EDITORIAL — A CORRUPÇÃO VOLTOU COM FORÇA E AFUNDA O BRASIL

A corrupção voltou a crescer no Brasil como uma praga silenciosa, mas devastadora. E não é apenas uma percepção popular: os dados mostram claramente que o país está recuando no combate à roubalheira, aos desvios e à impunidade que tanto atrasam nossa nação. A cada escândalo, a cada operação abafada, a cada punição esquecida, os brasileiros, especialmente os mais pobres, são os que mais sofrem.

Em 2024, o Brasil alcançou a sua pior pontuação e posição no Índice de Percepção da Corrupção (IPC), divulgado pela Transparência Internacional. O país obteve 34 pontos e a 107ª posição entre 180 países, o que representa uma queda em comparação com o ano anterior. 

Corrupção não é só desvio de dinheiro, é desvio de futuro. Cada centavo desviado de merenda escolar, de hospitais, de obras públicas ou da Previdência é um prato vazio, uma fila mais longa, uma rua sem asfalto, uma vida perdida. É o agricultor sem estrada, o estudante sem professor, o aposentado vítima de fraude, como temos visto com as denúncias no INSS.

O mais alarmante é perceber que parte da classe política e da elite administrativa do país parece não apenas tolerar, mas se beneficiar dessa engrenagem suja. Operações de combate à corrupção foram desmobilizadas, estruturas de controle desmontadas, e discursos que antes clamavam por ética agora silenciam diante de escândalos dentro do próprio governo.

Essa permissividade cria um ambiente em que o corrupto se sente confortável, e o cidadão honesto, abandonado. A impunidade não apenas incentiva novos crimes, como mina a confiança do povo nas instituições. E sem confiança, não há democracia sólida. A corrupção destrói o presente e rouba o futuro.

Não podemos normalizar esse cenário. É hora de exigir transparência, fortalecer os órgãos de controle, dar autonomia real ao Judiciário e às polícias investigativas. O Brasil não pode mais ser conhecido lá fora como o país do “jeitinho”, mas sim como um país que pune os corruptos e protege seu povo.

Porque onde há corrupção, há injustiça. Onde há injustiça, não há progresso.

Waldiney Passos

Editorial — Pec da Segurança: Avanço ou ilusão?

O Brasil vive uma crise crônica na segurança pública. Violência urbana, criminalidade crescente, facções organizadas e um sistema penal sobrecarregado. Nesse contexto, a chamada PEC da Segurança Pública surge como mais uma tentativa do Congresso de dar uma resposta a um dos maiores anseios da população: segurança.

A proposta pretende inserir a segurança pública no rol de direitos sociais da Constituição, equiparando-a à saúde, educação, moradia e alimentação. Em tese, isso parece positivo. Ao tornar a segurança um direito fundamental, o Estado seria legalmente obrigado a garantir esse serviço com mais prioridade e investimento — e os cidadãos teriam mais instrumentos para cobrar. Ponto forte? Sim, mas só até certo ponto.

O problema é que, na prática, muitos especialistas alertam: isso pode ser apenas uma medida simbólica, sem resultados concretos. Afinal, saúde e educação já estão na Constituição como direitos há décadas, mas continuam enfrentando falta de recursos, más gestões e desigualdade de acesso. Colocar a segurança pública nesse mesmo patamar, sem garantir mecanismos objetivos de financiamento, metas e fiscalização, é como pintar uma parede com rachadura: parece bonito, mas por dentro continua podre.

Outro ponto levantado por críticos é o risco de judicialização. Tornar a segurança um direito constitucional pode gerar uma enxurrada de ações contra o Estado, exigindo patrulhamento em bairros, investigações mais rápidas, presença de polícia em locais específicos. Mas o Estado tem estrutura para isso? Se não tiver, de que adianta dar esse “direito” no papel?

Além disso, a PEC não enfrenta os verdadeiros gargalos da segurança pública no Brasil:

  • Falta de integração entre as polícias civil e militar;

  • Sistema penitenciário dominado por facções;

  • Políticas públicas falhas de prevenção ao crime;

  • Baixa valorização dos profissionais de segurança.

Enquanto isso, governadores e prefeitos seguem à deriva, sem orçamento, tentando apagar incêndios com baldes furados. Não é à toa que especialistas em direito público e segurança têm dito que a PEC soa como uma medida populista, sem um plano de execução estruturado.

A sociedade quer e precisa de segurança. Isso é fato. Mas o que se exige do Congresso é mais que um aceno simbólico: é um projeto real, com metas claras, recursos garantidos, investimentos em inteligência, prevenção, combate ao tráfico, e valorização das forças policiais.

Criar um direito constitucional à segurança pode até parecer um avanço — mas se vier sem estrutura, sem plano, sem dinheiro e sem responsabilidade, será apenas mais uma promessa vazia para um povo que já sofre demais com o medo, a impunidade e o abandono.

Fica o nosso apelo: que o Congresso e o governo parem de legislar para manchetes e comecem a trabalhar por soluções concretas. Segurança não se resolve com tinta na Constituição. Se resolve com ação, coragem e compromisso com a vida dos brasileiros.

Editorial – Trânsito trava e população cobra instalação urgente de semáforo no contorno da Cohab Massangano

A duplicação da BR-407 em Petrolina é, sem dúvidas, uma das obras mais importantes realizadas nos últimos anos na cidade. Ela representa um avanço significativo na mobilidade urbana, no escoamento da produção, na segurança viária e no desenvolvimento da região. O novo viaduto na Avenida Honorato Viana, por exemplo, é uma estrutura moderna que vem garantindo mais fluidez ao tráfego e eliminando antigos gargalos que, por anos, castigaram motoristas e moradores.

No entanto, apesar da grandiosidade da obra e da importância que ela representa para Petrolina e todo o Vale do São Francisco, é preciso reconhecer que ainda há ajustes urgentes a serem feitos para que os benefícios sejam sentidos por todos.

O Blog Waldiney Passos tem recebido diversas reclamações de condutores sobre um ponto crítico que precisa ser revisto com urgência: o estrangulamento do contorno da Avenida Honorato Viana, nas proximidades da feirinha da Cohab Massangano. Com a retirada da rotatória que existia próximo ao Posto Asa Branca — um importante acesso para diversos bairros da zona Oeste — e a instalação de uma nova rotatória mais adiante, já próximo à entrada do bairro Quati, muitos motoristas estão utilizando o contorno da Cohab Massangano como ponto de retorno.

Essa nova dinâmica está gerando grandes engarrafamentos, principalmente nos horários de pico. O problema maior ocorre quando quem está no sentido Centro/bairros precisa fazer o retorno, mas enfrenta um fluxo intenso de veículos vindo no sentido oposto, bairros/Centro, o que acaba estrangulando o trânsito e gerando muita irritação entre os condutores.

A solução, ao nosso ver — e respaldada pelo clamor de quem vive essa realidade diariamente — seria a instalação de um semáforo no local. A presença de um equipamento semafórico ajudaria a ordenar o trânsito, oferecer intervalos de passagem mais justos e evitar o atual caos nos horários de maior movimento. É uma demanda simples, de fácil execução, mas de grande impacto positivo na vida da população.

Reconhecemos e elogiamos a obra da duplicação da BR-407, mas reforçamos: a eficácia de um projeto de mobilidade só se completa quando cada ponto crítico é observado e ajustado. O apelo vem da rua, do povo, dos motoristas que, dia após dia, enfrentam esse desafio. Que as autoridades responsáveis possam ouvir a voz da população e agir com a urgência que o caso requer.

Waldiney Passos

Editorial – Cidade limpa é dever de todos

Durante o evento de avaliação dos cem primeiros dias de gestão do prefeito Simão Durando, realizado na última terça-feira (22), um ponto chamou particularmente a nossa atenção: a limpeza pública. Em sua fala, o prefeito destacou que o compromisso com uma cidade limpa não deve se limitar à atuação da Secretaria de Serviços Públicos, embora seja esta a pasta responsável, mas deve envolver todas as secretarias municipais e, acima de tudo, a população.

Aqui no Blog Waldiney Passos e também no nosso programa Espaço Aberto, na Rádio Rural FM, sempre fazemos questão de reforçar esse chamado à responsabilidade coletiva. Sim, é dever do poder público garantir ruas limpas, coleta regular de lixo, manutenção de áreas públicas. Mas também é dever do cidadão colaborar com essa missão.

Não é possível exigir uma cidade limpa se continuarmos a ver lixo jogado em terrenos baldios, em calçadas, em canteiros, ou sacos descartados fora do horário e dos dias certos da coleta. São atitudes que, infelizmente, ainda persistem no nosso dia a dia, e que impedem avanços maiores, mesmo diante dos esforços da gestão pública.

Cuidar da cidade é também respeitar os dias e horários da coleta, evitar jogar lixo na rua, não descartar entulho ou móveis em locais impróprios e denunciar descarte irregular. Todos esses gestos ajudam e muito a manter Petrolina mais bonita, saudável e digna para se viver.

O Blog Waldiney Passos continuará a fiscalizar, cobrar e dar voz à população, como sempre fez. Mas reforçamos: não se constrói uma cidade limpa apenas com máquinas e garis, mas com cidadãos conscientes, que entendem que o bem-estar coletivo também depende da atitude individual.

A cidade que queremos começa pelo cuidado que temos com ela. Petrolina merece mais. E isso começa com todos nós.

Waldiney Passos

Editorial: Faixas ou passarelas? Urgência por segurança na Avenida Honorato Viana, em Petrolina

O Blog Waldiney Passos vem recebendo, com frequência e crescente preocupação, reclamações de moradores dos bairros Cohab Massangano, Jardim Amazonas, Alto do Cocar e Pedro Raimundo, que enfrentam diariamente um desafio perigoso e desumano: atravessar a Avenida Honorato Viana.

O ponto crítico se encontra nas imediações dos dois grandes atacadistas da cidade — Atacadão e Mix Mateus, localizados praticamente um de frente para o outro. O fluxo de veículos na região é intenso em tempo integral, e se torna ainda mais caótico nos horários de pico. Os clientes dos atacadistas, os trabalhadores dos bairros vizinhos e as famílias que precisam circular por ali relatam o risco constante de atropelamentos, além da dificuldade imposta pela ausência de faixas de pedestres.

A avenida é duplicada e extensa, o que obriga os pedestres a cruzarem duas pistas movimentadas. Sem sinalização adequada, sem redutores de velocidade e sem nenhum tipo de estrutura que favoreça a travessia segura, as pessoas arriscam suas vidas todos os dias.

Já houve vários registros de acidentes. É inadmissível que, mesmo com esse histórico preocupante, nenhuma providencia tenha sido tomada até  o presente momento

Contudo, sejamos francos: faixas são apenas um paliativo. O que realmente traria segurança e agilidade ao trânsito seriam as passarelas elevadas, solução definitiva que não compromete o fluxo de veículos e salva vidas. É uma medida que exige mais planejamento e investimento, mas que se paga com a preservação de vidas humanas.

O problema não se limita apenas a esse trecho. Outras áreas ao longo da Avenida Honorato Viana também carecem de intervenções estruturais e merecem a mesma atenção. Portanto, sugerimos que, além da instalação urgente de faixas nos pontos críticos, seja elaborado um plano mais amplo de segurança viária, com a construção de passarelas elevadas ao longo de todo o eixo da avenida.

A pauta é urgente. A cobrança é justa. A omissão custa vidas.

Reafirmamos aqui nosso compromisso com o jornalismo que ecoa a voz da população. O Blog Waldiney Passos segue atento e vigilante diante dessa demanda, e continuará cobrando ações concretas dos responsáveis até que soluções efetivas sejam colocadas em prática.

Editorial: O Verdadeiro Sentido da Semana Santa

Waldiney Passos – Editor do Blog

A Semana Santa deveria ser o tempo mais sagrado do calendário cristão. Um período de silêncio, recolhimento e profunda meditação sobre o sacrifício de Jesus Cristo, que se entregou por amor à humanidade. Deveríamos, como fiéis, reservar esses dias para elevar nossas orações, refletir sobre nossas ações e buscar uma sincera conversão interior. No entanto, a realidade que se vê em muitas cidades brasileiras — inclusive aqui na nossa região — está bem distante desse ideal.

Em vez da oração, há bebedeira. Em vez da contemplação, festas, paredões e farras que atravessam a madrugada. Em vez do recolhimento, o barulho ensurdecedor de quem parece ignorar o verdadeiro motivo desse feriado. A Sexta-feira Santa, que deveria ser marcada pelo silêncio e respeito ao Cristo crucificado, se transforma, para muitos, apenas em mais um dia de folga, um convite à balbúrdia e à irresponsabilidade.

É triste constatar que muitos que se dizem cristãos esquecem completamente do protagonista da Semana Santa: Jesus Cristo. Aquele que foi traído, julgado injustamente, torturado e morto numa cruz para redimir os nossos pecados. E quantos, mesmo sabendo disso, tratam esses dias como se fossem um simples feriado prolongado, uma “folga” a mais no calendário?

É preciso, com coragem, cobrar dos fiéis mais coerência. A fé não pode ser vivida apenas no domingo de Páscoa com a roupa nova e o almoço farto em família. A fé se mostra no respeito aos símbolos, na reverência aos momentos santos e no compromisso com a espiritualidade.

A Semana Santa não é Carnaval fora de época. Não é tempo de excessos, mas de entrega. Não é tempo de festas, mas de fé. É hora de retomarmos o verdadeiro significado desses dias: o amor incondicional de Cristo, a dor da cruz, a esperança da ressurreição.

Aos que têm fé, que este editorial seja um chamado. Que os sons dos paredões deem lugar às preces. Que o copo de bebida seja substituído pela leitura do Evangelho. Que o tempo livre seja dedicado à alma. E que, sobretudo, nunca esqueçamos que, sem Jesus, a Semana Santa perde o sentido.

Waldiney Passos

EDITORIAL — A democracia enfraquecida pela interferência entre os poderes

Na tarde de ontem, 14 de abril, o líder do PL na Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante (RJ), protocolou o requerimento de urgência para o Projeto de Lei que trata da anistia aos envolvidos nos eventos do 8 de Janeiro. A proposta foi apresentada com 264 assinaturas de parlamentares, das quais duas foram invalidadas, inclusive a do próprio Sóstenes e do líder da oposição, deputado Zucco (PL-RS), por terem sido feitas na condição de líderes, o que, segundo o regimento, não é permitido. Restaram, portanto, 262 apoios válidos, número mais que suficiente para o requerimento de urgência tramitar na Casa.

No entanto, o que deveria ser um rito legislativo normal, dentro da plena legalidade e do jogo democrático, está sendo alvo de fortes e indevidas interferências por parte de outros poderes da República. A atuação aberta de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e até do próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva para barrar o andamento da matéria na Câmara dos Deputados é um sinal preocupante e incompatível com os preceitos constitucionais do Estado Democrático de Direito.

É preciso lembrar que a Constituição Federal de 1988 é clara: os poderes da República (Executivo, Legislativo e Judiciário) são independentes e harmônicos entre si. Não cabe ao STF ou ao Palácio do Planalto determinar o que pode ou não ser discutido pelos representantes eleitos pelo povo. Gostem ou não da proposta de anistia, é prerrogativa exclusiva do Parlamento deliberar sobre o tema. Quando essa prerrogativa é obstruída por agentes de outros poderes, estamos diante de uma grave afronta à ordem constitucional.

A tentativa de silenciar o Legislativo em nome de uma “verdade única” ou de um “sentimento majoritário” é característica típica de regimes autoritários, onde a vontade de poucos se impõe à soberania popular. No Brasil, infelizmente, essa interferência tem sido naturalizada e o mais grave: celebrada por boa parte da grande imprensa, que trata essa intervenção como algo positivo, como se proteger a democracia significasse calar vozes divergentes ou impedir o debate.

A democracia só é forte quando seus pilares estão equilibrados e respeitados. Quando o Judiciário e o Executivo agem para controlar a pauta do Legislativo, estamos abrindo mão da liberdade em troca de uma falsa sensação de estabilidade. Isso é perigoso, antidemocrático e inaceitável.

Externamos aqui nosso profundo sentimento de decepção diante de mais esse capítulo em que se tenta enfraquecer o poder que, em tese, deveria representar diretamente a vontade do povo. O Brasil não pode seguir flertando com práticas autoritárias enquanto se apresenta como uma democracia. A história julgará aqueles que, com o pretexto de defender a ordem, atropelam a própria Constituição.

Waldiney Passos

Editorial: Cidade limpa se constrói com atitude: faça sua parte!”

Manter a cidade limpa não é apenas responsabilidade do prefeito ou da equipe de limpeza urbana. É também um dever de cada cidadão que ama e respeita o lugar onde vive. Jogar lixo no chão, em canais, praças, calçadas ou ruas é um ato que prejudica a todos, inclusive quem o comete.

O lixo descartado de forma incorreta entope bueiros, provoca alagamentos, atrai insetos, causa mau cheiro e se transforma em criadouro de doenças como dengue, chikungunya e leptospirose. Além disso, deixa a cidade com uma aparência abandonada e desvalorizada.

É obrigação do poder público garantir a coleta, varrição, limpeza e fiscalização. Mas de nada adianta uma prefeitura limpando de um lado, se do outro lado tem gente sujando. Não podemos tratar o espaço público como lixeira pessoal.

Uma cidade limpa é mais bonita, mais saudável, mais valorizada e acolhedora para moradores e visitantes. E mais: uma cidade limpa gasta menos com saúde pública e com manutenção emergencial de vias e galerias entupidas.

Portanto, jogue o lixo no lugar certo, use as lixeiras, denuncie descarte irregular, eduque seus filhos com o exemplo. A limpeza começa com pequenos gestos. É uma questão de cidadania.

Lembre-se: o prefeito tem obrigação de limpar, mas o cidadão tem o dever de não sujar. Vamos juntos construir uma Petrolina mais limpa, mais digna e mais nossa.

Waldiney Passos

Editorial: A Manipulação da Inflação e a Realidade do Povo

O vice-presidente Geraldo Alckmin sugeriu recentemente que os preços dos alimentos e da energia elétrica sejam retirados do cálculo da inflação no Brasil. A proposta, que à primeira vista pode parecer uma medida técnica, na verdade, levanta sérias preocupações sobre a transparência e a credibilidade dos indicadores econômicos do país.

A inflação, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), reflete o impacto da variação de preços no orçamento das famílias brasileiras. Excluir os alimentos e a energia, dois dos itens mais essenciais para a população, especialmente para os mais pobres, é uma manobra que distorce a realidade e mascara o impacto do custo de vida sobre o cidadão comum.

Os alimentos representam uma parcela significativa dos gastos das famílias, principalmente daquelas de baixa renda, que destinam a maior parte de seus ganhos à alimentação. A energia elétrica, por sua vez, é um insumo básico, cujo custo elevado tem um efeito cascata sobre toda a economia, encarecendo a produção e o consumo de bens e serviços. Retirar esses itens do cálculo da inflação é, no mínimo, um desrespeito com o trabalhador que sente no bolso a alta dos preços diariamente.

Se a inflação oficial não refletir o verdadeiro aumento do custo de vida, o governo poderá justificar políticas econômicas equivocadas e negligenciar a urgência de medidas para conter a alta dos preços. Além disso, reajustes de salários, aposentadorias e benefícios sociais baseados nesses índices serão comprometidos, prejudicando ainda mais os mais vulneráveis.

O Brasil já sofreu no passado com tentativas de manipulação de indicadores econômicos para maquiar a realidade. A transparência e a confiabilidade dos dados são fundamentais para que se tomem decisões responsáveis e eficazes. Se o governo quer de fato reduzir a inflação, deve investir em medidas que combatam o aumento dos custos, como redução de impostos sobre produtos essenciais, incentivo à produção agrícola e energética e melhoria na infraestrutura logística.

Retirar os alimentos e a energia do cálculo da inflação não alivia a pressão sobre os brasileiros. Apenas encobre a realidade e desvia o foco das verdadeiras soluções. A população precisa de políticas econômicas sérias e comprometidas com a melhoria das condições de vida, não de artimanhas para esconder os problemas.

Waldiney Passos

Neguinho da Beija-Flor faz seu último desfile disputando título

Exatamente às 23h47 desta segunda-feira (3), segunda noite de desfiles do Grupo Especial do carnaval carioca, o público do sambódromo da Marquês de Sapucaí ouviu o tradicional: “Olha a Beija-Flor aí, gente! Chora cavaco”.

O grito de guerra de Neguinho da Beija-Flor, intérprete da escola de samba de Nilópolis, na região metropolitana do Rio, marcava o último desfile oficial dele em disputa por um título para a agremiação da qual foi a voz dos sambas-enredos por 50 anos.

Em 20 de novembro de 2024, ele anunciou que 2025 seria o último carnaval: “muito obrigado por esse carinho maravilhoso. Eu não vou falar mais para não me emocionar, se não, não consigo cantar. Só posso dizer muito obrigado!”, declarou pelo alto falante antes de começar o desfile e ser ovacionado pela plateia.

Mas o intérprete, que esteve presente em todos os 14 títulos da azul e branca, deixou claro que, se depender dele, esse é o último carnaval, mas não o último desfile. “Vai ser no sábado das campeãs”, desejou, referindo-se à noite do próximo sábado (8), quando as seis escolas mais bem colocadas voltam à Marquês de Sapucaí para celebrar o resultado.

Desfile
A Beija-Flor foi a segunda escola a desfilar e apresentou ao público o enredo Laíla de Todos os Santos, Laíla de Todos os Sambas, uma homenagem ao diretor de carnaval que figura entre as maiores personalidades da agremiação e do carnaval carioca. Ao fim do desfile de 77 minutos, Neguinho fez questão de colocar o público do carnaval como o grande protagonista da festa. “Eu costumo dizer que a grande estrela da Mangueira, da Portela, do Salgueiro, do Império, do Vasco, do Flamengo é o público, é a comunidade que os prestigia. A grande estrela da festa”, disse a jornalistas.

Perguntado sobre como será passar um carnaval sem ser a voz da Beija-Flor, disse que ainda não sabe a resposta.  “Vamos esperar 2026. Vamos esperar o próximo carnaval para ver”.

História
O intérprete de 75 anos entrou na escola em 11 de junho de 1975, quando ingressou na ala de compositores. A identificação com a Beija-Flor foi tão profunda que chegou ao ponto de ele ter alterado o nome na carteira de identidade para Luiz Antonio Feliciano Neguinho da Beija-Flor Marcondes. Na história de tantos títulos há espaço para outros momentos marcantes, como o carnaval de 2009. Neguinho fazia tratamento contra um câncer, recebeu apoio da escola e da comunidade e, no dia do desfile, momentos antes de soltar o grito de guerra, casou-se em plena Passarela do Samba.

Despedida
A porta-bandeira Selminha Sorriso, que ocupa o posto há 29 anos, disse que tentou convencer o intérprete a não se aposentar. “Eu prefiro não acreditar. O meu coração ainda não aceita. O Neguinho é Neguinho da Beija-Flor para sempre. Nunca terá outro”, disse. Ela brincou que tentou convencê-lo a continuar cantando na escola. “Tentei, gente, infelizmente não consegui”. Perguntado pela Agência Brasil sobre o pedido de Selminha, o intérprete apenas brincou: “Selminha é minha irmã, ela torce muito por mim”, antes de ser novamente ovacionado pelo público e cercado por pedidos de fotografias na área de dispersão.

Agencia Brasi

Editorial: Desafios e expectativas para o novo período legislativo em Petrolina

Waldiney Passos – Editor do Blog

Hoje, terça-feira, 04 de fevereiro, a Câmara de Vereadores de Petrolina realiza a primeira sessão do 1º semestre legislativo de 2025. A população tem grandes expectativas em relação à nova legislatura, composta por vereadores reeleitos e estreantes. O que se espera é um trabalho diferenciado, com respostas concretas às demandas da sociedade nos mínimos detalhes.

Petrolina é hoje a terceira maior cidade de Pernambuco, e seus vereadores precisam representá-la à altura. É necessário um olhar mais atento para as periferias, onde ainda há um grande número de ruas sem saneamento, sem calçamento e sem pavimentação. Muitas famílias vivem em condições desumanas, com esgoto a céu aberto na porta de casa. O papel do vereador não é apenas apontar problemas, mas buscar soluções efetivas junto aos órgãos competentes.

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EDITORIAL: Petrolina, Avanço e Mobilidade

A recente liberação da rotatória no entroncamento entre as BRs 428 e 407, conectando as Avenidas Sete de Setembro e Honorato Viana, marca mais um avanço significativo na mobilidade urbana de Petrolina. Antes um gargalo que causava atrasos e frustrações, o trecho agora é um facilitador para o trânsito, proporcionando maior fluidez e agilidade. Essa conquista é reflexo direto dos investimentos em infraestrutura que transformaram a cidade nos últimos anos, trazendo alívio aos motoristas e otimizando o deslocamento.

Nos últimos anos, Petrolina tem se destacado por suas grandes obras de mobilidade, com resultados que beneficiam diretamente a qualidade de vida de seus cidadãos. Desde a gestão do ex-prefeito Miguel Coelho, houve um divisor de águas com a execução de projetos importantes, como as duplicações das avenidas da Estrada da Banana, Mário Rodrigues, Sete de Setembro, Cardoso de Sá, Clementino Coelho e, agora, a finalização da duplicação da BR 407. Esses investimentos não apenas solucionaram problemas históricos de trânsito, mas também projetaram Petrolina como referência de planejamento urbano.

A continuidade desse trabalho pela gestão de Simão Durando é um reconhecimento do esforço conjunto de lideranças comprometidas com o desenvolvimento. Petrolina se consolida como um dos melhores lugares para se viver, e a mobilidade urbana é um pilar fundamental desse progresso. A facilidade de deslocamento significa mais tempo para o trabalho, lazer e família, um ganho real para todos.

Apesar dos avanços significativos, é importante considerar que os desafios em Petrolina ainda são enormes, especialmente em áreas periféricas. Muitas comunidades sofrem com a falta de pavimentação e asfalto, problemas que dificultam a mobilidade, impactam qualidade de vida e perpetuam desigualdades. As ruas sem infraestrutura adequada não apenas comprometem o trânsito local, mas também expõem os moradores a condições precárias, principalmente em períodos de chuva, quando vias intransitáveis ​​agravam os problemas de mobilidade e ampliam os riscos à saúde pública.

No novo mandato do prefeito Simão Durando, espera-se um olhar ainda mais atento para essas demandas. A população da periferia precisa ser incluída de forma prioritária no planejamento urbano da cidade, com investimentos consistentes em infraestrutura básica. As pavimentações, saneamento e melhorias no transporte público devem ser elementos centrais de uma gestão que já demonstrou competência em transformar grandes avenidas em vias modernas e eficientes. Agora, é hora de levar esse progresso para cada canto de Petrolina.

A expectativa é de que a gestão continue a ampliar as conquistas, honrando o compromisso de desenvolvimento equilibrado e inclusivo. Petrolina já se destaca no cenário regional e nacional por seus avanços, mas a verdadeira excelência será alcançada quando todos os seus cidadãos, independentemente do bairro onde vivem, puderem desfrutar de uma cidade mais justa, acessível e bem estruturada. A confiança depositada pela população na reeleição de Simão Durando reforça o desejo de continuidade, mas também cobra ainda mais comprometimento para solucionar os problemas que afetam diretamente a vida dos petrolinenses, especialmente nas áreas que ainda carecem de atenção.

Waldiney Passos

Editorial: Honrarias da Câmara de Vereadores, critérios devem refletir relevância e mérito

A fala do vereador Ronaldo Silva na sessão desta quinta-feira trouxe à tona uma reflexão necessária: quais critérios estão sendo adotados para a concessão do título de Cidadão Petrolinense e da Medalha de Honra ao Mérito Dom Malan? Essas são as maiores honrarias da Câmara Municipal de Petrolina, e, portanto, não devem ser tratadas como simples formalidades ou instrumentos políticos.

As honrarias carregam o peso simbólico de reconhecer indivíduos que, de forma significativa e inquestionável, contribuíram para o desenvolvimento de Petrolina e o bem-estar de sua população. São distinções que deveriam ser reservadas àqueles que deixam um legado de impacto duradouro em áreas como saúde, educação, cultura, economia e outras de interesse público.

Infelizmente, há evidências de que, em algumas ocasiões, essas honrarias têm sido concedidas sem a devida análise de mérito, transformando-se em ferramentas de favorecimento político. Essa prática enfraquece o valor das homenagens e desrespeita a pujante história de Petrolina, a terceira maior cidade de Pernambuco, que se orgulha de seu crescimento e importância no cenário regional e nacional.

É necessário que os vereadores, ao propor nomes para essas distinções, sejam criteriosos e éticos. Não se trata de atender interesses particulares ou angariar apoio político, mas de preservar a seriedade e o prestígio dessas honras. Títulos e medalhas não podem ser banalizados; eles pertencem a quem, de fato, contribuiu para o progresso da cidade e a melhoria da vida de seus habitantes.

Petrolina merece que essas honrarias sejam conferidas com responsabilidade, como forma de inspirar futuros cidadãos e líderes. Que cada nome a ser homenageado seja uma referência de trabalho, dedicação e impacto positivo. Cabe aos vereadores zelar para que as honras reflitam a grandiosidade de nossa cidade e os valores que nos unem como sociedade.

Honrarias são um reconhecimento, não uma estratégia. Que sejam dadas a quem realmente merece.

Waldiney Passos

Editorial: Desconexão entre Lula e eleitores reflete desgaste na confiança popular

Uma pesquisa mais recente do Instituto MDA, encomendada pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) e divulgada nesta terça-feira (12), revela um cenário preocupante para o governo de Luiz Inácio Lula da Silva, especialmente em sua relação com o eleitorado no Nordeste . Tradicionalmente uma região de forte apoio ao presidente, o Nordeste hoje mostra sinais claros de descontentamento, refletindo uma insatisfação crescente com as ações do governo, que, na prática, têm falhado em melhorar a qualidade de vida da população.

Em seu terceiro mandato, Lula enfrenta críticas intensas pela falta de políticas efetivas que combatem a alta dos preços e pela ausência de um plano concreto de contenção de gastos públicos. As mercadorias essenciais, que já pesam no bolso dos brasileiros, sofrem aumentos constantes, enquanto o governo parece mais focado em expandir a arrecadação do que em aliviar a carga sobre os trabalhadores. Essa realidade acaba por distanciar Lula dos seus próprios concorrentes, especialmente num momento em que o país enfrenta desafios económicos que pedem respostas concretas e imediatas.

A ausência de políticas de redução dos gastos públicos não afeta apenas a credibilidade do governo, mas agrava ainda mais a situação da população. Em vez de adotar medidas de austeridade que reduzam despesas, o governo insiste em onerar ainda mais o trabalhador com aumentos sucessivos de impostos, comprometendo o rendimento das famílias e dificultando a recuperação económica. Essa postura alimenta a percepção de um governo que se desconecta de seus compromissos de campanha, especialmente aqueles que mais esperavam melhorias tangíveis em suas condições de vida. Os eleitores que confiaram em um terceiro mandato focado no desenvolvimento social e econômico agora veem um governo que, ao invés de aliviar as dificuldades, parece priorizar a arrecadação, mesmo que isso signifique mais sacrifícios para os trabalhadores.

Em outras palavras, a falta de políticas públicas externas ao bem-estar da população – como o controle dos preços e a contenção de gastos públicos – gera insatisfação, sobretudo entre os que dependem diretamente dessas melhorias prometidas.

Waldiney Passos

Editorial – Dia do Radialista: Nunca foi trabalho, sempre foi alegria!

Hoje, celebramos uma profissão única e essencial: o Dia do Radialista. A rádio, com seu alcance incomparável, sempre foi mais do que uma ferramenta de comunicação; é um elo vital entre as demandas da população e das autoridades, uma ponte para a busca de soluções que realmente fazem a diferença na vida de cada um. Nesse dia, não poderia deixar de compartilhar minha paixão por essa profissão, que não é apenas um trabalho, mas um verdadeiro compromisso de vida. Ser radialista é muito mais do que informar; é criar laços, promover diálogos e dar voz a quem mais precisa.

Minha relação com a rádio começou cedo, quando ainda era apenas um ouvinte fiel das poucas estações da época: a Emissora Rural e a Rádio Juazeiro AM Stereo, as únicas em funcionamento quando cheguei a Petrolina, em 1980. Com o tempo, vi essa rede de comunicação crescer: veio a Grande Rio AM, a Transrio FM, a Grande Rio FM, e, aos poucos, nossa região se transformou em um polo de mídia vibrante, conectando e informando o Vale do São Francisco.

Minha estreia como radialista ocorreu na Rádio Serra da Capivara, em São Raimundo Nonato, no ano de 1988, época em que muitas comunidades do interior sequer tinham telefone, o rádio era a principal — e muitas vezes única — fonte de comunicação. Cada aviso, cada nota de falecimento, cada interação disputada ao vivo representava uma conexão direta com a vida e as necessidades das pessoas. Lembro-me com saudade da emoção das ligações e das cartas que chegavam do interior, trazendo histórias e pedindo nossa voz como ponte para encurtar distancias e matar saudade. Essas mensagens revelavam sonhos, dificuldades e esperanças, e cada uma representava um vínculo de confiança que reforçava o papel essencial da rádio na vida das pessoas.

Minha trajetória me levou a muitos lugares e experiências. Ainda jovem, na Bahia, fui diretor de duas rádios de um mesmo grupo em Xique-Xique: a Rádio Tribuna do Vale e a Xique Xique FM. Em Juazeiro, trabalhei na Rádio Juazeiro AM, na Transrio FM, na Vale FM (hoje Tropical FM), e na antiga TV Norte, hoje TV São Francisco. Em Petrolina, minha caminhada incluiu a Emissora Rural AM, a Grande Rio FM, a Ponte FM, a Grande Rio AM, a TV Grande Rio e a Rádio Jornal FM, até meu atual retorno à Rural FM. Cada veículo, cada equipe, cada nova experiência foi um capítulo enriquecedor, repleto de aprendizados e encontros memoráveis. Ser radialista é, de fato, uma paixão.

Gostaria de homenagear todos os grandes colegas de profissão — alguns que já nos deixaram e outros que continuam firmes na ativa. E, para não correr o risco de esquecer alguém, faço esta homenagem em nome do saudoso José Maria Silva, com quem tive a honra de dividir a apresentação do Vale da Sorte por mais de uma década. Ele representa a dedicação, a amizade e o comprometimento que fazem parte da essência da rádio e de todos que, como ele, dedicam suas vidas a servir a comunidade.

Por fim, meus agradecimentos especiais a você, ouvinte. É por você que nos dedicamos intensamente, nos esforçando para trazer informações precisas e temas relevantes todos os dias. Ser radialista nunca foi apenas um trabalho; é uma alegria e um privilégio poder fazer o que amo. Agradeço a Deus pela oportunidade de exercer uma profissão tão linda, apaixonante e cheia de propósito.

O radialista é a voz que acompanha o ouvinte, seja na tranquilidade de um dia comum ou nos desafios da vida cotidiana. Ele tem o poder de informar, entreter e até transformar realidades, sendo muitas vezes uma ponte entre a população e os acontecimentos mais importantes.

É uma profissão que exige não apenas talento, mas também responsabilidade, empatia e comprometimento com a verdade, sempre buscando uma forma mais clara e objetiva de se comunicar.

Que Deus abençoe e proteja todos os radialistas do mundo, concedendo-lhes sabedoria, força e inspiração para seguirem sua missão com integridade, sempre levando informação, conforto e esperança aos corações de seus ouvintes. Que essa voz seja instrumento de luz, solidariedade e transformação.

Waldiney Passos

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