
Waldiney Passos – Editor do Blog
A Semana Santa deveria ser o tempo mais sagrado do calendário cristão. Um período de silêncio, recolhimento e profunda meditação sobre o sacrifício de Jesus Cristo, que se entregou por amor à humanidade. Deveríamos, como fiéis, reservar esses dias para elevar nossas orações, refletir sobre nossas ações e buscar uma sincera conversão interior. No entanto, a realidade que se vê em muitas cidades brasileiras — inclusive aqui na nossa região — está bem distante desse ideal.
Em vez da oração, há bebedeira. Em vez da contemplação, festas, paredões e farras que atravessam a madrugada. Em vez do recolhimento, o barulho ensurdecedor de quem parece ignorar o verdadeiro motivo desse feriado. A Sexta-feira Santa, que deveria ser marcada pelo silêncio e respeito ao Cristo crucificado, se transforma, para muitos, apenas em mais um dia de folga, um convite à balbúrdia e à irresponsabilidade.
É triste constatar que muitos que se dizem cristãos esquecem completamente do protagonista da Semana Santa: Jesus Cristo. Aquele que foi traído, julgado injustamente, torturado e morto numa cruz para redimir os nossos pecados. E quantos, mesmo sabendo disso, tratam esses dias como se fossem um simples feriado prolongado, uma “folga” a mais no calendário?
É preciso, com coragem, cobrar dos fiéis mais coerência. A fé não pode ser vivida apenas no domingo de Páscoa com a roupa nova e o almoço farto em família. A fé se mostra no respeito aos símbolos, na reverência aos momentos santos e no compromisso com a espiritualidade.
A Semana Santa não é Carnaval fora de época. Não é tempo de excessos, mas de entrega. Não é tempo de festas, mas de fé. É hora de retomarmos o verdadeiro significado desses dias: o amor incondicional de Cristo, a dor da cruz, a esperança da ressurreição.
Aos que têm fé, que este editorial seja um chamado. Que os sons dos paredões deem lugar às preces. Que o copo de bebida seja substituído pela leitura do Evangelho. Que o tempo livre seja dedicado à alma. E que, sobretudo, nunca esqueçamos que, sem Jesus, a Semana Santa perde o sentido.
Waldiney Passos