
(Foto: Roslan Rahman/ AFP)
O pangolim, pequeno mamífero ameaçado de extinção, pode ser um animal-chave na transmissão coronavírus ao homem. Pesquisadores da Universidade de Agricultura do sul da China o identificaram como um possível “hospedeiro intermediário” que facilitou a transmissão do vírus, segundo comunicado da instituição.
Tendo estudado mil amostras de animais selvagens, os cientistas determinaram que os genomas das sequências de vírus estudadas no pangolim eram 99% idênticos aos dos pacientes infectados pelo coronavírus de Wuhan. Esse novo vírus apareceu em dezembro passado, em um mercado da cidade chinesa de Wuhan, no centro do país, onde muitos animais vivos são comercializados, alguns deles selvagens.
Mais de 100.000 pangolins são comercializados ilegalmente na Ásia e na África, sendo uma espécie mais cobiçada por traficantes de animais selvagens do que elefante, ou rinoceronte, segundo a ONG WildAid. Sua carne é muito apreciada por chineses e vietnamitas, e suas escamas, ossos e órgãos, usados na medicina tradicional asiática.
Do morcego ao pangolim
Pesquisas anteriores já traçaram que os genomas do 2019-nCOV e os que circulam no morcego são 96% idênticos. O vírus do morcego não é, porém, capaz de se fixar em humanos receptores e, sem dúvida, precisa passar por outra espécie para se adaptar ao homem, o que é chamado de “hospedeiro intermediário”.