Um dia depois de o ex-marqueteiro do PT, João Santana, ter confessado em depoimento ao juiz Sérgio Moro ter recebido no exterior US$ 4,5 milhões desviados da Petrobras para saldar uma dívida de campanha de Dilma Rousseff em 2010, a presidente afastada recorreu ao Twitter para negar a declaração do ex-integrante de sua equipe. “Não autorizei pagamento de caixa 2 a ninguém. Se houve pagamento, não foi com o meu conhecimento”, disse a petista em seu perfil.
Santana afirmou também ter omitido o caixa 2 ao ser preso pela Polícia Federal para não “destruir a presidente”, que enfrentava na ocasião o início do processo de impeachment.
No depoimento, prestado nesta quinta-feira, Santana e sua mulher Mônica Moura negaram saber se o dinheiro tinha como origem propina de contratos da Petrobras, o que foi admitido apenas pelo empresário Zwi Skornicki, que representava o estaleiro Keppel Fels.
– Esse pagamento foi referente a uma dívida de campanha que o PT ficou devendo da campanha de 2010, da primeira campanha da presidente Dilma. ficou uma divida de quase R$ 10 milhões de reais, que não foi paga, foi protelada. Cobrei muito, eu fiquei com muitas dividas. Depois de dois anos de luta conversei com o Vaccari (João Vaccari Neto, tesoureiro do PT), que era quem acertava comigo os pagamentos de campanha, e ele me mandou procurar um empresário que queria colaborar – disse Mônica Moura.
Skornicki, porém, admitiu que o depósito feito a João Santana era dinheiro de propina. Ele também prestou depoimento ao juiz Sérgio Moro e confirmou ter pagado propina em todos os contratos firmados pela Keppel com a Petrobras.
Skornicki, que fechou acordo de delação premiada, contou que Mônica esteve em seu escritório indicada por Vaccari. A conversa, definida pelo empresário como “curta e grossa”, teve como objetivo acertar como seria feito o pagamento.
Fonte O Globo