Bombardeio israelense mata 18 pessoas no centro de Gaza neste sábado (17)

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Um ataque israelense no centro da Faixa de Gaza neste sábado (17), matou pelo menos 18 pessoas, todas da mesma família, incluindo menores de idade. O bombardeio ocorre um dia após Estados Unidos, Catar e Egito, os mediadores para um cessar-fogo no enclave, expressarem otimismo por um acordo iminente entre Israel e grupo terrorista Hamas.

O ataque aéreo atingiu uma casa e um depósito adjacente que abrigava pessoas deslocadas na entrada da cidade de Zawaida, de acordo com o Hospital Mártires de Al-Aqsa em Deir al-Balah, para onde as vítimas foram levadas.

Entre os mortos estava Sami Jawad al-Ejlah, um atacadista que coordenava com o exército israelense para levar carne e peixe a Gaza. Os mortos também incluíam suas duas esposas, 11 de seus filhos com idades entre 2 e 22 anos, a avó das crianças e outros três parentes, segundo uma lista fornecida pelo hospital.

“Ele era um homem pacífico”, disse Abu Ahmed, um vizinho que ficou levemente ferido. Mais de 40 civis estavam abrigados na casa e no depósito no momento, disse. Imagens da AP mostraram escavadeiras removendo escombros do depósito gravemente danificado.

Outro deslocamento em massa foi ordenado para partes do centro de Gaza. Em um post no X, o porta-voz do exército israelense, Avichay Adraee, disse que os palestinos em áreas dentro e ao redor do campo de refugiados urbanos de Maghazi deveriam sair. Ele afirmou que as forças israelenses irão operar nessas áreas em resposta ao disparo de foguetes palestinos.

Negociações em andamento

Na sexta-feira (15), uma declaração conjunta dos mediadores afirmou que foi apresentada uma proposta para superar as divergências entre Israel e Hamas, e esperavam trabalhar nos detalhes de como implementar o possível acordo na próxima semana, no Cairo.

Os esforços de mediação visam não apenas garantir a libertação de dezenas de reféns israelenses e interromper os combates que devastaram Gaza, onde trabalhadores humanitários temem um possível surto de poliomielite, mas também acalmar as tensões regionais que ameaçam se transformar em uma guerra mais ampla, caso o Irã e o Hezbollah no ataquem Israel em retaliação pelas recentes mortes de líderes dos grupos terroristas.

Em um sinal de confiança, os mediadores começaram a preparar a implementação da proposta de cessar-fogo, mesmo antes de sua aprovação, disse um oficial americano, que falou sob condição de anonimato em conformidade com as regras da Casa Branca. O oficial disse que uma “célula de implementação” estava sendo estabelecida no Cairo para se concentrar na logística – incluindo a libertação dos reféns, fornecimento de ajuda humanitária para Gaza e garantia de que os termos do acordo sejam cumpridos.

No entanto, o Hamas lançou dúvidas sobre a proximidade de um acordo, dizendo que a última proposta divergia significativamente de uma versão anterior que eles haviam aceitado em princípio. Ambos os lados concordaram em princípio com um plano anunciado em 31 de maio pelo presidente dos EUA, Joe Biden.

O Hamas propôs emendas e Israel sugeriu esclarecimentos, levando cada lado a acusar o outro de tentar bloquear um acordo. O oficial dos EUA disse que a última proposta é a mesma de Biden, com alguns esclarecimentos baseados em negociações em andamento. A forma como está estruturada não representa risco à segurança de Israel, mas a fortalece, acrescentou.

Estadão Conteúdo

OMS pede trégua humanitária em Gaza para vacinação contra pólio

Duas rodadas de campanhas de vacinação contra a poliomielite devem acontecer no fim de agosto e no início de setembro na Faixa de Gaza no intuito de interromper a propagação do vírus na região. Para tanto, a Organização Mundial da Saúde (OMS) fez um apelo nesta sexta-feira (16) por uma trégua humanitária na região.

Em nota, a entidade, junto ao Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), pede que todas as partes envolvidas no conflito em Gaza implementem pausas humanitárias durante um período de pelo menos 7 dias, de forma a permitir a realização das campanhas de vacinação contra a pólio.

“Essas pausas nos combates permitiriam que crianças e famílias chegassem em segurança às unidades de saúde e que agentes comunitários alcançassem crianças que não têm acesso a essas unidades para serem imunizadas contra a poliomielite. Sem as pausas humanitárias, a realização das campanhas não será possível”, apelou a OMS. A expectativa é que, em cada uma das rodadas da campanha, mais de 640 mil crianças com menos de 10 anos de idade possam receber a vacina oral, conhecida popularmente como gotinha.

O poliovírus foi detectado em julho em amostras ambientais colhidas na Faixa de Gaza. Desde então, segundo a OMS, pelo menos três crianças apresentaram quadros suspeitos de paralisia flácida aguda, sintoma comum da pólio. Amostras de sangue foram colhidas e enviadas para análise laboratorial.

“Mais de 1,6 milhão de doses da vacina oral, utilizada para interromper a propagação do vírus, serão entregues na Faixa de Gaza. As entregas das vacinas e dos equipamentos de refrigeração devem passar pelo aeroporto Ben Gurion [em Israel] antes de serem direcionadas à Gaza, no fim de agosto”, informou a entidade.

“É essencial que o transporte das doses e dos equipamentos de refrigeração seja facilitado em todas as etapas dessa jornada, para garantir o recebimento em tempo oportuno, a aprovação e a liberação dos insumos em tempo para que a campanha aconteça”, ressaltou a OMS. Ao todo, 708 equipes com cerca de 2,7 mil profissionais de saúde foram acionadas.

A organização alertou que é preciso alcançar uma cobertura vacinal de pelo menos 95% durante cada rodada da campanha para interromper a propagação da pólio e reduzir o risco do ressurgimento da doença, levando em consideração “sistemas de saúde, água e saneamento gravemente prejudicados na região”.

Dados da entidade mostram que a Faixa de Gaza esteve livre da pólio pelos últimos 25 anos. O ressurgimento da doença, sobre o qual a comunidade humanitária já havia alertado ao longo dos últimos 10 meses, representa outra ameaça para as crianças em Gaza e em países vizinhos. Um cessar-fogo é a única forma de garantir a segurança da saúde pública na região”.

Risco
Ainda de acordo com a OMS, a Faixa de Gaza mantinha boa cobertura vacinal antes da escalada dos conflitos, em outubro do ano passado. De lá para cá, a vacinação de rotina foi fortemente impactada – incluindo a segunda dose da vacina contra a pólio, que caiu de 99% em 2022 para menos de 90% em 2023 e no primeiro trimestre de 2024.

“O risco de disseminação do vírus, dentro da Faixa de Gaza e internacionalmente, permanece alto em razão de lacunas na imunidade das crianças, provocadas por interrupções na vacinação de rotina, dizimação do sistema de saúde, deslocamento constante da população, desnutrição e sistemas de água e saneamento gravemente danificados”, alerta a OMS. “A situação também aumentou o risco de propagação de outras doenças preveníveis ​​por vacinação, como o sarampo, além de casos de diarreia, infecções respiratórias agudas, hepatite A e doenças de pele entre crianças”, disse a OMS.

Agência Brasil

Lula diz que Israel segue sabotando o processo de paz no Oriente Médio

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou neste domingo (14) o governo de Israel por novo ataque à Faixa de Gaza. Em manifestação nas redes sociais, Lula pediu que líderes políticos mundiais não se calem diante do “massacre interminável”.

“O governo de Israel segue sabotando o processo de paz e o cessar-fogo no Oriente Médio. O mais recente bombardeio promovido na Faixa de Gaza vitimando centenas de inocentes é inadmissível. Agora com mais de 90 vítimas fatais e quase 300 feridos em tendas que abrigavam crianças, idosos, mulheres”, lamentou o presidente, se referindo a ataque ocorrido neste sábado em zona de designação humanitária Al-Mawasi, em Khan Younis.

Para Lula, é “estarrecedor” que o povo palestino continue sendo punido coletivamente, até mesmo em zonas humanitárias delimitadas que deveriam ser protegidas.

“Nós, líderes políticos do mundo democrático, não podemos nos calar diante desse massacre interminável. O cessar-fogo e a paz na região precisam ser prioridades na agenda internacional. Todos os nossos esforços devem estar centrados na garantia da libertação dos reféns israelenses e no fim dos ataques à Faixa de Gaza.”

Violações
Em maio deste ano, o presidente Lula removeu de Israel o embaixador Frederico Meyer, que ocupava o principal posto da representação brasileira em Tel Aviv. Meyer foi transferido para o cargo de representante do Brasil na Conferência do Desarmamento, em Genebra, órgão da Organização das Nações Unidas (ONU). Nenhum diplomata foi indicado para ocupar a embaixada em Tel Aviv.

Desde o ano passado, Lula vem criticando as ações de Israel na Faixa de Gaza, que considera um genocídio contra o povo palestino. Para o governo brasileiro, as ações em Gaza violam sistematicamente os direitos humanos.

O governo israelense nega todas as acusações e diz que tem tomado ações para proteger os civis. O conflito na região se acirrou depois do ataque do Hamas a Israel em outubro do ano passado. Após a ação, Israel iniciou bombardeios na Faixa de Gaza que continuam até hoje e já mataram milhares de pessoas.

Agência BRasil

Kremlin adverte que mísseis dos EUA podem transformar capitais europeias em alvos russos

O Kremlin alertou neste sábado (13) que a decisão anunciada esta semana de instalar mísseis americanos de longo alcance na Alemanha poderá transformar as capitais europeias em alvos para a Rússia, repetindo um confronto como o da Guerra Fria.

“A Europa é o alvo dos nossos mísseis, o nosso país é o alvo dos mísseis americanos na Europa. Já vivemos isso. Temos a capacidade de parar estes mísseis, mas as vítimas potenciais são as capitais desses países europeus”, disse o porta-voz da Presidência russa, Dmitri Peskov. Durante a cúpula da Otan, Washington e Berlim anunciaram na quarta-feira que iniciarão a implantação pontual de mísseis americanos de longo alcance na Alemanha em 2026.

No comunicado, os Estados Unidos e a Alemanha mencionaram que este plano inclui a implantação de mísseis SM-6, mísseis Tomahawk e armas hipersônicas em desenvolvimento, o que aumentará o alcance dos projéteis atualmente implantados na Europa. “Manter linhas de comunicação” .

O Kremlin condenou na quinta-feira a decisão, que criticou como um retorno à “Guerra Fria”, uma alusão ao confronto entre a ex-URSS e os Estados Unidos, marcado, entre outras frentes, pela crise dos euromísseis no final dos anos 1960 e 1980, desencadeada pela implantação soviética e depois americana de mísseis com capacidade nuclear na Europa.

Esta crise foi encerrada com a assinatura do histórico tratado sobre Forças Nucleares de Alcance Intermediário (INF) em 1989, assinado pelo então presidente dos EUA Ronald Reagan e pelo líder soviético Mikhail Gorbachev, que limitou o uso de mísseis de médio alcance, tanto convencionais como nucleares.

Este tratado foi enterrado após os Estados Unidos se retiraram dele em 2019, durante o governo do republicano Donald Trump, que acusou Moscou de não cumpri-lo. Depois, a Rússia garantiu que manteria uma moratória sobre a produção deste tipo de mísseis se os Estados Unidos não os posicionassem a uma distância que lhes permitisse chegar ao território russo.

O ministro da Defesa russo, Andrei Belousov, e o chefe do Pentágono, Lloyd Austin, falaram por telefone sobre a redução do risco de uma “possível escalada”, informou Moscou na sexta-feira. O Pentágono destacou “a importância de manter linhas de comunicação” com a Rússia, em meio ao conflito na Ucrânia, apoiada pelas potências ocidentais desde que Moscou lançou uma operação militar em fevereiro de 2022.

As relações entre a Rússia e a Otan enfraqueceram ainda mais desde o início da ofensiva russa em 2022 na Ucrânia, um país apoiado por membros da Aliança Atlântica. Os países ocidentais adotaram fortes sanções econômicas contra a Rússia, que fortaleceu os laços com a China, o grande rival dos Estados Unidos em escala global, e também com a Coreia do NorteAs autoridades europeias também acusam a Rússia de ataques cibernéticos à espionagem, para enfraquecer as empresas do continente.

AFP

Ataque a campo de deslocados deixa ao menos 71 mortos em Gaza, diz Ministério da Saúde

Pelo menos 71 pessoas morreram neste sábado em um ataque israelense ao campo de deslocados de Al Mawasi, no sul da Faixa de Gaza, segundo um novo balanço do Ministério da Saúde do território. A área de Al Mawasi, na costa entre Rafah e Khan Younis, foi declarada “zona humanitária” por Israel, teoricamente segura para os deslocados.

A Agência das Nações Unidas para os Refugiados da Palestina (UNWRA) estima que cerca de 1,5 milhão de pessoas estejam em Al Mawasi, disse um porta-voz à AFP. O bombardeio deste sábado atingiu a parte que fica no setor de Khan Younis.

Em nota, o ministério denunciou um “massacre da ocupação [Israel] contra cidadãos e pessoas deslocadas” e mais de 289 feridos. O Exército israelense declarou que estava analisando esta informação. “Ainda há muitos corpos de mártires espalhados pelas ruas, sob os escombros e ao redor das tendas dos deslocados que não podem ser acessados devido aos intensos bombardeios da ocupação”, disse Mahmud Bassal, porta-voz da Defesa Civil que mencionou um “novo massacre”.

As vítimas foram levadas para vários hospitais da região. O diretor do hospital kuwaitiano em Rafah, Suhaib al Hams, disse que a maioria das vítimas sofreu ferimentos graves, incluindo amputações. Ele descreveu a situação como um “verdadeiro desastre em meio ao colapso do sistema de saúde”, segundo um comunicado.

Na última semana, vários bombardeios atingiram escolas que acolhem deslocados em um período de quatro dias, causando pelo menos 49 mortes, segundo fontes em Gaza, entre elas o Hamas.

Israel alegou que tinha “terroristas” como alvo. O conflito entre o Exército israelense e o Hamas na Faixa de Gaza eclodiu em 7 de outubro, quando comandos islamistas mataram 1.195 pessoas, a maioria civis, e sequestraram 251 no sul de Israel, segundo um balanço da AFP baseado em dados oficiais israelenses.

Em resposta, Israel lançou uma ofensiva que já matou 38.345 pessoas em Gaza, a maioria civis, segundo o Ministério da Saúde do território, governado pelo Hamas desde 2007.

AFP

Israel propõe novo plano de cessar-fogo com Hamas em Gaza, anuncia Biden

O presidente de Estados Unidos, Joe Biden, revelou nesta sexta-feira (31) que Israel propôs um novo plano para um cessar-fogo com o Hamas na Faixa de Gaza, e exortou o movimento islamista palestino a aceitá-lo para acabar com quase oito meses de guerra.

“Israel ofereceu uma proposta nova e abrangente. São diretrizes para um cessar-fogo duradouro e a libertação de todos os reféns”, declarou o democrata de 81 anos. Suas declarações acontecem horas depois de as tropas israelenses chegarem ao centro de Rafah, intensificando sua guerra contra o Hamas apesar dos apelos internacionais para deter a ofensiva terrestre nessa cidade do sul de Gaza.

Segundo Biden, o plano de três fases proposto por Israel começaria com uma trégua que incluiria a retirada das tropas israelenses das áreas povoadas de Gaza por seis semanas e a troca de alguns reféns mantidos pelo Hamas por presos palestinos.

O cessar-fogo temporário poderia se tornar “permanente” se o Hamas “respeitar seus compromissos”, detalhou o presidente americano. A fase seguinte, explicou, incluiria a libertação de todos os reféns. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, reiterou, contudo, que a guerra só vai terminar com a “eliminação” política e militar do Hamas, que governa Gaza desde 2007.

O conflito eclodiu em 7 de outubro de 2023, quando comandos islamistas mataram 1.189 pessoas, a maioria civis, no sul de Israel, segundo um balanço da AFP baseado em informações oficiais israelenses. Os islamistas também sequestraram 252 pessoas. Israel afirma que 121 seguem como reféns em Gaza, das quais 37 teriam morrido.

Em resposta ao ataque do Hamas, Israel prometeu “aniquilar” o movimento e lançou uma ofensiva aérea e terrestre que já provocou 36.284 mortes em Gaza, segundo o Ministério de Saúde do território palestino.

“Está na hora desta guerra acabar, de que comece o dia seguinte”, ressaltou Biden na Casa Branca. “Não podemos deixar passar este momento”, acrescentou. O novo plano proposto por Israel vem à tona após fracassos reiterados para pôr fim à guerra. O grupo islamista, considerado uma organização “terrorista” por Israel, Estados Unidos e União Europeia, insiste em que qualquer cessar-fogo deve ser permanente.

Seu líder político, Ismail Haniyeh, reiterou nesta sexta-feira que as principais demandas de sua organização – que incluem o cessar-fogo permanente e a retirada total de Israel – “são inegociáveis”. Em várias partes do sul de Gaza, a vida se tornou “apocalíptica” desde o início da ofensiva terrestre israelense contra Rafah no início de maio, alertou o Programa Mundial de Alimentos da ONU.

O Exército israelense anunciou hoje que seus “comandos estão operando no centro” da localidade, onde “destruíram um depósito de armas” do Hamas. Também reportou a morte de dois soldados em Gaza, o que eleva para 292 o número de militares mortos desde o início da ofensiva terrestre no fim de outubro.

Antes de a operação israelense iniciar em Rafah, a ONU estimou que 1,4 milhão de pessoas buscavam refúgio na cidade. Desde então, um milhão já teria fugido do local, segundo a Agência da ONU para os Refugiados Palestinos (UNRWA). Testemunhas relataram bombardeios israelenses nas imediações de Rafah e em Nuseirat, no centro do território palestino.

Crise humanitária

A operação terrestre em Rafah permitiu que Israel tomasse o controle do corredor Filadélfia, uma faixa de 14 quilômetros ao longo da fronteira entre Gaza e Egito. O porta-voz do Exército israelense, Daniel Hagari, acusou o Hamas de usar esse corredor para transportar armas para a Faixa de Gaza através de túneis. O presidente egípcio, Abdel Fattah al Sissi, negou a existência destes túneis e acusou Israel de procurar justificativas para sua ofensiva em Rafah.

Egito e Israel culpam-se mutuamente pelo bloqueio da passagem fronteiriça de Rafah, crucial para a entrada de ajuda humanitária em Gaza e fechada desde que o Exército assumiu o controle do lado palestino no início de maio. A ONU alerta frequentemente para o risco de fome em Gaza, que está sob cerco israelense quase desde o início do conflito, em outubro.

O Escritório das Nações Unidas de Coordenação dos Assuntos Humanitários (OCHA, sigla em inglês) afirmou que “a ajuda que entra [em Gaza] não chega à população”. O chefe da UNRWA, Philippe Lazzarini, conclamou Israel a “cessar sua campanha” contra a agência, em um artigo publicado no New York Times.

Israel acusou os funcionários da UNRWA de envolvimento no ataque do Hamas em 7 de outubro, o que levou vários países a interromper o financiamento. Na frente diplomática, o Parlamento de Eslovênia, país-membro da UE e da Otan, votará na terça-feira uma moção para reconhecer o Estado palestino, depois que Espanha, Irlanda e Noruega o fizeram.

Ademais, nos Estados Unidos, os líderes dos democratas e republicanos no Congresso convidaram Netanyahu para pronunciar um discurso dentro de algumas semanas aos legisladores.

AFP

Zelensky diz que Lula priorizou aliança com agressor

Durante um encontro com jornalistas latino-americanos em Kiev, na Ucrânia, o presidente do país, Volodymyr Zelensky, voltou a mostrar uma posição crítica sobre a relação entre Rússia e Brasil. E questiona os posicionamentos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva diante da gestão de Vladimir Putin.

“Como se pode priorizar a aliança com um agressor?”, perguntou, retoricamente.O ucraniano segue tentando apoio internacional diante da invasão russa ao país. E sabe que ter o Brasil a seu lado teria um peso enorme.

Diário de Pernambuco

Papa pede negociação para acabar com guerra na Ucrânia

O papa Francisco instou das partes em conflito na Ucrânia a negociar “antes que as coisas piorem”, em uma entrevista divulgada neste sábado (9) pela televisão suíça. “Acredito que são mais fortes aqueles que veem a situação, que pensam no povo, que têm a coragem de levantar a bandeira branca e negociar”, declarou o papa durante uma entrevista à rádio televisão suíça RTS, realizada no início de fevereiro.

“A palavra negociar é uma palavra corajosa. Quando você vê que está derrotado, que as coisas não vão bem, precisa ter a coragem de negociar”, acrescentou. “Dá vergonha, mas com quantas mortes isso vai terminar?”, continuou o jesuíta argentino, de 87 anos. “Hoje, por exemplo, na guerra da Ucrânia, há muitos que querem atuar como mediadores. A Turquia se ofereceu para isso. E outros. Não tenham vergonha de negociar antes que as coisas piorem”, instou.

O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, afirmou na sexta-feira que seu país estava disposto a sediar conversas de paz entre Kiev e Moscou, após uma reunião com seu contraparte ucraniano, Volodimir Zelensky, em Istambul. Nas primeiras semanas da guerra, que começou com a invasão russa da Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022, a Turquia havia sediado negociações de paz entre os dois países, mas elas fracassaram.

Os jornalistas também perguntaram sobre a guerra entre Israel e o movimento islamista Hamas na Faixa de Gaza. “A guerra é feita por dois, não por um. Os irresponsáveis são esses dois que fazem a guerra”, respondeu.

AFP

Fome extrema em Gaza ainda pode ser evitada, segundo a ONU

Ainda é possível “evitar” a fome extrema em Gaza se Israel deixar que as agências humanitárias enviem mais ajuda para o território, defendeu, neste domingo (25), o chefe da agência da ONU para os refugiados palestinos, a UNRWA, Philippe Lazzarini. Segundo a ONU, 2,2 milhões de pessoas, ou seja, a imensa maioria da população de Gaza, é ameaçada pela fome extrema na Faixa, um território palestino assediado por Israel.

Essa grave escassez poderia provocar uma “explosão” de mortalidade infantil no norte do território, onde uma em cada seis crianças menores de dois anos sofre de desnutrição aguda. “É uma catástrofe provocada pelo homem […] O mundo se comprometeu a não permitir a fome nunca mais”, escreveu Lazzarini na plataforma X. Segundo ele, “a fome extrema ainda pode ser evitada se houver a verdadeira vontade política de permitir o acesso e a proteção a uma ajuda significativa”.

Nos últimos dias, palestinos residentes em Gaza disseram à AFP que se viram obrigados a comer folhas e forragem e, inclusive, a matar animais de tração para se alimentar. Antes da guerra, entravam em Gaza cerca de 500 caminhões diários com alimentos. Mas, desde 7 de outubro, quando começou a guerra entre Israel e o Hamas devido ao ataque de milicianos deste movimento islamista palestino em solo israelense, esse número raramente passa dos 200, apesar da necessidade angustiante dos habitantes da Faixa.

A situação é muito alarmante no norte, vítima do “caos e da violência”, segundo o Programa Mundial de Alimentos (PMA), que suspendeu na terça-feira a distribuição da ajuda no território, por causa dos combates e porque o povo, faminto, se lançava sobre os caminhões para saqueá-los.

AFP

Israel: polícia entra em confronto com manifestantes que pedem eleições antecipadas

A polícia israelense entrou em confronto com manifestantes que pediam por eleições antecipadas e pela libertação dos reféns capturados em outubro, aumentando a pressão sobre o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.

Foram utilizados cassetetes e canhões de água para dispersar os protestos que, segundo a polícia, bloqueavam uma rua principal em Tel Aviv. Pelo menos 21 pessoas foram presas ou levadas para interrogatório, mas todos foram libertados na manhã de domingo, segundo organizadores.

O governo, uma coalizão frágil construída em torno da aliança de Netanyahu com partidos de extrema-direita e ultraortodoxos, ainda tem cerca de três anos no poder antes de ser obrigado a convocar uma eleição.

Mandato
Analistas políticos estão divididos sobre se o governo pode resistir à pressão para convocar uma votação antecipada, mas Netanyahu disse que falar de eleições enquanto Israel ainda está lutando contra o Hamas prejudica a guerra, e que espera cumprir seu mandato completo.

Antes do ataque do Hamas, que matou cerca de 1,2 mil pessoas e provocou a invasão de Gaza pelos israelenses, Israel tinha sido consumido por um longo período de turbulência.

Por meses, centenas de milhares de manifestantes foram às ruas em todo o país para protestar contra o plano de Netanyahu de reformar o sistema judicial, temendo que isso minasse o caráter democrático do país ao diluir um dos poucos controles sobre o poder do governo. Esses protestos em massa desapareceram após

Estadão

Ucrânia: guerra completa 2 anos com fracasso de sanções contra Rússia

A invasão da Ucrânia pela Rússia completou 2 anos neste sábado (24) com o fracasso, ao menos até o momento, da estratégia dos Estados Unidos e aliados de, por meio de sanções econômicas, forçar a Rússia a retirar as tropas do campo de batalha. Para especialistas ouvidos pela Agência Brasil, a situação da Rússia hoje é mais confortável do que a da Ucrânia na guerra.

Após retrair 1,2% em 2022, no primeiro ano da guerra, a economia russa cresceu 3,6% em 2023, mostrando que o conflito e as sanções ainda não tiveram os efeitos esperados pelos adversários de Moscou. No terceiro trimestre de 2023, a economia russa registrou crescimento de 5,5%.

Para o Fundo Monetário Internacional (FMI), esse é um crescimento frágil porque é sustentado pelos gastos militares impulsionados por recursos do Estado, segundo noticiou a Reuters. De toda forma, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, redobrou a aposta e anunciou, na véspera do aniversário do conflito, mais 500 sanções econômicas contra o gigante euroasiático.

O professor de Relações Internacionais da Universidade Federal do ABC (UFABC) Gilberto Maringoni destacou que a expectativa do Ocidente, no começo da guerra, era a de vencer o conflito por meio do isolamento econômico e político de Moscou.

“Esperava-se que a Rússia logo entraria em recessão e não teria condições de financiar uma guerra muito prolongada, e que as sanções econômicas, especialmente as contra a exportação de petróleo e gás, junto com a retirada da Rússia do sistema de pagamentos internacional, iriam isolar o país e ele seria estrangulado econômica e financeiramente. Isso não só não aconteceu, como a Rússia teve um crescimento surpreendente”, afirmou.

O professor, que também é coordenador do Observatório de Política Externa e Inserção Internacional do Brasil, acrescentou que a Rússia conseguiu contornar o bloqueio econômico se aproximando do mercado asiático, especialmente o chinês. “Se dá uma inédita aliança entre a Rússia e a China, que foi sacramentada num acordo feito entre o presidente [da China] Xi Jinping e o presidente [da Rússia] Vladimir Putin, dia 4 de fevereiro de 2022, ou seja, 18 dias antes do início da guerra”, explicou Maringoni.

Sanções
O professor de Relações Internacionais do Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP) Robson Valez destacou também que as sanções não foram capazes de deter o objetivo de Vladimir Putin de anexar as províncias do leste da Ucrânia.

“As sanções econômicas são uma arma muito utilizada pelos Estados Unidos e pela União Europeia. Temos o exemplo das sanções contra Cuba, desde a década de 60, sanções econômicas contra Venezuela, sanções econômicas contra o Irã. E em nenhum desses países a gente viu uma mudança de regime, uma mudança do poder Executivo por conta dessas sanções”, avalia. Valdez acrescentou que as pesquisas sobre sanções econômicas têm mostrado, ao contrário, que “são pouco efetivas e acabam sendo instrumentalizadas por esses líderes para colocar a população local contra os países que apoiam esse tipo de sanção”.

Outra consequência das sanções e da guerra, para o especialista, foi a maior união dos principais adversários de Washington, China, Rússia e o Irã. “Os principais adversários dos Estados Unidos no campo internacional acabaram se beneficiando desse contexto de conflito na Ucrânia”, acrescentou.

Favoritismo
A situação da Rússia hoje na guerra está mais favorável do que a da Ucrânia e de seus aliados, na avaliação do professor Robson Valdez, que também é pesquisador do Núcleo de Estudos Latino-americanos da Universidade de Brasília (UnB). “As evidências apontam, passado esses 2 anos, que os custos políticos e econômicos dessa guerra têm sido mais desfavoráveis à Ucrânia e seus aliados do que a Putin e a economia russa”, disse.

Por isso, o professor acredita que será difícil para a Ucrânia evitar, com o fim da guerra, a perda de territórios. “Não vejo um cenário possível de negociação de paz, encerramento do conflito, sem perda territorial e sem algum tipo de desmilitarização por parte da Ucrânia”, acredita.

Posição semelhante tem o professor da UFABC Gilberto Maringoni, para quem a Rússia está vencendo a guerra. O especialista lembra que as eleições na Europa e nos Estados Unidos podem reduzir ainda mais o apoio militar e financeiro ao governo da Ucrânia. “A guerra tornou-se um mau negócio, e impopular [na Europa e Estados Unidos]. E isso é que pode ser fatal para a Ucrânia, para a economia ucraniana”, explicou Maringoni, lembrando que a indústria alemã tem sofrido bastante com o aumento do custo da energia, que é resultado também da guerra e das sanções contra a Rússia.

Nos Estados Unidos, uma ajuda financeira bilionária para a Ucrânia está parada no Congresso por oposição da maioria republicana. “Se a guerra realmente for um fator decisivo na campanha eleitoral [dos Estados Unidos], ela pode causar dificuldades para a reeleição de Joe Biden”, comentou.

Agência Brasil

Netanyahu reage a fala de Lula sobre holocausto e convoca embaixador

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, respondeu neste domingo (18) às declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com críticas às operações israelenses na Faixa de Gaza e ao corte de ajuda humanitária a habitantes da região.

Netanyahu disse que a fala feita por Lula equivale a “cruzar uma linha vermelha”, referindo-se a trecho da declaração de Lula, feita durante viagem oficial à Etiópia.

Em entrevista coletiva, o presidente brasileiro classificou as mortes de civis em Gaza de “genocídio”, criticou países desenvolvidos por reduzirem ou cortarem a ajuda humanitária na região e disse que “o que está acontecendo na Faixa de Gaza com o povo palestino não existiu em nenhum momento histórico. Aliás, existiu quando Hitler resolveu matar os judeus.”

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Ataques israelenses matam mais de 30 na Faixa de Gaza e número de vítimas da guerra se aproxima de 24 mil

Mais de 30 palestinos, incluindo crianças, foram mortos em dois ataques aéreos israelenses na noite de sexta-feira (12) para sábado (13), na Faixa de Gaza, disseram autoridades. Um vídeo fornecido pelo departamento de Defesa Civil de Gaza mostrou equipes de resgate vasculhando os escombros retorcidos de uma casa na Cidade de Gaza com lanternas na manhã de sábado, depois que ela foi atingida por um ataque israelense.

As imagens mostram uma menina enrolada em cobertores com ferimentos no rosto sendo carregada e pelo menos duas outras crianças que pareciam mortas. Um menino, coberto de poeira, estremeceu ao ser colocado em uma ambulância. O ataque à casa no bairro de Daraj matou pelo menos 20 pessoas no total, segundo o porta-voz da Defesa Civil, Mahmoud Bassal.

Outro ataque perto da cidade de Rafah, no Sul do país, na fronteira egípcia, matou pelo menos 13 pessoas, incluindo duas crianças. Os corpos dos mortos, principalmente de uma família deslocada do centro de Gaza, foram levados para o hospital Abu Youssef Al-Najjar da cidade, onde foram vistos por um repórter da Associated Press.

Crianças e mulheres são maioria entre os mortos
O Ministério da Saúde de Gaza, administrado pelo Hamas, disse no sábado que 135 palestinos foram mortos nas últimas 24 horas, elevando o número total de vítimas da guerra para 23.843. A contagem não diferencia entre combatentes e civis, mas o ministério afirmou que cerca de dois terços dos mortos são mulheres e crianças. O ministério disse que o número total de feridos de guerra ultrapassou 60 mil.

Estadão

Israel anuncia retirada parcial de militares na Faixa de Gaza

O Exército de Israel removerá parte de sua força militar da Faixa de Gaza, conforme anunciou nesta segunda-feira (1º/1). Esse é o primeiro grande recuo do país desde o começo da guerra com o grupo extremista Hamas, da Palestina.

Apesar disso, o governo israelense não dá sinais de que irá retirar totalmente seus soldados da região ou concederá um cessar-fogo. No sábado (30/12), o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, previu a duração do confronto armado por “muitos mais meses”. A guerra se iniciou em outubro.

Em coletiva de imprensa, Netanyahu ainda disse se comprometer com a guerra “em todas as frentes” até cumprir todos os objetivos desejados: destruir o Hamas, recuperar os reféns e neutralizar ameaças em Gaza.

Diário de Pernambuco

Guerra esvazia Natal em Belém, cidade onde nasceu Jesus Cristo

“Normalmente está cheio de turistas”, diz Abood Suboh, em sua loja em Belém. Mas, na véspera dos festejos natalinos, os peregrinos desapareceram da cidade natal de Cristo. “A guerra parou tudo”, avalia este comerciante de 30 anos que vende lenços e bolsas, referindo-se aos bombardeios e aos combates entre o Exército israelense e o movimento terrorista Hamas na Faixa de Gaza.

Os bombardeios israelenses deixaram mais de 18.800 mortos no pequeno território controlado pelo Hamas, autor do massacre sem precedentes de 7 de outubro em solo israelense, com um total de 1.140 óbitos. Sem sinais de uma nova trégua nos próximos dias, depois da pausa humanitária de novembro, o Natal se antecipa como dias de luto nesta cidade da Cisjordânia ocupada onde, segundo a tradição cristã, Jesus Cristo nasceu.

A Igreja da Natividade, Patrimônio Mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), normalmente atrai centenas de milhares de turistas todos os anos. Agora, os carros estão estacionados na praça, onde os peregrinos deveriam estar, e os hotéis se encontram vazios. As autoridades religiosas renunciaram ao anúncio de qualquer celebração “inutilmente festiva”, em solidariedade aos palestinos que sofrem em Gaza.

A violência também aumentou na Cisjordânia, com quase 300 palestinos mortos pelas forças israelenses, ou por colonos, desde 7 de outubro, segundo as autoridades palestinas.

“Como em uma prisão”
“Fazemos 80% da nossa renda anual neste período”, diz Jack Giacaman, que trabalha na produção de artigos religiosos de madeira para uma loja de souvenires. A oficina, no fundo da loja, está vazia, e vê-se algumas estatuetas inacabadas. Por que contratar?

“Belém está totalmente fechada por toda parte”, desabafa, ao ser referir aos postos de controle israelenses que restringem o movimento na Cisjordânia. No ano passado, Giacaman teve de contrair um empréstimo para sobreviver após a pandemia da Covid-19. Agora, tem de voltar a fazer as contas. “Fizemos um cálculo de três anos para cobrir as perdas, mas agora não sabemos como terminar o ano”, lamenta ele, diante das ruas vazias do centro histórico dessa cidade, onde cristãos e muçulmanos costumam conviver.

A culpa é da retórica assustadora dos líderes israelenses, afirma Fadi Kattan. Esse chef franco-palestino não suporta o clichê de que “todos os palestinos são perigosos”. “É como se tivesse uma linha invisível que impede os peregrinos de se aventurarem fora dos caminhos marcados”, por causa do que dizem os operadores de turismo israelenses, acrescenta, do terraço de uma casa que já pertenceu ao seu bisavô.

AFP

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