Papa Francisco vai celebrar Angelus online por conta de resfriado

O papa Francisco, que está resfriado, celebrará a oração do Angelus de domingo (22) online, e não da janela do palácio apostólico na Praça de São Pedro, no Vaticano, informou a assessoria de comunicação do pontífice neste sábado.

“Devido ao frio intenso, em conjunto com os sintomas de resfriado que se manifestaram nos últimos dias, o papa Francisco celebrará a oração do Angelus no domingo, 22 de dezembro, da capela da Casa Santa Marta”, sua residência no Vaticano, afirma uma mensagem em italiano postada no Telegram.

O Vaticano especificou que essa decisão também foi tomada em vista dos “compromissos agendados para a próxima semana”. O Papa recebeu no sábado, em duas audiências separadas, membros da Cúria Romana, o “governo” da Igreja Católica, assim como funcionários da Santa Sé e do ‘Governatorato’ do Vaticano.

A próxima semana será agitada para o jesuíta argentino de 88 anos, que abrirá a porta sagrada na Basílica de São Pedro na terça-feira, 24 de dezembro, marcando o início do Jubileu da Igreja Católica, que terá duração de um ano. No mesmo dia, ele celebrará a missa de Natal.

No dia seguinte, ele presidirá outra missa e pronunciará a mensagem “Urbi et Orbi” (à cidade e ao mundo) e, em 26 de dezembro, Dia de Santo Estêvão, ele abrirá uma porta sagrada na prisão romana de Rebibbia e celebrará uma missa.

AFP

Papa Francisco nomeia 21 novos cardeais, incluindo um brasileiro

O papa Francisco eleva neste sábado ao posto de cardeal 21 prelados dos cinco continentes, com uma importante presença latino-americana, reflexo da importância que concede às periferias em uma Igreja cada vez mais globalizada.

Com este “consistório ordinário”, o 10º desde sua eleição em 2013, o jesuíta argentino, que está perto de completar 88 anos, continua consolidando sua herança e moldando à sua imagem o colégio de cardeais que deverão escolher seu sucessor.

Francisco terá nomeado quase 80% dos 140 cardeais “eleitores”, aqueles com menos de 80 anos, que participarão no próximo conclave, que exige maioria de dois terços para a escolha do novo pontífice.

Em seu pontificado, Francisco valorizou as dioceses distantes, localizadas no que ele chama de “periferias”, onde muitas vezes os católicos são minoria, e não abandonou o costume de recompensar sistematicamente arcebispados de grandes dioceses, como Milão ou Paris.

A nova promoção segue a mesma linha, com uma representação importante da América Latina e da Ásia, mas um pouco menor no caso da África.

Os novos cardeais latino-americanos serão os arcebispos de Lima, Carlos Gustavo Castillo; o arcebispo de Santiago del Estero e primaz da Argentina, Vicente Bokalic; o arcebispo de Guayaquil, Luis Gerardo Cabrera; o arcebispo de Santiago do Chile, Fernando Natalio Chomali, e o arcebispo de Porto Alegre, Jaime Spengler. “Temos que aprofundar a linha de uma Igreja aberta”, disse o argentino Bokalic em uma entrevista à imprensa oficial da Santa Sé, Vatican News.

Também há uma importante representação da Ásia-Pacífico, a região com maior expansão na última década, incluindo o arcebispo de Teerã, o arcebispo de Tóquio, o arcebispo de Bogor (Indonésia) ou o bispo da comunidade ucraniana de Melbourne. A escolha dos cardeais corresponde exclusivamente ao chefe da Igreja Católica, que os seleciona de acordo com seus próprios critérios e prioridades.

Sua missão é auxiliar o governo central da Igreja. Alguns vivem em Roma e assumem funções na Cúria (o governo do Vaticano), mas a maioria exerce seu ministério na diocese de origem.

AFP

Haddad vai ao papa defender a sua proposta de taxação dos super ricos

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, desembarca, na próxima terça-feira, no Vaticano, em busca da bênção do papa Francisco para sua proposta de taxação dos super-ricos no âmbito internacional. Na audiência com o pontífice, Haddad pretende também “coordenar posições” em vista da Cúpula do G7, que ocorrerá na cidade de Fasano entre os dias 13 e 15 de junho.

A taxação de grandes fortunas, um dos temas prioritários da trilha financeira do G20, é apresentada pelo Brasil como uma medida essencial para reduzir a desigualdade econômica global. Para alcançar êxito em sua proposta, Haddad tem buscado apoio internacional, até a realização, em novembro, no Rio de Janeiro, da Cúpula de Líderes do G20, que este ano é presidido pelo Brasil.Antes disso, em julho, os ministros de finanças do fórum das 20 economias mais desenvolvidas, sentarão à mesa na tentativa de elaborar um documento final para a chamada trilha financeira. “A construção desse tema no âmbito do G20 ou no âmbito da política financeira internacional. é um processo. A visita ao Vaticano é mais um passo nesse processo de construção de consensos”, explica  Antônio Freitas, subsecretário de Finanças Internacionais e Cooperação Econômica do Ministério da Fazenda.

Ele conta que Haddad quer conversar com o papa sobre o “princípio” da sua ideia de que “os mais ricos devem pagar, proporcionalmente, a sua riqueza na tributação, a partir do conceito de uma tributação mais justa e progressiva”, que já é debatido em diversos países. A proposta preliminar que vem sendo debatida no âmbito dos ministros de finanças é a tributação em 2% das grandes fortunas. “Os bilionários são menos de três mil pessoas no planeta. Uma tributação de 2% deles geraria estimativa em torno de US$ 250 bilhões anuais. Mas essas propostas têm um tempo de maturação”, comenta Freitas.

Embora considere a proposta “desafiadora”, o subsecretário aponta que ela “foi muito bem recebida” na comunidade internacional. Ele cita a França, cujo presidente Emmanuel Macron afirmou considerar que “é um bom imposto global e devemos levar adiante”, em entrevista recente a uma emissora de TV nos Estados Unidos. A secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, por sua vez, é contrária à tributação internacional.

Nova economia

Desde o início de seu pontificado, Francisco vem demonstrando o seu incômodo com o modo como funciona a economia e o sistema capitalista no mundo. Em seu primeiro documento, a Exortação Apostólica Evangelii Gaudium, ou A Alegria do Evangelho, considerado o “programa” do seu pontificado, o papa apela para a urgência de se combater as causas estruturais da pobreza com uma “nova economia”. O tema é aprofundado na carta encíclica Laudato Si’ — o cuidado com a casa comum, na qual ele fala em uma economia humana e ecológica.

O economista Guilherme Costa Delgado, autor do livro Rumo ao mundo de Francisco: economia, humanismo e ecologia em tempos de crise, percorre o itinerário econômico chefe da Santa Sé desde o início do papado. Ele explica a economia de Francisco como “um enigma que precisa ser decifrado”, pois não está academicamente definida, mas exposta em uma série de mensagens que se encontram em documentos, discursos e atitudes.

O papa Francisco escreveu seis documentos oficiais e registrou, em inúmeras falas, a sua preocupação com a crescente sobreposição dos sistemas econômico e financeiro aos princípios éticos e que devem balizar as relações humanas. O documento Considerações éticas para o discernimento sobre alguns aspectos do atual sistema financeiro, publicado em maio de 2018, traz duras críticas ao capitalismo e preconiza a melhor distribuição de renda e a justiça tributária. O Vaticano defende, entre outras coisas, a taxação das empresas offshores e o fim dos paraísos fiscais, um problema que afeta, inclusive, o próprio Vaticano.

O documento chama atenção, especialmente, para dois tipos de crimes que ocorrem nos paraísos fiscais. Primeiro, a lavagem de dinheiro, por onde passam recursos oriundos do contrabando, da corrupção, do terrorismo, do tráfico de drogas e até do tráfico de seres humanos, por exemplo. O outro, é a elisão fiscal, com fortes prejuízos a países, especialmente aqueles menos desenvolvidos, pois gera desigualdade tributária e crises econômicas. “Exatamente de tal desígnio especulativo nutre-se o mundo das finanças offshore, que, mesmo oferecendo também outros serviços lícitos, mediante muitos e difusos canais de elisão fiscal, quando não de evasão e de lavagem de dinheiro, fruto do crime, constitui um ulterior empobrecimento do normal sistema de produção e distribuição de bens e de serviços”, diz um trecho do documento.

Constantemente, Francisco fala em “realmar” a economia, e trata com dureza o mau uso do dinheiro. “A riqueza desonesta é o dinheiro, também chamado ‘esterco do diabo’, e em geral os bens materiais. A riqueza pode levá-lo a erguer muros, criar divisões e discriminação”, disse ele em um encontro com empresários, em 2019.

Divida pública

Haddad também vai a Roma, participar da conferência sobre o endividamento dos países do Sul Global após a pandemia de covid 19, co-organizada pela Universidade de Columbia e pela Pontifícia Academia das Ciências Sociais. “A covid levou  (a dívida dos países) a um patamar  muito maior e muito mais forte”, comenta Freitas. “Discutir esse tema é também uma questão de ética e de justiça”, completa.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) estima que, em 29 de Fevereiro, dos 68 países de baixo rendimento para os quais o Fundo realiza análises de sustentabilidade da dívida, nove estavam em situação de sobreendividamento e 51 estavam em risco elevado ou moderado de sobreendividamento. No caso do Brasil, a projeção do fundo é que o país encerrará o ano de 2024 com a dívida em 86,7% do Produto Interno Bruto (PIB).

O Vaticano busca promover um papel de coordenação mais forte entre os países devedores, assim como existe entre os credores. O evento também vai discutir a possibilidade de criação de linhas de financiamento global, com custos menores, onde seja possível prevê a suspensão da dívida em alguns casos, como em catástrofes, como a que ocorreu na pandemia.

Correio Brasiliense

Papa pede negociação para acabar com guerra na Ucrânia

O papa Francisco instou das partes em conflito na Ucrânia a negociar “antes que as coisas piorem”, em uma entrevista divulgada neste sábado (9) pela televisão suíça. “Acredito que são mais fortes aqueles que veem a situação, que pensam no povo, que têm a coragem de levantar a bandeira branca e negociar”, declarou o papa durante uma entrevista à rádio televisão suíça RTS, realizada no início de fevereiro.

“A palavra negociar é uma palavra corajosa. Quando você vê que está derrotado, que as coisas não vão bem, precisa ter a coragem de negociar”, acrescentou. “Dá vergonha, mas com quantas mortes isso vai terminar?”, continuou o jesuíta argentino, de 87 anos. “Hoje, por exemplo, na guerra da Ucrânia, há muitos que querem atuar como mediadores. A Turquia se ofereceu para isso. E outros. Não tenham vergonha de negociar antes que as coisas piorem”, instou.

O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, afirmou na sexta-feira que seu país estava disposto a sediar conversas de paz entre Kiev e Moscou, após uma reunião com seu contraparte ucraniano, Volodimir Zelensky, em Istambul. Nas primeiras semanas da guerra, que começou com a invasão russa da Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022, a Turquia havia sediado negociações de paz entre os dois países, mas elas fracassaram.

Os jornalistas também perguntaram sobre a guerra entre Israel e o movimento islamista Hamas na Faixa de Gaza. “A guerra é feita por dois, não por um. Os irresponsáveis são esses dois que fazem a guerra”, respondeu.

AFP

Papa Francisco cita Dom Hélder Câmara e exalta concerto do Criança Cidadã no Vaticano

Se há um paraíso, ele deve se parecer com a grande celebração pela paz presenciada neste sábado (4) no Vaticano. Como anjos, jovens da Orquestra Criança Cidadã e de outros países entoaram canções para um público de mais de 2,5 mil fiéis, que ouviam com admiração cada palavra de exortação e amor do Papa Francisco.

O líder religioso foi recebido ao som de “Messias”, de Friedrich Hendel, interrompida por aplausos. No discurso, ele pontuou a importância do Movimento da Renovação Carismática (RCC) para o catolicismo e a de olhar para o pobre — citando o trabalho de Dom Helder Câmara, arcebispo emérito de Olinda e Recife que está em processo de beatificação.Ainda, condenou os impactos da guerra, relembrando o tema do Concerto pela Paz. “A guerra destrói tudo, tudo, tira a humanidade, destrói a juventude. Por favor, lutemos pela paz, não permitamos que nos roubem essa memória da paz”, afirmou durante o encerramento da conferência Charis 2023, que aconteceu entre 2 e 4 de novembro.

Diante do pontífice, o idealizador do projeto social que muda vida de jovens periféricos de Pernambuco há 17 anos, o juiz João José Targino, relembrou o ensinamento bíblico de que devemos amar uns aos outros. Por fim, entregou um violino feito na Escola de Formação de Luthier e Archetier. “Neste solo sagrado do Vaticano, onde o Filho do Pai fez edificar sua igreja, que a presente manifestação artística possa converter-se em mais uma semente plantada, para a colheita dos frutos da paz universal e inclusiva entre todos os povos”, pediu, em português.

Logo depois, o papa se despediu, cumprimentando o público presente. A orquestra começou a tocar No Reino Da Pedra Verde, do caruaruense Clóvis Pereira. O número continuou com “Bachianas brasileiras n° 4”, de Villa-Lobos, Oblivion (com Singrid Sousa solista), Erbarme dich Mein Gott (com os dois violinistas solistas, o ucraniano e a russa), Aquarela do Brasil e, finalmente, Por una Cabeza, de Carlos Gardel.Ao todo, foram convidados 25 pernambucanos do Criança Cidadã, oito russos, oito ucranianos e 12 italianos pela Comunidade Obra de Maria para se apresentar no Charis. “A ideia era colocar esses países juntos para mostrar que é possível e que na arte não tem guerra”, disse Lanfranco Lancellotti, maestro honorário da orquestra social.

E parece ter funcionado. Cada músico chegou a ganhar um broche com a bandeira do seu país, mas, por iniciativa própria, dispensou o uso do item: queriam demonstrar que eram um só. “é impossível que nos entendamos, mas é muito bom o sentimento de conseguir conversar pela música”, disse o russo Nikita Shkuratov, de 20 anos.

A ansiedade que antecedeu o espetáculo foi trocada, na hora, pela excitação à arte. A certo ponto, os olhos dos músicos deixavam as partituras e se perdiam. A rigidez era trocada pela dança conduzida pelos violinos, violas, contrabaixos e violoncelos, deixando a respiração ofegante. Incentivavam uns aos outros, relembraram quais eram as próximas canções.

Após quatro meses de ensaios, o maestro José Renato Accioly, finalizou o trabalho com “um sentimento de dever cumprido”, que era possível notar pelo sorriso dele durante o solo do spalla Ivo Gomes. “A felicidade maior é ter conseguido integrar músicos da Ucrânia, Rússia e da Itália com brasileiros, ter passado pelo universo desses vários países através da música e ter estabelecido uma relação próxima e fraterna como deve ser com os povos”, disse.

JC Online

‘Parem!’, pede o papa Francisco sobre conflito entre Hamas e Israel

O papa Francisco pediu, neste domingo (22), o fim do conflito entre Hamas e Israel, expressou o temor de uma escalada da guerra e fez um apelo para a permissão de entrada de mais ajuda humanitária na Faixa de Gaza.

“A guerra, qualquer guerra, é sempre uma derrota. A guerra é sempre uma derrota, uma destruição da fraternidade humana. Irmãos, parem! Parem!”, afirmou o papa argentino aos fiéis reunidos na Praça de São Pedro para a bênção do Angelus.O pontífice de 86 anos reiterou o apelo para a permissão de entrada de ajuda humanitária em Gaza e para a libertação dos reféns sequestrados desde 7 de outubro, quando combatentes do grupo islamista palestino Hamas invadiram o território israelense e deixaram mais de 1.400 mortos, a maioria civis.

Os bombardeios incessantes de represália de Israel contra Gaza, um território governado pelo Hamas, deixaram pelo menos 4.651 mortos, a maioria civis, segundo as autoridades de saúde do movimento islamista, e reduziram a escombros bairros inteiros do enclave superpopuloso. A Faixa de Gaza está sob cerdo de Israel, sem abastecimento de água, energia elétrica e alimentos.

O primeiro comboio de 20 caminhões com ajuda humanitária entrou no sábado na Faixa de Gaza procedente do Egito. Neste domingo, 17 caminhões foram autorizados a entrar no território. A ONU considera que a carga não é suficiente para enfrentar o que chama de situação humanitária “catastrófica” dos 2,4 milhões de habitantes de Gaza. Duas reféns americanas, mãe e filha, foram liberadas na sexta-feira, mas pouco mais de 200 pessoas permanecem sequestradas pelo Hamas.

AFP

Papa conclui viagem à França com missa multitudinária em Marselha

O papa Francisco oficiou, neste sábado (23), uma multitudinária missa, ao fim de uma breve visita a Marselha (sudeste da França), de onde pediu à Europa “responsabilidade” para com os migrantes e denunciou o “fanatismo da indiferença”. A bordo de seu papamóvel, o pontífice argentino foi recebido no Estádio Vélodrome sob aplausos dos milhares de fiéis presentes – as autoridades esperavam em torno de 57.000 pessoas – e gritos de “Papa Francisco!”, após percorrer as ruas da cidade mediterrânea.

“Bom dia, Marselha, bom dia, França”, disse ele aos presentes, incluindo o presidente francês, Emmanuel Macron, sua esposa, Brigitte, e a presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde. “Viemos de longe, mas era importante estarmos aqui, porque estaremos em comunhão com toda a comunidade religiosa, católica”, disse à AFP Aurea Dias Neto, uma mulher de 52 anos, nascida em São Tomé e Príncipe, mas que vive no centro da França.

A liturgia, com orações lidas em vários idiomas, incluindo espanhol, armênio e árabe, concluiu uma viagem de dois dias do líder católico à segunda maior cidade da França, por ocasião do encerramento dos Encontros Mediterrâneos entre jovens e bispos dos países costeiros. Diante da multidão, o jesuíta, de 86 anos, pediu, mais cedo, “responsabilidade europeia” para enfrentar o “fenômeno migratório”, após denunciar na véspera o “fanatismo da indiferença” para com os migrantes. “Quem arrisca sua vida no mar não invade, busca acolhida”, reiterou o pontífice argentino, para quem o “fenômeno migratório” é um “processo” que “envolve três continentes em torno do Mediterrâneo”.

Sua viagem acontece dias depois de cerca de 8.500 migrantes terem chegado à pequena ilha italiana de Lampedusa, após cruzarem o Mar Mediterrâneo. Nele, mais de 28.000 migrantes desapareceram desde 2014, em sua tentativa de chegar à Europa, procedentes da África, segundo a Organização Internacional para as Migrações (OIM). Desde sua eleição como sumo pontífice em 2013, uma de suas prioridades tem sido alertar sobre as tragédias dos migrantes, do Mediterrâneo à América Central, ou à Venezuela, passando por África, Oriente Médio, Europa, ou Estados Unidos, e pedir sua acolhida.

Seus novos apelos se dão em um contexto cada vez mais hostil para esses exilados na Europa. Exemplo disso, a França anunciou, por meio de seu ministro do Interior, Gérald Darmanin, que “não acolherá” ninguém de Lampedusa. O presidente francês, Emmanuel Macron, conversou por cerca de meia hora com o papa neste sábado. Os dois conversaram sobre a questão migratória e Macron expôs ao papa seus planos sobre um projeto relativo à eutanásia que deve ser apresentado “nas próximas semanas”, informou a Presidência francesa. Pouco antes, o papa havia advertido contra a “perspectiva falsamente digna de uma morte doce”.

O pontífice insistiu em sua oposição à eutanásia durante a viagem de volta à Cidade do Vaticano: “Não se brinca com a vida! Não se brinca com a vida, nem no princípio nem no final!”, declarou durante coletiva de imprensa no avião. O governo francês prepara um projeto de lei que poderia incluir a “ajuda ativa para morrer” para pessoas muito idosas. Sua apresentação está prevista para as próximas semanas.

Sua visita também foi acompanhada de polêmica na França. A oposição de esquerda criticou a presença de Macron e de sua mulher, Brigitte, na missa, ao considerar que “atropela” a neutralidade religiosa. Macron é o primeiro presidente, desde Valéry Giscard d’Estaing, em 1980, a assistir a uma missa papal. Batizado católico aos 12 anos e educado nos jesuítas, Macron é um presidente sensível à espiritualidade e atualmente se define como agnóstico. “Considero que meu lugar é assistir. Não irei como católico, mas como presidente”, defendeu-se, na semana passada.

O historiador Jean Garrigues rejeita as críticas sobre um atentado ao secularismo e explica que “existe uma tradição de presidentes católicos, crentes e até praticantes”, do general Charles De Gaulle a Nicolas Sarkozy.

AFP

Papa Francisco envia mensagem de solidariedade ao povo gaúcho

O papa Francisco enviou uma mensagem de solidariedade às comunidades atingidas pelas fortes chuvas que deixaram um mar de destruição e mortos no Rio Grande do Sul nesta semana.

A mensagem enviada pelo secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, ao arcebispo de Santa Maria, dom Leomar Brustolin, o pontífice concede benção aos atingidos e pede que as regiões destruídas sejam reconstruídas “de maneira rápida e eficaz”.

Metrópoles

Papa denuncia desinformação e a classifica como o ‘primeiro pecado do jornalismo’

O papa Francisco mostrou-se preocupado, neste sábado (26), com a possibilidade de a “desinformação” e as notícias falsas, que considera o “primeiro pecado do jornalismo”, influenciarem a opinião pública.

“A desinformação é o primeiro pecado, o primeiro erro – digamos assim – do jornalismo”, disse o pontífice, durante um ato realizado no Vaticano para a entrega de um prêmio de jornalismo a repórteres italianos.

“A desinformação é um dos pecados do jornalismo, que são quatro: a desinformação, quando um jornalista não informa ou desinforma; a calúnia (que às vezes é usada); a difamação, que é diferente da calúnia, mas destrói; e o quarto é (.. .) o amor ao escândalo”, disse o papa, citado em um comunicado do Vaticano.

O pontífice argentino insistiu que “as manipulações” que mais o preocupam são aquelas que procuram “orientar a opinião pública”.

Francisco, de 86 anos, apelou à “responsabilidade” em um momento em que “a Europa enfrenta uma situação dramática, com a guerra na Ucrânia que continua”.

“A minha esperança é que seja dado espaço às vozes da paz, àqueles que estão empenhados em acabar com este conflito como tantos outros”, insistiu.

AFP

Multidão de fiéis acompanham visita do Papa ao santuário de Fátima, em Portugal

O Papa Francisco foi recebido neste sábado (5) por cerca de 200 mil fiéis no santuário de Fátima, no centro de Portugal, onde passará algumas horas antes de regressar a Lisboa para uma vigília que antecederá a missa final desta edição do Dia Mundial da Juventude (JMJ).

A bordo de um helicóptero da força aérea portuguesa, o pontífice argentino sobrevoou a ampla esplanada do santuário, onde prevê passar duas horas rezando o terço com jovens doentes e fazendo um discurso. À sua chegada, Francisco foi aplaudido por cerca de 200 mil fiéis, segundo as autoridades locais, que não lotaram totalmente o emblemático recinto, sob um céu escurecido pelo fumo e cinzas de um incêndio florestal ativo a cem quilômetros dali.

Após o desembarque, Jorge Bergoglio percorreu em um “papamóvel” a esplanada que circunda a pequena capela que marca o local onde, segundo a tradição católica, a Virgem Maria apareceu a três crianças em 1917. “Mal posso esperar para ver o Papa, que representa a esperança para mim”, disse Cristina Gomes, uma portuguesa de 55 anos que veio dos arredores de Lisboa e passou a noite em Fátima, um pouco antes para garantir ela veria Francisco de perto.

“É uma visita importante que nos ajudará em nossa fé”, disse Juan Fiorani, um estudante argentino de 17 anos da vizinha Espanha, onde passou as férias. Aqui, a cerca de 130 km a norte de Lisboa, a Virgem Maria teria feito seis aparições aos pastorinhos, nas quais lhes teria confiado três segredos, entre os quais uma visão considerada profética do atentado perpetrado contra o Papa João Paulo II há mais de 60 anos.

Missas
Não é a primeira vez que Bergoglio visita o santuário como papa, onde já esteve em 13 de maio de 2017 para a canonização em massa de dois dos párocos, que contou com a presença de cerca de 500.000 peregrinos.

Francisco, de 86 anos, chegou a Portugal na quarta-feira para se encontrar com jovens católicos de todo o mundo, reunidos em Lisboa para uma semana de encontros festivos, culturais e espirituais. Desde o início de sua visita, a mais longa de um pontífice ao país, o papa argentino abordou temas como a ecologia, a guerra na Ucrânia ou a dor das vítimas de abuso sexual de menores por membros da Igreja.

Uma maré colorida de peregrinos inundou as ruas de Lisboa nestes dias, especialmente numerosos nos eventos realizados na quinta e sexta-feira num parque central com vista para o rio Tejo, onde 800 mil pessoas se reuniram na sexta-feira, segundo as autoridades. A cifra pode chegar a um milhão durante a vigília que será realizada na noite de sábado às portas de Lisboa, num grande parque montado para a marcação no terreno de um antigo aterro sanitário situado nas margens do estuário do Tejo.

Com seis milhões de visitantes esperados este ano, Fátima está entre os santuários marianos mais visitados do mundo, como Guadalupe, no México, Aparecida, no Brasil, ou Lourdes, na França.Já sem as restrições trazidas pela pandemia de covid-19, o santuário português recuperou este ano os níveis de afluência de antes da crise sanitária, com mais de 200 mil pessoas presentes na grande romaria anual a 13 de maio.

Folha PE

Papa denuncia ‘ataque brutal’ contra uma escola em Uganda

O papa Francisco denunciou, neste domingo (18), o “ataque brutal” de um grupo rebelde de filiação jihadista contra uma escola de ensino médio em Uganda, que deixou ao menos 41 mortos, a grande maioria estudantes.

“Rezo pelos jovens estudantes vítimas do ataque brutal cometido contra uma escola no oeste de Uganda”, país de maioria cristã, declarado o sumo pontífice argentino diante dos peregrinos reunidos na Praça de São Pedro, no Vaticano, após a oração do Ângelus.

“Esta luta, esta guerra em todos os lugares. Rezemos pela paz”, acrescentou o pontífice.

O massacre ocorreu na noite de sexta-feira na escola Lhubiriha, na localidade de Mpondwe, muito perto da fronteira com a República Democrática do Congo (RDC).

O exército e a polícia acusaram as Forças Democráticas Aliadas (ADF), um grupo rebelde ligado ao grupo jihadista Estado Islâmico.

AFP

Morre Bento 16, o primeiro papa a renunciar em quase 600 anos

(Imagem: Tiziana Fabi/AFP/28.set.2011)

Morreu hoje (31), aos 95 anos, o papa emérito Bento 16. Ele faleceu em um antigo convento dentro dos jardins do Vaticano, onde vivia desde 2013, longe dos holofotes. Segundo nota do Vaticano, Bento 16 morreu às 9h34 (5h34 no horário de Brasília). O velório está marcado para 5 de janeiro e será presidido pelo papa Francisco, seu sucessor.

Na quarta-feira (28), Francisco disse que Bento 16 estava “muito doente” e pediu que a Igreja rezasse por ele. Mais tarde, o Vaticano afirmou em um comunicado que ele havia sofrido uma “piora” repentina de sua saúde e estava recebendo atenção médica constante.

LEIA MAIS

Papa emérito Bento XVI tem piora súbita de saúde, diz Vaticano

O Vaticano informou, na manhã desta quarta-feira (28), que a o papa emérito Bento XVI, de 95 anos, teve uma piora súbita de saúde nas últimas horas. Foi informado ainda que a condição de Bento 16 está “sob controle” e ele está recebendo cuidados médicos constantemente.

Além disso, na manhã desta quarta, o papa Francisco fez uma visita a seu antecessor e disse que ele está “muito doente”. “Gostaria de pedir a todos vocês uma oração especial pelo papa emérito Bento XVI”, disse Francisco em um anúncio surpresa em italiano no final de sua audiência geral semanal.

Lembremo-nos dele. Ele está muito doente, pedindo ao Senhor que o console e sustente neste testemunho de amor pela Igreja até o fim”, disse Francisco, em italiano.

Papa: homossexuais devem ser protegidos por leis de união civil

(Foto: Internet)

O papa Francisco afirmou, em um filme lançado nessa quarta-feira (21), que os homossexuais devem ser protegidos pelas leis de união civil, em uma das linguagens mais claras já usadas pelo pontífice sobre os direitos dos gays.

“Os homossexuais têm o direito de ter uma família. Eles são filhos de Deus e têm direito a uma família. Ninguém deveria ser descartado ou se sentir infeliz por isso”, diz o papa no documentário Francesco, do diretor indicado ao Oscar Evgeny Afineevsky.

LEIA MAIS
123