Editorial: “Cuidar do Velho Chico: A responsabilidade coletiva pela saúde do Rio São Francisco”

O Rio São Francisco, nosso “Velho Chico”, é uma dádiva que gerações atravessa, nutrindo e embelezando a vida em Petrolina e Juazeiro. É uma vitória que não só nos proporciona um cenário de lazer e diversão, mas também sustenta a economia, favorecendo a agricultura irrigada e gerando oportunidades para todos que aqui vivem.

Essa dádiva, porém, não tem recebido o respeito que merece de alguns dos próprios filhos e visitantes que, ao desfrutarem das margens e ilhas do rio, deixam para trás um rastro de descuido e destruição. Em vez de desfrutarem da beleza e da tranquilidade do “Velho Chico” de forma responsável, muitos esquecem o básico da convivência com a natureza: o cuidado com o que nos é dado.

Infelizmente, o que deveria ser um encontro de celebração com a natureza, transforma-se em poluição e degradação ambiental. Garrafas plásticas, copos descartáveis, sacolas, latas de cerveja e refrigerante, e até as mesmo garrafas de vidro são deixadas na margem e, muitas vezes, acabam no leito do rio, ameaçando a fauna, a flora e até a saúde de quem vive na região. Houve momentos em que mergulhadores encontraram verdadeiros absurdos no leito do rio, como pneus velhos, vasos sanitários e outros objetos. Esses achados revelam o total desrespeito de alguns com o nosso maior tesouro natural. É inadmissível que um rio tão fundamental para a vida e a economia de nossa região seja tratado com tamanha negligência, tornando-se vítima de ações que comprometem seu ecossistema.

Que queremos passar para quem visita Petrolina? Como os turistas se sentem ao se depararem com tanto descaso de alguns moradores e visitantes? É urgente que cada um tenha consciência de seu papel na preservação do rio, lembrando que o respeito e o cuidado com a natureza são responsabilidade de todos. Afinal, preservar o São Francisco é garantir que ele continue a ser fonte de vida, lazer e encantamento para as futuras gerações.

Waldiney Passos

Menor tamanduá do mundo simboliza preservação de manguezal nordestino

O tamanduaí (Cyclopes didactylus), a menor espécie de tamanduá do mundo, virou símbolo de conservação do manguezal no litoral nordestino. O programa do Instituto Tamanduá identificou mais de 30 animais do tipo no Delta do Parnaíba. Estudos e ações de preservação têm avançado desde a criação de uma base de pesquisa na região há quatro anos, com laboratório de campo completo. Reflorestamento, conservação de áreas e turismo de base comunitária são estratégias adotadas para proteger a biodiversidade local.

“Esse esforço para a conservação do tamanduaí é emblemático. Demonstra a importância de ampliarmos os esforços para a promoção do conhecimento científico para a proteção da biodiversidade e, também, a necessidade de ampliação das unidades de conservação para que espécies como essa tenham áreas seguras e extensas destinadas ao seu desenvolvimento”, diz a bióloga e gerente de Ciência e Conservação da Fundação Grupo Boticário, Marion Silva.

O tamanduaí mede cerca de 30 centímetros e pesa até 400 gramas. Ele é solitário, de hábitos noturnos e passa a maior parte do tempo no alto das árvores. “Acreditava-se, até recentemente, que esses pequenos tamanduás só ocorriam na floresta amazônica. Estudos genéticos indicam que os indivíduos do Delta do Parnaíba estão separados há 2 milhões de anos daqueles que vivem na Amazônia. Desde estão, evoluem separados pela formação do delta e da Caatinga, que separou a Mata Atlântica da Amazônia há milhões de anos”, explica a médica veterinária Flávia Miranda, coordenadora do Instituto Tamanduá e membro da Rede de Especialistas em Conservação da Natureza (RECN).

O Delta do Parnaíba tem mais de 80 ilhas em uma área de quase 3 mil quilômetros quadrados. A área de manguezais é considerada berçário da vida marinha e habitat para diversas espécies, como o peixe-boi, o guará e outros peixes de valor comercial. Apesar de ainda pouco conhecida, a região já é considerada vulnerável. Os principais problemas são o turismo predatório, a presença de animais domésticos em áreas de manguezal e o interesse das usinas eólicas.

Os pesquisadores têm procurado criar soluções em conjunto com a população local. “Conseguimos cercar algumas áreas de manguezal para evitar a entrada de animais domésticos, facilitando a regeneração natural do ecossistema, e já restauramos quase 2 hectares com vegetação nativa. Pode não parecer uma área tão significativa para o tamanho do Delta do Parnaíba, mas o reflorestamento de manguezais é uma tarefa bastante desafiadora. Também estamos buscando alternativas econômicas e sustentáveis para a população local, como o desenvolvimento do turismo de base comunitária”, diz Miranda.

“Também realizamos, pela primeira, vez a coleta de sêmen dessa espécie”, destaca a médica veterinária. “Agora, temos a possibilidade de fazer pesquisa reprodutiva monitorada, contribuindo para evitar a extinção e, se necessário, promover a reintrodução dos animais no habitat natural”, acrescenta.. Outra ação importante para a proteção do tamanduaí foi o início do processo de criação de uma unidade de conservação da Resex Casa Velha do Saquinho, no limite territorial da Resex Marinha do Delta do Parnaíba.

Agência Brasil

Mutirão recolhe lixo e alerta para preservação do Rio São Francisco

Uma ação realizada às margens do Rio São Francisco, na manhã do último sábado (13), recolheu duas toneladas de lixo entre as cidades de Juazeiro (BA) e Petrolina (PE).

O mutirão ‘Combate ao lixo no rio’, promovido pela Marinha do Brasil através da Capitania Fluvial de Juazeiro – CFJ, em parceria com a Agrovale e a Agência Municipal de Meio Ambiente de Petrolina (AMMA), começou bem cedo com um grupo de voluntários recolhendo e identificando os resíduos sólidos.

De acordo com o capitão dos Portos de Juazeiro e capitão de Corveta (AA), Luís Filipe Melo da Mata, as ações realizadas neste sábado acontecem em todo o Brasil como parte da operação ‘Verão 2020/2021 Todos por uma Navegação Segura’ e aqui visam evidenciar a importância de manter o rio limpo e vivo.

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Conselho Nacional do Meio Ambiente anula critérios de preservação de manguezais e restingas

Ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles. (Foto: José Cruz/Agência Brasil)

O Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), presidido pelo ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, aprovou nesta segunda-feira (28) a revogação das resoluções 302 e 303.

Os itens estabeleciam critérios para preservação de áreas litorâneas de manguezais e restingas , assim como áreas em torno de reservatórios de água, como mananciais urbanos.

O Conama ainda revogou a resolução 284, que submetia projetos de irrigação ao processo de licenciamento ambiental. O conselho ainda aprovou uma nova resolução que permite a queima de resíduos de poluentes orgânicos persistentes – como pesticidas, inseticidas e fungicidas usados na agricultura – em fornos de produção de cimento.

As revogações contaram com aprovação ampla do colegiado, formado majoritariamente por representantes do governo federal e de associações do setor privado, como as confederações nacionais da indústria e da agricultura.

Prefeitura de Petrolina inicia recuperação da margem do Rio São Francisco

A área em recuperação compreende toda região da Orla II.

A prefeitura de Petrolina deu início à recuperação da margem do Rio São Francisco, através do programa “Orla Nossa”. Ao todo serão recuperados 12 hectares de mata ciliar, com 6.365 plantas nativas da caatinga.

Na primeira fase do programa, será feita a limpeza e o controle das algarobas, plantas que não pertencem ao bioma local. Além disso, o terreno será preparado para instalação do sistema de irrigação.

Posteriormente, serão plantadas espécies arbóreas e arbustivas, como ingazeira, marizeiro, jatobá, juazeiro, tamboril, caraibeira, mulungu, umburana de cheiro, entre outras espécies.

O Plano de Recuperação de Área Degradada (PRAD) teve as atividades retomadas após alterações técnicas no projeto de execução solicitadas pelo Ministério Público Federal (MPF).

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Desfile de 7 de Setembro dará destaque a preservação da caatinga em Juazeiro

As fanfarras das escolas também intensificaram os ensaios na semana que antecede o desfile. (Foto: ASCOM)

A Prefeitura de Juazeiro, através da Secretaria de Educação e Juventude (SEDUC), com o apoio de outras secretarias municipais e as corporações Militares Estadual e Federal, está realizando os últimos preparativos para o tradicional desfile cívico de 7 de Setembro, que este ano terá como tema “A Sustentabilidade em Defesa da Caatinga”.

As escolas das Redes Municipal e Estadual, corporações militares e entidades civis irão desfilar da Orla I até a Avenida Adolfo Viana, em comemoração ao dia da Independência do Brasil.

Dentro da programação às 7h30, acontece a solenidade de hasteamento das bandeiras, no Paço Municipal e às 8h15 a revista às tropas, na Avenida Santos Dumont, ao lado dos Correios. Logo em seguida, as inicia o desfile militar e às 9h o desfile civil.

De acordo com a comissão organizadora este ano o desfile trará algumas novidades, como a participação dos alunos das Escolas Municipais de Educação Infantil, que vão abrir o desfile das escolas com os pelotões da banda infantil e dos pais e alunos que irão distribuir mudas de plantas nativas da caatinga.

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Artigo: Em defesa do Rio São Francisco

“Devemos unir esforços que possa resgatar a grandeza e a beleza do nosso rio”. (Foto: Internet)

De cima da ponte presidente Dutra, observando tão grande o volume de água do Rio São Francisco, é difícil associar a ideia de que um dia o mesmo possa secar ou morrer. Entretanto, as evidências são tão reais quanto a esses aspectos, que não podemos achar que seja impossível de acontecer.

Hoje, vemos claramente que o nosso Velho Chico precisa urgentemente de ajuda. Devemos unir esforços que possa resgatar a grandeza e a beleza do nosso rio, afim de que continue sendo essa fonte de riqueza para a população ribeirinha e toda à região do vale do são Francisco, como também, de outros estados do nordeste. Além de todos nós (blogueiros), que estamos em defesa do nosso símbolo nordestino, antigo rio dos currais, contamos com a influência de pessoas famosas do meio artístico, musical, cultural e craques da bola.

Leitor fez artigo em prol da preservação do Rio São Francisco. (Foto: Arquivo Pessoal)

A cantora juazeirense, Ivete Sangalo, os sanfoneiros, Targino Gondim e Sérgio do Forró, Petros do Corinthians, a jogadora Carol Baiana, Walace Souza do Hamburgo, Daniel Alves do PSG da França, Neymar Junior do mesmo Clube, por estar em ascensão no momento e pode contribuir também com essa campanha com a importância do seu nome. O poeta Manuca, Maciel Melo, Geraldo Azevedo, João Gilberto, os representantes políticos das duas cidades, juazeiro e Petrolina.

Aliás, a força política dos cinco estados brasileiros por onde passa suas águas, em linha e curvas, como uma figura geométrica num espetáculo lindo e admirável. O objetivo dessa campanha é sensibilizar as autoridades de Brasília para a situação caótica que se encontra o rio e agir com políticas públicas de recuperação e preservação em curto prazo, algo que deveria ter sido feito há muito tempo.

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Setor Social do SAAE leva Educação Ambiental para as escolas

(Foto: ASCOM)

A preservação do meio ambiente depende muito da forma de atuação das gerações presentes e futuras, e o que estão dispostas a fazer para diminuir o impacto ambiental das suas ações.

Por esse motivo, a educação ambiental é de extrema importância e deve ser abordada nas escolas, para que todos os membros da sociedade desenvolvam uma consciência ambiental e tenham atitudes responsáveis em relação ao meio ambiente.

Pensando nisso o Serviço de Água e Saneamento Ambiental (SAAE) através do Setor Social está proferindo nas escolas do município, palestras sobre educação sanitária e ambiental, construindo valores e ampliando conhecimentos, habilidades e atitudes voltadas para a conservação do meio ambiente.

Nessa terça-feira (20) as assistentes sociais Ester Soares Alves Arraes e Marileide Alves de Macedo estiveram na Escola Maria de Lourdes, no Bairro São Geraldo, distribuindo material educativo e mostrando, através de vídeos, ações de  sustentabilidade.  

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SAAE desenvolve ações na Semana do Meio Ambiente

(Foto: ASCOM)

O Serviço de Água e Saneamento Ambiental (SAAE) Juazeiro intensificou as ações voltadas à preservação do Meio Ambiente com atividades que começaram no domingo (4) na Ilha do Rodeadouro, onde foram colocadas lixeiras em todas as barracas e feito trabalho de conscientização com barraqueiros e visitantes do principal ponto turístico do município.

O barqueiro Antônio Laurindo aprovou a iniciativa e disse que são ações como essas que minimizam os efeitos dos problemas que afetam o Rio São Francisco. “Estamos vivenciando uma das piores crises e precisamos do apoio de todos para preservar nossa ilha e nossos costumes. Nos últimos dias observamos que já houve uma melhora na coleta do lixo que passou a ser feita diariamente. Agora vamos lutar também por água potável na ilha”, enfatizou.

“Nós fazemos a nossa parte orientando, conscientizando e limpando nossas barracas. Passamos a acreditar em dias melhores, agora com a coleta mais efetiva, estas lixeiras e a presença de vocês para lutar junto com todos nós”, destacou o barraqueiro Samuel  Souza.

Outro que ficou bastante agradecido foi Márcio Santos. Segundo ele, o movimento na ilha vem diminuindo gradativamente e são necessárias ações de melhorias para manter o local sempre ativo. “Daqui tiramos o sustento das nossas famílias e precisamos manter o local sempre limpo e agradável para receber os visitantes. Precisamos de iniciativas como essa para melhorar ainda mais nossa ilha”, pontuou.

Frequentador da ilha há muito tempo o comerciário Josemar Cavalcanti elogiou a ação. “São pequenas atitudes que se transformam em grandes exemplos. De parabéns vocês e todos aqueles que, assim como eu, amam esse paraíso”, simplificou.

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Mergulhadores expõe lixo retirado do Rio São Francisco na Orla de Juazeiro

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O lixo recolhido foi exposto no ponto das barquinhas de Juazeiro

Após realizarem o recolhimento de objetos das águas do Rio São Francisco e expor os resíduos na Orla de Petrolina (PE), os mergulhadores do Movimento “#Salve Chico” repetiram a ação neste domingo (27) na cidade de Juazeiro (BA). A equipe passou a manhã recolhendo materiais poluentes das margens e do leito do Rio São Francisco.

O lixo recolhido foi exposto no ponto das barquinhas e chamou a atenção das pessoas que transitavam pelo local na manhã desta segunda-feira (28). As ações do grupo são voluntárias e busca chamar a atenção da população para a preservação do rio.

Aula de educação ambiental nas águas do São Francisco entre Petrolina e Juazeiro

Nesta sexta- feira(3), entre as cidades de Petrolina e Juazeiro, nas águas do São Francisco, foi realizado o terceiro ano da Campanha Nacional em Defesa do Velho Chico, o Comitê da Bacia Hidrográfica da Bacia do Rio São Francisco  por meio de uma barqueata,  ministrou uma aula de educação ambiental .

Dez barcos enfeitados com os símbolos da campanha ‘Eu viro Carranca para defender o Velho Chico’ navegaram como uma frota de proteção ao rio, chamando a atenção da sociedade para os graves problemas da região. Dentro das embarcações, estudantes, professores, pesquisadores e ambientalistas puderam conferir de perto os dramas vivenciados pelo rio, que abastece mais de 15 milhões de pessoas em seu curso por sete unidades da federação.
“Essa é uma região estratégica para se perceber o impacto da ‘seca de gestão’ na bacia do São Francisco, que tem sofrido com a diminuição da sua vazão, a destruição de sua vegetação, a ocupação de suas áreas de mata nativa e, principalmente, o despejo de esgoto em suas águas, como fazem cidades como Juazeiro e Petrolina”, denunciou Almacks Luiz, membro do CBHSF e presidente do Comitê da Bacia do Rio Salitre. Durante a viagem pelo rio, os barcos fizeram uma parada na Ilha do Fogo para uma ação de peixamento e devolução simbólica de água limpa ao rio.
“Essa é uma atividade continua da Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba), trazendo alevinos para o rio, na esperança de trazer vida ao Velho Chico”, explicou o engenheiro de Pesca da entidade, Francisco José Souza, que elogiou o caráter educativo da ação do Comitê neste ano. “Essa conscientização deve atingir diretamente os jovens, pois eles podem gerar mudanças significativas na sociedade”, disse.
O engenheiro explicou que foram colocados na água cerca de 40 mil alevinos de espécies nativas como Curimatã, Piau e Pacamã, este último só encontrado no São Francisco. “Mas é preciso a conscientização da sociedade para aguardar o desenvolvimento dos peixes para que eles se reproduzam e garantam descendentes”.

Falta de recursos ameaça Parque Nacional da Serra da Capivara

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O Parque reúne em seus mais de 91 mil hectares um dos mais importantes exemplares do patrimônio pré-histórico do país

Patrimônio Mundial da Unesco, o Parque Nacional da Serra da Capivara está ameaçado pela falta de recursos, segundo a diretora-presidente Fundação Museu do Homem Americano (Fumdham), Niède Guidon. “O dinheiro termina em dois meses. É uma situação difícil, que eu não sei mais o que fazer”, disse.

Criada em 1979, a unidade de conservação arqueológica, localizada ao sudeste do Piauí, reúne em seus mais de 91 mil hectares um dos mais importantes exemplares do patrimônio pré-histórico do país. Em 1991, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) incluiu o parque na lista do Patrimônio Mundial, principalmente devido à importância dos registros rupestres encontrados no local. A administração do local cabe ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e a Fundação Museu do Homem Americano (Fumdham) .

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