Papa pede negociação para acabar com guerra na Ucrânia

O papa Francisco instou das partes em conflito na Ucrânia a negociar “antes que as coisas piorem”, em uma entrevista divulgada neste sábado (9) pela televisão suíça. “Acredito que são mais fortes aqueles que veem a situação, que pensam no povo, que têm a coragem de levantar a bandeira branca e negociar”, declarou o papa durante uma entrevista à rádio televisão suíça RTS, realizada no início de fevereiro.

“A palavra negociar é uma palavra corajosa. Quando você vê que está derrotado, que as coisas não vão bem, precisa ter a coragem de negociar”, acrescentou. “Dá vergonha, mas com quantas mortes isso vai terminar?”, continuou o jesuíta argentino, de 87 anos. “Hoje, por exemplo, na guerra da Ucrânia, há muitos que querem atuar como mediadores. A Turquia se ofereceu para isso. E outros. Não tenham vergonha de negociar antes que as coisas piorem”, instou.

O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, afirmou na sexta-feira que seu país estava disposto a sediar conversas de paz entre Kiev e Moscou, após uma reunião com seu contraparte ucraniano, Volodimir Zelensky, em Istambul. Nas primeiras semanas da guerra, que começou com a invasão russa da Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022, a Turquia havia sediado negociações de paz entre os dois países, mas elas fracassaram.

Os jornalistas também perguntaram sobre a guerra entre Israel e o movimento islamista Hamas na Faixa de Gaza. “A guerra é feita por dois, não por um. Os irresponsáveis são esses dois que fazem a guerra”, respondeu.

AFP

Papa Francisco cita Dom Hélder Câmara e exalta concerto do Criança Cidadã no Vaticano

Se há um paraíso, ele deve se parecer com a grande celebração pela paz presenciada neste sábado (4) no Vaticano. Como anjos, jovens da Orquestra Criança Cidadã e de outros países entoaram canções para um público de mais de 2,5 mil fiéis, que ouviam com admiração cada palavra de exortação e amor do Papa Francisco.

O líder religioso foi recebido ao som de “Messias”, de Friedrich Hendel, interrompida por aplausos. No discurso, ele pontuou a importância do Movimento da Renovação Carismática (RCC) para o catolicismo e a de olhar para o pobre — citando o trabalho de Dom Helder Câmara, arcebispo emérito de Olinda e Recife que está em processo de beatificação.Ainda, condenou os impactos da guerra, relembrando o tema do Concerto pela Paz. “A guerra destrói tudo, tudo, tira a humanidade, destrói a juventude. Por favor, lutemos pela paz, não permitamos que nos roubem essa memória da paz”, afirmou durante o encerramento da conferência Charis 2023, que aconteceu entre 2 e 4 de novembro.

Diante do pontífice, o idealizador do projeto social que muda vida de jovens periféricos de Pernambuco há 17 anos, o juiz João José Targino, relembrou o ensinamento bíblico de que devemos amar uns aos outros. Por fim, entregou um violino feito na Escola de Formação de Luthier e Archetier. “Neste solo sagrado do Vaticano, onde o Filho do Pai fez edificar sua igreja, que a presente manifestação artística possa converter-se em mais uma semente plantada, para a colheita dos frutos da paz universal e inclusiva entre todos os povos”, pediu, em português.

Logo depois, o papa se despediu, cumprimentando o público presente. A orquestra começou a tocar No Reino Da Pedra Verde, do caruaruense Clóvis Pereira. O número continuou com “Bachianas brasileiras n° 4”, de Villa-Lobos, Oblivion (com Singrid Sousa solista), Erbarme dich Mein Gott (com os dois violinistas solistas, o ucraniano e a russa), Aquarela do Brasil e, finalmente, Por una Cabeza, de Carlos Gardel.Ao todo, foram convidados 25 pernambucanos do Criança Cidadã, oito russos, oito ucranianos e 12 italianos pela Comunidade Obra de Maria para se apresentar no Charis. “A ideia era colocar esses países juntos para mostrar que é possível e que na arte não tem guerra”, disse Lanfranco Lancellotti, maestro honorário da orquestra social.

E parece ter funcionado. Cada músico chegou a ganhar um broche com a bandeira do seu país, mas, por iniciativa própria, dispensou o uso do item: queriam demonstrar que eram um só. “é impossível que nos entendamos, mas é muito bom o sentimento de conseguir conversar pela música”, disse o russo Nikita Shkuratov, de 20 anos.

A ansiedade que antecedeu o espetáculo foi trocada, na hora, pela excitação à arte. A certo ponto, os olhos dos músicos deixavam as partituras e se perdiam. A rigidez era trocada pela dança conduzida pelos violinos, violas, contrabaixos e violoncelos, deixando a respiração ofegante. Incentivavam uns aos outros, relembraram quais eram as próximas canções.

Após quatro meses de ensaios, o maestro José Renato Accioly, finalizou o trabalho com “um sentimento de dever cumprido”, que era possível notar pelo sorriso dele durante o solo do spalla Ivo Gomes. “A felicidade maior é ter conseguido integrar músicos da Ucrânia, Rússia e da Itália com brasileiros, ter passado pelo universo desses vários países através da música e ter estabelecido uma relação próxima e fraterna como deve ser com os povos”, disse.

JC Online

‘Parem!’, pede o papa Francisco sobre conflito entre Hamas e Israel

O papa Francisco pediu, neste domingo (22), o fim do conflito entre Hamas e Israel, expressou o temor de uma escalada da guerra e fez um apelo para a permissão de entrada de mais ajuda humanitária na Faixa de Gaza.

“A guerra, qualquer guerra, é sempre uma derrota. A guerra é sempre uma derrota, uma destruição da fraternidade humana. Irmãos, parem! Parem!”, afirmou o papa argentino aos fiéis reunidos na Praça de São Pedro para a bênção do Angelus.O pontífice de 86 anos reiterou o apelo para a permissão de entrada de ajuda humanitária em Gaza e para a libertação dos reféns sequestrados desde 7 de outubro, quando combatentes do grupo islamista palestino Hamas invadiram o território israelense e deixaram mais de 1.400 mortos, a maioria civis.

Os bombardeios incessantes de represália de Israel contra Gaza, um território governado pelo Hamas, deixaram pelo menos 4.651 mortos, a maioria civis, segundo as autoridades de saúde do movimento islamista, e reduziram a escombros bairros inteiros do enclave superpopuloso. A Faixa de Gaza está sob cerdo de Israel, sem abastecimento de água, energia elétrica e alimentos.

O primeiro comboio de 20 caminhões com ajuda humanitária entrou no sábado na Faixa de Gaza procedente do Egito. Neste domingo, 17 caminhões foram autorizados a entrar no território. A ONU considera que a carga não é suficiente para enfrentar o que chama de situação humanitária “catastrófica” dos 2,4 milhões de habitantes de Gaza. Duas reféns americanas, mãe e filha, foram liberadas na sexta-feira, mas pouco mais de 200 pessoas permanecem sequestradas pelo Hamas.

AFP

Papa conclui viagem à França com missa multitudinária em Marselha

O papa Francisco oficiou, neste sábado (23), uma multitudinária missa, ao fim de uma breve visita a Marselha (sudeste da França), de onde pediu à Europa “responsabilidade” para com os migrantes e denunciou o “fanatismo da indiferença”. A bordo de seu papamóvel, o pontífice argentino foi recebido no Estádio Vélodrome sob aplausos dos milhares de fiéis presentes – as autoridades esperavam em torno de 57.000 pessoas – e gritos de “Papa Francisco!”, após percorrer as ruas da cidade mediterrânea.

“Bom dia, Marselha, bom dia, França”, disse ele aos presentes, incluindo o presidente francês, Emmanuel Macron, sua esposa, Brigitte, e a presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde. “Viemos de longe, mas era importante estarmos aqui, porque estaremos em comunhão com toda a comunidade religiosa, católica”, disse à AFP Aurea Dias Neto, uma mulher de 52 anos, nascida em São Tomé e Príncipe, mas que vive no centro da França.

A liturgia, com orações lidas em vários idiomas, incluindo espanhol, armênio e árabe, concluiu uma viagem de dois dias do líder católico à segunda maior cidade da França, por ocasião do encerramento dos Encontros Mediterrâneos entre jovens e bispos dos países costeiros. Diante da multidão, o jesuíta, de 86 anos, pediu, mais cedo, “responsabilidade europeia” para enfrentar o “fenômeno migratório”, após denunciar na véspera o “fanatismo da indiferença” para com os migrantes. “Quem arrisca sua vida no mar não invade, busca acolhida”, reiterou o pontífice argentino, para quem o “fenômeno migratório” é um “processo” que “envolve três continentes em torno do Mediterrâneo”.

Sua viagem acontece dias depois de cerca de 8.500 migrantes terem chegado à pequena ilha italiana de Lampedusa, após cruzarem o Mar Mediterrâneo. Nele, mais de 28.000 migrantes desapareceram desde 2014, em sua tentativa de chegar à Europa, procedentes da África, segundo a Organização Internacional para as Migrações (OIM). Desde sua eleição como sumo pontífice em 2013, uma de suas prioridades tem sido alertar sobre as tragédias dos migrantes, do Mediterrâneo à América Central, ou à Venezuela, passando por África, Oriente Médio, Europa, ou Estados Unidos, e pedir sua acolhida.

Seus novos apelos se dão em um contexto cada vez mais hostil para esses exilados na Europa. Exemplo disso, a França anunciou, por meio de seu ministro do Interior, Gérald Darmanin, que “não acolherá” ninguém de Lampedusa. O presidente francês, Emmanuel Macron, conversou por cerca de meia hora com o papa neste sábado. Os dois conversaram sobre a questão migratória e Macron expôs ao papa seus planos sobre um projeto relativo à eutanásia que deve ser apresentado “nas próximas semanas”, informou a Presidência francesa. Pouco antes, o papa havia advertido contra a “perspectiva falsamente digna de uma morte doce”.

O pontífice insistiu em sua oposição à eutanásia durante a viagem de volta à Cidade do Vaticano: “Não se brinca com a vida! Não se brinca com a vida, nem no princípio nem no final!”, declarou durante coletiva de imprensa no avião. O governo francês prepara um projeto de lei que poderia incluir a “ajuda ativa para morrer” para pessoas muito idosas. Sua apresentação está prevista para as próximas semanas.

Sua visita também foi acompanhada de polêmica na França. A oposição de esquerda criticou a presença de Macron e de sua mulher, Brigitte, na missa, ao considerar que “atropela” a neutralidade religiosa. Macron é o primeiro presidente, desde Valéry Giscard d’Estaing, em 1980, a assistir a uma missa papal. Batizado católico aos 12 anos e educado nos jesuítas, Macron é um presidente sensível à espiritualidade e atualmente se define como agnóstico. “Considero que meu lugar é assistir. Não irei como católico, mas como presidente”, defendeu-se, na semana passada.

O historiador Jean Garrigues rejeita as críticas sobre um atentado ao secularismo e explica que “existe uma tradição de presidentes católicos, crentes e até praticantes”, do general Charles De Gaulle a Nicolas Sarkozy.

AFP

Papa Francisco envia mensagem de solidariedade ao povo gaúcho

O papa Francisco enviou uma mensagem de solidariedade às comunidades atingidas pelas fortes chuvas que deixaram um mar de destruição e mortos no Rio Grande do Sul nesta semana.

A mensagem enviada pelo secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, ao arcebispo de Santa Maria, dom Leomar Brustolin, o pontífice concede benção aos atingidos e pede que as regiões destruídas sejam reconstruídas “de maneira rápida e eficaz”.

Metrópoles

Papa denuncia desinformação e a classifica como o ‘primeiro pecado do jornalismo’

O papa Francisco mostrou-se preocupado, neste sábado (26), com a possibilidade de a “desinformação” e as notícias falsas, que considera o “primeiro pecado do jornalismo”, influenciarem a opinião pública.

“A desinformação é o primeiro pecado, o primeiro erro – digamos assim – do jornalismo”, disse o pontífice, durante um ato realizado no Vaticano para a entrega de um prêmio de jornalismo a repórteres italianos.

“A desinformação é um dos pecados do jornalismo, que são quatro: a desinformação, quando um jornalista não informa ou desinforma; a calúnia (que às vezes é usada); a difamação, que é diferente da calúnia, mas destrói; e o quarto é (.. .) o amor ao escândalo”, disse o papa, citado em um comunicado do Vaticano.

O pontífice argentino insistiu que “as manipulações” que mais o preocupam são aquelas que procuram “orientar a opinião pública”.

Francisco, de 86 anos, apelou à “responsabilidade” em um momento em que “a Europa enfrenta uma situação dramática, com a guerra na Ucrânia que continua”.

“A minha esperança é que seja dado espaço às vozes da paz, àqueles que estão empenhados em acabar com este conflito como tantos outros”, insistiu.

AFP

Multidão de fiéis acompanham visita do Papa ao santuário de Fátima, em Portugal

O Papa Francisco foi recebido neste sábado (5) por cerca de 200 mil fiéis no santuário de Fátima, no centro de Portugal, onde passará algumas horas antes de regressar a Lisboa para uma vigília que antecederá a missa final desta edição do Dia Mundial da Juventude (JMJ).

A bordo de um helicóptero da força aérea portuguesa, o pontífice argentino sobrevoou a ampla esplanada do santuário, onde prevê passar duas horas rezando o terço com jovens doentes e fazendo um discurso. À sua chegada, Francisco foi aplaudido por cerca de 200 mil fiéis, segundo as autoridades locais, que não lotaram totalmente o emblemático recinto, sob um céu escurecido pelo fumo e cinzas de um incêndio florestal ativo a cem quilômetros dali.

Após o desembarque, Jorge Bergoglio percorreu em um “papamóvel” a esplanada que circunda a pequena capela que marca o local onde, segundo a tradição católica, a Virgem Maria apareceu a três crianças em 1917. “Mal posso esperar para ver o Papa, que representa a esperança para mim”, disse Cristina Gomes, uma portuguesa de 55 anos que veio dos arredores de Lisboa e passou a noite em Fátima, um pouco antes para garantir ela veria Francisco de perto.

“É uma visita importante que nos ajudará em nossa fé”, disse Juan Fiorani, um estudante argentino de 17 anos da vizinha Espanha, onde passou as férias. Aqui, a cerca de 130 km a norte de Lisboa, a Virgem Maria teria feito seis aparições aos pastorinhos, nas quais lhes teria confiado três segredos, entre os quais uma visão considerada profética do atentado perpetrado contra o Papa João Paulo II há mais de 60 anos.

Missas
Não é a primeira vez que Bergoglio visita o santuário como papa, onde já esteve em 13 de maio de 2017 para a canonização em massa de dois dos párocos, que contou com a presença de cerca de 500.000 peregrinos.

Francisco, de 86 anos, chegou a Portugal na quarta-feira para se encontrar com jovens católicos de todo o mundo, reunidos em Lisboa para uma semana de encontros festivos, culturais e espirituais. Desde o início de sua visita, a mais longa de um pontífice ao país, o papa argentino abordou temas como a ecologia, a guerra na Ucrânia ou a dor das vítimas de abuso sexual de menores por membros da Igreja.

Uma maré colorida de peregrinos inundou as ruas de Lisboa nestes dias, especialmente numerosos nos eventos realizados na quinta e sexta-feira num parque central com vista para o rio Tejo, onde 800 mil pessoas se reuniram na sexta-feira, segundo as autoridades. A cifra pode chegar a um milhão durante a vigília que será realizada na noite de sábado às portas de Lisboa, num grande parque montado para a marcação no terreno de um antigo aterro sanitário situado nas margens do estuário do Tejo.

Com seis milhões de visitantes esperados este ano, Fátima está entre os santuários marianos mais visitados do mundo, como Guadalupe, no México, Aparecida, no Brasil, ou Lourdes, na França.Já sem as restrições trazidas pela pandemia de covid-19, o santuário português recuperou este ano os níveis de afluência de antes da crise sanitária, com mais de 200 mil pessoas presentes na grande romaria anual a 13 de maio.

Folha PE

Papa denuncia ‘ataque brutal’ contra uma escola em Uganda

O papa Francisco denunciou, neste domingo (18), o “ataque brutal” de um grupo rebelde de filiação jihadista contra uma escola de ensino médio em Uganda, que deixou ao menos 41 mortos, a grande maioria estudantes.

“Rezo pelos jovens estudantes vítimas do ataque brutal cometido contra uma escola no oeste de Uganda”, país de maioria cristã, declarado o sumo pontífice argentino diante dos peregrinos reunidos na Praça de São Pedro, no Vaticano, após a oração do Ângelus.

“Esta luta, esta guerra em todos os lugares. Rezemos pela paz”, acrescentou o pontífice.

O massacre ocorreu na noite de sexta-feira na escola Lhubiriha, na localidade de Mpondwe, muito perto da fronteira com a República Democrática do Congo (RDC).

O exército e a polícia acusaram as Forças Democráticas Aliadas (ADF), um grupo rebelde ligado ao grupo jihadista Estado Islâmico.

AFP