“Depois de Dilma, agora é você (Cunha) que deve sair”, diz Jarbas sobre votação

Deputado já chamou Cunha de psicopata / Foto: Internet
Em entrevista na manhã deste domingo ao programa Passando a Limpo, da Rádio Jornal, o deputado Jarbas Vasconcelos adiantou como será seu discurso na hora de votar a favor da continuidade do processo de impeachment Dilma, na Câmara: “Depois de Dilma, agora é você que deve sair”. Uma fala dirigida ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB).
Antes mesmo de se definir pelo impeachment da presidente, Jarbas já era um contumaz combatente do comportamento do correligionário. Usou a tribuna da câmara, inclusive, para fazer um discurso contra Cunha, ainda no ano passado. Em outras entrevistas, chegou a adjetivar Cunha como “psicopata”.
Marco Aurélio é relator de pedido que pode suspender votação do impeachment

Ministro do STF está analisando a questão
O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), foi definido neste domingo, 17, o relator de um pedido protocolado nesse sábado, 16, pelo deputado do PT Reginaldo Lopes (MG) que pode, entre outras coisas, suspender a votação do impeachment da presidente Dilma Rousseff marcada para acontecer na tarde deste domingo. O mandado de segurança protocolado ontem na Corte pretende que o Supremo exija a juntada imediata da denúncia contra o vice-presidente da República, Michel Temer, ao processo de impedimento de Dilma. Na peça, o petista pede a suspensão da votação de hoje e o retorno do processo à fase da Comissão Especial.
Apesar de o STF ter dado sinais de que não pretende interferir no processo de impeachment da presidente Dilma, o deputado Reginaldo Lopes se diz confiante em uma decisão que pode suspender ou anular a sessão deste domingo. O parlamentar disse ter realizado a peça por decisão própria, sem articulação com a defesa da presidente Dilma Rousseff. Marco Aurélio foi o ministro que determinou, há dez dias, que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), instaure um processo de impeachment contra Temer. O ministro é conhecido por tomar decisões polêmicas e divergir da maioria do plenário.
A denúncia contra Temer foi apresentada à Câmara pelo advogado Mariel Marra. O argumento do pedido apresentado contra o peemedebista é de que o vice-presidente cometeu crime de responsabilidade ao assinar no ano passado quatro decretos que autorizavam a abertura de crédito suplementar sem aval do Congresso. O caso foi revelado pelo jornal O Estado de S. Paulo em dezembro e é um dos crimes apontados na denúncia em discussão contra Dilma.
‘Golpe foi ocultar o rombo’, afirma autor do pedido de impeachment
Um dos autores do pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff, o jurista Miguel Reale Jr., ex-ministro da Justiça de Fernando Henrique Cardozo, diz nesta entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo que a presidente pode não ter se beneficiado pessoalmente, mas foi corrupta. “Corrupto também (é) aquele que deixou de ter responsabilidade na condução da coisa pública visando ao interesse eleitoral.” O jurista também acusa Dilma de usar a Advocacia-Geral da União em causa própria e rebate os argumentos do ministro-chefe da AGU, José Eduardo Cardozo.
Ela participou diretamente. A responsabilidade pela condução das finanças é sempre do chefe do Executivo. Esses fatos que são atribuídos a ela estão previstos no Código Penal, no artigo 359, na Lei de Responsabilidade, a Lei 1.079, do impeachment, itens do artigo 10 e 11. Ela tinha encontros quase diários com o mentor das pedaladas, o (ex-secretário do Tesouro) Arno Augustin Era unha e carne com ele. Dilma tinha conhecimento direto da irresponsabilidade de aplicar o populismo fiscal eleitoral.
Confira a íntegra da entrevista:
“É preciso o impeachment do atual modelo político”, diz Cristovam Buarque

A solução, segundo o senador, é o surgimento de uma nova esquerda/Foto: Waldemir Barreto Agência Estado
Pernambucano, nascido no Recife em 1944, mas com mandato pelo Distrito Federal, o senador Cristovam Buarque (PPS) é um dos mais respeitados homens públicos do País. Ele foi ministro da Educação do primeiro governo Lula (PT), entre 2003 e 2004, e hoje é um dos maiores críticos do modelo político encabeçado pelo ex-presidente da República e executado pela presidente Dilma Rousseff (PT).
Cristovam é uma das vozes que defendem o impeachment da presidente, mas enfatiza que a iniciativa pouco ajudará o País. “Com o impeachment ou com Dilma no governo, o Brasil vai ficar no mesmo rumo de uma crise profunda. Não tenho otimismo do que vai acontecer na história, política, econômica e social do Brasil nos próximos anos”, opinou.
Ninguém escapa às críticas de Cristovam. “A democracia entrou em crise porque os partidos não significam nada, o Congresso não funciona bem e o Executivo aparelhou o Estado. Há uma crise de modelo. Precisamos de um impeachment do modelo”, falou.
Para o senador, que já foi filiado ao PT, a esquerda brasileira sairá manchada após os últimos acontecimentos, que envolvem desde a Operação Lava Jato até o processo de impeachment de Dilma.
“A esquerda brasileira sai mais do que arranhada desses episódios. Ela está embaixo dos escombros criados pelo governo do PT”, diz.
A solução, segundo o senador, é o surgimento de uma nova esquerda. “Uma esquerda que entenda a estabilidade monetária como algo possível, que o fundamental não seja o estatal, mas o público, que ponha a educação como motor do progresso. Tenho a impressão que isso vai demorar, que vai ter que passar pela oposição para acontecer. O lugar de definir sonhos é a oposição e o de realizar é o governo”, declarou.
JC online
Blog transmite ao vivo votação da admissibilidade do processo de impeachment neste domingo
Hoje o leitor do Blog Waldiney Passos vai poder acompanhar ao vivo, direto de Brasília, a transmissão da votação do processo de admissibilidade do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff na Câmara Federal. A votação começa às 14h, assim que a sessão for aberta estraremos ao ar com a transmissão.
Partidos começam a punir deputados dissidentes

Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado
Dois dos partidos mais cobiçados na reta final da apreciação do impeachment, PP e PR reagiram ontem aos ataques especulativos tanto do governo quanto do grupo do vice-presidente Michel Temer. Diante de rumores de que 14 dos 45 deputados do PP poderiam deixar a legenda — que fechou questão a favor do impedimento — para apoiar a presidente Dilma Rousseff, a Executiva do partido decidiu que irá intervir em mais três estados, depois de já ter punido o Maranhão. Bahia, Ceará e Pará, que somam sete deputados, serão alvo da ação.
No PR, o presidente da legenda, deputado Alfredo Nascimento (AM), colocou o cargo à disposição da Executiva para poder votar pelo impeachment. O ex-deputado Valdemar Costa Neto, condenado no mensalão, ameaça punir aqueles que contrariarem a determinação de votar para salvar Dilma. Nascimento deverá anunciar seu pedido de desligamento da presidência do partido na hora da votação e a tendência é que deputados da sigla que estavam indecisos acompanhem o movimento.
Dilma e Temer negociam pessoalmente cada voto

Câmara começa hoje a decidir destino da presidente 24 anos depois do afastamento de Collor e 13 anos após o PT chegar ao poder
Vinte e quatro anos depois do impeachment de Fernando Collor e 13 anos após o início da era PT, a Câmara começa hoje a decidir o destino da presidente Dilma Rousseff. Na véspera da votação do afastamento, com a disputa acirrada e de resultado imprevisível, Dilma e o vice-presidente Michel Temer cancelaram compromissos para se empenhar pessoalmente na busca por votos. A presidente recebeu deputados e telefonou para outros. Já o peemedebista voltou às pressas para Brasília, onde também se reuniu com indecisos. Caso aprovado, o processo irá para o Senado, que, se aceitá-lo, determinará o afastamento de Dilma por 180 dias. Por uma rede social, Temer disse ser uma “mentira rasteira” a acusação da petista de que ele acabaria com o Bolsa Família. O vice-presidente Michel Temer reagiu ontem ao vídeo divulgado pela presidente Dilma Rousseff na véspera, no qual ela disse que os defensores de seu impeachment pretendem “cortar programas sociais, como o Bolsa Família e o Minha Casa, Minha Vida”. Por meio do Twitter, Temer disse ser “mentira rasteira” essa acusação e elogiou a Operação Lava-Jato.
“Leio hoje nos jornais as acusações de que acabarei com o Bolsa Família. Falso. Mentira rasteira. Manterei todos programas sociais”, escreveu Temer. Ele também vinha sendo acusado por defensores de Dilma de planejar pôr fim à Operação Lava-Jato. Ainda no Twitter, ele elogiou a operação: “A Lava Jato tem prestado importantes serviços ao país. Sou jurista e sei do papel fundamental da Justiça e do MP para o avanço das instituições”.
Com informações do O Globo.
Câmara decide hoje futuro de Dilma

Após uma eventual aprovação do impeachment na Câmara, a presidente só será afastada do cargo se o Senado também decidir pela continuação do processo.
Pouco mais de quatro meses após o presidente da Câmara, Eduardo Cunha(PMDB/RJ), ter aceitado o pedido de impeachment da oposição contra a presidente Dilma Roussef(PT), o processo passará pela votação dos 513 deputados federais em sessão marcada para a tarde deste domingo (17) na Câmara dos Deputados.
O governo tenta, na reta final, conseguir os 172 votos para barrar o impedimento, enquanto a oposição joga suas fichas para chegar a 342 votos entre os 513 deputados.
Se houver 342 votos favoráveis (dois terços do total de deputados), a Câmara autoriza o Senado a abrir um processo de julgamento da presidente pelos supostos crimes de responsabilidade, tipo de infração política que pode levar ao impeachment.
Após uma eventual aprovação do impeachment na Câmara, a presidente só será afastada do cargo se o Senado também decidir pela continuação do processo. É preciso o voto de 41 dos 81 senadores (maioria simples). Seria, então, formada uma comissão de senadores para analisar o caso, num processo que poderá levar até 180 dias.
Do portal UOL
PSOL referindo-se a Cunha: processo de impeachment comandado por réu é ilegítimo
Todos os seis deputados do PSOL, 19ª partido a se pronunciar no plenário da Câmara no processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, contestaram em seus discursos a legitimidade do presidente da casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), em conduzir tal processo, uma vez que é réu em inquérito autorizado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), por suspeita de recebimento de propina e lavagem de dinheiro. A denúncia foi apresentada pela Procuradoria-Geral da República.
Após apresentar o PSOL como uma legenda de oposição à esquerda, que não possui cargos no governo, o líder do partido e primeiro a discursar, Ivan Valente (SP), comparou o processo de impeachment ao golpe civil-militar de 1964. Para ele, não há argumentos para a derrubada da presidenta e “caçá-la por impopularidade ou por ‘conjunto da obra’, com todas as críticas que nós temos […] é uma farsa.”
Estrangeiro que participar de ato político pode ser expulso do país, diz Fenapef
A Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef) afirma em nota que os estrangeiros que participarem de atos políticos durante este fim de semana podem ser detidos e expulsos do país. O comunicado surge em meio a notícias sobre a entrada de estrangeiros vindos da Venezuela, do Peru, da Argentina e do Paraguai para protestar contra o impeachment da presidenta Dilma Rousseff.
De acordo com a federação, o Estatuto do Estrangeiro (Lei nº 6815/80, art.107) dispõe que o estrangeiro admitido em território nacional não pode exercer atividade de natureza política, nem participar de desfiles, passeatas, comícios e reuniões de qualquer natureza no Brasil, submetendo o infrator à pena de detenção de um a três anos e expulsão do país.
“Já passamos os 172 votos contra impeachment”, diz vice-líder do governo
O vice-líder do governo na Câmara, Sílvio Costa (PTdoB-PE), garantiu na tarde desta sexta-feira que o governo “já ultrapassou” os 172 votos necessários para barrar a admissibilidade do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff (PT), a ser votada no domingo. Costa afirmou que existem ainda 36 votos de deputados que estão indecisos, os chamados de “a trabalhar” nas planilhas do governo. “Estamos bem acima da margem de erro e hoje detectamos o desespero da oposição”, afirmou.
Costa considerou todos os levantamentos feitos sobre a votação de domingo como equivocados e citou que a oposição conta com apenas um “movimento regimental” para aprovar o impeachment, ou seja, o voto sim. “O governo tem três movimentos regimentais a favor da democracia: o voto não, a abstenção e a falta. Esses três movimentos regimentais não são detectados”, avaliou, dentro da estratégia do governo de apostar que a oposição não terá os 342 votos necessários para aprovar a admissibilidade do processo.
Lula: “Se Temer quer ser candidato, espere 2018”
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva visitou na manhã deste sábado (16) o acampamento de manifestantes de movimentos sociais contra o impeachment de Dilma Rousseff em Brasília. Ele criticou o posicionamento político do vice-presidente Michel Temer, e voltou a afirmar que o processo contra a presidenta se trata de um golpe:
“Se o seu Temer quer ser candidato, não tente através de um golpe. Ele espere chegar 2018, o PMDB é um partido grande, ele se candidata e vamos pras urnas. Vamos debater. Vamos convencer o povo quem é que pode ser melhor para esse país. Pode ter dez candidatos, 15 candidatos, por que tentar encurtar o mandato da Dilma se ela não cometeu nenhum crime de responsabilidade?”
Temer desmente vídeo lançado pelo governo
A um dia da votação do impeachment, o vice-presidente Michel Temer usou uma rede social na manhã deste sábado, 16, para desmentir que irá acabar com programas sociais, como o Bolsa Família, caso ele assuma o governo.
A defesa do vice-presidente vem em resposta ao vídeo publicado pelo governo na internet nessa sexta-feira. No vídeo, a presidente chama o processo de impeachment de “aventura golpista”. “Os golpistas querem revogar direitos como Bolsa Família e Minha Casa, Minha Vida”, disse a presidente na propaganda.
“Leio hoje (sábado) nos jornais as acusações de que acabarei com o Bolsa Família. Falso. Mentira rasteira. Manterei todos programas sociais”, escreveu em sua conta pessoal no Twitter, por volta das 7h30.
STF pode impedir que Dilma divulgue defesa em sites e canais do governo
Um advogado de São Paulo ajuizou na noite desta sexta-feira, no Supremo Tribunal Federal (STF), um mandado de segurança em caráter liminar (urgente) para impedir que o governo divulgue nos sites institucionais conteúdo em defesa da presidente Dilma Rousseff e contra o processo de impeachment. O ministro Luiz Fux será o relator da ação.
Após anunciar que Dilma faria um pronunciamento em rede nacional de rádio e TV, a Secretaria de Comunicação informou que divulgaria o material apenas na internet com o objetivo de comunicar a posição de Dilma sobre o impeachment para as redes sociais. O advogado Elter de Mello alega ao Supremo, no entanto, que a utilização dos sites oficiais e de perfis do governo no Facebook deve se limitar a divulgar atos e serviços administrativos, e não para se posicionar em defesa da presidente.