STF autoriza Petrobras a atuar como assistente de acusação de Cunha

Adversários e aliados de Cunha disputam votos da deputada Tia Eron (Foto: Reprodução/internet)

No pedido feito ao Supremo para atuar no caso, os advogados da empresa alegam que Eduardo Cunha “enriqueceu ilegalmente” com valores vindos de Petrobras. (Foto: Reprodução/internet)

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu ontem (15) aceitar o pedido da Petrobras para atuar como assistente de acusação na ação penal que o deputado federal afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) responde na Corte pelo suposto recebimento de US$ 5 milhões de propina em um contrato de navios-sondas da estatal.

Em função do período de recesso no tribunal, a decisão foi assinada pelo juiz Paulo Marcos de Farias, auxiliar do ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no Supremo. Segundo Farias, a estatal pode atuar no caso por ter sido vítima do esquema de corrupção.

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Comissão do Impeachment ouve testemunhas de acusação

Senado federal

Os nomes foram indicados pelos advogados Janaína Paschoal, Hélio Bicudo e Miguel Reale Júnior – responsáveis pela acusação. / Foto: arquivo

A Comissão Processante do Impeachment do Senado começa hoje (8) a ouvir as testemunhas de acusação no processo de afastamento da presidenta Dilma Rousseff. Serão ouvidos o procurador do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União, Júlio Marcelo de Oliveira, e o auditor do TCU Antonio Carlos Costa D’avila Carvalho. Os nomes foram indicados pelos advogados Janaína Paschoal, Hélio Bicudo e Miguel Reale Júnior – responsáveis pela acusação.

Também serão ouvidas hoje três testemunhas indicadas por senadores que apoiam o pedido: Rogério Jesus Alves Oliveira, Adriano Pereira de Paula e Otávio de Medeiros, da Secretaria do Tesouro Nacional.

Cerveró revelou propina para eleição de Jaques Wagner em 2006

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Documento apreendido no gabinete do senador Delcídio Amaral (PT/MS), ex-líder do governo no Senado, atribui ao ex-diretor da área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró a revelação de que o ministro-chefe da Casa Civil do governo Dilma, Jaques Wagner (PT), recebeu “um grande aporte de recursos” para sua campanha ao governo da Bahia em 2006.

De acordo com Cerveró, o dinheiro teria sido desviado da Petrobras e “dirigido” pelo então presidente da estatal, José Sérgio Gabrielli. Wagner foi eleito governador baiano naquele ano e reeleito em 2010. Em outubro de 2015, assumiu a chefia da Casa Civil de Dilma, deixando o Ministério da Defesa.

O documento é um resumo das informações que Cerveró prestou à Procuradoria-Geral da República antes de fechar seu acordo de delação premiada. Segundo o jornal Valor Econômico, os papéis foram apreendidos no dia 25 de novembro, quando Delcídio foi preso sob acusação de tramar contra a Operação Lava Jato. O senador, que continua detido em Brasília, temia a delação de Cerveró.

Os investigadores querem saber como o petista teve acesso ao conteúdo da colaboração do ex-diretor da Petrobras. Em sua delação, Cerveró falou de Delcídio e também do ministro da Casa Civil.

“Na campanha para o governo do Estado da Bahia, em 2006, houve um grande aporte de recursos para o candidato do PT, Jaques Wagner, dirigida por Gabrielli. Nessa época, o presidente Gabrielli decidiu realocar a parte operacional da parte financeira para Salvador, sem haver nenhuma justificativa, pois havia espaço para referida área no Rio de Janeiro”, informou o ex-diretor. “Para tanto, foi construído um grande prédio em Salvador, onde atualmente é o setor financeiro da Petrobras.”

Ouvido pela reportagem, o ex-presidente da Petrobras afirmou categoricamente. “Nunca soube de utilização de recursos ilegais dos fornecedores da Petrobras para a campanha do governador Jaques Wagner em 2006 ou em 2010.”

Cerveró relatou como teve conhecimento da questão. Segundo ele, “tal fato era de conhecimento notório de todos os diretores da Petrobras”. O ex-diretor disse que não sabe qual foi a empreiteira que construiu o prédio da estatal, “sendo que muito provavelmente foi essa construtora que fez a doação para a campanha de Jaques Wagner”.

“As informações sobre o dinheiro enviado para a campanha de Jaques Wagner em 2006 foram da Ouvidoria Geral Maria Augusta (falecida) e de Armando Tripodi, que foi chefe de gabinete de Gabrielli e do qual me tornei amigo”. Maria Augusta Carneiro Ribeiro morreu em 2009 após um acidente de carro no Rio.

As assessorias de Jaques Wagner e da Petrobras ainda não retornaram ao contato da reportagem para comentar o caso.

Em nota, Gabrielli se defendeu. “Repudio, mais uma vez, o método utilizado para obtenção e o conteúdo das acusações levantadas através de vazamentos seletivos de delações premiadas. Em primeiro lugar, o trecho citado no vazamento da delação, de posse do jornal e sem que eu tenha tido acesso a ela, fala de pessoas já falecidas”, afirmou.

Gabrielli diz, ainda, que “não há uma acusação explícita, até pelo próprio delator, segundo a parte do material a que o jornal se refere, sobre minha participação direta nos pretensos fatos delatados”. Ela afirma que “nunca soube de utilização de recursos ilegais dos fornecedores da Petrobras para a campanha do governador Jaques Wagner em 2006 ou em 2010″. (Do Estadão Conteúdo)

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