Batom inflável vira símbolo de ato pró-anistia pelos crimes de 8 de janeiro

No ato bolsonarista realizado deste domingo (06), na Avenida Paulista, em São Paulo, um item inusitado ganhou protagonismo e virou símbolo da manifestação: um batom inflável gigante, em referência à cabeleireira Débora Rodrigues dos Santos, presa por pichar, com um batom, a estátua “A Justiça” em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF), durante os ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023.

A cena de Débora escrevendo a frase “Perdeu, mané” — mesma expressão usada pelo presidente do STF, ministro Alexandre de Moraes, em uma abordagem policial no passado — viralizou nas redes sociais. À época se tornou uma das imagens mais marcantes da depredação da sede dos Três Poderes.

Dois anos depois, Débora se tornou símbolo da ala bolsonarista que pede anistia aos envolvidos nos atos antidemocráticos. Em prisão domiciliar e ainda sendo julgada, ela pode pegar até 14 anos de prisão, conforme o voto do relator Alexandre de Moraes, por crimes como associação criminosa armada, golpe de Estado e deterioração de patrimônio tombado.

O batom inflável exibido na Paulista foi produzido no mesmo estilo dos “pixulecos”, bonecos gigantes que se popularizaram durante os protestos pelo impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, entre 2015 e 2016. Com quase três metros de altura, o objeto foi carregado por manifestantes como forma de denunciar o que chamam de “exagero judicial” nas penas aplicadas aos réus do 8 de janeiro.

“A Débora é o retrato do absurdo. Pichar uma estátua virou crime de golpe de Estado?”, disse uma das manifestantes, vestida de verde e amarelo e segurando um cartaz pedindo “liberdade para os patriotas”. A frase ecoa entre os participantes do ato, que acusam o STF de parcialidade e perseguição.

A manifestação deste domingo reune novamente o ex-presidente Jair Bolsonaro, políticos aliados, representantes de movimentos conservadores e apoiadores de diversos estados. No palco montado na Paulista, as falas concentraram críticas ao Judiciário, pedidos de anistia e defesa de uma revisão das decisões do Supremo. Em sua fala, Bolsonaro não citou diretamente o nome de Débora Rodrigues, mas voltou a pedir “justiça” para aqueles que, segundo ele, “não cometeram violência, mas estão pagando um preço alto demais por se manifestarem”.

O uso do caso de Débora como símbolo de resistência expõe as divisões profundas na sociedade brasileira sobre os acontecimentos de 8 de janeiro. Enquanto parte da opinião pública vê nos atos uma tentativa clara de golpe, apoiadores do ex-presidente tentam reverter a narrativa, apresentando alguns dos réus como vítimas de um processo judicial politizado. Débora Rodrigues, por sua vez, permanece em prisão domiciliar, aguardando decisão final do STF.

Correio Braziliense

Bolsonaro aposta em multidão em SP para elevar pressão por anistia

Após a frustrante adesão à manifestação realizada há três semanas na orla de Copacabana, no Rio de Janeiro, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) aposta em levar uma multidão neste domingo (06) à avenida Paulista, em São Paulo, para pressionar o Congresso Nacional a aprovar a anistia aos envolvidos nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023 e demonstrar que ainda tem poder de mobilização popular frente ao desgaste enfrentado pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O foco em uma pauta única — a anistia — e o uso de um símbolo feminino — o batom — para convocar apoiadores para o ato pelas redes sociais são o grande trunfo do núcleo duro bolsonarista para encher os quarteirões da avenida mais famosa da capital paulista nesta tarde e mostrar força política contra o Supremo Tribunal Federal (STF), que tornou Bolsonaro e mais sete aliados réus do fim de março, por suposto envolvimento em uma trama golpista para manter o ex-presidente no poder após a derrota para Lula nas eleições de 2022.

Diario de Pernambuco

Bolsonaro e Valdemar se encontram em Brasília depois de permissão de Moraes

Depois de o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, conseguir permissão do Supremo Tribunal Federal (STF) para voltar a falar com Jair Bolsonaro (PL), os dois se encontraram na sede do partido nesta quarta-feira (12). “Já dei um beijo nele”, disse Valdemar a jornalistas em tom de brincadeira antes de o ex-presidente dizer que o foco, agora, é retomar a “normalidade partidária”.

Ao lado de Costa Neto e de outros políticos do PL, Bolsonaro disse que o partido tem muito o que fazer e que seguirá apoiando sua candidatura. O ex-presidente, que está inelegível e pode ser preso até o fim do ano se condenado por tentativa de golpe de Estado, disse que só está fora da disputa “porque um homem quis”, referindo-se ao ministro Alexandre de Moraes.

Apesar do que disse Bolsonaro, as duas condenações que o tornaram inelegível no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) se deram no Plenário da corte. Foram cinco votos a dois nos dois casos: o primeiro, em junho de 2023, por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação; e o segundo por abuso de poder político e econômico, em outubro de 2023.

Quanto à denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre sua participação no plano de golpe de Estado, Bolsonaro disse se tratar de um relatório “político”. “O que querem é me tirar do cenário político no ano que vem. Eu candidato chego”, disse. Também criticou as provas que embasaram a denúncia e negou que tenha cometido qualquer crime no 8 de janeiro.

O ex-presidente também falou sobre a expectativa para as manifestações convocadas por ele e por aliados para o próximo dia 16 em diversos locais do país. “Esperamos botar lá (em Copacabana) pelo menos 500 mil pessoas (…) Só a direita leva o povo para a rua já há algum tempo. Eu tenho falado em buscar uma boa bancada, com aliados, para que no ano que vem a gente possa fazer com que o país volte a respirar democracia”, afirmou.

Diario de Pernambuco

No 8 de março, Gleisi Hoffmann rebate fala machista de Bolsonaro: “Logo lhe faltará liberdade”

A nova ministra da Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, rebateu neste sábado (8), nas redes sociais, ao comemorar o Dia Internacional da Mulher, falas machistas desta semana do ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL). Bolsonaro foi gravado afirmando considerar mulheres que apoiam o Partido dos Trabalhadores (PT) como “feias” e “incomíveis”. Depois das falas misóginas, ele e os demais presentes aparecem rindo.

“Aquelas que o inelegível chamou de ‘feias’ e outras palavras impublicáveis, expondo o machismo e a misoginia da extrema-direita que ele representa. Lhe falta espelho! E logo lhe faltará liberdade”, disse Hoffmann. Também neste sábado, o ministro Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes encaminhou à Procuradoria-Geral da República as defesas do ex-presidente Jair Bolsonaro e de outros acusados em investigação sobre tentativa de golpe de Estado e outros crimes, incluindo organização criminosa.

Na publicação das redes sociais, a nova ministra também falou sobre a presença das mulheres no PT. “Fico muito orgulhosa de ter presidido um partido em que as mulheres exercem 50% de todos os cargos de direção. O primeiro partido no Brasil em que a paridade de gênero foi efetivada”, apontou.Gleisi deixará a presidência do partido após assumir o ministério. Sua posse está marcada para 10 de março. Ela assumirá o cargo de Alexandre Padilha, que vai para o Ministério da Saúde.

Estadão

Moraes encaminha à PGR defesas de Bolsonaro em investigação sobre tentativa de golpe

O ministro Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes encaminhou neste sábado (08), à Procuradoria-Geral da República as defesas do ex-presidente da República Jair Bolsonaro e de outros acusados em investigação sobre tentativa de golpe de Estado. Ao todo, foram cinco denúncias contra 34 pessoas. Entre outros crimes apontados estão a tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa.

Os advogados dos acusados negam a participação dos investigados no planejamento e atos preparatórios de um eventual golpe. O Supremo pede que a PGR avalie os argumentos das defesas e emita seu parecer em cinco dias úteis, com base na Lei 8.038/90. O prazo começa a contar na segunda-feira, 10, e termina na sexta-feira, 14.

Terminou na última quinta-feira o prazo para Bolsonaro e os demais denunciados enviarem suas defesas prévias ao Supremo Tribunal Federal (STF). As defesas montaram forças-tarefa para analisar os autos e preparar sua argumentação.

Em entrevista ao Estadão, logo após a denúncia do procurador-geral, Paulo Gonet, chegar ao STF, os advogados de defesa afirmaram que a tese da acusação “não faz qualquer sentido”. Um dos argumentos da defesa do ex-presidente é o de que, se ele quisesse dar um golpe, Bolsonaro poderia ter trocado os comandantes das Forças Armadas para obter apoio dos militares.

O ministro Moraes compartilhou com todos os 34 denunciados provas de investigações sigilosas que têm relação com as denúncias. São investigações que envolvem o aparelhamento da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), o uso da Polícia Rodoviária Federal para influenciar as eleições de 2022 e os atos do 8 de Janeiro.

Estadão

Bolsonaro ironiza acusação de golpe: ‘Tramei com o Pateta e com o Mickey Mouse, só pode ser aí’

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a questionar a legalidade das investigações que embasaram a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra ele por tentativa de golpe de Estado. Pouco antes de apresentar sua defesa ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quinta-feira, 6, o ex-presidente ironizou as acusações. “Eu tramei com o Pateta, com o Pato Donald, com o Mickey Mouse, só pode ser isso aí”, disse a jornalistas. O ex-presidente se refere a ter estado nos Estados Unidos quando ocorreram os ataques aos prédios dos Três Poderes, em Brasília, em 8 de janeiro de 2023.

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente, já deu declarações semelhantes, e até mesmo publicou uma imagem do pai no parque temático da Flórida, gerada por inteligência artificial. Durante participação na Conferência de Ação Política Conservadora (CPAC, na sigla em inglês), no mês passado, o parlamentar falou em “um golpe de Estado da Disneylândia, sem armas, sem um plano, e enquanto ele estava em Orlando, provavelmente debatendo estratégias com o Pateta e recebendo conselhos de segurança nacional com o Mickey Mouse”.

Na entrevista a jornalistas no Aeroporto de Brasília, Jair Bolsonaro disse que não teria “força nenhuma” para executar um golpe e afirmou que havia nomeado em dezembro de 2022, ainda durante seu governo, dois comandantes das Forças Armadas para o presidente recém-eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O ex-presidente também negou que o 8 de Janeiro tivesse relação com a trama golpista. “Estou sendo acusado de destruição de patrimônio, só se for por telepatia. E digo, esse pessoal que estava aqui foi atrás de uma armadilha, e mesmo que não fosse, isso não é golpe. Não existe golpe de Estado em cima de prédio, de pessoas”, disse.

A defesa do ex-presidente pediu que o caso fosse levado ao plenário do STF em vez de julgado pela Primeira Turma da Corte. O colegiado é composto pelos ministros Alexandre de Moraes, Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin. Segundo Bolsonaro, também foi solicitada a íntegra da delação premiada de seu ex-ajudante de ordens, o tenente-coronel Mauro Cid. Ele afirmou que o Supremo teria divulgado o conteúdo da delação de forma “seletiva”.

Estadão

 

Termina nesta quinta-feira (6) prazo para Bolsonaro e aliados se defenderem da denúncia do golpe

Termina nesta quinta-feira (6) o prazo para o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e os demais denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) no inquérito do golpe enviarem suas defesas prévias ao Supremo Tribunal Federal (STF). A defesa prévia é o conjunto de argumentos apresentado pelos acusados antes da instauração formal do processo. Serve justamente para tentar convencer os ministros a rejeitar a denúncia e, com isso, encerrar o caso sem a deflagração de uma ação penal.

O prazo de 15 dias começou a contar a partir da notificação dos advogados, determinada pelo ministro Alexandre de Moraes no dia 19 de fevereiro. A Primeira Turma do STF vai analisar as manifestações das defesas para decidir se há elementos suficientes para receber a denúncia da PGR. Pelas regras internas do Supremo, as duas turmas da Corte são responsáveis pelos julgamentos de casos criminais.

As defesas montaram forças-tarefa para analisar os autos e preparar sua argumentação. O Estadão apurou que os criminalistas Paulo Amador da Cunha Bueno e Celso Vilardi, que representam o ex-presidente Jair Bolsonaro, vão apresentar questões preliminares de ordem processual e entregar o rol de testemunhas para serem ouvidas se a denúncia for recebida.

Em entrevista ao Estadão, logo após a denúncia do procurador-geral Paulo Gonet chegar ao STF, os advogados afirmaram que a tese da acusação “não faz qualquer sentido”. Segundo a denúncia, o plano golpista fracassou porque a cúpula do Exército não aderiu. Um dos argumentos da defesa do ex-presidente é o de que, se quisesse dar um golpe, Bolsonaro poderia ter trocado os comandantes das Forças Armadas para obter apoio dos militares.

Prazo
As defesas pediram a suspensão da contagem do prazo alegando que não tiveram acesso a todas as provas da investigação. Os advogados exigem, por exemplo, o espelhamento de todas as mensagens extraídas dos celulares apreendidos no inquérito. Os criminalistas Paulo Amador da Cunha Bueno e Celso Vilardi também defenderam que o prazo deveria ser prorrogado para que as defesas tivessem direito a, no mínimo, o mesmo tempo usado pela PGR para formular a denúncia (83 dias).

Todos os pedidos foram rejeitados por Alexandre de Moraes. O ministro alegou que “o amplo e integral acesso aos elementos de prova já documentados nos autos está plenamente garantido à defesa dos denunciados”. Também apontou que os advogados “sempre tiveram total acesso aos autos, inclusive retirando cópias e com ciência dos despachos proferidos”.  Alexandre de Moraes levantou o sigilo dos autos depois de receber a denúncia. São 18 volumes de documentos que somam mais de 3 mil páginas.

A delação do tenente-coronel Mauro Cid também foi tornada pública. O STF deu publicidade aos anexos do termo de colaboração premiada, tanto em vídeo como por escrito.  Moraes ainda compartilhou com todos os 34 denunciados provas de investigações sigilosas que têm relação com a denúncia. São investigações que envolvem o aparelhamento da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), o uso da Polícia Rodoviária Federal para influenciar as eleições de 2022 e os atos do 8 de Janeiro.

Crimes atribuídos a Bolsonaro e seus aliados: tentativa de abolição violenta do estado democrático de direito (pena de 4 a 8 anos); golpe de estado (pena de 4 a 12 anos); organização criminosa armada (pena de 3 a 8 anos que pode ser aumentada para 17 anos com agravantes citados na denúncia); dano qualificado pela violência e grave ameaça, contra o patrimônio da União, e com considerável prejuízo para a vítima (pena de 6 meses a 3 anos); deterioração de patrimônio tombado (pena de 1 a 3 anos).

Estadão

Moraes nega novo pedido da defesa de Bolsonaro

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou, na quinta-feira (27), o novo requerimento em que a defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro afirma não ter tido acesso a todas as provas produzidas na investigação sobre a tentativa de golpe de Estado, entre elas as mídias com as conversas entre o general da reserva Mário Fernandes e o tenente-coronel e o ex-ajudante de ordens da Presidência da República Mauro Cid, que fez acordo de colaboração premiada.

Moraes reafirmou que a defesa de Bolsonaro teve acesso amplo e integral a todas as provas documentadas nos autos do processo em que a Procuradoria-Geral da República (PGR) o acusa de crimes como tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado e organização criminosa armada.

De acordo com o ministro Alexandre de Moraes, todos os elementos de provas mencionadas pela defesa constam nos autos da Petição 12100 (em que foi apresentada a denúncia) e em procedimentos correlatos, e foram disponibilizadas aos advogados. O ministro frisou que se trata das mesmas provas analisadas pela PGR. Ainda segundo o magistrado, a Secretaria Judiciária do STF disponibilizou todas as mídias relacionadas à investigação, inclusive constando nos autos a certificação do recebimento por uma das advogadas do ex-presidente, além de relatórios e laudos periciais.

Negação de outro pedido

Na semana passada, Moraes negou pedido dos advogados de Bolsonaro para aumentar o prazo de 15 dias dado para a defesa prévia dos acusados e eventuais contestações à denúncia oferecida pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Com isso, o prazo final segue sendo o dia 6 de março. O prazo é fixado pela Lei 8.038/1990, que rege o trâmite de processos penais no STF. Os advogados do ex-presidente solicitam um prazo de 83 dias para responderem a denúncia, mesmo tempo que a PGR teve para analisar o relatório da Polícia Federal sobre o caso.

Correio Braziliense

Troca de ministro e anulação de caso: Bolsonaro sofre derrotas no STF ao tentar barrar investigações

A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro ( PL) tem acumulado derrotas no Supremo Tribunal Federal ( STF) em suas tentativas de rever as investigações em andamento contra ele, mesmo antes da apresentação de uma eventual denúncia pela Procuradoria-Geral da República ( PGR), que deve ocorrer em fevereiro.

Já houve tentativas de retirar o ministro Alexandre de Moraes da relatoria da principal apuração — sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado — e também de anular essa e outras duas investigações, sobre as suspeitas de fraude em cartões de vacina e de desvio de joias do acervo da Presidência. Bolsonaro foi indiciado pela Polícia Federal (PF) nesses três casos, mas nega ter cometido crimes.

Essa estratégia envolve diversos instrumentos jurídicos. Enfrentando dificuldades com Moraes e na Primeira Turma do STF, os advogados do ex-presidente têm apostado em outros tipos de ação, que têm distribuição livre entre todos os ministros e que, em caso de recurso, são analisadas pelo plenário.

Com isso, já foram protocoladas três arguições de descumprimento de preceito fundamental (ADPF), apresentadas em nome do PP, e um mandado de segurança. Além disso, foram peticionadas duas arguições de impedimento (Aimp) pedindo a retirada de Moraes. Desses cinco pedidos, três já foram negados, e os outros dois têm baixa chance de serem aceitos. A equipe de defesa de Bolsonaro foi procurada para comentar o cenário, mas não respondeu.

A negativa mais recente veio no domingo passado, quando a ministra Cármen Lúcia rejeitou um mandado de segurança que pedia a anulação da investigação sobre a fraude em cartão de vacina. Foi essa apuração que levou à prisão do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, que fechou acordo de delação premiada, e também à apreensão do celular do ex-presidente.

Uma possível invalidação dessa investigação poderia causar um “efeito cascata”, já que esse caso deu origem às outras duas apurações envolvendo Bolsonaro, a partir de mensagens e documentos encontrados no celular de Cid e de outros investigados.

Uma outra tentativa de anular essa investigação já havia ocorrido em uma das ADPFs apresentadas no ano passado. Essas ações foram protocoladas formalmente pelo PP, mas foram assinadas pela equipe de defesa de Bolsonaro, e ele seria o principal beneficiário de uma decisão favorável. Uma ADPF só pode ser apresentada por uma lista de autoridades e entidades, incluindo partidos. Por isso, os advogados não poderiam ter tomado a iniciativa diretamente.

As três ações foram apresentadas no ano passado, em um intervalo de dois meses, questionando atos de Moraes nas três principais investigações contra Bolsonaro.

O processo sobre a investigação das joias foi negado por Cármen Lúcia e já arquivado. O pedido envolvendo a apuração do cartão de vacina foi rejeitado por Dias Toffoli, mas há um recurso pendente, que será analisado no plenário virtual. A terceira ação, sobre a suposta trama golpista, ainda não foi analisada por Luiz Fux.

Ofensiva contra Moraes
A primeira tentativa de retirar Moraes da investigação sobre a suposta tentativa de golpe ocorreu em fevereiro do ano passado, logo após a primeira operação da PF sobre o caso. O pedido foi negado, dias depois, pelo presidente do STF, Luís Roberto Barroso, a quem cabe analisar esse tipo de solicitação.

Os advogados de Bolsonaro recorreram, contudo, e o caso foi analisado pelo plenário em dezembro. Apenas o ministro André Mendonça, indicado pelo ex-presidente, votou para rever a decisão de Barroso e retirar Moraes o caso.

Um novo pedido de impedimento foi apresentado no início de dezembro, após uma nova operação da PF e o indiciamento de Bolsonaro e outras 39 pessoas. Essa ação ainda não foi analisada. Além dos pedidos mais amplos, já houve outras solicitações rejeitadas dentro das próprias investigações, em alguns casos apenas por Moraes e em outros por toda a Primeira Turma. Essas rejeições incluem pedidos para ter acesso à delação de Mauro Cid, tentativas de reaver o passaporte de Bolsonaro e autorização para retomar o contato com outros investigados.

Agência O Globo

Defesa de Bolsonaro diz que mostrará convite para posse de Trump após exigência do STF

O advogado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Fabio Wajngarten, disse que cumprirá a exigência do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e apresentará o convite oficial para a posse do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump. Bolsonaro pediu ao Supremo a liberação do passaporte para viajar aos Estados Unidos. O documento foi apreendido em fevereiro do ano passado após Bolsonaro ser alvo de operação da Polícia Federal (PF) que investiga suposta tentativa de golpe de Estado.

“Posso garantir que o presidente Jair Bolsonaro foi convidado para a cerimônia mais seleta, com os mais próximos do presidente Donald Trump”, disse Wajngarten na rede social X (antigo Twitter). “O convite é extensivo à um acompanhante que naturalmente será a Primeira Dama. A defesa do presidente Bolsonaro fornecerá e cumprirá as exigências do Ministro Alexandre, juntando aos autos toda a competente documentação”.

No último sábado, 11, Moraes mandou o ex-chefe do Executivo mostrar o “convite oficial” que recebeu para a posse de Donald Trump. Moraes apontou que Bolsonaro apresentou, como convite que recebeu de Trump, um e-mail enviado para o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) por um endereço não identificado. De acordo com Wajngarten, “toda a construção das relações exteriores é mérito absoluto” do filho do ex-presidente.

EStadão Conteúdo

Bolsonaro reage e volta a dizer que reforma de R$ 900 mil em Angra não precisava de alvará

Jair Bolsonaro (PL) se manifestou em suas redes sociais acerca de matéria publicada no Globo deste sábado (7) sobre o fato de que a reforma de sua casa de praia em Angra dos Reis, no valor de R$ 900 mil, não ter tido alvará.

Em vídeo compartilhado no X, em que fala diretamente do aeroporto de Passo Fundo (RS), o ex-presidente afirmou: “Dizem que eu não requeri licença. Mas de acordo com o que dispõe o Código de Obras do Município de Angra dos Reis, é dispensável (o pedido de licença). Não foi aumentado ou diminuído um metro sequer nessa obra.”

No post, Bolsonaro cita como defesa o artigo segundo do Código de Obras do município, embora seja justamente este o ordenamento que fala na exigência de licenciamento para obras e reformas.

“Qualquer obra de construção, acréscimo, reconstrução e reforma que envolva quaisquer edificações, estruturas costeiras, movimentações de terra, muro de contenção e muro frontal somente poderá ser executada após a aprovação de projeto e concessão de licença pela Prefeitura Municipal”, destaca o texto legal.

O contrato da reforma, encontrado pela Polícia Federal (PF) junto a documentos de Bolsonaro em uma busca e apreensão na sede do PL em Brasília — que também encontrou a “minuta do golpe” —, não traz detalhes sobre quais seriam as melhorias executadas no imóvel.

No entanto, vídeo divulgado pelo ex-presidente e por apoiadores apontam que, além da pintura de toda a edificação, as janelas de madeira foram substituídas por blindex, os pisos e portões foram trocados, parte de um dos muros foi refeita e uma nova área de churrasqueira foi construída.  Ao Globo, a prefeitura de Angra informou que “não há nenhum pedido de licença” para reforma do imóvel junto ao “Instituto Municipal do Ambiente, órgão responsável pela emissão desse tipo de alvará”.

Apesar de questionar a matéria original, Bolsonaro se silenciou acerca da informação de que teria usado uma firma de cunhado de aliado do PL na reforma.

O contrato de R$ 900 mil achado pela PF tem como beneficiária a empresa Insight Engenharia Integrada, CNPJ que tem como único sócio Rafael Nóbrega de Sousa, de 34 anos. Ele é irmão de Tainá Nóbrega, esposa do empreiteiro Renato Araújo, candidato à prefeitura de Angra pelo PL na última eleição e tido pela classe política do Rio como um importante representante dos interesses do bolsonarismo na região. Araújo ficou na segunda colocação no pleito eleitoral, mesmo recebendo a visita de Bolsonaro em Angra na semana da votação.

Ainda no vídeo publicado em suas redes sociais, que também foi compartilhado pelo filho, Carlos Bolsonaro, o ex-presidente afirma que a casa foi mobilhada com móveis adquiridos nas Casas Bahia, questiona o vazamento dos documentos por parte da Polícia Federal e volta a atacar a imprensa, se colocando a disposição para participar de uma sabatina sobre assuntos diversos como golpe, vacina e joias.

Reduto da família
Localizada na vila histórica de Mambucaba, distrito de Angra dos Reis, na Costa Verde do Rio, a casa tem vista para a praia e é frequentada por Bolsonaro e os filhos de forma recorrente. No início do ano, a família estava lá quando a PF cumpriu mandados de busca e apreensão no âmbito da investigação sobre a “Abin paralela”.

O imóvel estava declarado até o ano passado por Bolsonaro com valor de R$ 98,5 mil, o mesmo pago pelo então deputado federal pela casa em 1997. Consultada pelo GLOBO, uma corretora que atua na região estimou que a casa esteja avaliada hoje em cerca de R$ 2,5 milhões, devido à localização e ao tamanho.

Agência O Globo

Bolsonaro admite ter discutido estado de sítio com chefes da FA

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) admitiu ter discutido com comandantes das Forças Armadas hipóteses de intervenções federais “dentro das quatro linhas” da constituição.“Se você ler o inquérito, em nenhum momento [Freire Gomes, comandante do Exército] fala em golpe. Quem fala em golpe é a Polícia Federal. O que o comandante do Exército disse é o seguinte, foram conversar hipóteses sobre sítio, defesa e GLO”, afirmou Bolsonaro em entrevista à Rádio Gaúcha, na sexta-feira (6).

“Nas quatro linha está o estado de sítio, está [o estado de] defesa, está a GLO, está a intervenção federal”, disse na entrevista. “Foi conversado sobre possibilidades dentro das quatro linhas”, complementou.

Na entrevista, Bolsonaro criticou o ministro Alexandre de Moraes e repetiu críticas à presidência dele no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e no Supremo Tribunal Federal (STF). O ex-presidente também negou ciência sobre qualquer plano para matar autoridades.

As investigações apontam que Bolsonaro apresentou, pessoalmente, uma minuta de decreto golpista aos comandantes do Exército e da Aeronáutica, além do Ministro da Defesa, em 7 de dezembro de 2022, no Palácio da Alvorada. Em um relatório da Polícia Federal, Bolsonaro e outras 36 pessoas foram indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa.

A Tarde

Sem passaporte, Bolsonaro diz que irá à posse de Donald Trump

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), atualmente com o passaporte retido e proibido de deixar o Brasil, afirmou que pretende comparecer à posse do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, prevista para janeiro do próximo ano.

A declaração foi feita durante uma transmissão ao vivo nas redes sociais de Gilson Machado, ex-ministro do Turismo de seu governo, nesse sábado (23). Bolsonaro foi indiciado pela Polícia Federal (PF) na última semana no inquérito que apura a tentativa de golpe de Estado. Mesmo assim, ironizou a situação durante a live, ao responder uma “brincadeira” sobre sua barba estar crescendo.

“Estão dizendo que vão abrir um inquérito contra o senhor agora porque a sua barba está grande”, provocou o ex-ministro, lendo comentários de internautas. “É possível… É possível… Eu estou querendo me disfarçar para andar pelo Brasil aí. Mas na posse do Trump eu tiro a barba, pode deixar”, ironizou Bolsonaro.

Diário de Pernambuco

Bolsonaro é hostilizado em São Paulo: ‘Ladrão’

Durante uma carreata esta semana em apoio à candidatura de Rosana Valle (PL) à Prefeitura de Santos, no litoral paulista, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) enfrentou hostilidades de um grupo de moradores. Acompanhado da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) e do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL), o ex-presidente ouviu ofensas como “ladrão” e provocações do tipo “sobe a favela”.

Imagens divulgadas na internet mostram a comitiva do ex-presidente Jair Bolsonaro em uma picape. Enquanto as ofensas eram proferidas, Michelle Bolsonaro respondeu com gestos de “coração”, feitos com as mãos, e enviou “beijos” aos manifestantes.

Estado de Minas

Bolsonaro pede anistia para presos do 8 de janeiro nas redes sociais

O ex-presidente Jair Bolsonaro fez coro nas redes sociais neste domingo (13), para pedir a concessão de anistia para os bolsonaristas presos no atentado antidemocrático à Praça dos Três Poderes, em 8 de janeiro de 2023.

Em vídeo publicado na rede social X, uma mulher relata que o marido deixou o país para não ser preso por envolvimento nos atos ocorridos no início de 2023.

“Há poucos dias estive com essas 6 crianças em Ji-Paraná/RO, assim como me encontrei com tantas outras, nas mesmas condições em minhas viagens pelo Brasil. São órfãos de pais vivos. Quem não se emociona ou chora com tanta maldade praticada por quem deveria fazer justiça, não passa de um covarde, omisso, ‘direcionado coincidentemente’ ou líder de p… nenhuma”, escreveu Bolsonaro.

A Tarde

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