
Desde o mês de maio, o ritmo entrou para a lista de expressões artísticas pernambucanas, por meio da Lei Estadual nº 16.044/2017
Após incluir o brega no rol de expressões artísticas pernambucanas, em maio deste ano, a Assembleia Legislativa abre espaço para discussão sobre esse ritmo musical. Em audiência pública, nesta segunda (25), a Comissão de Cidadania reuniu-se com artistas e pesquisadores para debater políticas públicas que integrem o brega às festividades promovidas pelo Estado. O colegiado ainda pretende contribuir para o desenvolvimento de um manifesto sobre o tema.
Com a aprovação da Lei Estadual nº 16.044/2017, de iniciativa do deputado Edilson Silva (PSOL), que também preside a Comissão, as apresentações de artistas que cantam o ritmo passaram a ter direito a recursos do Governo Estadual. De acordo com o parlamentar, antes da nova legislação, o brega ficava excluído de ciclos como o Carnaval e o São João. “Fui procurado pelos cantores, que reivindicavam a participação nos polos carnavalescos e, desde então, o tema se tornou uma de minhas bandeiras, pois acredito que, a partir do fortalecimento do ritmo, poderemos encontrar solução para muitos dos problemas que vivemos no Estado hoje”, destacou.
Os artistas presentes ao encontro também fizeram a defesa do ritmo. “Nem todo mundo gosta, mas é preciso respeitar”, ponderou a cantora Nêga do Babado. Acerca da valorização do brega, ela avaliou que o caminho pode ser longo. “Se comparar o que pagam para bandas de outros ritmos ou mesmo de fora do Estado, recebemos 20 vezes menos. A gente aceita porque sabe que o povo está esperando pelo nosso show”, relatou.
A discriminação em relação ao estilo musical também fez parte do debate. “A perseguição da classe média aos movimentos como o brega, o rap e o funk é o mesmo sofrido por Bezerra da Silva, por exemplo, quando iniciou a carreira. Precisamos valorizar as vozes da periferia”, pontuou Edilson Silva. “Se alguém tem dúvida da importância do brega para a cultura pernambucana, é só ir em qualquer município para escutar músicas do ritmo sendo cantadas pela população”, desafiou Pallas Pinho, vocalista da banda Ovelha Negra.