Israel propõe novo plano de cessar-fogo com Hamas em Gaza, anuncia Biden

O presidente de Estados Unidos, Joe Biden, revelou nesta sexta-feira (31) que Israel propôs um novo plano para um cessar-fogo com o Hamas na Faixa de Gaza, e exortou o movimento islamista palestino a aceitá-lo para acabar com quase oito meses de guerra.

“Israel ofereceu uma proposta nova e abrangente. São diretrizes para um cessar-fogo duradouro e a libertação de todos os reféns”, declarou o democrata de 81 anos. Suas declarações acontecem horas depois de as tropas israelenses chegarem ao centro de Rafah, intensificando sua guerra contra o Hamas apesar dos apelos internacionais para deter a ofensiva terrestre nessa cidade do sul de Gaza.

Segundo Biden, o plano de três fases proposto por Israel começaria com uma trégua que incluiria a retirada das tropas israelenses das áreas povoadas de Gaza por seis semanas e a troca de alguns reféns mantidos pelo Hamas por presos palestinos.

O cessar-fogo temporário poderia se tornar “permanente” se o Hamas “respeitar seus compromissos”, detalhou o presidente americano. A fase seguinte, explicou, incluiria a libertação de todos os reféns. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, reiterou, contudo, que a guerra só vai terminar com a “eliminação” política e militar do Hamas, que governa Gaza desde 2007.

O conflito eclodiu em 7 de outubro de 2023, quando comandos islamistas mataram 1.189 pessoas, a maioria civis, no sul de Israel, segundo um balanço da AFP baseado em informações oficiais israelenses. Os islamistas também sequestraram 252 pessoas. Israel afirma que 121 seguem como reféns em Gaza, das quais 37 teriam morrido.

Em resposta ao ataque do Hamas, Israel prometeu “aniquilar” o movimento e lançou uma ofensiva aérea e terrestre que já provocou 36.284 mortes em Gaza, segundo o Ministério de Saúde do território palestino.

“Está na hora desta guerra acabar, de que comece o dia seguinte”, ressaltou Biden na Casa Branca. “Não podemos deixar passar este momento”, acrescentou. O novo plano proposto por Israel vem à tona após fracassos reiterados para pôr fim à guerra. O grupo islamista, considerado uma organização “terrorista” por Israel, Estados Unidos e União Europeia, insiste em que qualquer cessar-fogo deve ser permanente.

Seu líder político, Ismail Haniyeh, reiterou nesta sexta-feira que as principais demandas de sua organização – que incluem o cessar-fogo permanente e a retirada total de Israel – “são inegociáveis”. Em várias partes do sul de Gaza, a vida se tornou “apocalíptica” desde o início da ofensiva terrestre israelense contra Rafah no início de maio, alertou o Programa Mundial de Alimentos da ONU.

O Exército israelense anunciou hoje que seus “comandos estão operando no centro” da localidade, onde “destruíram um depósito de armas” do Hamas. Também reportou a morte de dois soldados em Gaza, o que eleva para 292 o número de militares mortos desde o início da ofensiva terrestre no fim de outubro.

Antes de a operação israelense iniciar em Rafah, a ONU estimou que 1,4 milhão de pessoas buscavam refúgio na cidade. Desde então, um milhão já teria fugido do local, segundo a Agência da ONU para os Refugiados Palestinos (UNRWA). Testemunhas relataram bombardeios israelenses nas imediações de Rafah e em Nuseirat, no centro do território palestino.

Crise humanitária

A operação terrestre em Rafah permitiu que Israel tomasse o controle do corredor Filadélfia, uma faixa de 14 quilômetros ao longo da fronteira entre Gaza e Egito. O porta-voz do Exército israelense, Daniel Hagari, acusou o Hamas de usar esse corredor para transportar armas para a Faixa de Gaza através de túneis. O presidente egípcio, Abdel Fattah al Sissi, negou a existência destes túneis e acusou Israel de procurar justificativas para sua ofensiva em Rafah.

Egito e Israel culpam-se mutuamente pelo bloqueio da passagem fronteiriça de Rafah, crucial para a entrada de ajuda humanitária em Gaza e fechada desde que o Exército assumiu o controle do lado palestino no início de maio. A ONU alerta frequentemente para o risco de fome em Gaza, que está sob cerco israelense quase desde o início do conflito, em outubro.

O Escritório das Nações Unidas de Coordenação dos Assuntos Humanitários (OCHA, sigla em inglês) afirmou que “a ajuda que entra [em Gaza] não chega à população”. O chefe da UNRWA, Philippe Lazzarini, conclamou Israel a “cessar sua campanha” contra a agência, em um artigo publicado no New York Times.

Israel acusou os funcionários da UNRWA de envolvimento no ataque do Hamas em 7 de outubro, o que levou vários países a interromper o financiamento. Na frente diplomática, o Parlamento de Eslovênia, país-membro da UE e da Otan, votará na terça-feira uma moção para reconhecer o Estado palestino, depois que Espanha, Irlanda e Noruega o fizeram.

Ademais, nos Estados Unidos, os líderes dos democratas e republicanos no Congresso convidaram Netanyahu para pronunciar um discurso dentro de algumas semanas aos legisladores.

AFP

Zelensky diz que Lula priorizou aliança com agressor

Durante um encontro com jornalistas latino-americanos em Kiev, na Ucrânia, o presidente do país, Volodymyr Zelensky, voltou a mostrar uma posição crítica sobre a relação entre Rússia e Brasil. E questiona os posicionamentos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva diante da gestão de Vladimir Putin.

“Como se pode priorizar a aliança com um agressor?”, perguntou, retoricamente.O ucraniano segue tentando apoio internacional diante da invasão russa ao país. E sabe que ter o Brasil a seu lado teria um peso enorme.

Diário de Pernambuco

Papa pede negociação para acabar com guerra na Ucrânia

O papa Francisco instou das partes em conflito na Ucrânia a negociar “antes que as coisas piorem”, em uma entrevista divulgada neste sábado (9) pela televisão suíça. “Acredito que são mais fortes aqueles que veem a situação, que pensam no povo, que têm a coragem de levantar a bandeira branca e negociar”, declarou o papa durante uma entrevista à rádio televisão suíça RTS, realizada no início de fevereiro.

“A palavra negociar é uma palavra corajosa. Quando você vê que está derrotado, que as coisas não vão bem, precisa ter a coragem de negociar”, acrescentou. “Dá vergonha, mas com quantas mortes isso vai terminar?”, continuou o jesuíta argentino, de 87 anos. “Hoje, por exemplo, na guerra da Ucrânia, há muitos que querem atuar como mediadores. A Turquia se ofereceu para isso. E outros. Não tenham vergonha de negociar antes que as coisas piorem”, instou.

O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, afirmou na sexta-feira que seu país estava disposto a sediar conversas de paz entre Kiev e Moscou, após uma reunião com seu contraparte ucraniano, Volodimir Zelensky, em Istambul. Nas primeiras semanas da guerra, que começou com a invasão russa da Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022, a Turquia havia sediado negociações de paz entre os dois países, mas elas fracassaram.

Os jornalistas também perguntaram sobre a guerra entre Israel e o movimento islamista Hamas na Faixa de Gaza. “A guerra é feita por dois, não por um. Os irresponsáveis são esses dois que fazem a guerra”, respondeu.

AFP

Fome extrema em Gaza ainda pode ser evitada, segundo a ONU

Ainda é possível “evitar” a fome extrema em Gaza se Israel deixar que as agências humanitárias enviem mais ajuda para o território, defendeu, neste domingo (25), o chefe da agência da ONU para os refugiados palestinos, a UNRWA, Philippe Lazzarini. Segundo a ONU, 2,2 milhões de pessoas, ou seja, a imensa maioria da população de Gaza, é ameaçada pela fome extrema na Faixa, um território palestino assediado por Israel.

Essa grave escassez poderia provocar uma “explosão” de mortalidade infantil no norte do território, onde uma em cada seis crianças menores de dois anos sofre de desnutrição aguda. “É uma catástrofe provocada pelo homem […] O mundo se comprometeu a não permitir a fome nunca mais”, escreveu Lazzarini na plataforma X. Segundo ele, “a fome extrema ainda pode ser evitada se houver a verdadeira vontade política de permitir o acesso e a proteção a uma ajuda significativa”.

Nos últimos dias, palestinos residentes em Gaza disseram à AFP que se viram obrigados a comer folhas e forragem e, inclusive, a matar animais de tração para se alimentar. Antes da guerra, entravam em Gaza cerca de 500 caminhões diários com alimentos. Mas, desde 7 de outubro, quando começou a guerra entre Israel e o Hamas devido ao ataque de milicianos deste movimento islamista palestino em solo israelense, esse número raramente passa dos 200, apesar da necessidade angustiante dos habitantes da Faixa.

A situação é muito alarmante no norte, vítima do “caos e da violência”, segundo o Programa Mundial de Alimentos (PMA), que suspendeu na terça-feira a distribuição da ajuda no território, por causa dos combates e porque o povo, faminto, se lançava sobre os caminhões para saqueá-los.

AFP

Israel: polícia entra em confronto com manifestantes que pedem eleições antecipadas

A polícia israelense entrou em confronto com manifestantes que pediam por eleições antecipadas e pela libertação dos reféns capturados em outubro, aumentando a pressão sobre o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.

Foram utilizados cassetetes e canhões de água para dispersar os protestos que, segundo a polícia, bloqueavam uma rua principal em Tel Aviv. Pelo menos 21 pessoas foram presas ou levadas para interrogatório, mas todos foram libertados na manhã de domingo, segundo organizadores.

O governo, uma coalizão frágil construída em torno da aliança de Netanyahu com partidos de extrema-direita e ultraortodoxos, ainda tem cerca de três anos no poder antes de ser obrigado a convocar uma eleição.

Mandato
Analistas políticos estão divididos sobre se o governo pode resistir à pressão para convocar uma votação antecipada, mas Netanyahu disse que falar de eleições enquanto Israel ainda está lutando contra o Hamas prejudica a guerra, e que espera cumprir seu mandato completo.

Antes do ataque do Hamas, que matou cerca de 1,2 mil pessoas e provocou a invasão de Gaza pelos israelenses, Israel tinha sido consumido por um longo período de turbulência.

Por meses, centenas de milhares de manifestantes foram às ruas em todo o país para protestar contra o plano de Netanyahu de reformar o sistema judicial, temendo que isso minasse o caráter democrático do país ao diluir um dos poucos controles sobre o poder do governo. Esses protestos em massa desapareceram após

Estadão

Ucrânia: guerra completa 2 anos com fracasso de sanções contra Rússia

A invasão da Ucrânia pela Rússia completou 2 anos neste sábado (24) com o fracasso, ao menos até o momento, da estratégia dos Estados Unidos e aliados de, por meio de sanções econômicas, forçar a Rússia a retirar as tropas do campo de batalha. Para especialistas ouvidos pela Agência Brasil, a situação da Rússia hoje é mais confortável do que a da Ucrânia na guerra.

Após retrair 1,2% em 2022, no primeiro ano da guerra, a economia russa cresceu 3,6% em 2023, mostrando que o conflito e as sanções ainda não tiveram os efeitos esperados pelos adversários de Moscou. No terceiro trimestre de 2023, a economia russa registrou crescimento de 5,5%.

Para o Fundo Monetário Internacional (FMI), esse é um crescimento frágil porque é sustentado pelos gastos militares impulsionados por recursos do Estado, segundo noticiou a Reuters. De toda forma, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, redobrou a aposta e anunciou, na véspera do aniversário do conflito, mais 500 sanções econômicas contra o gigante euroasiático.

O professor de Relações Internacionais da Universidade Federal do ABC (UFABC) Gilberto Maringoni destacou que a expectativa do Ocidente, no começo da guerra, era a de vencer o conflito por meio do isolamento econômico e político de Moscou.

“Esperava-se que a Rússia logo entraria em recessão e não teria condições de financiar uma guerra muito prolongada, e que as sanções econômicas, especialmente as contra a exportação de petróleo e gás, junto com a retirada da Rússia do sistema de pagamentos internacional, iriam isolar o país e ele seria estrangulado econômica e financeiramente. Isso não só não aconteceu, como a Rússia teve um crescimento surpreendente”, afirmou.

O professor, que também é coordenador do Observatório de Política Externa e Inserção Internacional do Brasil, acrescentou que a Rússia conseguiu contornar o bloqueio econômico se aproximando do mercado asiático, especialmente o chinês. “Se dá uma inédita aliança entre a Rússia e a China, que foi sacramentada num acordo feito entre o presidente [da China] Xi Jinping e o presidente [da Rússia] Vladimir Putin, dia 4 de fevereiro de 2022, ou seja, 18 dias antes do início da guerra”, explicou Maringoni.

Sanções
O professor de Relações Internacionais do Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP) Robson Valez destacou também que as sanções não foram capazes de deter o objetivo de Vladimir Putin de anexar as províncias do leste da Ucrânia.

“As sanções econômicas são uma arma muito utilizada pelos Estados Unidos e pela União Europeia. Temos o exemplo das sanções contra Cuba, desde a década de 60, sanções econômicas contra Venezuela, sanções econômicas contra o Irã. E em nenhum desses países a gente viu uma mudança de regime, uma mudança do poder Executivo por conta dessas sanções”, avalia. Valdez acrescentou que as pesquisas sobre sanções econômicas têm mostrado, ao contrário, que “são pouco efetivas e acabam sendo instrumentalizadas por esses líderes para colocar a população local contra os países que apoiam esse tipo de sanção”.

Outra consequência das sanções e da guerra, para o especialista, foi a maior união dos principais adversários de Washington, China, Rússia e o Irã. “Os principais adversários dos Estados Unidos no campo internacional acabaram se beneficiando desse contexto de conflito na Ucrânia”, acrescentou.

Favoritismo
A situação da Rússia hoje na guerra está mais favorável do que a da Ucrânia e de seus aliados, na avaliação do professor Robson Valdez, que também é pesquisador do Núcleo de Estudos Latino-americanos da Universidade de Brasília (UnB). “As evidências apontam, passado esses 2 anos, que os custos políticos e econômicos dessa guerra têm sido mais desfavoráveis à Ucrânia e seus aliados do que a Putin e a economia russa”, disse.

Por isso, o professor acredita que será difícil para a Ucrânia evitar, com o fim da guerra, a perda de territórios. “Não vejo um cenário possível de negociação de paz, encerramento do conflito, sem perda territorial e sem algum tipo de desmilitarização por parte da Ucrânia”, acredita.

Posição semelhante tem o professor da UFABC Gilberto Maringoni, para quem a Rússia está vencendo a guerra. O especialista lembra que as eleições na Europa e nos Estados Unidos podem reduzir ainda mais o apoio militar e financeiro ao governo da Ucrânia. “A guerra tornou-se um mau negócio, e impopular [na Europa e Estados Unidos]. E isso é que pode ser fatal para a Ucrânia, para a economia ucraniana”, explicou Maringoni, lembrando que a indústria alemã tem sofrido bastante com o aumento do custo da energia, que é resultado também da guerra e das sanções contra a Rússia.

Nos Estados Unidos, uma ajuda financeira bilionária para a Ucrânia está parada no Congresso por oposição da maioria republicana. “Se a guerra realmente for um fator decisivo na campanha eleitoral [dos Estados Unidos], ela pode causar dificuldades para a reeleição de Joe Biden”, comentou.

Agência Brasil

Netanyahu reage a fala de Lula sobre holocausto e convoca embaixador

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, respondeu neste domingo (18) às declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com críticas às operações israelenses na Faixa de Gaza e ao corte de ajuda humanitária a habitantes da região.

Netanyahu disse que a fala feita por Lula equivale a “cruzar uma linha vermelha”, referindo-se a trecho da declaração de Lula, feita durante viagem oficial à Etiópia.

Em entrevista coletiva, o presidente brasileiro classificou as mortes de civis em Gaza de “genocídio”, criticou países desenvolvidos por reduzirem ou cortarem a ajuda humanitária na região e disse que “o que está acontecendo na Faixa de Gaza com o povo palestino não existiu em nenhum momento histórico. Aliás, existiu quando Hitler resolveu matar os judeus.”

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Ataques israelenses matam mais de 30 na Faixa de Gaza e número de vítimas da guerra se aproxima de 24 mil

Mais de 30 palestinos, incluindo crianças, foram mortos em dois ataques aéreos israelenses na noite de sexta-feira (12) para sábado (13), na Faixa de Gaza, disseram autoridades. Um vídeo fornecido pelo departamento de Defesa Civil de Gaza mostrou equipes de resgate vasculhando os escombros retorcidos de uma casa na Cidade de Gaza com lanternas na manhã de sábado, depois que ela foi atingida por um ataque israelense.

As imagens mostram uma menina enrolada em cobertores com ferimentos no rosto sendo carregada e pelo menos duas outras crianças que pareciam mortas. Um menino, coberto de poeira, estremeceu ao ser colocado em uma ambulância. O ataque à casa no bairro de Daraj matou pelo menos 20 pessoas no total, segundo o porta-voz da Defesa Civil, Mahmoud Bassal.

Outro ataque perto da cidade de Rafah, no Sul do país, na fronteira egípcia, matou pelo menos 13 pessoas, incluindo duas crianças. Os corpos dos mortos, principalmente de uma família deslocada do centro de Gaza, foram levados para o hospital Abu Youssef Al-Najjar da cidade, onde foram vistos por um repórter da Associated Press.

Crianças e mulheres são maioria entre os mortos
O Ministério da Saúde de Gaza, administrado pelo Hamas, disse no sábado que 135 palestinos foram mortos nas últimas 24 horas, elevando o número total de vítimas da guerra para 23.843. A contagem não diferencia entre combatentes e civis, mas o ministério afirmou que cerca de dois terços dos mortos são mulheres e crianças. O ministério disse que o número total de feridos de guerra ultrapassou 60 mil.

Estadão

Israel anuncia retirada parcial de militares na Faixa de Gaza

O Exército de Israel removerá parte de sua força militar da Faixa de Gaza, conforme anunciou nesta segunda-feira (1º/1). Esse é o primeiro grande recuo do país desde o começo da guerra com o grupo extremista Hamas, da Palestina.

Apesar disso, o governo israelense não dá sinais de que irá retirar totalmente seus soldados da região ou concederá um cessar-fogo. No sábado (30/12), o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, previu a duração do confronto armado por “muitos mais meses”. A guerra se iniciou em outubro.

Em coletiva de imprensa, Netanyahu ainda disse se comprometer com a guerra “em todas as frentes” até cumprir todos os objetivos desejados: destruir o Hamas, recuperar os reféns e neutralizar ameaças em Gaza.

Diário de Pernambuco

Guerra esvazia Natal em Belém, cidade onde nasceu Jesus Cristo

“Normalmente está cheio de turistas”, diz Abood Suboh, em sua loja em Belém. Mas, na véspera dos festejos natalinos, os peregrinos desapareceram da cidade natal de Cristo. “A guerra parou tudo”, avalia este comerciante de 30 anos que vende lenços e bolsas, referindo-se aos bombardeios e aos combates entre o Exército israelense e o movimento terrorista Hamas na Faixa de Gaza.

Os bombardeios israelenses deixaram mais de 18.800 mortos no pequeno território controlado pelo Hamas, autor do massacre sem precedentes de 7 de outubro em solo israelense, com um total de 1.140 óbitos. Sem sinais de uma nova trégua nos próximos dias, depois da pausa humanitária de novembro, o Natal se antecipa como dias de luto nesta cidade da Cisjordânia ocupada onde, segundo a tradição cristã, Jesus Cristo nasceu.

A Igreja da Natividade, Patrimônio Mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), normalmente atrai centenas de milhares de turistas todos os anos. Agora, os carros estão estacionados na praça, onde os peregrinos deveriam estar, e os hotéis se encontram vazios. As autoridades religiosas renunciaram ao anúncio de qualquer celebração “inutilmente festiva”, em solidariedade aos palestinos que sofrem em Gaza.

A violência também aumentou na Cisjordânia, com quase 300 palestinos mortos pelas forças israelenses, ou por colonos, desde 7 de outubro, segundo as autoridades palestinas.

“Como em uma prisão”
“Fazemos 80% da nossa renda anual neste período”, diz Jack Giacaman, que trabalha na produção de artigos religiosos de madeira para uma loja de souvenires. A oficina, no fundo da loja, está vazia, e vê-se algumas estatuetas inacabadas. Por que contratar?

“Belém está totalmente fechada por toda parte”, desabafa, ao ser referir aos postos de controle israelenses que restringem o movimento na Cisjordânia. No ano passado, Giacaman teve de contrair um empréstimo para sobreviver após a pandemia da Covid-19. Agora, tem de voltar a fazer as contas. “Fizemos um cálculo de três anos para cobrir as perdas, mas agora não sabemos como terminar o ano”, lamenta ele, diante das ruas vazias do centro histórico dessa cidade, onde cristãos e muçulmanos costumam conviver.

A culpa é da retórica assustadora dos líderes israelenses, afirma Fadi Kattan. Esse chef franco-palestino não suporta o clichê de que “todos os palestinos são perigosos”. “É como se tivesse uma linha invisível que impede os peregrinos de se aventurarem fora dos caminhos marcados”, por causa do que dizem os operadores de turismo israelenses, acrescenta, do terraço de uma casa que já pertenceu ao seu bisavô.

AFP

Menina de 4 anos libertada viu pais serem mortos pelo Hamas, diz família

Uma menina de 4 anos com cidadania americana foi uma das reféns libertadas pelo Hamas, neste domingo, no terceiro dia de trégua com Israel. A criança assistiu à morte dos pais no ataque de 7 de outubro, segundo afirmou a família.

Abigail, que completou 4 anos na última sexta-feira, estava nos braços do pai quando um homem armado do Hamas atirou nele e ele caiu em cima dela, revelou a tia-avó de Abigail, Liz Hirsh Naftali à NBC News, acrescentando que os pais da menina foram mortos em casa no kibutz Kfar Aza.

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Navio de carga de propriedade israelense é sequestrado por rebeldes Houthi do Iêmen no Mar Vermelho

Os rebeldes Houthi do Iêmen teriam assumido o controle de um navio de carga, denominado Galaxy Leader, que seguia da Turquia a caminho da Índia. A embarcação está registrada sob a bandeira das Bahamas.

Um porta-voz das Forças de Defesa de Israel classificou o incidente de sequestro perto do Iêmen, no sul do Mar Vermelho, como “um grave incidente de proporções globais”. Estima-se que há 22 tripulantes a bordo, mas nenhum é israelense. Todos são considerados civis. No entanto, o canal libanês Al Mayadeen informou que havia 52 pessoas a bordo do navio quando ele foi apreendido.

Segundo Daily Mail, o navio está registrado sob uma empresa britânica que é parcialmente propriedade do magnata israelense Abraham Ungar, e atualmente está alugado a uma empresa japonesa. Num comunicado divulgado nas redes sociais, afirmou: “O sequestro de um navio de carga pelos Houthis perto do Iémen, no sul do Mar Vermelho, é um incidente muito grave de consequências globais”.

“O navio partiu da Turquia a caminho da Índia, sendo tripulado por civis de várias nacionalidades, não incluindo israelitas. Não é um navio israelense.” O navio estava sendo alugado para uma companhia de navegação japonesa.

Agência O Globo

OMS pede evacuação de hospital Al Shifa, em Gaza, transformado em ‘zona da morte’

A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou, neste sábado (18), que trabalha em um plano de evacuação do hospital Al Shifa, em Gaza, alvo das incursões do exército israelense, e qualificou o local como “zona da morte”.

“A OMS e seus parceiros estão desenvolvendo com urgência planos para a evacuação imediata dos pacientes restantes, pessoal e suas famílias”, informou a organização em um comunicado, acrescentando que até este sábado, havia 291 pacientes e 25 cuidadores no hospital.

AFP

Israel culpa Hamas pela retenção de brasileiros em Gaza

A embaixada de Israel em Brasília divulgou uma nota, no último sábado (4), afirmando que o grupo extremista Hamas é o culpado pela retenção dos brasileiros na Faixa de Gaza. Residentes do país naquela região não estão sendo inseridos nas listas de repatriação pela fronteira com o Egito, processo que teve início na última semana.

A nota se dá após o governo brasileiro questionar Israel e o Egito sobre os critérios utilizados na escolha de nacionalidades dos repatriados na missão. No último sábado, uma quinta lista foi publicada, mas nenhum brasileiro deixou o local até então. Ao todo, cerca de 2.700 pessoas já foram resgatadas de Gaza.

Segundo Jamil Chade, do UOL, a embaixada israelense responsabiliza os terroristas baseados em Gaza pela demora na liberação do grupo do Brasil, mas não explica o privilégio concedido a países aliados. O texto, segundo a reportagem, diz que os argumentos usados pelo Itamaraty e pelo Palácio do Planalto, de que há resistência em incluir os brasileiros nas listas de repatriação, são “mera alegação”.

A embaixada também utiliza a nota para reiterar os ataques sofridos em território israelense: “o Hamas é uma organização terrorista que sequestra, massacra, estupra e tortura centenas de pessoas de muitas nacionalidades…”. “O Hamas está atrasando a saída de estrangeiros da Faixa de Gaza e os utiliza de maneira desumana para se apresentarem como vítimas”, diz a nota.

Por fim, a embaixada afirma que Israel “está fazendo absolutamente tudo que pode e está ao seu alcance para que todos os estrangeiros deixem a Faixa de Gaza o mais rapidamente possível”.

JC Online

Gaza: 120 bebês em encubadoras estão em risco por falta de combustível

As vidas de 120 bebês em encubadoras estão em perigo em função do esgotamento de combustíveis para geração de energia em hospitais na Faixa de Gaza, conforme alertou o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), neste domingo (22).

De acordo com a ONU, mais de 1,7 mil crianças morreram desde o início da guerra entre Israel e Hamas. Os hospitais em Gaza enfrentam falta grave de artigos médicos, combustível e água para os milhares de feridos no conflito e pacientes de rotina.

Metrópoles

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