Corpo de Francisco será levado à Basílica de São Pedro nesta quarta-feira (23)

O caixão contendo o corpo do Papa será levado da capela da Casa Santa Marta para a Basílica de São Pedro, para que os fiéis possam prestar suas homenagens, diz o Vaticano.

O Cardeal Kevin Farrell, Camerlengo da Santa Igreja Romana, presidirá o rito de transladação, que começará às 9h com um momento de oração.

A procissão passará pela Praça Santa Marta e pela Praça dos Protomártires Romanos. A procissão sairá então pelo Arco dos Sinos em direção à Praça de São Pedro e entrará na Basílica Vaticana pela porta central.

No Altar da Confissão, o Carmelengo fará uma oração final da qual terão início as visitas ao corpo do Pontífice Romano. A Basílica de São Pedro permanecerá aberta para os fiéis que desejarem prestar suas homenagens a Franscico I.

Editorial – Em memória do Papa Francisco: um pastor do povo e para o povo

O mundo despede-se, com o coração apertado, de um dos maiores líderes espirituais da nossa era: o Papa Francisco. Homem simples, de gestos profundos e palavras transformadoras, ele foi – e continuará a ser – uma referência de fé, humanidade e coragem moral. O seu legado transcende fronteiras religiosas e políticas, deixando um rastro de luz, diálogo e esperança.

Francisco entrou para a história como o primeiro papa latino-americano e o primeiro jesuíta a ocupar o trono de Pedro. Mas, mais do que títulos, foi a sua prática de vida, o seu estilo pastoral próximo dos pobres, dos excluídos, dos migrantes e das periferias, que fez dele um símbolo de amor e de misericórdia cristã.

O povo brasileiro, em especial, guarda com carinho a lembrança da sua visita em 2013, durante a Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro. Naquela ocasião, vimos de perto o carisma e a empatia de um pontífice que não se isolava nos palácios, mas caminhava entre o povo, abençoando crianças, abraçando idosos e falando diretamente ao coração da juventude. A sua famosa frase – “Quero bagunça nas dioceses” – foi um chamado para uma Igreja viva, ousada e próxima da realidade.

Ontem, em Petrolina, estivemos presentes na emocionante Missa em sufrágio ao Papa Francisco, celebrada na Igreja Catedral pelo bispo diocesano, Dom Antônio Carlos Cruz Santos. A celebração, marcada por orações sinceras e cânticos comoventes, reuniu uma multidão de fiéis que lotaram a igreja. Foi uma expressão de fé e de gratidão pela vida e missão deste Santo Padre, cuja partida deixa saudades, mas cuja memória permanecerá para sempre gravada na alma do nosso povo.

A Missa foi muito bonita, tocante, marcada por momentos de silêncio e reflexão profunda. Dom Antônio Carlos, em sua homilia, destacou o exemplo de simplicidade, coragem e compromisso com os mais vulneráveis deixado por Francisco. Uma verdadeira celebração da vida daquele que foi, verdadeiramente, o papa da misericórdia.

Francisco, o mundo chora a tua ausência, mas celebra tua vida e missão. Obrigado por nos ensinar a amar sem medida, a lutar pela justiça e a nunca perder a esperança. Vá em paz, Santo Padre. A tua luz continuará a guiar os nossos caminhos.

Novo papa pode ser asiático ou africano, diz arcebispo de São Paulo

Colégio de cardeais ficou mais diversificado, explica dom Odilo

O cardeal dom Odilo Scherer, arcebispo de São Paulo, disse nesta segunda-feira (21), que “ninguém deverá se surpreender” se o novo papa, a ser escolhido durante o Conclave, seja um asiático ou africano.
“Ninguém deveria se surpreender se fosse escolhido um cardeal africano para ser papa ou um cardeal asiático para ser papa ou novamente um cardeal italiano para ser papa. Está nas possibilidades. Se isso acontecer, não significará que a igreja voltou-se só para África ou voltou-se apenas para Ásia, voltou às costas para América ou voltou a se centrar na Europa. Qualquer um que for escolhido papa deve recuperar o cuidado da Igreja como um todo. Portanto, é o tempo do pontificado que vai depois nos dizer para onde irão as escolhas pessoais que o papa fará”, disse.
Dom Odilo destacou que essa variedade de nacionalidades entre as possibilidades para um novo papado decorre do fato de que, durante o pontificado de Francisco, o colégio de cardeais ficou ainda mais diversificado.
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Papa Francisco morre, aos 88 anos, em Roma

Papa Francisco nasceu em Buenos Aires, na Argentina, em 1936, onde se destacou pelo trabalho solidário durante a crise econômica de 2001

O papa Francisco morreu, aos 88 anos, na madrugada desta segunda-feira (21/4), em sua residência oficial na Casa Santa Marta, no Vaticano, em Roma. A informação foi anunciada pelo cardeal Kevin Farrell.

O papa morreu um dia após fazer uma aparição pública na Praça de São Pedro, nesse Domingo de Páscoa (20/4), para abençoar os fiéis. Ele acenou para as milhares de pessoas que estavam presentes e durante a mensagem de Páscoa fez um apelo aos responsáveis políticos “para que não cedam à lógica do medo, mas usem os recursos disponíveis para ajudar os necessitados, combater a fome e promover iniciativas que favoreçam o desenvolvimento.”

O religioso passou por vários problemas respiratórios desde a juventude – chegando a ter parte de um dos pulmões removido – e passou por internações recentes. Ele foi o primeiro pontífice latino-americano a assumir a chefia suprema da Igreja Católica, em 2013, sucedendo Bento XVI, que renunciou ao posto.

Jorge Mario Bergoglio nasceu em Buenos Aires, na Argentina, em 17 de dezembro de 1936, e foi eleito pontífice em 13 de março de 2013, quando adotou o nome Francisco, em referência a São Francisco de Assis.

Filho de Mário Bergoglio e Regina Maria Sivori, imigrantes italianos, Francisco se formou em química, mas decidiu se dedicar à vida sacerdotal aos 20 anos, em 1958, quando se tornou padre.

Francisco ingressou no seminário de Villa Devoto e, em 1958, deu início ao noviciado na Companhia de Jesus. Ele foi ordenado sacerdote em 1969, se tornando bispo auxiliar de Buenos Aires em 1992 e, em 1998, foi nomeado arcebispo. Já em 2001 foi colocado no posto de cardeal pelo papa João Paulo II.

Apesar da dedicação à vida sacerdotal, Francisco também se debruçou à vida acadêmica, sendo reitor da Faculdade de São Miguel, além de ter doutorado em teologia pela Universidade de Freiburg, na Alemanha.

Já como pontífice, papa Francisco adotou um discurso mais flexível e passou a ser considerado um papa mais progressista. Neste período, ele trabalhou na reconstrução de diversas instituições da Igreja e demonstrou firmeza diante de casos de abusos sexuais envolvendo membros da Igreja Católica.

Em 2023, por exemplo, papa Francisco se reuniu com vítimas de casos de abusos sexuais cometidos por clérigos em Portugal. Na época, ele criticou membros da Santa Fé pela resposta ao escândalo.

Já em 2025, o Vaticano aprovou novas diretrizes para autorizar que homens gays entrem para os seminários, desde que vivam a castidade. O comunicado destaca que os diretores dos seminários devem considerar apenas os aspectos da personalidade dos candidatos e não as orientações sexuais.

Estado de saúde

Quando jovem, Francisco teve parte de um dos pulmões removidos. Em 2023, o pontífice precisou ficar hospitalizado por três dias para o tratamento de uma bronquite grave que teve e se recuperou depois do uso intenso de antibióticos. Com isso, desde muito tempo Francisco lida com sérios problemas de saúde, incluindo crises prolongadas de bronquite durante o inverno.

O pontífice também sofria com dores no joelho, o que lhe dificultava a locomoção e, por isso, fazia o uso de cadeiras de rodas. Em fevereiro de 2025, Francisco precisou ser internado em decorrência de um novo quadro de bronquite, e teve que se ausentar dos eventos papais, até que não resistiu às complicações de saúde.

Papa Francisco aparece no Domingo de Páscoa para dar a bênção a fiéis

O Papa Francisco apareceu diante de milhares de fiéis católicos na Praça de São Pedro neste domingo de Páscoa (20). Ele segue se recuperando de uma pneumonia dupla que o impediu de comparecer à maioria dos eventos da Semana Santa. “Irmãos e irmãs, Feliz Páscoa”, disse o pontífice argentino com a voz fraca de sua cadeira de rodas na sacada da Basílica.

O papa tradicionalmente faz sua bênção “Urbi et Orbi” (“À Cidade e ao Mundo”) da sacada com vista para a Praça de São Pedro, mas ele delegou essa tarefa a um colaborador no domingo. Seu discurso, lido em voz alta, condenou o antissemitismo “preocupante” e a situação “deplorável” em Gaza.

Dada sua saúde delicada após o tratamento de pneumonia, não havia certeza se o líder dos 1,4 bilhões de católicos do mundo estaria presente ou, se sim, em que função.

A Tarde

Papa Francisco vai celebrar Angelus online por conta de resfriado

O papa Francisco, que está resfriado, celebrará a oração do Angelus de domingo (22) online, e não da janela do palácio apostólico na Praça de São Pedro, no Vaticano, informou a assessoria de comunicação do pontífice neste sábado.

“Devido ao frio intenso, em conjunto com os sintomas de resfriado que se manifestaram nos últimos dias, o papa Francisco celebrará a oração do Angelus no domingo, 22 de dezembro, da capela da Casa Santa Marta”, sua residência no Vaticano, afirma uma mensagem em italiano postada no Telegram.

O Vaticano especificou que essa decisão também foi tomada em vista dos “compromissos agendados para a próxima semana”. O Papa recebeu no sábado, em duas audiências separadas, membros da Cúria Romana, o “governo” da Igreja Católica, assim como funcionários da Santa Sé e do ‘Governatorato’ do Vaticano.

A próxima semana será agitada para o jesuíta argentino de 88 anos, que abrirá a porta sagrada na Basílica de São Pedro na terça-feira, 24 de dezembro, marcando o início do Jubileu da Igreja Católica, que terá duração de um ano. No mesmo dia, ele celebrará a missa de Natal.

No dia seguinte, ele presidirá outra missa e pronunciará a mensagem “Urbi et Orbi” (à cidade e ao mundo) e, em 26 de dezembro, Dia de Santo Estêvão, ele abrirá uma porta sagrada na prisão romana de Rebibbia e celebrará uma missa.

AFP

Papa Francisco nomeia 21 novos cardeais, incluindo um brasileiro

O papa Francisco eleva neste sábado ao posto de cardeal 21 prelados dos cinco continentes, com uma importante presença latino-americana, reflexo da importância que concede às periferias em uma Igreja cada vez mais globalizada.

Com este “consistório ordinário”, o 10º desde sua eleição em 2013, o jesuíta argentino, que está perto de completar 88 anos, continua consolidando sua herança e moldando à sua imagem o colégio de cardeais que deverão escolher seu sucessor.

Francisco terá nomeado quase 80% dos 140 cardeais “eleitores”, aqueles com menos de 80 anos, que participarão no próximo conclave, que exige maioria de dois terços para a escolha do novo pontífice.

Em seu pontificado, Francisco valorizou as dioceses distantes, localizadas no que ele chama de “periferias”, onde muitas vezes os católicos são minoria, e não abandonou o costume de recompensar sistematicamente arcebispados de grandes dioceses, como Milão ou Paris.

A nova promoção segue a mesma linha, com uma representação importante da América Latina e da Ásia, mas um pouco menor no caso da África.

Os novos cardeais latino-americanos serão os arcebispos de Lima, Carlos Gustavo Castillo; o arcebispo de Santiago del Estero e primaz da Argentina, Vicente Bokalic; o arcebispo de Guayaquil, Luis Gerardo Cabrera; o arcebispo de Santiago do Chile, Fernando Natalio Chomali, e o arcebispo de Porto Alegre, Jaime Spengler. “Temos que aprofundar a linha de uma Igreja aberta”, disse o argentino Bokalic em uma entrevista à imprensa oficial da Santa Sé, Vatican News.

Também há uma importante representação da Ásia-Pacífico, a região com maior expansão na última década, incluindo o arcebispo de Teerã, o arcebispo de Tóquio, o arcebispo de Bogor (Indonésia) ou o bispo da comunidade ucraniana de Melbourne. A escolha dos cardeais corresponde exclusivamente ao chefe da Igreja Católica, que os seleciona de acordo com seus próprios critérios e prioridades.

Sua missão é auxiliar o governo central da Igreja. Alguns vivem em Roma e assumem funções na Cúria (o governo do Vaticano), mas a maioria exerce seu ministério na diocese de origem.

AFP

Haddad vai ao papa defender a sua proposta de taxação dos super ricos

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, desembarca, na próxima terça-feira, no Vaticano, em busca da bênção do papa Francisco para sua proposta de taxação dos super-ricos no âmbito internacional. Na audiência com o pontífice, Haddad pretende também “coordenar posições” em vista da Cúpula do G7, que ocorrerá na cidade de Fasano entre os dias 13 e 15 de junho.

A taxação de grandes fortunas, um dos temas prioritários da trilha financeira do G20, é apresentada pelo Brasil como uma medida essencial para reduzir a desigualdade econômica global. Para alcançar êxito em sua proposta, Haddad tem buscado apoio internacional, até a realização, em novembro, no Rio de Janeiro, da Cúpula de Líderes do G20, que este ano é presidido pelo Brasil.Antes disso, em julho, os ministros de finanças do fórum das 20 economias mais desenvolvidas, sentarão à mesa na tentativa de elaborar um documento final para a chamada trilha financeira. “A construção desse tema no âmbito do G20 ou no âmbito da política financeira internacional. é um processo. A visita ao Vaticano é mais um passo nesse processo de construção de consensos”, explica  Antônio Freitas, subsecretário de Finanças Internacionais e Cooperação Econômica do Ministério da Fazenda.

Ele conta que Haddad quer conversar com o papa sobre o “princípio” da sua ideia de que “os mais ricos devem pagar, proporcionalmente, a sua riqueza na tributação, a partir do conceito de uma tributação mais justa e progressiva”, que já é debatido em diversos países. A proposta preliminar que vem sendo debatida no âmbito dos ministros de finanças é a tributação em 2% das grandes fortunas. “Os bilionários são menos de três mil pessoas no planeta. Uma tributação de 2% deles geraria estimativa em torno de US$ 250 bilhões anuais. Mas essas propostas têm um tempo de maturação”, comenta Freitas.

Embora considere a proposta “desafiadora”, o subsecretário aponta que ela “foi muito bem recebida” na comunidade internacional. Ele cita a França, cujo presidente Emmanuel Macron afirmou considerar que “é um bom imposto global e devemos levar adiante”, em entrevista recente a uma emissora de TV nos Estados Unidos. A secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, por sua vez, é contrária à tributação internacional.

Nova economia

Desde o início de seu pontificado, Francisco vem demonstrando o seu incômodo com o modo como funciona a economia e o sistema capitalista no mundo. Em seu primeiro documento, a Exortação Apostólica Evangelii Gaudium, ou A Alegria do Evangelho, considerado o “programa” do seu pontificado, o papa apela para a urgência de se combater as causas estruturais da pobreza com uma “nova economia”. O tema é aprofundado na carta encíclica Laudato Si’ — o cuidado com a casa comum, na qual ele fala em uma economia humana e ecológica.

O economista Guilherme Costa Delgado, autor do livro Rumo ao mundo de Francisco: economia, humanismo e ecologia em tempos de crise, percorre o itinerário econômico chefe da Santa Sé desde o início do papado. Ele explica a economia de Francisco como “um enigma que precisa ser decifrado”, pois não está academicamente definida, mas exposta em uma série de mensagens que se encontram em documentos, discursos e atitudes.

O papa Francisco escreveu seis documentos oficiais e registrou, em inúmeras falas, a sua preocupação com a crescente sobreposição dos sistemas econômico e financeiro aos princípios éticos e que devem balizar as relações humanas. O documento Considerações éticas para o discernimento sobre alguns aspectos do atual sistema financeiro, publicado em maio de 2018, traz duras críticas ao capitalismo e preconiza a melhor distribuição de renda e a justiça tributária. O Vaticano defende, entre outras coisas, a taxação das empresas offshores e o fim dos paraísos fiscais, um problema que afeta, inclusive, o próprio Vaticano.

O documento chama atenção, especialmente, para dois tipos de crimes que ocorrem nos paraísos fiscais. Primeiro, a lavagem de dinheiro, por onde passam recursos oriundos do contrabando, da corrupção, do terrorismo, do tráfico de drogas e até do tráfico de seres humanos, por exemplo. O outro, é a elisão fiscal, com fortes prejuízos a países, especialmente aqueles menos desenvolvidos, pois gera desigualdade tributária e crises econômicas. “Exatamente de tal desígnio especulativo nutre-se o mundo das finanças offshore, que, mesmo oferecendo também outros serviços lícitos, mediante muitos e difusos canais de elisão fiscal, quando não de evasão e de lavagem de dinheiro, fruto do crime, constitui um ulterior empobrecimento do normal sistema de produção e distribuição de bens e de serviços”, diz um trecho do documento.

Constantemente, Francisco fala em “realmar” a economia, e trata com dureza o mau uso do dinheiro. “A riqueza desonesta é o dinheiro, também chamado ‘esterco do diabo’, e em geral os bens materiais. A riqueza pode levá-lo a erguer muros, criar divisões e discriminação”, disse ele em um encontro com empresários, em 2019.

Divida pública

Haddad também vai a Roma, participar da conferência sobre o endividamento dos países do Sul Global após a pandemia de covid 19, co-organizada pela Universidade de Columbia e pela Pontifícia Academia das Ciências Sociais. “A covid levou  (a dívida dos países) a um patamar  muito maior e muito mais forte”, comenta Freitas. “Discutir esse tema é também uma questão de ética e de justiça”, completa.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) estima que, em 29 de Fevereiro, dos 68 países de baixo rendimento para os quais o Fundo realiza análises de sustentabilidade da dívida, nove estavam em situação de sobreendividamento e 51 estavam em risco elevado ou moderado de sobreendividamento. No caso do Brasil, a projeção do fundo é que o país encerrará o ano de 2024 com a dívida em 86,7% do Produto Interno Bruto (PIB).

O Vaticano busca promover um papel de coordenação mais forte entre os países devedores, assim como existe entre os credores. O evento também vai discutir a possibilidade de criação de linhas de financiamento global, com custos menores, onde seja possível prevê a suspensão da dívida em alguns casos, como em catástrofes, como a que ocorreu na pandemia.

Correio Brasiliense

Papa pede negociação para acabar com guerra na Ucrânia

O papa Francisco instou das partes em conflito na Ucrânia a negociar “antes que as coisas piorem”, em uma entrevista divulgada neste sábado (9) pela televisão suíça. “Acredito que são mais fortes aqueles que veem a situação, que pensam no povo, que têm a coragem de levantar a bandeira branca e negociar”, declarou o papa durante uma entrevista à rádio televisão suíça RTS, realizada no início de fevereiro.

“A palavra negociar é uma palavra corajosa. Quando você vê que está derrotado, que as coisas não vão bem, precisa ter a coragem de negociar”, acrescentou. “Dá vergonha, mas com quantas mortes isso vai terminar?”, continuou o jesuíta argentino, de 87 anos. “Hoje, por exemplo, na guerra da Ucrânia, há muitos que querem atuar como mediadores. A Turquia se ofereceu para isso. E outros. Não tenham vergonha de negociar antes que as coisas piorem”, instou.

O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, afirmou na sexta-feira que seu país estava disposto a sediar conversas de paz entre Kiev e Moscou, após uma reunião com seu contraparte ucraniano, Volodimir Zelensky, em Istambul. Nas primeiras semanas da guerra, que começou com a invasão russa da Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022, a Turquia havia sediado negociações de paz entre os dois países, mas elas fracassaram.

Os jornalistas também perguntaram sobre a guerra entre Israel e o movimento islamista Hamas na Faixa de Gaza. “A guerra é feita por dois, não por um. Os irresponsáveis são esses dois que fazem a guerra”, respondeu.

AFP

Papa Francisco cita Dom Hélder Câmara e exalta concerto do Criança Cidadã no Vaticano

Se há um paraíso, ele deve se parecer com a grande celebração pela paz presenciada neste sábado (4) no Vaticano. Como anjos, jovens da Orquestra Criança Cidadã e de outros países entoaram canções para um público de mais de 2,5 mil fiéis, que ouviam com admiração cada palavra de exortação e amor do Papa Francisco.

O líder religioso foi recebido ao som de “Messias”, de Friedrich Hendel, interrompida por aplausos. No discurso, ele pontuou a importância do Movimento da Renovação Carismática (RCC) para o catolicismo e a de olhar para o pobre — citando o trabalho de Dom Helder Câmara, arcebispo emérito de Olinda e Recife que está em processo de beatificação.Ainda, condenou os impactos da guerra, relembrando o tema do Concerto pela Paz. “A guerra destrói tudo, tudo, tira a humanidade, destrói a juventude. Por favor, lutemos pela paz, não permitamos que nos roubem essa memória da paz”, afirmou durante o encerramento da conferência Charis 2023, que aconteceu entre 2 e 4 de novembro.

Diante do pontífice, o idealizador do projeto social que muda vida de jovens periféricos de Pernambuco há 17 anos, o juiz João José Targino, relembrou o ensinamento bíblico de que devemos amar uns aos outros. Por fim, entregou um violino feito na Escola de Formação de Luthier e Archetier. “Neste solo sagrado do Vaticano, onde o Filho do Pai fez edificar sua igreja, que a presente manifestação artística possa converter-se em mais uma semente plantada, para a colheita dos frutos da paz universal e inclusiva entre todos os povos”, pediu, em português.

Logo depois, o papa se despediu, cumprimentando o público presente. A orquestra começou a tocar No Reino Da Pedra Verde, do caruaruense Clóvis Pereira. O número continuou com “Bachianas brasileiras n° 4”, de Villa-Lobos, Oblivion (com Singrid Sousa solista), Erbarme dich Mein Gott (com os dois violinistas solistas, o ucraniano e a russa), Aquarela do Brasil e, finalmente, Por una Cabeza, de Carlos Gardel.Ao todo, foram convidados 25 pernambucanos do Criança Cidadã, oito russos, oito ucranianos e 12 italianos pela Comunidade Obra de Maria para se apresentar no Charis. “A ideia era colocar esses países juntos para mostrar que é possível e que na arte não tem guerra”, disse Lanfranco Lancellotti, maestro honorário da orquestra social.

E parece ter funcionado. Cada músico chegou a ganhar um broche com a bandeira do seu país, mas, por iniciativa própria, dispensou o uso do item: queriam demonstrar que eram um só. “é impossível que nos entendamos, mas é muito bom o sentimento de conseguir conversar pela música”, disse o russo Nikita Shkuratov, de 20 anos.

A ansiedade que antecedeu o espetáculo foi trocada, na hora, pela excitação à arte. A certo ponto, os olhos dos músicos deixavam as partituras e se perdiam. A rigidez era trocada pela dança conduzida pelos violinos, violas, contrabaixos e violoncelos, deixando a respiração ofegante. Incentivavam uns aos outros, relembraram quais eram as próximas canções.

Após quatro meses de ensaios, o maestro José Renato Accioly, finalizou o trabalho com “um sentimento de dever cumprido”, que era possível notar pelo sorriso dele durante o solo do spalla Ivo Gomes. “A felicidade maior é ter conseguido integrar músicos da Ucrânia, Rússia e da Itália com brasileiros, ter passado pelo universo desses vários países através da música e ter estabelecido uma relação próxima e fraterna como deve ser com os povos”, disse.

JC Online

‘Parem!’, pede o papa Francisco sobre conflito entre Hamas e Israel

O papa Francisco pediu, neste domingo (22), o fim do conflito entre Hamas e Israel, expressou o temor de uma escalada da guerra e fez um apelo para a permissão de entrada de mais ajuda humanitária na Faixa de Gaza.

“A guerra, qualquer guerra, é sempre uma derrota. A guerra é sempre uma derrota, uma destruição da fraternidade humana. Irmãos, parem! Parem!”, afirmou o papa argentino aos fiéis reunidos na Praça de São Pedro para a bênção do Angelus.O pontífice de 86 anos reiterou o apelo para a permissão de entrada de ajuda humanitária em Gaza e para a libertação dos reféns sequestrados desde 7 de outubro, quando combatentes do grupo islamista palestino Hamas invadiram o território israelense e deixaram mais de 1.400 mortos, a maioria civis.

Os bombardeios incessantes de represália de Israel contra Gaza, um território governado pelo Hamas, deixaram pelo menos 4.651 mortos, a maioria civis, segundo as autoridades de saúde do movimento islamista, e reduziram a escombros bairros inteiros do enclave superpopuloso. A Faixa de Gaza está sob cerdo de Israel, sem abastecimento de água, energia elétrica e alimentos.

O primeiro comboio de 20 caminhões com ajuda humanitária entrou no sábado na Faixa de Gaza procedente do Egito. Neste domingo, 17 caminhões foram autorizados a entrar no território. A ONU considera que a carga não é suficiente para enfrentar o que chama de situação humanitária “catastrófica” dos 2,4 milhões de habitantes de Gaza. Duas reféns americanas, mãe e filha, foram liberadas na sexta-feira, mas pouco mais de 200 pessoas permanecem sequestradas pelo Hamas.

AFP

Papa conclui viagem à França com missa multitudinária em Marselha

O papa Francisco oficiou, neste sábado (23), uma multitudinária missa, ao fim de uma breve visita a Marselha (sudeste da França), de onde pediu à Europa “responsabilidade” para com os migrantes e denunciou o “fanatismo da indiferença”. A bordo de seu papamóvel, o pontífice argentino foi recebido no Estádio Vélodrome sob aplausos dos milhares de fiéis presentes – as autoridades esperavam em torno de 57.000 pessoas – e gritos de “Papa Francisco!”, após percorrer as ruas da cidade mediterrânea.

“Bom dia, Marselha, bom dia, França”, disse ele aos presentes, incluindo o presidente francês, Emmanuel Macron, sua esposa, Brigitte, e a presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde. “Viemos de longe, mas era importante estarmos aqui, porque estaremos em comunhão com toda a comunidade religiosa, católica”, disse à AFP Aurea Dias Neto, uma mulher de 52 anos, nascida em São Tomé e Príncipe, mas que vive no centro da França.

A liturgia, com orações lidas em vários idiomas, incluindo espanhol, armênio e árabe, concluiu uma viagem de dois dias do líder católico à segunda maior cidade da França, por ocasião do encerramento dos Encontros Mediterrâneos entre jovens e bispos dos países costeiros. Diante da multidão, o jesuíta, de 86 anos, pediu, mais cedo, “responsabilidade europeia” para enfrentar o “fenômeno migratório”, após denunciar na véspera o “fanatismo da indiferença” para com os migrantes. “Quem arrisca sua vida no mar não invade, busca acolhida”, reiterou o pontífice argentino, para quem o “fenômeno migratório” é um “processo” que “envolve três continentes em torno do Mediterrâneo”.

Sua viagem acontece dias depois de cerca de 8.500 migrantes terem chegado à pequena ilha italiana de Lampedusa, após cruzarem o Mar Mediterrâneo. Nele, mais de 28.000 migrantes desapareceram desde 2014, em sua tentativa de chegar à Europa, procedentes da África, segundo a Organização Internacional para as Migrações (OIM). Desde sua eleição como sumo pontífice em 2013, uma de suas prioridades tem sido alertar sobre as tragédias dos migrantes, do Mediterrâneo à América Central, ou à Venezuela, passando por África, Oriente Médio, Europa, ou Estados Unidos, e pedir sua acolhida.

Seus novos apelos se dão em um contexto cada vez mais hostil para esses exilados na Europa. Exemplo disso, a França anunciou, por meio de seu ministro do Interior, Gérald Darmanin, que “não acolherá” ninguém de Lampedusa. O presidente francês, Emmanuel Macron, conversou por cerca de meia hora com o papa neste sábado. Os dois conversaram sobre a questão migratória e Macron expôs ao papa seus planos sobre um projeto relativo à eutanásia que deve ser apresentado “nas próximas semanas”, informou a Presidência francesa. Pouco antes, o papa havia advertido contra a “perspectiva falsamente digna de uma morte doce”.

O pontífice insistiu em sua oposição à eutanásia durante a viagem de volta à Cidade do Vaticano: “Não se brinca com a vida! Não se brinca com a vida, nem no princípio nem no final!”, declarou durante coletiva de imprensa no avião. O governo francês prepara um projeto de lei que poderia incluir a “ajuda ativa para morrer” para pessoas muito idosas. Sua apresentação está prevista para as próximas semanas.

Sua visita também foi acompanhada de polêmica na França. A oposição de esquerda criticou a presença de Macron e de sua mulher, Brigitte, na missa, ao considerar que “atropela” a neutralidade religiosa. Macron é o primeiro presidente, desde Valéry Giscard d’Estaing, em 1980, a assistir a uma missa papal. Batizado católico aos 12 anos e educado nos jesuítas, Macron é um presidente sensível à espiritualidade e atualmente se define como agnóstico. “Considero que meu lugar é assistir. Não irei como católico, mas como presidente”, defendeu-se, na semana passada.

O historiador Jean Garrigues rejeita as críticas sobre um atentado ao secularismo e explica que “existe uma tradição de presidentes católicos, crentes e até praticantes”, do general Charles De Gaulle a Nicolas Sarkozy.

AFP

Papa Francisco envia mensagem de solidariedade ao povo gaúcho

O papa Francisco enviou uma mensagem de solidariedade às comunidades atingidas pelas fortes chuvas que deixaram um mar de destruição e mortos no Rio Grande do Sul nesta semana.

A mensagem enviada pelo secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, ao arcebispo de Santa Maria, dom Leomar Brustolin, o pontífice concede benção aos atingidos e pede que as regiões destruídas sejam reconstruídas “de maneira rápida e eficaz”.

Metrópoles

Papa denuncia desinformação e a classifica como o ‘primeiro pecado do jornalismo’

O papa Francisco mostrou-se preocupado, neste sábado (26), com a possibilidade de a “desinformação” e as notícias falsas, que considera o “primeiro pecado do jornalismo”, influenciarem a opinião pública.

“A desinformação é o primeiro pecado, o primeiro erro – digamos assim – do jornalismo”, disse o pontífice, durante um ato realizado no Vaticano para a entrega de um prêmio de jornalismo a repórteres italianos.

“A desinformação é um dos pecados do jornalismo, que são quatro: a desinformação, quando um jornalista não informa ou desinforma; a calúnia (que às vezes é usada); a difamação, que é diferente da calúnia, mas destrói; e o quarto é (.. .) o amor ao escândalo”, disse o papa, citado em um comunicado do Vaticano.

O pontífice argentino insistiu que “as manipulações” que mais o preocupam são aquelas que procuram “orientar a opinião pública”.

Francisco, de 86 anos, apelou à “responsabilidade” em um momento em que “a Europa enfrenta uma situação dramática, com a guerra na Ucrânia que continua”.

“A minha esperança é que seja dado espaço às vozes da paz, àqueles que estão empenhados em acabar com este conflito como tantos outros”, insistiu.

AFP

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