TRF-4 rejeita últimos recursos apresentados por defesa de Lula

TRF-4 manteve posicionamento contrário a liberdade de Lula (Foto: Arquivo)

A Oitava Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) rejeitou no início da tarde dessa quarta-feira (18), os últimos recursos apresentados pela defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no caso Tríplex do Guarujá. Com a publicação do acórdão ainda hoje, o caso terá sua tramitação encerrada na segunda instância.

A defesa de Lula recorreu dos embargos de declaração julgados pela mesma corte no último dia 26 de março, quando foi mantida a condenação de Lula a 12 anos e um mês de prisão, pena da qual o ex-presidente já começou a cumprir.

No dia 5 de abril, o juiz Sergio Moro expediu o mandado de prisão de Lula antes do fim da tramitação do processo na segunda instância. Dois dias depois, o ex-presidente se entregou à Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba (PR), onde permanece até hoje.

A 8ª turma é formada pelos juízes Leandro Paulsen, Victor Laus e João Pedro Gebran Neto. Como Gebran está de férias, o juiz federal Nivaldo Brunoni foi convocado para substituí-lo. A defesa de Lula ainda pode recorrer ao STJ e ao STF.

Aécio Neves vira réu por corrupção e obstrução de Justiça

Senador Aécio Neves. (Foto: Internet)

A primeira turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu por unanimidade tornar o senador Aécio Neves (PSDB-MG) réu pelo crime de corrupção, na tarde dessa terça-feira (17). Os ministros também votaram, dessa vez por 4×1, para que Aécio seja investigado por obstrução de justiça, Alexandre de Moraes votou pelo não.

Dessa forma, Aécio Neves pode se tornar réu pela primeira vez, desde o ano passado. O senador foi acusado em junho de 2017, de pedir propina no valor de R$ 2 milhões ao empresário e dono da J&F, Joesley Batista, em troca de favores políticos.

A denúncia apresentada pela Procuradoria Geral da República também acusou Aécio de tentar atrapalhar o andamento da Operação Lava Jato, com base nas gravações feitas por Joesley Batista, material entendido pelo STF como prova válida para a denúncia contra o senador.

A primeira turma do STF é formada pelos ministros Marco Aurelio Mello (relator), Rosa Weber, Alexandre de Moraes, Luís Roberto Barroso e Luiz Fux.

PGR denuncia Adalberto Cavalcanti por empregar funcionária fantasma, mas deputado federal rebate acusação: “ela falsificou minha assinatura”

(Foto: Ascom)

A procuradora-geral da República, Raquel Dogde denunciou na última sexta-feira (13) o deputado federal Adalberto Cavalcanti (Avante) ao Supremo Tribunal Federal (STF), por supostamente empregar uma funcionária fantasma em seu gabinete e ter desviado R$ 93 mil em salário da mesma.

Segundo a procuradora-geral, a conduta do parlamentar trouxe “abalo à credibilidade da Câmara dos Deputados, que foi utilizada para desvio e apropriação de dinheiro público”. O esquema vigorou entre 2015 e 2016, tendo o consentimento de dois assessores do deputado federal, de acordo com a PGR.

O deputado federal se defendeu da acusação e afirmou, durante uma participação no programa Super Manhã da Rádio Jornal Petrolina, nessa terça-feira (17), de que não tinha conhecimento do fato.

LEIA MAIS

Fabrício D’Agostino assume Prefeitura de Jaguarari, após Câmara aprovar cassação de Everton Rocha

(Foto: Jaguarari Online)

Após a Câmara de Vereadores de Jaguarari aprovar a cassação do prefeito Everton Rocha, o vice Fabrício Santana D’Agostino tomou posse na noite da quinta-feira (29). A reviravolta no município aconteceu após Rocha ter sido alvo de nove procedimentos investigatórios do Ministério Público em 11 meses de mandato.

No início de 2018, mais duas denúncias foram aceitas contra Rocha. Em fevereiro 12 vereadores votaram pela cassação do então prefeito, mas uma liminar cedida pelo desembargador Roberto Frank adiou o afastamento.

Em março o MP novamente pediu o afastamento de Rocha, dessa vez por 180 dias e o pedido não foi aceito pela Juíza da Comarca de Jaguarari, porém, todos os bens do prefeito foram bloqueados. Na quarta-feira (28) uma operação do MP apreendeu equipamentos na Prefeitura Municipal, o que levou a Câmara de Vereadores a votar e aprovar ainda ontem a cassação do mandato de Everton Rocha.

Ele foi acusado de cometer fraude em uma licitação de software. Por 10 votos a 3, Rocha foi afastado. Seu vice, D’Agostino tomou posse pela noite, prometendo levar a cidade no rumo do crescimento da saúde e educação.

PF investiga se reforma na casa de filha de Temer foi paga com dinheiro de propina

(Foto: Internet)

A Polícia Federal está investigando pagamentos indevidos ao presidente Michel Temer (MDB) por parte de uma arquiteta. Maria Rita Fratezi é mulher do coronel João Baptista Lima, suspeito de receber propina do presidente. Baptista foi preso juntamente com aliados de Temer nesta quinta-feira (29), durante operação da PF.

A arquiteta Maria Rita teria realizado uma reforma na casa da filha de Temer. Maria Rita e seu esposo são sócios na PDA Projeção e Direção Arquitetônico e segundo a PF,  a reforma foi feita mediante pagamento de “altos valores em espécie”.

De acordo com a PF, essa é a primeira prova de elo financeiro entre o coronel Lima e Michel Temer. A suspeita dos investigadores é que a reforma tenha sido paga com dinheiro de propina. O ministro do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso mandou intimar a arquiteta.

O imóvel investigado tem cerca de 350 metros quadrados e fica no bairro de Alto de Pinheiros, na zona oeste de São Paulo. A casa foi adquirida em 2011 por Maristela, filha do presidente Michel Temer, e em 2014 passou por uma grande reforma.

PGR reitera denúncia contra Aécio no STF por corrupção e obstrução de justiça

Aécio Neves é acusado de solicitação e obtenção, junto ao empresário Joesley Batista

A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, reiterou a denúncia contra o senador Aécio Neves (PSDB) por corrupção e obstrução de justiça, no processo que havia sido iniciado pelo ex-procurador Rodrigo Janot. Nesta terça-feira (27) Dodge apresentou réplica aos argumentos da defesa do parlamentar e reiterou o pedido feito ao Supremo Tribunal Federal (STF) para que receba integralmente a denúncia contra ele. Na peça, são acusados também a irmã de Aécio, Andréa Neves da Cunha, o primo Frederico Pacheco de Medeiros, e o ex-assessor parlamentar do senador Zezé Perrela (MDB/MG), Mendherson Souza Lima.

Aécio Neves é acusado de solicitação e obtenção, junto ao empresário Joesley Batista, de uma propina no valor de R$ 2 milhões e por obstrução da Justiça, ao tentar atrapalhar o andamento da Operação Lava Jato. Quanto ao recebimento do dinheiro, que o senador alega ter se tratado de pedido de empréstimo pessoal, Dodge aponta que não há provas que apontem tratar-se de algo com esse caráter, a partir da análise da conversa entre Aécio e o empresário.

LEIA MAIS

Polícia Civil prende homem por corrupção ativa na cidade de Buique

(Foto: Polícia Civil)

Um homem foi preso na tarde desta terça-feira (27), na cidade de Buique (PE), por tentar “comprar” policiais civis que o conduziam até a delegacia. O homem ofereceu a quantia de 5 mil reais para que ele não fosse preso.

Os policiais não aceitaram e o levaram até a delegacia. Não satisfeito com a acusa dos agentes, ao chegar ao complexo policial da cidade, o acusado retirou o dinheiro do bolso, contou as cédulas, colocou o restante no bolso e disse que os policiais o liberassem, ele iria embora para Minas Gerais e não voltava mais.

Neste momento, foi dada voz de prisão mais uma vez e o mesmo foi encaminhado a uma cela.

O acusado estava sendo conduzido a prisão porque está sendo investigado por suspeita de homicídio contra seu próprio irmão.

Temer afasta vice-presidentes da Caixa investigados por corrupção

(Foto: Internet)

A Caixa Econômica Federal declarou que cumprirá a determinação do presidente Michel Temer de afastar quatro de seus 12 vice-presidentes, por suspeitas de corrupção, por um prazo de 15 dias.

Nesta terça-feira, 16, o Palácio do Planalto distribuiu nota anunciando a determinação de Temer, sem especificar o número de VPs atingidas. O prazo de 15 dias servirá para que os executivos citados nas investigações apresentem “ampla defesa das acusações”.

A Caixa informou que serão afastados os vice-presidentes Antônio Carlos Ferreira (Corporativo), Deusdina dos Reis Pereira (Fundos de Governo e Loterias), José Henrique Marques da Cruz (Clientes, Negócios e Transformação Digital) e Roberto Derziê de Sant’Anna (Governo).

O Banco Central recomendou que a Caixa afaste vice-presidentes da instituição por suspeitas de corrupção. O posicionamento era contrário à decisão do presidente Temer, que insistia em manter os dirigentes no banco público para evitar conflitos com partidos políticos que indicaram os nomes para os cargos.

Oficialmente, o BC não comenta o assunto. A informação foi confirmada pelo jornal “o Estado de S. Paulo”, com fontes do Ministério Público Federal (MPF), que também defende o afastamento.

O MPF deu 45 dias para que a Caixa cumpra a recomendação de retirar os executivos do comando do banco. Os procuradores da Greenfield enviaram ofício à procuradora-geral da República, Raquel Dodge, que deve ser encaminhado ao presidente Temer, no qual alerta que Temer poderá ser responsabilizado por futuros crimes cometidos pelos VPs da Caixa a partir do dia 26 de fevereiro, prazo final dado pelo MPF para que o Planalto acate a recomendação.

LEIA MAIS

Ex-prefeita ‘ostentação’ vira ré mais uma vez

(Foto: Internet)

A ex-prefeita de Bom Jardim (MA) Lidiane Leite da Silva virou ré em mais uma ação de improbidade. Desta vez, por desvios de R$ 2,7 milhões em aluguel de veículos para a cidade. Também sentaram de novo no banco do réus o ex-marido e mentor de sua carreira política, Humberto Dantas, conhecido como ‘Beto Rocha’, e outros já conhecidos por acusações sobre desvios.

De acordo com o juiz da 1ª Vara da Comarca de Buriticupu/MA, que também responde pela comarca de Bom Jardim, Raphael Leite Guedes, os acusados ‘apenas afirmaram que procederam de forma correta no referido procedimento licitatório, sem qualquer dolo, não juntando qualquer prova sobre o alegado, situação que, diante dos elementos presentes nos autos, milita em seu desfavor’.

“Assim sendo, RECEBO a presente ação de improbidade administrativa ajuizada em desfavor de Lidiane Leite da Silva, ex-prefeita municipal de Bom Jardim/MA, e de A4 Serviços de Entretenimento Ltda., Anilson Araújo Rodrigues, Antonio Oliveira da Silva, Fabiano de Carvalho Bezerra, Humberto Dantas dos Santos, Marcos Fae Ferreira França e Raimundo Nonato Silva Abreu, tendo em vista que, fazendo-se uma análise perfunctória, não se vislumbra nenhuma das hipóteses do §8º do art. 17 da Lei nº 8.429/92, tendo-se indícios da configuração de ato ímprobo por parte dos requeridos, o que restará esclarecido ao longo da instrução probatória, a ter lugar no presente feito”, disse. Relato foi publicado no blog do Fausto Macedo.

LEIA MAIS

Paulo Maluf se entrega a Polícia Federal e advogados vão pedir prisão domiciliar

(Foto: ASCOM)

O deputado federal e ex-prefeito de São Paulo, se entregou a Polícia Federal na manhã desta quarta-feira (20), na capital paulista. Maluf, teve a prisão determinada pelo ministro do STF, Edson Fachin.

O deputado, que tem 86 anos, foi condenado a mais de 7 anos de prisão por desvio de dinheiro público quando foi prefeito de São Paulo, na década de 90.

Os advogados de Paulo Maluf, informaram que vão pedir prisão domiciliar por que o parlamentar tem câncer de próstata e não suportaria ficar em uma cela na prisão. O ex-prefeito de São Paulo já passou por exame de corpo de delito, no Instituto Médico Legal (IML), a Zona Oeste de São Paulo.

Remanso: Justiça manda soltar presos na Operação Carro Fantasma

(Foto: Divulgação)

As 12 pessoas presas na operação Carro Fantasma, realizada pelo Ministério Público da Bahia, no último dia 21 de novembro, na cidade de Remanso (BA), receberam a concessão de liberdade provisória nesta terça-feira (19). A decisão foi da Vara dos Feitos Relativos a Delitos Praticados por Organização Criminosa, da Comarca de Salvador (BA).

Os beneficiados com a decisão são: O ex-prefeito Celso Silva e Souza, Arismar Silva e Souza, irmão do ex-prefeito, José Ailton Rodrigues da Silva, Renata Lemos Rosal do Valle, Cândido Francelino de Almeida, Mailto de Franca Brito, Domingo Sávio Ferreira de Castro, Jorge Brito Alves, José Mário da Conceição, Erasmo Paulo Fernandes Ribeiro, Ulisses de Araújo Costa Assis e Felipe Santos Costas.

Eles são acusados de desviar quase R$ 10 milhões dos cofres do município por meio de emissões mensais de notas fiscais inidôneas e sublocação de veículos “fantasmas” – que não existiam ou não prestavam nenhum tipo de serviço público.

O Poder Judiciário do Estado da Bahia determinou que “Diante do caso concreto, no presente momento, a liberdade dos investigados é a medida mais justa a ser adotada, contudo existe a necessidade da aplicação de medidas cautelares diversas da prisão, a fim de resguardar a futura aplicação da lei penal, se for o caso, e se evitar prejuízo a instrução do processo judicial, mantendo-se a ordem pública, adotando-se dessa forma as medidas mais razoáveis, e levando-se em consideração a devida proporcionalidade entre o que o caso apresenta e a medida judicial decretada”.

Mesmo com a liberdade provisória, os acusados vão precisar cumprir algumas medidas cautelares. A justiça da Bahia determinou ainda que os presos devem ficar cientes que “em caso de descumprimento das obrigações impostas, poderá ser decretada a sua prisão preventiva”.

Para ver a decisão na íntegra decisão clique aqui.

Em Remanso, organização criminosa desviou R$ 13 milhões dos cofres públicos

O dinheiro público também foi utilizado para custear gastos particulares, dívidas de campanha e compra de apoio político. (Foto: Divulgação)

Conforme noticiamos na manhã de hoje (21), a operação “Carro Fantasma” localizou e prendeu o ex-prefeito de Remanso, ex-secretário de Administração e Finanças, o presidente da câmara de vereadores, servidores públicos e um empresário.

A operação aconteceu em forma conjunta, com o Ministério Público Estadual, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) e da 2ª Promotoria de Justiça de Remanso.

De acordo com os promotores de Justiça, os detidos estão envolvidos em uma organização criminosa instalada na prefeitura de Remanso em 2016. Eles são suspeitos de operacionalizar um esquema de corrupção generalizada, através de fraude em processos licitatórios, para locação de veículos para as secretarias do Município.

Durante a operação, foram cumpridos 12 mandados de prisão preventiva, seis de condução coercitiva e 18 de busca e apreensão. Entre os detidos estão o ex-prefeito Dr. Celso Silva e Souza, o ex-secretário de Administração e Finanças Arismar Silva e Souza e o presidente da câmara de vereadores, Cândido Francelino de Almeida. Além de servidores e um empresário.

A operação aponta que entre 2013 e 2016, os integrantes do grupo desviaram cerca de R$ 13 milhões por intermédio da empresa JMC Construtora, Comércio e Serviços Ltda, que tem como sócio-administrador o empresário José Mário da Conceição, o Mazinho, que teve prisão preventiva.

O dinheiro público também foi utilizado para custear gastos particulares, dívidas de campanha e compra de apoio político. Eles registram ainda que muitos dos veículos sublocados pela JMC estavam em nome de “laranjas” e beneficiavam vereadores e outros políticos. Também foram apreendidos documentos, celulares, computadores e veículos de luxo.

A ação contou com o apoio da Coordenadoria de Segurança Institucional e Investigação (CSI), Centro de Apoio Operacional às Promotorias Criminais (Caocrim), Centro de Apoio Operacional às Promotorias de Proteção à Moralidade Administrativa (Caopam), da Promotoria de Justiça Regional de Juazeiro, promotores de Justiça dos estados da Bahia, Piauí e Pernambuco, das Polícias Rodoviária Federal, Civil e Militar que auxiliaram no cumprimento dos mandados nos municípios de Remanso e Araci (BA), São Raimundo Nonato (PI) e Petrolina.

Ciclista francês pedala pelo Brasil estimulando ações contra a corrupção

Ciclista francês Stéphane Gallet – Foto: Reprodução / Facebook

O ciclista francês Stéphane Gallet chegou neste domingo (12) ao Rio de Janeiro, depois de cruzar o Brasil em um trajeto de cerca de 1.750 quilômetros. Ele saiu de Brasília no último dia 18 de outubro e atravessou o estado de Minas Gerais, com destino ao Rio, com o objetivo de incentivar os brasileiros a participarem da política, em ações contra a corrupção.

A iniciativa faz parte do Projeto Pedal Pacto pelo Brasil, promovido no país pela Halcyon Tours, empresa de turismo com sede na França, em parceria com o Observatório Social do Brasil.

Stéphane Gallet realiza anualmente ações em vários países com causas assistenciais diferentes, como a prevenção de doenças e o cuidado com a infância e a terceira idade. No Brasil, ele identificou a iniciativa dos mais de 3 mil voluntários do Observatório Social do Brasil (OSB), organização não governamental localizada em 19 estados da Federação, que trabalham de forma preventiva contra a corrupção.

A presidente do OSB, Roni Enara, disse que o Projeto Pedal Pacto pelo Brasil quer trabalhar por um país melhor a partir de pequenas contribuições. “Um estrangeiro se dispõe a fazer toda essa ação em favor do civismo para o brasileiro; em favor de valorizar o aspecto do civismo e mostrar para os brasileiros que é possível fazer um Brasil melhor, que cada um tem algo a contribuir.”

Roni destacou o trabalho do OSB, que visa criar soluções e sistemas de controle e de gestão que inibam qualquer ato de corrupção, seja na área pública ou privada. Para ela, o projeto de Stéphane Gallet vai incentivar o brasileiro a acompanhar mais de perto as ações dos governos federal, estaduais e municipais.

Esquema de desvio no Into pagou propina a Humberto Costa, diz delator

Romero afirmou que, entre os envolvidos, está o ex-ministro Humberto Costa, que hoje é senador pelo PT de Pernambuco e líder da oposição

O ex-subsecretário de saúde do estado do Rio de Janeiro César Romero depôs ao juiz Marcelo Bretas, na 7ª Vara Federal, e afirmou que o esquema que envolveu o empresário Miguel Iskin e o ex-diretor do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into) Sérgio Côrtes incluiu pagamento de propina a interlocutores no Ministério da Saúde. Romero afirmou que, entre os envolvidos, está o ex-ministro Humberto Costa, que hoje é senador pelo PT de Pernambuco e líder da oposição.
O ex-subsecretário detalhou o esquema de corrupção que, segundo a denúncia do Ministério Público Federal, começou no Into e depois foi replicado na Secretaria Estadual de Saúde, quando Côrtes foi nomeado secretário pelo ex-governador Sérgio Cabral.
Por volta de 2003, de acordo com Romero, o instituto passou a integrar o Projeto Suporte, do Ministério da Saúde, em que serviços especializados eram oferecidos em outros estados. Ainda segundo a versão do delator, uma portaria do ministério determinou a compra de equipamentos via Into para esse fim. A mudança, diz Romero, ocorreu a partir de relações de Côrtes e Iskin no ministério, e foi “comemorada” pelo grupo do Into em uma festa paga pelo empresário Miguel Iskin, em São Paulo. O delator disse  que o empresário fez pagamentos ao ex-ministro e a um gestor da área de orçamento do ministério.
Em nota, o ex-ministro e atual senador Humberto Costa disse que a acusação de César Romero é “mentirosa, absurda e irresponsável”. O texto afirma ainda que: “O Projeto Suporte foi criado pela Portaria n° 401, de 16 de março de 2005, que em seu Art. 4° delegava diretamente ao Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into) a assessoria e execução do projeto, responsabilidades entre as quais estava a incumbência de licitações e contratações, sem qualquer interferência do Ministério da Saúde. As modificações ocorridas na referida portaria mencionadas na delação do réu ocorreram após a saída de Humberto Costa do comando da pasta”.
César Romero depôs como parte do processo gerado pela Operação Fatura Exposta, que investiga atos ilícitos na Secretaria Estadual de Saúde durante o governo Cabral. Ele fechou um acordo de colaboração premiada com o Ministério Público Federal.
LEIA MAIS

Em carta ao PT, Palocci destaca o choque de ter visto Lula sucumbir ao pior da política

Palocci depõe para o juiz Sérgio Moro. (Foto: Reprodução)

Preso há quase um ano, o ex-ministro Antonio Palocci oficializou nesta terça-feira sua desfiliação do PT. Palocci enviou uma carta à direção nacional do partido com duras críticas ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a quem acusa de ter sucumbido “ao pior da política no melhor dos momentos de seu governo”. O petista, no entanto, disse que pede a desfiliação sem “ressentimento ou rancores”.

“Sei dos erros e ilegalidades que cometi e assumo minhas responsabilidades. Mas não posso deixar de destacar o choque de ter visto Lula sucumbir ao pior da política no melhor dos momentos de seu governo”, afirmou Palocci. O ex-ministro disse que Lula “dissociou-se definitivamente do menino retirante para navegar no terreno pantanoso do sucesso sem crítica, do ‘tudo pode’, do poder sem limites, onde a corrupção os desvios, as disfunções que se acumulam são apenas detalhes, notas de rodapé no cenário entorpecido dos petrodólares que pagarão a tudo e a todos”.

Nas quatro páginas da carta encaminhada à presidente nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann (SC), o ex-ministro reiterou que o conteúdo de seu depoimento prestado no dia 6 ao juiz federal Sergio Moro é verdadeiro. Disse que as acusações de irregularidades na compra do prédio do Instituto Lula, de doações da Odebrecht ao PT, ao instituto e a Lula, entre outros atos ilícitos apontados, “são fatos absolutamente verdadeiros”. “São situações que presenciei, acompanhei ou coordenei normalmente junto ou a pedido do ex-presidente Lula”, escreveu. “Tenho certeza de que cedo ou tarde o próprio Lula irá confirmar tudo isso, como chegou a fazer no mensalão”.

“Até quando vamos fingir acreditar na autoproclamação do ‘homem mais honesto do país’ enquanto os presentes, os sítios, os apartamentos e até o prédio do instituto são atribuídos a dona Marisa?”, disse, em referência à mulher de Lula, Marisa Letícia, que morreu no início do ano.

Na sexta-feira, o Diretório Nacional do PT decidiu suspender Palocci por 60 dias, depois do pedido de expulsão contra o ex-ministro apresentado pelo diretório de Ribeirão Preto (SP). O partido alega que ele quebrou a ética partidária com o depoimento prestado ao juiz Sergio Moro, no âmbito da Operação Lava-Jato, contra Lula. Ao magistrado, Palocci acusou o ex-presidente de práticas ilícitas e disse que Lula supostamente teria feito um “pacto de sangue” com a Odebrecht para receber propina.

Na carta, o ex-ministro diz estranhar a decisão do partido e afirma que estava se preparando para prestar esclarecimentos sobre a condenação sofrida no âmbito da Operação Lava-Jato, em decisão do juiz Moro.

Além dos ataques a Lula, o ex-ministro critica a ex-presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente da Petrobras José Sergio Gabrielli. “Um dia, Dilma e Gabrielli dirão a perplexidade que tomou conta de nós após a fatídica reunião na biblioteca do Alvorada, onde Lula encomendou as sondas e as propinas no mesmo tom, sem cerimônias, na cena mais chocante que presenciei do desmonte moral da mais expressiva liderança popular que o país construiu em toda nossa história”, afirmou no documento.

Palocci disse ter decidido colaborar com a Justiça “por acreditar que é o caminho mais correto a seguir”. O ex-ministro afirmou que há pouco mais de um ano conversou com Lula e o então presidente do PT, Rui Falcão, sobre a proposta de o ex-tesoureiro do partido João Vaccari, também preso, “buscasse um processo de leniência na Lava-Jato”.

12345