursos da Alfândega e Proteção de Fronteiras (CBP) e da Imigração e Controle de Alfândega (ICE), permitindo que se concentrem em estrangeiros criminosos perigosos”, acrescenta. Essa função de autodeportação faz parte de uma campanha publicitária nacional e internacional que incentiva os migrantes a “não entrar e partir agora”.

O aplicativo móvel CBP One foi criado pelo governo do ex-presidente democrata Joe Biden para permitir que solicitantes de asilo agendassem uma entrada legal no país. Trump encerrou essa via legal por decreto. O CBP One será automaticamente atualizado para CBP Home, que também está disponível gratuitamente nas lojas de aplicativos móveis, informa o DHS.

“O aplicativo CBP Home dá aos estrangeiros a opção de sair agora e se autodeportar, para que ainda possam ter a chance de retornar legalmente no futuro e viver o sonho americano”, declarou a secretária do DHS, Kristi Noem, citada no comunicado. “Se não o fizerem, nós os encontraremos, os deportaremos e eles nunca mais voltarão”, advertiu.

O DHS considera essa ferramenta necessária para cumprir um decreto de Trump que promete “proteger o povo americano de invasões”. o O magnata republicano pretende realizar uma expulsão em massa de migrantes em situação irregular, aos quais equipara a criminosos, apesar de estatísticas mostrarem que os índices de criminalidade diminuíram.

O ritmo das expulsões não está avançando tão rapidamente quanto Trump gostaria, segundo diversos meios de comunicação americanos, que afirmam que o governo começou a submeter alguns funcionários do DHS ao polígrafo, ou seja, a detectores de mentiras, para verificar se vazaram informações à imprensa sobre onde ocorrerão as operações de captura. A administração acredita que esses vazamentos contribuíram para a desaceleração do processo de expulsão.

AEP

 

 

 

Cena na Casa Branca foi ‘grotesca’ e Zelenski foi humilhado por Trump, diz Lula

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva classificou como “grotesca” a cena em que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, bate-boca com o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, no Salão Oval da Casa Branca. Segundo o petista, o ucraniano foi humilhado. Lula falou a jornalistas em Montevidéu, no Uruguai, onde foi acompanhar a posse do novo presidente do país, Yamandú Orsi.

“Desde que a diplomacia foi criada não se via uma cena tão grotesca, tão desrespeitosa como aquela que aconteceu no Salão Oval da Casa Branca. Eu acho que há uma parcela da sociedade que vive do desrespeito aos outros, e não é possível a gente falar em democracia se não há respeito aos outro ser humano. Acho que o Zelenski foi humilhado. Acho que na cabeça do Trump o Zelenski merecia isso”, declarou o petista.

Bate-boca

Na sexta-feira (28), Zelenski foi até a Casa Branca, sede do governo dos Estados Unidos, se reunir com Donald Trump. No único momento televisionado da agenda, Zelenski demonstrou incômodo com fala do vice-presidente americano, JD Vance, que criticou o apoio dado por Joe Biden à Ucrânia e defendeu diálogo com o presidente russo, Vladimir Putin. A conversa esquentou e Trump levantou a voz.

“Você não sabe disso. Não nos diga o que vamos sentir. Estamos tentando resolver um problema. Não nos diga o que vamos sentir. Porque você não está em posição de ditar isso”, declarou o presidente americano depois de Zelenski sugerir que a Rússia poderia entrar em conflito com os Estados Unidos no futuro. Vance cobrou gratidão aos Estados Unidos de Zelenski, que foi interrompido diversas vezes.

Zelenski disse que a Ucrânia estava lutando sozinha, e Trump declarou que não era verdade. Afirmou que o país recebeu dos Estados Unidos um “presente estúpido” de US$ 350 bilhões em ajuda na guerra. “Você tem que ser grato. Você não tem as cartas, está encurralado, seu povo está morrendo. Você está ficando sem soldados”, declarou Trump. Em determinado momento, Donald Trump tirou os jornalistas do Salão Oval. Depois, foi Zelenski quem saiu.

Estadão

Trump impõe tarifas de 25% ao alumínio e aço importados nos EUA

A partir desta segunda-feira (10), o governo dos Estados Unidos vai adotar tarifas de 25% sobre as importações de aço e alumínio, conforme anunciado pelo presidente Donald Trump. A decisão ocorre no contexto de uma série de cortes de gastos nas agências federais, com apoio de líderes como o bilionário Elon Musk.

Trump afirmou que todas as importações de aço estarão sujeitas a uma tarifa de 25%, incluindo o alumínio. O Canadá, principal fornecedor de aço e alumínio para os Estados Unidos, além de países como Brasil, México e Coreia do Sul, que também são fornecedores de aço, poderão ser impactados diretamente.

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EUA e China estão à beira de uma guerra comercial à medida que se aproxima o prazo final das tarifas

A China e os EUA correm o risco de reacender uma guerra comercial em grande escala, a menos que as duas maiores economias consigam resolver a disputa antes que as tarifas chinesas sobre US$ 14 bilhões em exportações americanas entrem em vigor na segunda-feira, disseram analistas ao Financial Times.

Semana passada, o presidente Donald Trump anunciou uma tarifa adicional de 10% sobre produtos chineses para pressionar Pequim a tomar mais medidas contra exportações relacionadas ao fentanil para os EUA e o México, ameaçando impor tarifas ainda maiores caso a China retaliasse.

Quando as tarifas dos EUA entraram em vigor três dias depois, Pequim respondeu imediatamente, anunciando tarifas adicionais de 10% a 15% sobre exportações de energia e equipamentos agrícolas dos EUA. As tarifas chinesas estão previstas para entrar em vigor na segunda-feira.

“Isso pode ser apenas o começo desta fase da guerra comercial”, disse ao FT Zhang Yanshen, especialista do Centro Chinês de Intercâmbios Econômicos Internacionais. “Isso pode se tornar uma situação muito, muito ruim”.
Segundo o FT, alguns analistas esperavam que os EUA e a China realizassem negociações para evitar hostilidades comerciais graves.

Inicialmente, Trump disse que esperava conversar com o presidente Xi Jinping, mas, após a retaliação chinesa, afirmou que não tinha pressa e que as tarifas eram um “tiro de abertura”, com medidas “muito substanciais” ainda por vir.

Quando questionado se a equipe de Trump estava lidando com a China da mesma forma que fez com o Canadá e o México — que enfrentaram tarifas mais altas antes de receberem uma trégua de um mês —, um funcionário da Casa Branca disse que os EUA estavam “em contato constante com nossos colegas, tanto em Pequim quanto aqui em Washington”.

Um porta-voz da embaixada chinesa em Washington afirmou ao FT que não houve “nenhum novo desenvolvimento” desde que a China anunciou suas tarifas retaliatórias.

Especialistas em Pequim disseram que a tática de choque de Trump, destinada a pressionar Xi a fechar um acordo rapidamente, pode ter saído pela culatra. O presidente dos EUA deu apenas dois dias entre o anúncio e a implementação das tarifas — um prazo que provavelmente foi inaceitável para Xi.

“A China não quer um acordo como esse”, disse ao jornal o pesquisador do Institute of American Studies, (IAS) afiliado ao governo chinês, Ma Wei,. “É preciso ter conversas e acordos iguais, e não um acordo em que primeiro você me impõe uma tarifa alta e depois diz que temos que fazer um acordo.” Ma disse que as táticas dos Estados Unidos têm ecos de um ditado chinês “cheng xia zhi meng” – lidar com seu inimigo sob coação quando ele está nos portões de seu castelo.

No entanto, analistas observaram que o alcance limitado da retaliação da China — que incluiu investigações antitruste contra o Google e a Nvidia, mas afetou uma gama mais restrita de bens em comparação com as tarifas dos EUA — sugeria espaço para negociações.

Autoridades da administração Trump enfatizaram que o presidente dos EUA queria que a China contivesse o fluxo de fentanil, um opioide mortal que se tornou a principal causa de morte de americanos com idades entre 18 e 45 anos. Mas especialistas em Pequim disseram que as negociações podem ter sido interrompidas porque Trump estava exigindo cooperação em outras frentes, como pressionar a Rússia sobre sua invasão da Ucrânia ou ceder a propriedade da plataforma de vídeos curtos TikTok a um comprador americano.

“O fentanil é uma questão que pode ser facilmente resolvida — a China já tem cooperado com os Estados Unidos sobre isso”, disse John Gong, professor da Universidade de Negócios e Economia Internacional ao jornal. “Então, provavelmente, Trump quer algo mais que eles não podem discutir publicamente.”
Trump disse na sexta-feira que revelaria “tarifas recíprocas” sobre os países na próxima semana, mas não forneceu informações sobre quais nações seriam visadas.

A Casa Branca também suspendeu temporariamente as chamadas isenções de minimis sobre as tarifas para remessas de baixo custo da China, o que proporcionou uma vantagem para empresas como a Shein e a Temu. Wendy Cutler, especialista em comércio e vice-presidente do Asia Society Policy Institute, disse ao FT que, ao contrário do Canadá e do México, a China jogaria um jogo mais longo.

Segundo ele, Pequim provavelmente adotará uma abordagem do tipo “esperar para ver” antes de considerar o engajamento, “inclusive para ter mais certeza se será ainda mais impactada por tarifas adicionais recíprocas, setoriais ou universais”.

Especialistas chineses afirmaram que seria difícil para Pequim chegar a uma “grande barganha” em um prazo curto, especialmente em assuntos espinhosos, como a guerra na Ucrânia, na qual os EUA acusaram a China de ajudar a Rússia. Em recente fórum da Universidade da Califórnia em San Diego e do Conselho de Relações Exteriores sobre a China, especialistas disseram que Pequim estava mais preocupada com os controles de exportação de tecnologia dos EUA do que com as tarifas.

“Mas alguns economistas acreditam que a totalidade da força das tarifas ameaçadas por Trump — como a tarifa de 60% sugerida durante a campanha presidencial — teria um grande impacto na economia da China.
No entanto, alguns economistas disseram ao FT acreditar que a força total das tarifas ameaçadas por Trump – como a taxa de 60% sugerida durante a campanha presidencial – teria um grande impacto na economia da China.

Hui Shan, economista-chefe na China do Goldman Sachs, estimou que cada aumento de 20 pontos percentuais nas tarifas dos EUA reduziria o crescimento do PIB da China em 0,7 ponto percentual.” Pequim poderia compensar parte desse golpe com a depreciação da moeda, pacotes de estímulo ao consumidor e outras medidas, mas ainda assim provavelmente absorveria um impacto de cerca de 0,2 ponto percentual no crescimento do PIB, disse ela.

Agência O Globo

Agência federal dos EUA anuncia corte drástico para pesquisa médica

A agência federal dos Estados Unidos responsável pela pesquisa médica anunciou na noite de sexta-feira (7) um corte drástico no financiamento de universidades e think tanks, uma decisão fortemente criticada pela comunidade científica e acadêmica.

Os Institutos Nacionais de Saúde (NIH, na sigla em inglês) anunciaram que vão limitar o financiamento dos “custos indiretos” de pesquisa para 15%, em vez dos “60% ou mais que alguns institutos recebem atualmente”.

“Essa mudança representa uma economia de mais de 4 bilhões de dólares [23 bilhões de reais] por ano”, informou a agência na rede social X. Esses custos são destinados à manutenção ou compra de equipamentos e ao pagamento de pessoal administrativo nos laboratórios de pesquisa. O corte afetaria a pesquisa de temas como câncer e doenças neurodegenerativas, alertaram os cientistas.

“Isso certamente prejudica a pesquisa e a inovação”, disse à AFP Matt Owens, presidente da COGR, uma associação de institutos de pesquisa e centros médicos acadêmicos, neste (8) sábado. “Os concorrentes dos Estados Unidos vão se alegrar com essa ferida autoinfligida”, acrescentou, ao mesmo tempo que pediu ao governo que reverta a decisão “antes que os americanos sofram as consequências”.

Jeffrey Flier, ex-reitor da Escola de Medicina de Harvard, também escreveu no X que a medida “não tem a intenção de melhorar o processo, mas de prejudicar as instituições, os pesquisadores e a pesquisa biomédica”. Em contrapartida, o anúncio do NIH foi bem recebido pelo bilionário Elon Musk, que lidera um departamento especial encarregado de cortar gastos federais.

Alguns legisladores republicanos também aplaudiram o corte, que afetaria principalmente universidades de prestígio, como Harvard, Yale e Johns Hopkins, instituições que eles acusam de promover uma ideologia progressista.

AFP

Avião com 64 pessoas e helicóptero caem em rio após colisão em Washington

Na noite desta quarta-feira (29), um avião comercial americano e um helicóptero militar colidiram e caíram no rio Potomac, nas proximidades de Washington.

A tragédia envolveu um voo da American Eagle, operado pela American Airlines, que transportava 64 pessoas, além de um helicóptero Black Hawk do exército dos Estados Unidos, que realizava um voo de treinamento com três militares a bordo.

Equipes de resgate atuam no local em condições adversas, enfrentando frio intenso, vento forte e gelo. De acordo com a prefeita de Washington, Muriel Bowser, ambas as aeronaves foram submersas na queda.

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Trump planeja iniciativa para ‘limpar’ Gaza e levar palestinos para Egito e Jordânia

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, apresentou no sábado (25) uma iniciativa para “limpar” a Faixa de Gaza e disse querer que Egito e Jordânia recebam os palestinos deste território como forma de alcançar a paz no Oriente Médio. “Estamos falando de 1,5 milhão de pessoas, e simplesmente limparemos tudo isso”, disse Trump à imprensa, referindo-se a Gaza como um “local de demolição”. Ele disse que a medida poderia ser “temporária ou de longo prazo”.

O republicano afirmou que havia conversado com o rei Abdullah II da Jordânia e esperava falar com o presidente egípcio Abdel Fatah al Sissi no domingo. “Gostaria que o Egito levasse as pessoas e gostaria que a Jordânia levasse as pessoas”, disse Trump a bordo do Air Force One.

A maioria dos 2,4 milhões de habitantes de Gaza foi deslocada, alguns deles várias vezes, devido à guerra na Faixa de Gaza desencadeada pelo ataque do movimento islamista Hamas ao sul de Israel em 7 de outubro de 2023. A ideia foi aplaudida pelo ministro das Finanças de Israel, Bezalel Smotrich.

“A ideia de ajudá-los a encontrar outros lugares para começar uma vida melhor é uma excelente ideia. Após anos de glorificação do terrorismo, (os palestinos) poderão estabelecer vidas novas e boas em outros lugares”, disse Smotrich em comunicado.

“Durante anos, os políticos propuseram soluções inviáveis, como a divisão da terra e a criação de um Estado palestino, o que colocou em risco a existência e a segurança do único Estado judeu do mundo”, acrescentou o ministro, cujo partido é uma parte essencial do governo de coalizão do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.

O grupo palestino Jihad Islâmica, em contrapartida, condenou a iniciativa de Trump neste domingo, considerando que a “deplorável” proposta “alimenta crimes de guerra”. “Esta proposta é enquadrada como incentivo a crimes de guerra e crimes contra a humanidade ao forçar nosso povo a deixar sua terra”, afirmou o grupo, que lutou ao lado do Hamas em uma guerra sangrenta com Israel em Gaza até a trégua de 19 de janeiro.

Uma autoridade de alto escalão do Hamas declarou à AFP que o grupo palestino fará oposição à proposta do republicano. “Assim como eles frustraram todos os planos de deslocamento e terras alternativas por décadas, nosso povo também frustrará tais projetos”, disse Bassem Naim, membro do escritório político do grupo islamista, referindo-se aos comentários de Trump.

AFP

Brasileiro é deportado por Trump após 35 anos vivendo nos EUA

Entre os 158 deportados que chegaram neste sábado, 25, ao Brasil, enviados pelo governo dos Estados Unidos, 88 são brasileiros e muitos viviam no país governado por Donald Trump há décadas, mesmo em situação irregular.

Com o início da deportação em massa, promessa de campanha de Trump, eles agora enfrentam a realidade de reconstruir a vida em seu país natal. É o caso de Sinval de Oliveira, de 51 anos, que voltou ao Brasil depois de 35 anos morando nos EUA.

O voo com os deportados estava previsto para pousar no Aeroporto de Confins, na Grande Belo Horizonte (MG). A aeronave parou para reabastecer no Aeroporto Internacional de Manaus (AM) e, devido a problemas técnicos, não conseguiu seguir para BH.

“Morava no Estados Unidos há 35 anos e chegamos aqui com esse incidente. Rapidamente, recebemos toda a assistência e tenho só a agradecer a todos da equipe do Corpo de Bombeiros e de Direitos Humanos”, disse Sinval de Oliveira.

Voos com brasileiros deportados dos Estados Unidos ocorrem desde 2017, durante o governo Temer. Eles chegam ao Brasil uma ou duas vezes por mês, no máximo, sempre às sextas-feiras. O governo do Amazonas e a Prefeitura de Manaus prestaram ajuda aos passageiros. Foram distribuídos para os brasileiros colchões, atendimento médico, alimentação e água.

A Tarde

Avião com deportados dos EUA chega ao Brasil; voo já estava previsto antes da nova era Trump

Um avião com 88 imigrantes brasileiros deportados dos Estados Unidos chegou a Manaus, no Amazonas, na sexta-feira (24). A aeronave tinha como destino final o aeroporto de Confins, em Belo Horizonte, mas, devido a problemas técnicos, foi cancelado.

O voo de deportação para o Brasil, embora seja o primeiro desde que Donald Trump assumiu impondo políticas mais rígidas contra imigração, é parte de um processo que vinha correndo antes da posse do republicano, durante a administração Joe Biden.

Fontes do Itamaraty destacaram que o País tem recebido voos como esse desde 2017, quando firmou um entendimento com os Estados Unidos sobre as deportações. O objetivo era reduzir o tempo que os brasileiros ficam detidos nos EUA por problemas com a imigração.

As deportações só ocorrem quando o caso é inapelável, ou seja, quando não cabe mais recurso para o imigrante. Por isso, o entendimento dentro do governo brasileiro é que o voo não tem qualquer relação com a troca de comando na Casa Branca.

Por sua vez, a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, publicou na sexta, nas redes sociais duas fotos com imigrantes sendo embarcados, sem dar mais detalhes de quantos eram nem para onde seriam levados. E declarou: “Os voos de deportação começaram”.

“O presidente Trump está enviando uma mensagem forte e clara ao mundo inteiro: se você entrar ilegalmente nos Estados Unidos da América, enfrentará consequências severas”, segue a publicação. Nesta semana, o governo americano anunciou que prendeu e deportou 538 imigrantes desde que Donald Trump voltou à presidência, com a promessa de realizar a maior deportação em massa da história americana.

Donald Trump tomou posse no começo da semana e assinou uma série de decretos para reprimir o que chama de “invasão” de imigrantes. O presidente declarou emergência na fronteira sul e enviou 1,5 mil militares para a divisa com o México, além dos mais de 2 mil que estavam lá para oferecer apoio logístico às autoridades migratórias. A

Diário de Pernambuco

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