Cassado em 1992, Fernando Collor diz que impeachment não é golpe

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O ex-presidente rechaçou a ideia de que o que está ocorrendo no país seja um golpe institucional./ Foto: Internet

Primeiro presidente na história do país a sofrer um impeachment, o senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL) subiu hoje (30) à tribuna do Senado para declarar que votará favorável ao impedimento da presidenta afastada Dilma Rousseff.

Ao embasar seu voto, o ex-presidente aproveitou para provocar movimentos que, em 1992, pediram a sua condenação e hoje defendem o governo petista. “Faço minhas, hoje, as palavras de dois documentos daquele período”, disse, citando primeiro uma nota assinada em 1º de julho de 1992, por várias entidades, entre elas Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Central Única dos Trabalhadores (CUT), CGT, União Nacional dos Estudantes (UNE) e Inesc.

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Advogado de defesa diz que Dilma será afastada sem o povo ter entendido o motivo

Cardozo ressaltou que as acusações contra Dilma são confusas e, no fundo, não passam de pretextos./ Foto: internet

Cardozo ressaltou que as acusações contra Dilma são confusas e, no fundo, não passam de pretextos./ Foto: internet

O advogado da defesa da presidente afastada Dilma Rousseff, José Eduardo Cardozo, afirmou que a petista está sendo afastada “sem que o povo que a elegeu tenha entendido minimamente o crime que tenha praticado”. Durante o quinto dia de julgamento pelo Senado, Cardozo, em uma hora e meia, insistiu na falta de provas sobre a prática de qualquer crime e afirmou que Dilma é honesta.

“Me dói, não como advogado, mas como ser humano. Não é justo falar o que falaram aqui de Dilma Rousseff. Querem condenar, condenem, mas não enxovalhem a reputação de uma mulher digna”, pediu. Segundo ele, bastava Dilma “cheirar” algo errado que ela “ia na jugular dos seus ministros”, o que lhe conferiu adjetivos como autoritária e dura. “Mulheres que são corretas são duras”, afirmou.

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Impeachment: advogados de defesa e acusação apresentam últimos argumentos nesta terça-feira

Senado cassa Delcídio

Cada um terá uma hora e meia para reforçar suas teses. (Foto: Internet)

Encerrada a fase do interrogatório das sete testemunhas e informantes e da presidente afastada Dilma Rousseff, a próxima etapa do julgamento do impeachment será o debate entre os advogados da defesa e da acusação, marcado para esta terça-feira (30).

Cada um terá uma hora e meia para reforçar suas teses, mais uma hora de réplica e tréplica. No entanto, um acordo pode fazer com que os advogados abram mão desses 60 minutos finais.

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Impeachment: em considerações finais, Dilma pede ‘maturidade’ aos senadores no julgamento do impeachment

(Foto: Arquivo)

Ela disse esperar que os senadores percebam que a conjuntura política afetou a recuperação econômica. (Foto: Arquivo)

A presidente afastada Dilma Rousseff encerrou sua participação no Plenário do Senado nesta segunda-feira (29) pedindo aos senadores que a julguem com “maturidade” e “consciência”. Ela fez considerações finais no tempo cedido por seu advogado de defesa, José Eduardo Cardozo, que optou por não fazer perguntas à sua cliente, acusada de cometer crime de responsabilidade no exercício da Presidência da República. Ela disse aos parlamentares que o país precisará de todos para enfrentar os próximos desafios.

“Acredito que vamos ter que ter a maturidade de não inventar problemas onde eles não existem, e de enfrentar os imensos problemas onde eles existem. A disputa política é vantajosa, mas é muito grave afastar uma presidenta da República sem crime de responsabilidade. Esse ferimento será muito difícil de ser curado”, afirmou Dilma.

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Dilma cometeu novos crimes no seu discurso

Dilma discurso Senado

Dilma Rousseff negou que tenha cometido qualquer crime de responsabilidade/Foto: Geraldo Magela – Agência Senado

O discurso de Dilma Rousseff ontem (29), para boa parte dos senadores, agravou ainda mais sua situação.

Para esses senadores, ela cometeu novos crimes de responsabilidade, ao atentar contra os incisos II e VII do artigo 85 da Constituição.

Ou seja, contra o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário e do Ministério Público. Além disso, ao repisar a historieta do golpe, Dilma feriu o respeito ao cumprimento das leis e das decisões judiciais.

Depoimento de Dilma deve ser encerrado às 23h, prevê Lewandowski

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Cada senador tem direito a cinco minutos para os questionamentos, enquanto a presidenta tem usado mais de cinco minutos para as respostas./ Foto; internet

O interrogatório da presidenta afastada Dilma Rousseff no julgamento do impeachment deve terminar hoje (29) por volta das 23h. A previsão é do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF e do  julgamento, ministro Ricardo Lewandowski, com base no ritmo da sessão.

Cada senador tem direito a cinco minutos para os questionamentos, enquanto a presidenta tem usado mais de cinco minutos para as respostas. Com isso, a estimativa é que sejam necessárias no mínimo mais três horas para o interrogatório.

Aécio diz que voto não é salvo-conduto; Dilma rebate acusações

Na primeira parte da sessão (das 9h40 às 13h), a petista respondeu perguntas de dez senadores./ Foto: internet

Na primeira parte da sessão (das 9h40 às 13h), a petista respondeu perguntas de dez senadores./ Foto: internet

Divididos em relação às declarações da presidenta afastada Dilma Rousseff, depois de um intervalo de uma hora para almoço, senadores favoráveis e contrários ao impeachment retomaram a sessão de julgamento do processo contra a Dilma com a manifestação do tucano Aécio Neves (MG), um dos maiores opositores de Dilma.

Ao questionar e criticar a presidenta afastada, o senador mineiro resgatou falas usadas por Dilma Rousseff desde a disputa eleitoral e criticou o argumento usado pela defesa de que o processo é um golpe por ela ter sido eleita legitimamente em 2014 com 54 milhões de votos.

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Impeachment: interrogatório de Dilma será ponto alto do julgamento

(Foto: Dida Sampaio/Estadão Conteúdo)

Na terça-feira os senadores farão os debates. (Foto: Dida Sampaio/Estadão Conteúdo)

Está marcado para a próxima segunda-feira o interrogatório de Dilma, que deve ser o ponto alto do julgamento. Ela fará um pronunciamento inicial e responderá a perguntas dos senadores.

A presidente afastada vai ao Senado e falará por 30 minutos, podendo ter seu tempo prorrogado pelo presidente do STF, a seu critério. Em seguida, os senadores, acusação e defesa poderão fazer perguntas. Cada um poderá falar por cinco minutos. Mas ela tem direito a ficar calada.

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MP que prorroga “Mais Médicos” tem que ser aprovada até segunda no Senado

(Foto: Ilustração)

Programa mais médicos é adiado por três anos. (Foto: Ilustração)

A Câmara dos Deputados aprovou na noite desta segunda-feira (22) uma medida provisória que prorroga por mais três anos o programa Mais Médicos. O texto segue agora para o Senado e, para não perder a validade, precisa ser aprovado até a próxima segunda-feira (29).

O programa, criado em 2013 para aumentar o número de médicos no interior do país, prevê que o prazo de atuação dos médicos estrangeiros seja renovado somente após eles passarem por um exame para revalidar o seu diploma.

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Renegociação da dívida de produtores rurais será discutida no Senado

O objetivo do programa é  incentivar a implantação de unidades de palmas forrageiras na zona rural do município, em localidades que tenham o mínimo de água possível/ Foto: ASCOM

A repactuação pode atingir até 95%./ Foto: Embrapa

Nesta terça-feira (23), será realizada no Senado, reunião deliberativa da comissão mista do Congresso Nacional, onde será analisada a Medida Provisória (MP) 733/2016, que prevê a renegociação da dívidas dos produtores rurais.

A comissão é presidida pelo senador Fernando Bezerra Coelho (PSB) e o relatório de autoria do senador do estado do Piauí, Júlio Cesar (PSD). A MP foi editada no último mês de junho. 

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Contagem regressiva para o impeachment da presidente Dilma

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Com um cenário de difícil reversão, Dilma Rousseff será julgada como ré a partir de quinta-feira

Na campanha de 2010, a ex-ministra da Casa Civil Dilma Rousseff (PT) passou para a história como a primeira mulher eleita presidente do Brasil. Foi reeleita em 2014. Mas, no pleno exercício do segundo mandato, a petista corre o risco de entrar novamente para história, mas de uma maneira bem diferente. Na próxima quinta-feira, o Senado começa a julgar o impeachment de Dilma, que está afastada do cargo desde o dia 12 de maio, quando os senadores aprovaram a abertura do processo na Casa.

No Senado, onde os aliados da presidente afastada acreditavam que o quadro poderia ser revertido a favor dela, o número de parlamentares em favor do impeachment aumentou. Na votação que aprovou a abertura do processo foram 55 votos contra 22. Já na sessão que ratificou o relatório que recomenda o afastamento da petista foram 59 votos contra 21.

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Julgamento do impeachment começa no dia 25 e Dilma se defende no dia 29

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Dilma terá 30 minutos para fazer sua defesa mas, segundo Lewandowski, esse tempo poderá ser prorrogado pelo tempo que for necessário./ Foto: internet

Após duas horas reunido com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) e líderes dos partidos, o presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, definiu o rito do julgamento final da presidenta afastada, Dilma Rousseff, que será presidido por ele.

Pelo calendário, o julgamento terá início na quinta-feira, 25 de agosto, às 9h e, segundo estima o ministro, deve durar no mínimo quatro dias. Os dois primeiros dias serão dedicados à apresentação de questões de ordem e à oitiva das oito testemunhas arroladas. A acusação, que abriu mão de quatro nomes, vai apresentar apenas duas testemunhas, enquanto a defesa manteve as seis a que tem direito.

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Confira conteúdo da carta de Dilma Rousseff ao Senado

A carta divulgada por Dilma foi escrita ao longo das últimas semanas com contribuições de alguns dos principais conselheiros políticos da petista./ imagem: internet

A carta divulgada por Dilma foi escrita ao longo das últimas semanas com contribuições de alguns dos principais conselheiros políticos da petista./ imagem: internet

A presidente afastada, Dilma Rousseff, pediu nessa terça-feira (16) que o Senado encerre o processo de impeachment, que ela classifica como “golpe”, e disse que apoiará um plebiscito para a realização de novas eleições caso volte ao poder.

Leia abaixo a íntegra da carta divulgada nesta terça-feira pela presidente afastada:

Mensagem da Presidenta Dilma ao Senado e ao Povo Brasileiro

Brasília, 16 de agosto de 2016

Dirijo-me à população brasileira e às Senhoras Senadoras e aos Senhores Senadores para manifestar mais uma vez meu compromisso com a democracia e com as medidas necessárias à superação do impasse político que tantos prejuízos já causou ao País.

Meu retorno à Presidência, por decisão do Senado Federal, significará a afirmação do Estado Democrático de Direito e poderá contribuir decisivamente para o surgimento de uma nova e promissora realidade política.

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Buscando anulação do processo de impeachment, defesa de Dilma entra com novo recurso

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O argumento usado pela defesa é baseado na ideia que as questões preliminares apresentadas pela defesa deveriam ter sido apreciadas separadamente. (Foto: Internet)

Nesta segunda-feira (15), a defesa da presidente afastada Dilam Roussef protocolou um novo recurso visando a anulação do processo de impeachment. A demanda judicial faz questionamentos sobre a sessão de pronúncia, que foi realizada na terça-feira (9), quando a maioria dos senadores votaram a favor do julgamento da petista por crime de responsabilidade.

O argumento usado pela defesa é baseado na ideia que as questões preliminares apresentadas pela defesa deveriam ter sido apreciadas separadamente, conforme as regras do Código de Processo Penal, e não globalmente, como aconteceu no Senado Federal e como permite o Regimento do Senado.

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Três medidas provisórias têm prazo de vigência prorrogado

eee0830a-64dd-49a4-9507-8d3f97a0de50O Presidente do Congresso Nacional Senador Renan Calheiros (PMDB) de Alagoas, decidiu prorrogar para mais 60 dias o prazo de vigência de três Medidas Provisórias que estão sendo analisadas em comissões mistas, entre elas a MP 733/2016, que autoriza a renegociação e a liquidação de dívidas de Crédito Rural contraídas até 2011 de agricultores do nordeste norte de Minas e norte do Espírito Santo os descontos nas dívidas variam de 50 a 95% dependendo dos valores e das datas em que foram contratados.

Para o Senador Fernando Bezerra Coelho (PSB) de Pernambuco, a MP é uma importante ferramenta para o desenvolvimento econômico principalmente do Nordeste. “Que essa medida poderá gerar milhares de empregos no semiárido nordestino, porque nós vamos resgatar a capacidade do setor rural de contrair novos empréstimos e vai ser possível investir na propriedade, vai significar um período de ressurgimento do setor rural do nordeste brasileiro”.

Também foi prorrogado o prazo de vigência da MP 735 que alterou cinco leis do setor elétrico brasileiro. Há mudanças, por exemplo, no Plano de Redução de Despesas da Conta de Desenvolvimento Energético (ACDE) e para diminuir os custos da união na geração de energia elétrica.

Já a MP 734/2016 liberou apoio financeiro de R$ 2,9 bilhões da União ao governo do Rio de Janeiro, para auxílio nas despesas com os Jogos Olímpicos. A presidente na comissão mista é a deputada federal Rosângela Gomes (PRB-RJ) e o relator, o senador Eduardo Lopes (PRB-RJ).

As medidas provisórias foram prorrogadas de acordo com o artigo 10 da Resolução 1/2002 do Congresso Nacional. Se uma medida provisória não tiver sua votação encerrada na Câmara e no Senado no prazo de 60 dias da publicação no Diário Oficial da União, é automaticamente prorrogada uma única vez por igual período. A prorrogação se dá por ato do presidente da Mesa do Congresso, no caso, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL).