Prefeitura de Juazeiro age rapidamente após chuvas para desobstruir vias

Após as fortes chuvas da noite anterior, a prefeitura de Juazeiro, através da Secretaria de Serviços Públicos (Sesp), colocou as equipes nas ruas logo nas primeiras horas da manhã deste sábado (27). A rápida resposta da prefeitura e o trabalho preventivo realizado ao longo do ano foram fundamentais para minimizar os transtornos e garantir a segurança dos moradores. Até o momento não foram registradas ocorrências graves, apenas pontos de alagamento.

“As nossas equipe já fazem um trabalho preventivo constante. Mas, assim que começou a chuva, já acionei a todos para estarem atentos a qualquer ocorrência emergencial. É um cuidado que a nossa gestão sempre tem de estar prontamente atendendo às pessoas de Juazeiro”, destacou a prefeita, Suzana Ramos.

A manutenção das vias é parte integrante da estratégia da Prefeitura de Juazeiro para garantir a segurança e o bem-estar da população. Durante todo o ano, há atuação em mais de 700 galerias por toda cidade e em cerca de 40 km de canais que cortam os bairros.

De acordo com a Defesa Civil do município, em Juazeiro choveu 53 mm esta noite. A previsão do Instituto Climatempo é de chuva ainda nos próximos dias. Até o momento, não há registro de desabrigados ou desalojados. As equipes da Prefeitura de Juazeiro estão em alerta, prontas para responderem às demandas da comunidade que possam surgir. Caso necessário, a população pode acionar o contato da Defesa Civil, através do número (74) 99931-2210.

Fabiana Diniz/Ascom Sesp

Em entrega de mais de 100 motos para polícias, Governo do Estado aponta combate ao crime organizado como prioridade para 2024

“A tarefa número um será sempre fazer diagnóstico e revisar os planos de ação. O crime não é estático e os criminosos mudam suas reações conforme a polícia ataca de determinada forma”. Essa afirmação é do secretário de Defesa Social (SDS), Alessandro Carvalho. O gestor ressaltou que a tarefa principal das forças de segurança no Estado para 2024 será o combate ao crime organizado.  Também haverá um cuidado com o diagnóstico dos indicadores da criminalidade.

Carvalho falou sobre as ações de combate ao crime durante a primeira solenidade deste ano para o reforço  de operações das polícias. Nesta terça (2), o Estado entregou 105 novas motocicletas para as forças policiais. A medida faz parte das ações anunciadas pelo Governo do Estado que integram o Plano “Juntos Pela Segurança”, lançado em 2023. O evento aconteceu no Palácio do Campo das Princesas, sede do Executivo Estadual, na área Central do Recife.

A entrega foi feita pela governadora Raquel Lyra (PSDB). O evento teve a presença do secretariado e de prefeitos do Grande Recife, que receberam reforço no policiamento motorizado. Segundo o Poder Executivo, até o final deste mês, o número da frota motorizada chegará a um total de 428 motocicletas. Segundo a administração estadual, haverá um aumento de 65% no comparativo com a frota anterior.

Nesta primeira etapa, as 105 motocicletas serão destinadas à batalhões em municípios da Região Metropolitana do Recife (RMR), do Sertão do Estado, além da região do agreste. O investimento é de R,7 milhões, de acordo com a gestão estadual. Segundo o Governo do Estado,as 105 motos entregues serão distribuídas para Região Metropolitana do Recife (RMR), além dos municípios de Nazaré da Mata, Goiana, Arcoverde, Caruaru e Petrolina. Deste quantitativo, 14 serão destinados para a Operação Lei Seca.

Análise 
Após a entrega das motocicletas, o titular da SDS, Alessandro Carvalho, concedeu entrevista à imprensa.  De acordo com ele, a meta da pasta, neste momento, é fazer diagnósticos e revisar os planos de ação. “Em primeiro lugar, vem a  gestão. Isso prevê o diagnóstico e o acompanhamento de números. Em seguida, a meta é readequar o lançamento do efetivo e as investigações da Polícia Civil para aquilo que é relevante. Concursos, construções, investimentos serão feitos e chegaremos a 2026 com o objetivo que temos que é reduzir a criminalidade em Pernambuco”, destacou Alessandro Carvalho.

Carvalho reforçou que a meta do Governo do Estado, nas diretrizes do Juntos Pela Segurança, é reduzir em 30%  indicadores de cinco tipos de crimes.  Entre eles, estão homicídios e roubos.

Estatísticas

O balanço da criminalidade em Pernambuco deve ser divulgado até o dia 15 deste mês. A SDS divulgará os indicadores de dezembro e de todo o ano de 2023 em seu portal de transparência na internet. Enquanto isso, de acordo com dados oficiais da pasta, os números revelam que o Estado tem uma média de nove assassinatos por dia,  compreendidos 334 dias ao longo de 2023. Entre janeiro e novembro, foram notificados, ao todo,  3.287 homicídios.  Na comparação entre janeiro e novembro de 2022, o aumento foi de 5,5% no número de assassinatos.  No mesmo período do ano passado, aconteceram 3.114 crimes desse tipo.

Também houve aumento nos crimes de feminicídios, quando a vítima é morta por questão de gênero. Segundo os dados, de janeiro a novembro foram contabilizados 69 casos. Se comparado com o mesmo período do ano passado, o aumento foi de 6,1%, quando foram contabilizadas 65 ocorrências. Segundo a SDS, em todo o ano de 2022, foram registrados 72 casos.

Diario de Pernambuco

Ação mira bancos nos EUA que financiaram barragens de risco da Vale

A prefeitura de Ouro Preto (MG) deu entrada nos Estados Unidos em uma ação judicial, em seu nome e em nome de outros seis municípios mineiros. Os alvos são os bancos Merril Lynch, Barclays Capital, Citibank e JP Morgan. Eles são apontados como financiadores de empreendimentos de risco da Vale, mineradora envolvida nas tragédias ocorridas em Brumadinho (MG) no dia 25 de janeiro de 2019, e em Mariana (MG) no dia 5 de novembro de 2015. Foi anexado um levantamento que aponta para empréstimos realizados desde 2011, somando um total de US$ 17,2 bilhões. A tragédia de Mariana completa oito anos neste domingo (5).

As instituições financeiras são acusadas de lucrarem com as operações da mineradora e não se preocuparem com os prejuízos causados às comunidades. “A Vale não tinha recursos financeiros para perpetuar sua estratégia sistêmica de dizimação do meio ambiente dentro dos limites municipais”, diz a ação. Os bancos são também apontados como investidores importantes da mineradora. Dessa forma, estariam lucrando com os juros dos empréstimos e também com o aumento do valor das ações da Vale. Além disso, os financiamentos teriam se mantido e até aumentado mesmo após as tragédias ocorridas.

O processo começou a tramitar em setembro no Tribunal Distrital dos Estados Unidos para o Distrito Sul de Nova York. A Agência Brasil teve acesso em primeira mão ao pleito apresentado. Representada pelo escritório Milberg, a prefeitura de Ouro Preto informa ao juízo que fala também em nome das prefeituras de Barão de Cocais, Itabira, Itabirito, Mariana, Nova Lima e São Gonçalo do Rio Abaixo.

A ação narra que, nos últimos anos, barragens inseguras foram paralisadas e populações que moram no entorno passaram a conviver com sirenes avisando dos riscos de rompimento, sendo que algumas comunidades foram evacuadas. São listadas consequências econômicas dessa situação: ônus adicionais aos municípios no apoio aos atingidos, desvalorização de propriedades e aumento dos gastos com saúde, segurança pública e outros serviços sociais.

“Os municípios estão enfrentando uma perda tangível de receita. A receita do imposto sobre vendas, uma parte significativa de sua força financeira, diminuiu à medida que a economia local desmorona”, acrescenta a ação.

São mencionados ainda danos ao patrimônio físico e cultural, danos ao meio ambiente e à qualidade de vida e danos suportados pelos moradores. O município afirma que a pressão sobre a população gera um custo físico, financeiro e emocional. “A ameaça de rompimento de barragens, evacuações frequentes e fechamento de estradas afetaram a sua capacidade de sustento, causando perdas de rendimento significativas”.

A ação pede que o tribunal leve em conta a legislação brasileira, mais especificamente a Lei Federal 6.938/1981, conhecida como Lei Nacional de Política Ambiental. Ao mesmo tempo, defende que Nova York é o foro apropriado para discutir a questão, tendo em vista que os bancos não se submetem à jurisdição brasileira e que as evidências dos empréstimos se encontram na metrópole dos Estados Unidos.

As cidades citadas na ação estão situadas no chamado Quadrilátero Ferrífero, que concentrou o maior número de episódios de evacuação. Elas foram resultado de um pente-fino realizado por órgãos de fiscalização após a tragédia ocorrida em Brumadinho, na qual 270 pessoas perderam suas vidas na avalanche de rejeitos liberada no colapso de uma estrutura da Vale.

Na época, também foram aprovadas legislações proibindo a existência de barragens erguidas por alteamento a montante. Esse método está associado tanto à tragédia em Brumadinho, quanto ao desastre ocorrido em Mariana com a ruptura da estrutura da Samarco, mineradora que tem como acionistas a Vale e a BHP Billiton. No episódio, 19 pessoas perderam a vida e populações de dezenas de cidades da bacia do Rio Doce foram impactadas. A eliminação das barragens alteadas a montante se tornou obrigatória. A Vale, assim como a maioria das mineradoras, ainda não cumpriu integralmente a legislação, o que a levou a assinar um termo para pagar R$ 251 milhões.

Corresponabilidade

Segundo a prefeitura de Ouro Preto, os empréstimos a empreendimentos da Vale desde 2011 geraram degradação no Quadrilátero Ferrífero e os bancos são corresponsáveis pelos danos causados. Ela cita 21 barragens da Vale classificadas como de alto risco associado, o que significa que armazenam grandes volumes de rejeitos e possuem comunidades com atividades socioeconômicas no entorno.

Também aponta que algumas dessas estruturas não são certificadas como estáveis ou já geraram em algum momento preocupações relacionadas à estabilidade. Duas vezes ao ano, as mineradoras precisam comprovar à Agência Nacional de Mineração (ANM) a segurança de suas barragens. Na última campanha, ocorrida no mês passado, 25 estruturas situadas em Minas Gerais estão embargadas por falta de atestado de estabilidade. Três encontram-se em nível de emergência 3, o último da escala da ANM e indica risco iminente de ruptura. Duas dessas três são da Vale: a barragem Sul Superior, em Barão de Cocais, e a barragem Forquilha III, em Ouro Preto.

De acordo com a prefeitura de Ouro Preto, os bancos não podem alegar que não sabiam dos riscos dos empreendimentos e tinham poder para forçar uma mudança de comportamento na Vale, mas nada fizeram e continuaram realizando empréstimos de forma incondicional. A ação aponta ainda violação dos Princípios do Equador, criado em 2002 pela Corporação Financeira Internacional (IFC). Eles estabelecem diretrizes para que as instituições financeiras tomem decisões responsáveis a partir da identificação e avaliação dos riscos ambientais e sociais dos projetos a serem apoiados. “Os réus usaram uma fachada de adesão aos Princípios do Equador para criar uma imagem conscientemente falsa para seus investidores nos Estados Unidos”, registra a ação.

Procurados pelaAgência Brasil, os bancos Merril Lynch, Barclays Capital e JP Morgan não se pronunciaram. O Citibank retornou o contato e afirmou que “não fará comentários”. A Vale informou desconhecer a ação.

Agência Brasil