Mais uma vez, a queda na popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva é registrada em pesquisa, desta vez pelo Instituto Paraná Pesquisas. Os números revelam um cenário preocupante para o líder petista: 51% dos brasileiros desaprovam sua gestão, enquanto 46,1% mostram algum nível de aprovação. Esses dados refletem um governo que, em seu terceiro mandato, enfrenta dificuldades em dialogar com as camadas mais carentes da sociedade, público historicamente associado ao seu eleitorado.
Para agravar a situação, a mesma pesquisa aponta que, em uma eventual disputa presidencial, Lula ficaria atrás de Jair Bolsonaro. De acordo com o levantamento, Bolsonaro liderou com 37,6% das intenções de voto contra 33,6% de Lula, mostrando que o ex-presidente ainda exerce forte influência sobre o eleitorado, especialmente em regiões onde sua gestão foi vista como mais alinhada aos anseios populares.
No campo econômico, o cenário também não favoreceu Lula. Nesta quarta-feira (27/11), o dólar fechou a R$ 5,91, marcando uma máxima histórica, com uma valorização de 1,80%. Esse aumento foi impulsionado pela incerteza em torno das medidas de ajuste fiscal anunciadas pelo ministro Fernando Haddad. A proposta de isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil, embora positiva para os trabalhadores, gerou preocupações no mercado financeiro sobre o impacto nas contas públicas. Essa tensão contribui para a percepção de que o governo enfrenta dificuldades em equilibrar prioridades econômicas.
Lula, que já foi convocado como o presidente que tirou milhões de brasileiros da pobreza, agora enfrenta o desafio de recuperar esse legado. Mais do que esses discursos, é necessário que as ações do governo reflitam as necessidades do povo. Caso contrário, corre o risco de encerrar sua trajetória política com uma avaliação negativa, deixando o palco pela porta dos fundos, enquanto enfrenta o crescente descontentamento popular.
A reconexão com as bases que o levaram ao poder é necessária para que ele não apenas conclua este mandato de forma digna, mas também tenha chances reais de disputar um quarto mandato em 2026 com uma perspectiva de sucesso.
Waldiney Passos