Audiência avalia medidas de combate à criminalidade em Pernambuco

Durante um debate na Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) nesta quarta-feira, foram levantadas críticas em relação às ações e estratégias anunciadas pelo Governo do Estado para combater a criminalidade.

A audiência pública contou com a participação de profissionais e representantes da sociedade civil, que identificaram falhas no setor e demandaram maior valorização dos policiais, aumento dos efetivos e aprimoramento das políticas públicas consideradas ineficazes.

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Comissão de Segurança Pública convoca audiência para tratar da crise em Pernambuco

A crise da segurança pública em Pernambuco tem se agravado, refletindo em índices alarmantes de violência. Segundo dados do Monitor da Violência, o estado registrou a segunda maior taxa de assassinatos por 100 mil habitantes em todo o país, destacando-se como o estado do Nordeste com o maior índice.

Diante desse cenário preocupante, a deputada Delegada Gleide Ângelo, membro titular da Comissão de Segurança Pública e Defesa Social da Assembleia Legislativa, convocou uma audiência pública para debater e buscar soluções efetivas para a situação.

O encontro está marcado para o próximo dia 03, a partir das 9h, no auditório Sérgio Guerra da Casa Legislativa.

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SDS se reúne com 14 secretários municipais de Segurança

Representantes da Segurança Pública de 14 municípios participaram de uma reunião nesta terça-feira (20), comandada pela Secretaria de Defesa Social de Pernambuco.

O encontro integra as ações do programa Juntos pela Segurança, visando traçar estratégias para reduzir a criminalidade, especialmente os índices de Mortes Violentas Intencionais (MVIs) nessas localidades.

Além dos secretários municipais de Segurança, estiveram presentes os comandantes das Guardas Municipais de cada município, destacando a importância do diálogo e da compreensão de que a Segurança Pública demanda esforços conjuntos.

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Uso do reconhecimento facial preocupa entidades

Enquanto espera pelo trem na estação, caminha pela rua ou relaxa em uma praia, você pode estar sendo vigiado por câmeras de segurança, que enviam imagens diretamente para um centro de controle policial. Lá, um programa de computador acessa o banco de dados com rostos de suspeitos de crimes e compara com as imagens das câmeras. O que parece roteiro de ficção científica, é realidade há um tempo em diferentes partes do país, onde sistemas de reconhecimento facial vêm sendo cada vez mais usados na segurança pública.

O caso mais recente foi a adesão de concessionárias do transporte público no Rio de Janeiro à tecnologia controlada pela Polícia Militar. Mais de 1.000 câmeras posicionadas em estações e vias estão agora disponíveis para o trabalho da corporação. Enquanto autoridades defendem a medida como eficaz para o combate à criminalidade, especialistas em direitos humanos e segurança apontam os riscos de ampliação do racismo e da privação de liberdade.

Horrara Moreira é advogada e coordenadora da campanha Tire Meu Rosto da Sua Mira, que defende o “banimento total do uso das tecnologias digitais de reconhecimento facial na segurança pública no Brasil”. Ela diz que o primeiro problema a ser considerado é a ocorrência de prisões equivocadas.

“Há o problema da identificação, quando acontece algum erro nas informações biométricas do rosto e na comparação delas com o banco de dados. E existem os erros decorrentes dos trâmites do próprio sistema de justiça, como mandados de prisão que estão vencidos ou que já foram cumpridos”, alerta Horrara. E se fosse possível melhorar as tecnologias disponíveis, a ponto de praticamente zerar o número de erros? Mesmo assim, Horrara afirma que não impediria um outro problema grave, a característica inerentemente racista do sistema.

“Muitas tecnologias de reconhecimento facial usam a inteligência artificial como regra de processamento matemático. Ela pode ser de deep learning ou de machine learning, em que você fornece previamente um banco de dados, para que ela aprenda a identificar os rostos de pessoas no geral. E você também precisa definir critérios de quem é homem, mulher, branco, negro, e ensinar a máquina a identificar esses padrões. Qualquer enviesamento nesse treinamento da máquina vai influenciar na taxa de precisão. E o treinamento não é transparente. Se eu dou mais informações para a máquina sobre pessoas negras, ela pode indicar que pessoas negras cometem mais crimes do que pessoas brancas”, avalia a advogada.

Thalita Lima coordena o Panóptico, projeto sobre reconhecimento facial do Centro de Estudo de Segurança e Cidadania (CESeC). Ela defende que a tecnologia não produz impacto significativo na redução da criminalidade e cita os exemplos de Salvador e do Rio de Janeiro para corroborar o argumento.

“O estado que mais utilizou reconhecimento facial no Brasil foi a Bahia, onde mais de 60 municípios já o adotaram como medida de segurança pública. Salvador é permeada por câmeras que usam essa tecnologia. E um estudo do Panóptico mostra que entre 2019 e 2022, os índices criminais de roubo a transeuntes e de atentados contra a vida não tiveram mudanças significativas”, diz Thalita.

“Assim como no estudo sobre o Rio de Janeiro, de um projeto piloto que aconteceu em 2019 em Copacabana e no Maracanã, quando foi verificado que a criminalidade aumentou. Segurança pública envolve medidas que são muito mais estruturais do que simplesmente adotar câmeras de reconhecimento facial”, acrescenta Thalita. A pesquisadora enfatiza que também é preciso estar alerta à ampliação da vigilância sobre a população. Em termos morais e políticos, quais os riscos à privacidade e ao direito de livre circulação nas cidades?

“Temos a vigilância em escala ampliada em ambientes de grande circulação de pessoas, e precisamos analisar que outras camadas de direito vão ser flexibilizadas. Não apenas o de se locomover, o de mobilidade, o direito à cidade, aos espaços onde se possa circular e não ter o risco de ser abordado erroneamente, mas também é preciso resguardar o direito à privacidade e à livre expressão nesses espaços. No Brasil, tem aumentado cada vez mais o uso dessa tecnologia sem uma reflexão dos riscos e sem relatórios de impacto dela”, afirma.

A reportagem da Agência Brasil entrou em contato com os governos do estado do Rio de Janeiro e da Bahia, citados na matéria, para que apresentassem mais dados e informações sobre o sistema de reconhecimento facial. Mas não obteve resposta até o momento.

Agência Brasil

Ao lado de Raquel Lyra, Flávio Dino lança Plano de Ação e Programa Nacional de Segurança

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, lança, nesta quarta-feira (11), o Plano de Ação na Segurança (PAS) e o Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci).

O evento na Arena de Pernambuco, em São Lourenço da Mata, Região Metropolitana do Recife, reúne prefeitos, ministros, deputados estaduais e federais. A agenda inclui a entrega simbólica de 22 viaturas, para reforço da Patrulha Maria da Penha e policiamento ostensivo, e entrega de equipamentos e veículos para o sistema penitenciário.

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Situação na Bahia “é um dos maiores desafios da segurança pública no Brasil”, diz Flávio Dino

O ministro da Justiça e Segurança Pública (MJSP), Flávio Dino, disse neste domingo (24) que a situação na Bahia “é um dos maiores desafios da segurança pública no Brasil”. Segundo o ministro, o governo federal segue em diálogo com o governo estadual para tentar estabilizar a situação no estado.

“Nós temos conversado com o governador [Jerônimo Rodrigues], com o secretário de segurança [Marcelo Werner], para que haja um aperfeiçoamento, um aprimoramento dessas ações. É um quadro muito desafiador, muito difícil. O que nós, do governo federal, fizemos neste momento, foi fortalecer a presença da Polícia Federal para apoiar essas ações. Sobretudo, visando a pacificação. Infelizmente as organizações criminosas se fortaleceram muito nos últimos anos, aumentaram o acesso às armas em todo o Brasil, por conta de uma política errada que havia no nosso país”, disse após participar de homenagem ao padre Júlio Lancellotti, na capital paulista.

Violência
Após a morte de um policial federal no dia 15 de setembro, foi deflagrada na Bahia uma operação policial que já contabiliza ao menos nove mortes em situações apresentadas como confronto. O policial participava da Operação Fauda, conduzida pela Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (Ficco) da Polícia Federal (PF) e da Secretaria da Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) contra uma organização criminosa envolvida com tráfico de drogas e armas, homicídios e roubos.

Em agosto, a líder quilombola e ialorixá Mãe Bernadete, de 72 anos de idade, foi assassinada, no Quilombo Pitanga dos Palmares, no município de Simões Filho, região metropolitana de Salvador (BA). Além da investigação pelas autoridades locais, a Polícia Federal também abriu um inquérito sobre o caso. Três homens foram presos por suspeita de participação no crime.

Dino disse que no momento o governo federal está apoiando as ações que ajudem a solucionar os casos de homicídio, como forma de tentar conter a violência no estado. “O mais importante neste instante, sem dúvida, não é propriamente a realização de julgamentos, são boas investigações, boas ações, para que a gente consiga ter uma situação estável pelo menos na Bahia. Hoje, sem dúvida é um dos maiores desafios da segurança pública no Brasil”, ressaltou.

Agência Brasil

STF declara que Guarda Municipal de Petrolina faz parte do sistema de segurança pública

O ex-prefeito de Petrolina, Miguel Coelho, comemorou nesta sexta-feira (25) a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que coloca a Guarda Municipal no âmbito da segurança pública. Essa conquista reforça uma proposta apresentada por Miguel em seu Plano de Governo durante a campanha para o governo de Pernambuco em 2022.

A determinação da Suprema Corte estende poderes às Guardas Municipais, permitindo, por exemplo, abordagens e revistas em locais suspeitos, desde que relacionados à sua missão primordial: a proteção dos bens e patrimônio das cidades.

Sobre essa decisão importante do STF, Miguel Coelho destacou os investimentos significativos realizados na Guarda Municipal de Petrolina durante seu mandato como prefeito. “Desde os meus dias como prefeito de Petrolina, defendemos essa ideia. Investimos consideravelmente na Guarda Municipal, equipando-a com armamentos modernos, realizando reformas e expansões, promovendo concursos e, acima de tudo, capacitando os agentes. Em nosso plano de governo, durante a campanha para o governo estadual, sustentamos que a Guarda Municipal deveria integrar o sistema de segurança do estado. E agora, com a decisão do Supremo Tribunal Federal, vemos que estávamos no caminho certo.”

“A Guarda Municipal armada, treinada e capacitada desempenhará um papel fundamental na prevenção e repressão criminal, colaborando em estreita cooperação com a Polícia Militar e reforçando o efetivo nas ruas, contribuindo para uma sensação de segurança e tranquilidade. O que sempre defendemos, o Supremo agora ratificou”, conclui Miguel Coelho.

Ascom

Paulista entra com ação para demolir prédios condenados

A prefeitura de Paulista anunciou, nesta quarta-feira (12), que entrou com uma ação na Justiça para obrigar a seguradora SulAmérica a demolir os prédios condenados do Conjunto Beira-Mar, onde um prédio desabou, no dia 7,  deixando 14 mortos, no bairro do Janga, em Paulista. A ideia é que, a partir da demolição, a prefeitura, junto do governo do estado e do governo federal, possam se unir para que haja construção de moradias asseguradas pelo programa Minha Casa Minha Vida.

“Estamos cobrando com essa ação que entramos hoje, não só para o Beira-Mar, mas para todos os que estiverem interditados na cidade. E que o Minha Casa Minha Vida possa atender a esses moradores, tanto os proprietários, quando os que estavam em situação de invasores”, afirmou o prefeito de paulista, Yves Ribeiro.

Ainda segundo a prefeitura, uma ação já havia sido protocolada em 2010, quando os moradores do Conjunto Beira-Mar denunciaram as péssimas condições de moradia do local. Os proprietários dos imóveis ganharam a ação e a seguradora foi obrigada a pagar um auxílio-moradia de R$ 600. Dois anos depois, por sinal, o bloco D7, que caiu na sexta-feira, causando a tragédia no Janga, foi ocupado por movimentos de pessoas sem moradia. Os proprietários que tiveram de sair à época ainda não foram indenizados, passados 13 anos do início do processo.

“É dever da seguradora demolir esses prédios, com laudos técnicos mostrando não haver a possibilidade de recuperação. A justiça determinou em 2010 que a seguradora garantisse o aluguel, pagasse as prestações do imóvel, como também que a garantisse que não fossem ocupados”, explicou José Geraldo Lima, procurador de Paulista. Yves Ribeiro também falou sobre a situação das famílias. Segundo ele, os moradores receberão um auxílio-moradia de R$ 250, a partir deste mês para que possam buscar outro local para morar. O processo, contudo, não é automático. Passa pela área social da gestão municipal.

“Nós mobilizamos um grupo de trabalho, e a Secretaria de Desenvolvimento Social irá auxiliar no apoio à moradia e na questão psicológica das pessoas, junto à Secretaria de Saúde. Estamos autorizados a dar esse auxílio financeiro e psicológico para que essas pessoas tenham uma condição melhor e menos sofrimento.”

Caixão’
Em todo o estado, há cerca de seis mil prédios do tipo “caixão”, como o que causou a morte das 14 pessoas, na semana passada, sendo 245 deles m Paulista. Ao menos 106 prédios já foram vistoriados, de acordo coma Defesa Civil da cidade. No Conjunto Beira-Mar, 18 estão interditados, todos do bloco D. Os moradores terão cerca de 20 dias para desocupar o prédio, tempo para retirar pertences e ir para outro imóvel com segurança.

A prefeitura de Paulista precisa apresentar um relatório com todas as informações desses prédios ao Ministério Público de Pernambuco (MPPE) até dia 27. O MPPE também cobrou do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) um levantamento com todos os processos envolvendo condenações e indenizações de prédios em Paulista.

Diário de Pernambuco