Hoje, celebramos uma profissão única e essencial: o Dia do Radialista. A rádio, com seu alcance incomparável, sempre foi mais do que uma ferramenta de comunicação; é um elo vital entre as demandas da população e das autoridades, uma ponte para a busca de soluções que realmente fazem a diferença na vida de cada um. Nesse dia, não poderia deixar de compartilhar minha paixão por essa profissão, que não é apenas um trabalho, mas um verdadeiro compromisso de vida. Ser radialista é muito mais do que informar; é criar laços, promover diálogos e dar voz a quem mais precisa.
Minha relação com a rádio começou cedo, quando ainda era apenas um ouvinte fiel das poucas estações da época: a Emissora Rural e a Rádio Juazeiro AM Stereo, as únicas em funcionamento quando cheguei a Petrolina, em 1980. Com o tempo, vi essa rede de comunicação crescer: veio a Grande Rio AM, a Transrio FM, a Grande Rio FM, e, aos poucos, nossa região se transformou em um polo de mídia vibrante, conectando e informando o Vale do São Francisco.
Minha estreia como radialista ocorreu na Rádio Serra da Capivara, em São Raimundo Nonato, no ano de 1988, época em que muitas comunidades do interior sequer tinham telefone, o rádio era a principal — e muitas vezes única — fonte de comunicação. Cada aviso, cada nota de falecimento, cada interação disputada ao vivo representava uma conexão direta com a vida e as necessidades das pessoas. Lembro-me com saudade da emoção das ligações e das cartas que chegavam do interior, trazendo histórias e pedindo nossa voz como ponte para encurtar distancias e matar saudade. Essas mensagens revelavam sonhos, dificuldades e esperanças, e cada uma representava um vínculo de confiança que reforçava o papel essencial da rádio na vida das pessoas.
Minha trajetória me levou a muitos lugares e experiências. Ainda jovem, na Bahia, fui diretor de duas rádios de um mesmo grupo em Xique-Xique: a Rádio Tribuna do Vale e a Xique Xique FM. Em Juazeiro, trabalhei na Rádio Juazeiro AM, na Transrio FM, na Vale FM (hoje Tropical FM), e na antiga TV Norte, hoje TV São Francisco. Em Petrolina, minha caminhada incluiu a Emissora Rural AM, a Grande Rio FM, a Ponte FM, a Grande Rio AM, a TV Grande Rio e a Rádio Jornal FM, até meu atual retorno à Rural FM. Cada veículo, cada equipe, cada nova experiência foi um capítulo enriquecedor, repleto de aprendizados e encontros memoráveis. Ser radialista é, de fato, uma paixão.
Gostaria de homenagear todos os grandes colegas de profissão — alguns que já nos deixaram e outros que continuam firmes na ativa. E, para não correr o risco de esquecer alguém, faço esta homenagem em nome do saudoso José Maria Silva, com quem tive a honra de dividir a apresentação do Vale da Sorte por mais de uma década. Ele representa a dedicação, a amizade e o comprometimento que fazem parte da essência da rádio e de todos que, como ele, dedicam suas vidas a servir a comunidade.
Por fim, meus agradecimentos especiais a você, ouvinte. É por você que nos dedicamos intensamente, nos esforçando para trazer informações precisas e temas relevantes todos os dias. Ser radialista nunca foi apenas um trabalho; é uma alegria e um privilégio poder fazer o que amo. Agradeço a Deus pela oportunidade de exercer uma profissão tão linda, apaixonante e cheia de propósito.
O radialista é a voz que acompanha o ouvinte, seja na tranquilidade de um dia comum ou nos desafios da vida cotidiana. Ele tem o poder de informar, entreter e até transformar realidades, sendo muitas vezes uma ponte entre a população e os acontecimentos mais importantes.
É uma profissão que exige não apenas talento, mas também responsabilidade, empatia e comprometimento com a verdade, sempre buscando uma forma mais clara e objetiva de se comunicar.
Que Deus abençoe e proteja todos os radialistas do mundo, concedendo-lhes sabedoria, força e inspiração para seguirem sua missão com integridade, sempre levando informação, conforto e esperança aos corações de seus ouvintes. Que essa voz seja instrumento de luz, solidariedade e transformação.
Waldiney Passos