Ninguém assina recibo de corrupção, diz delegado da Lava Jato

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Delegado da Polícia Federal, Marcio Anselmo. (Foto: Internet)

Em entrevista à Folha, o delegado da Polícia Federal, Marcio Anselmo, um dos principais nomes da Operação Lava Jato, afirmou que é muito difícil haver provas diretas em casos de corrupção e lavagem de dinheiro, mas um conjunto de indícios que é, sim, suficiente para incriminar alguém. “Ninguém vai assinar um recibo da corrupção”, disse.

Na investigação desde os primórdios da Lava Jato, Anselmo é referência em lavagem de dinheiro e cooperação internacional. Doutor em direito internacional pela USP, ele vai lançar um livro sobre delação nesta terça (11).

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STF fatia principal inquérito da Lava Jato e passa a investigar Lula e Cunha

Lula disse preferir que alguém mais jovem se candidatasse e assumisse, entretanto, diz não ter dúvidas quanto a voltar a se candidatar/Foto:arquivo

Com o fatiamento, serão mantidos no inquérito inicial apenas os fatos relacionados aos investigados./ Foto: arquivo

O ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou o fatiamento do principal inquérito da Operação Lava Jato. A decisão atendeu a um pedido do Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, e dividiu o inquérito em quatro processos para investigação.

Segundo o pedido de Janot, o inquérito inicial foi aberto para investigar grupo criminoso que seria comandado e articulado por políticos de diferentes partidos para viabilizar o “enriquecimento ilícito daqueles e de grupos empresariais, bem como financiar campanhas eleitorais, a partir de desvios públicos de diversas empresas estatais e entes da administração direta e indireta”.

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Lava-Jato: vereador afirma que prefeito Júlio Lossio foi indiciado pelo Juiz Sérgio Moro e solicita abertura de CPI

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Vereador reeleito Ronaldo Cancão (PTB)/ Foto: Waldiney Passos

No momento em que os vereadores faziam o agradecimento pelos votos recebidos na última eleição, o vereador Ronaldo Cancão (PTB), reeleito, manteve a sua postura de oposição a atual gestão em Petrolina e disparou contra o prefeito Júlio Lossio (PMDB), afirmando que ele teria sido indiciado pelo juiz Sérgio Moro da Polícia Federal.

“Eu fui tratar de um assunto de uma padreira lá no Capim e quando cheguei lá me deparei com uma situação, a gestão de Júlio Lossio está na lava-jato, o dinheiro do Igeprev de um milhão de reais de Youssef o doleiro, se instaurou inquérito e eu vi pela primeira vez a intimação de Moro as três pessoas ligadas a prefeitura do lava-jato e um crime estarrecedor, pegaram o dinheiro público e colocaram na moeda do lava-jato, então ninguém tem moral de falar de alguém de um lava-jato. Vai ser identificado agora, eu não posso aqui anunciar os nomes, mas o prefeito está indiciado no lava-jato e mais dois gestores dele por desvio de finalidade daquele milhão do fundo de pensão”, disse.

Cancão informou também que o processo de investigação sobre os indícios de superfaturamento na contratação de bandas nas festas de São João também já foi concluído e a Polícia Federal deve se pronunciar sobre o assunto nos próximos 30 dias.

CPI do asfalto 

O edil ainda pediu a abertura da CPI para investigar a aplicação dos recursos destinados a pavimentação asfáltica na cidade.

“A maioria do asfalto iniciado está apenas na terraplanagem e o dinheiro foi liberado e eu queria agora chamar atenção da vereadora Maria Helena que está aqui presidindo, que agora eu quero que saiba do papel a CPI do asfalto, não me interessa que faltam 58 dias, eu quero saber aonde investiu o dinheiro do asfalto em Petrolina,  aonde entrou o dinheiro que chegou em Petrolina, quero rua por rua e quero curtos e vamos abrir a CPI, ela já foi aprovada com 10 votos, teve 9 assinaturas e vamos agora dar a resposta a sociedade”, concluiu.

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Delação não é o único método de investigação da Lava Jato, diz Moro

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Na opinião do juiz, a delação premiada “tem que ser feita com regras, cuidado, cautela. Nunca confie num criminoso” (Foto: Internet)

O juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, que julga os processos da Lava Jato, declarou, em resposta aos críticos da operação, que a colaboração premiada não é o seu único método de investigação. Segundo ele, na prisão do doleiro Alberto Youssef, havia provas pré-existentes e a delação foi a apenas a “cereja do bolo”.

Moro participou hoje (4),em São Paulo, do 5º Fórum Nacional Criminal dos Juízes Federais. Do lado de fora do Hotel Renaissance, onde foi realizado o evento, um pequeno grupo se manifestou em apoio ao magistrado.

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Após julgamento no STF, Gleisi e Paulo Bernardo viram réus

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Gleisi se tornou a primeira senadora com mandato atualmente alvo de uma ação penal por suposto esquema de corrupção na Petrobrás. (Foto: Internet)

Por unanimidade, a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu aceitar nesta terça-feira, 27, a denúncia contra a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) e o marido, o ex-ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, que se tornaram réus na Operação Lava Jato.

Votaram pelo recebimento da denúncia os cinco ministros que compõem a 2.ª Turma: o relator do processo, Teori Zavascki, e os ministros Gilmar Mendes, Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski e Celso de Mello. “Considero que as declarações em colaboração premiada seriam suficientes para juízo de recebimento da denúncia.

Aqui há elementos que vão muito além das declarações prestadas em colaboração premiada, de modo que considero preenchidos os requisitos para o recebimento da denúncia e voto nesse sentido”, disse Teori.

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Temer repreende ministro da justiça por declarações da Lava Jato, mas se recusa a demiti-lo

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Segundo assessores, Temer aceitou as explicações, mas cobrou dele que pare de dar declarações “desastrosas”. (Foto: Internet)

Apesar de ser aconselhado por assessores a demitir seu ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, o presidente Michel Temer avaliou que tomar essa medida seria uma admissão oficial de que seu assessor vazou uma operação da Lava Jato e decidiu mantê-lo em sua equipe.

Irritado com as declarações de Moraes, dadas no domingo (25) afirmando que “nesta semana” haveria mais uma fase da Lava Jato, Temer cobrou explicações.

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Atuação de Palocci em favor da Odebrecht foi “intensa e reiterada”, diz MPF

O advogado de Palocci, José Roberto Batochio, criticou a prisão de seu cliente, dizendo que tudo ocorreu de maneira secreta, ao estilo ditadura militar./Foto: internet

O advogado de Palocci, José Roberto Batochio, criticou a prisão de seu cliente, dizendo que tudo ocorreu de maneira secreta, ao estilo ditadura militar./Foto: internet

Em coletiva para detalhar a 35ª fase da Operação Lava Jato, a procuradora da República, Laura Gonçalves Tessler disse que o ex-ministro Antônio Palocci teve atuação “intensa e reiterada” na defesa de interesses da empreiteira Odebrecht na administração pública federal. Segundo a procuradora, a empreiteira repassou R$ 128 milhões de reais a uma conta que seria gerida pelo ex-ministro. Palocci foi preso preventivamente na manhã de hoje (26) quando a Polícia Federal deflagrou a nova fase da Operação, chamada Operação Omertá.

De acordo com Laura Gonçalves, haveria um conta destinada ao recebimento de vantagens indevidas da Odebrecht e Palocci seria o gestor dessa conta. “Se verificou uma atuação intensa e reiterada de Palocci na defesa de interesses da empresa perante a administração pública federal envolvendo contratos com a Petrobras, questões veiculadas e medidas legislativas. Essa atuação se deu mediante a pactuação e recebimento de contrapartidas em favor do Partido dos Trabalhadores. Palocci, ao que tudo indica, atuava como gestor dessa conta tendo atuado desde 2006 até pelo menos novembro de 2013, comprovadamente, com pagamentos documentados nessa planilha”, disse a procuradora.

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Lava Jato fecha cerco sobre Lula e Dilma

(Foto: Cristiano Mariz)

Nas fases seguintes da Lava Jato deveriam aparecer informações para fazer o cículo se fechar sobre Lula e Dilma. (Foto: Cristiano Mariz)

Não foi por acaso que o procurador Deltan Dallagnol traçou o organograma da “propinocracia” mostrando Luiz Inácio Lula da Silva no centro do petrolão, ao denunciar o ex-presidente há duas semanas. Nas fases seguintes da Lava Jato deveriam aparecer informações para fazer o cículo se fechar sobre Lula e sua sucessora, Dilma Rousseff.

Primeiro, foi alvo de prisão temporária, logo revogada, o ex-ministro da Fazenda de Lula e DilmaGuido Mantega. Agora, a nova fase da Operação, a Omertà, mira o ex-ministro da Fazenda de Lula e chefe da Casa Civil de Dilma, Antonio Palocci.

Também estão nos radares da Lava Jato o ex-presidente do BNDES Luciano Coutinho e a ex-ministra da Casa Civil de Dilma, Erenice Guerra.

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Ex-ministro Antonio Palocci é preso em nova fase da Operação Lava Jato

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Para a PF, foram identificadas negociações quando Palocci era ministro que acabaram por beneficiar a empreiteira. (Foto: Internet)

O ex-ministro Antonio Palocci (PT) foi preso em São Paulo nesta segunda-feira (26) durante a 35ª fase da Operação Lava Jato, batizada de “Omertà”. Segundo a Polícia Federal (PF), ele “atuou de forma direta para propiciar vantagens” para a empreiteira Odebrecht quando estava no governo federal.

Palocci foi ministro da Fazenda (2003-06) do governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da Casa Civil (2011) do governo Dilma Rousseff. Ele será levado para Curitiba, onde estão concentradas as investigações da Lava Jato. De acordo com a PF, o ex-ministro e “personagens de seu grupo político” foram beneficiados com vultosos valores ilícitos.

Para a PF, foram identificadas negociações quando Palocci era ministro que acabaram por beneficiar a empreiteira. “Foi possível delinear as tratativas entre o Grupo Odebrecht e o ex-ministro para a tentativa de aprovação do projeto de lei de conversão da MP 460/2009 (que resultaria em imensos benefícios fiscais), aumento da linha de crédito junto ao BNDES [Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social] para país africano, com a qual a empresa tinha relações comerciais, além de interferência no procedimento licitatório da Petrobras para aquisição de 21 navios sonda para exploração da camada pré-sal”.

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Lava-Jato cumpre mandados em seis estados e no Distrito Federal

A Operação Lava-Jato entra na 35ª fase, nesta manhã de segunda-feira (26/9), com o cumprimento de 45 mandados judiciais. Intitulada Omertá, a etapa de hoje busca indícios de uma relação criminosa entre um ex-ministro da Casa Civil e da Fazenda com o comando da principal empreiteira do país. O investigado principal atuou diretamente como intermediário do grupo político do qual faz parte perante o Grupo Odebrecht, segundo a Polícia Federal (PF).

No total, são 27 mandados de busca e apreensão, três de prisão temporária e 15 de condução coercitiva. Aproximadamente 180 policiais federais e auditores fiscais estão cumprindo as determinações judiciais em cidades nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal. Os crimes investigados são de corrupção, associação criminosa e lavagem de dinheiro.

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‘Esta semana vai ter mais’, diz ministro da Justiça sobre a Lava Jato

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O ministro afirmou que a Lava Jato é uma “belíssima operação”. (Foto: Internet)

O ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, sinalizou neste domingo, em Ribeirão Preto (SP), que uma nova etapa da Operação Lava Jato vai ser deflagrada nesta semana. Em uma conversa com representantes do Movimento Brasil Limpo (MBL), acompanhada pelo Broadcast, sobre o futuro da investigação e da ação conjuntas entre Ministério Público Federal e Polícia Federal (PF), Moraes disse que a Lava Jato prosseguiria.

“Teve a semana passada e esta semana vai ter mais, podem ficar tranquilos. Quando vocês virem esta semana, vão se lembrar de mim”, disse o ministro em um evento de campanha do deputado federal Duarte Nogueira (PSDB), candidato a prefeito no município paulista.

O ministro afirmou que a Lava Jato é uma “belíssima operação” e o prosseguimento das investigações, com “o apoio total à Polícia Federal”, é um compromisso feito desde que assumiu o cargo. Moraes rebateu acusações de que tenha havido exagero na prisão, depois revogada, do ex-ministro da Fazenda Guido Mantega, na última quinta-feira (25), quando ele acompanhava uma cirurgia da esposa.

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Presos na Lava Jato fazem exame de corpo de delito em Curitiba

Lava Jato

Os sete presos na 34ª fase da Operação Lava Jato, chamada de Arquivo X, fizeram hoje (24) exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal, em Curitiba, segundo informações da Polícia Federal (PF). O exame, que é um procedimento de praxe, teve início por volta das 10h. Cerca de uma hora depois, eles foram reencaminhados à carceragem da polícia, onde estão detidos.

A prisão de Julio César Oliveira Silva, Ruben Costa Val, Luiz Eduardo Neto Tachard, Danilo Baptista, Francisco Corrales Kindelan, Luiz Eduardo Guimarães Carneiro e Luiz Claudio Machado Ribeiro é temporária e vence na segunda-feira (26). A prisão temporária pode ser prorrogada.

Antes de serem liberados, caso não haja prorrogação, Luiz Cláudio Machado Ribeiro, Luiz Eduardo Guimarães Carneiro e Ruben Costa Val ainda prestarão depoimento. Os demais, de acordo com a PF, prestaram depoimento ontem (23).

Lula: “Eu duvido que o Moro seja mais honesto do que eu”

“Não se preocupem comigo, eu estou tranquilo. Eu duvido que dentro do Ministério Público, da Polícia Federal, ou o tal do juiz Moro seja mais honesto que eu”, afirmou Lula.

O ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva (PT) esteve no Recife ontem em ato realizado pelo Partido dos Trabalhadores em prol da candidatura do também petista João Paulo.

O evento foi realizado no centro da cidade  e contou com a presença de muitos correligionários e admiradores de Lula. Como era de se esperar o ex-presidente não poupou críticas ao juiz Sérgio Moro e aos procuradores que o acusam de estar diretamente ligado aos supostos desfalques da Lava Jato.

“Não se preocupem comigo, eu estou tranquilo. Eu duvido que dentro do Ministério Público, da Polícia Federal, ou o tal do juiz Moro seja mais honesto que eu”, afirmou o líder do PT.

Lula seguiu seu discurso criticando os procuradores de Curitiba. Segundo ele, são “um grupo de meninos” que investigam sua vida realizando um “show de pirotecnia sem provas”.

“Não adianta não ter provas e ter convicção. Eu tenho história de luta nesse País. É preciso que eles aprendam a respeitar”, disse.

“Hoje tem um conluio entre uma parte da imprensa, uma parte do MP e uma parte da PF e no meu caso eu acho que eles erraram um pouco na mão. Porque eles sabem que eu não preciso de imprensa para ter o carinho do povo brasileiro. Vocês têm concurso, mas não foram escolhidos para ser Deus”, completou o petista.

Para finalizar Lula disse que espera no final das investigações um pedido de desculpas dos magistrados “a mim e a minha família”.

Moro revoga prisão temporária de Guido Mantega

Ao revogar a prisão temporária, Moro garantiu que nem ele, nem as autoridades policiais ou os procuradores da República que participam da força-tarefa da Lava Jato sabiam que a esposa de Mantega estava internada no Hospital Albert Einstein para se submeter a uma cirurgia./ Foto: internet

Ao revogar a prisão, Moro garantiu que nem ele, nem as autoridades que participam da força-tarefa da Lava Jato sabiam que a esposa de Mantega estava internada no Hospital Albert Einstein para se submeter a uma cirurgia./ Foto: internet

O juiz federal Sérgio Moro revogou a prisão temporária do ex-ministro da Fazenda, Guido Mantega, detido na manhã de hoje (22), em São Paulo, durante a 34ª fase da Operação Lava Jato, deflagrada nas primeiras horas do dia. Mantega foi levado para a sede da Polícia Federal na capital paulista.

Ao justificar a decisão de mandar soltar o ex-ministro, Moro afirmou que, diante do quadro de saúde da esposa de Mantega, e como as buscas e apreensões de documentos nos endereços residenciais e comerciais dos investigados já foram feitas, não há mais a necessidade de manter o ex-ministro detido, já que ele não pode mais interferir na colheita de provas. Moro não consultou o Ministério Público Federal (MPF), nem a autoridade policial antes de tomar a decisão.

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Surpreso com prisão de Mantega, PT avalia que cerco vai se intensificar

(Foto: Eliaria Andrade/Estadão)

O temor da cúpula do partido é de que Eike Batista também tenha concedido outros depoimentos. (Foto: Eliaria Andrade/Estadão)

Surpresos com a prisão temporária do ex-ministro Guido Mantega, os integrantes do PT avaliam que o episódio coloca a Lava Jato num novo patamar.

A constatação é que se fecha o cerco aos governos Lula e Dilma Rousseff. Isso porque Guido Mantega foi um homem de confiança dos dois ex-presidentes, tendo sido o ministro da Fazenda mais longevo desde a redemocratização.

Na fase “Arquivo X”, a Lava Jato se utiliza do depoimento do empresário Eike Batista, que diz ter pago US$ 2,35 milhões ao PT a pedido do próprio Mantega em troca de negócios em duas plataformas de petróleo da Petrobras.

O temor da cúpula do partido é de que Eike Batista também tenha concedido outros depoimentos envolvendo novas linhas de investigação da Lava Jato.

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