Editorial: Alepe analisa medidas rigorosas contra o roubo de fios e equipamentos em Pernambuco

Nesta terça-feira (26), a Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) votará um projeto crucial para combater uma prática criminosa que tem gerado sérios prejuízos à população e à infraestrutura do estado. O Projeto de Lei Ordinária 1.094/2023, de autoria do deputado estadual Luciano Duque (Solidariedade), propõe medidas severas contra quem adquirir ou receber fios de cobre, baterias e transformadores provenientes de roubo.

Entre as decisões previstas estão a aplicação de multas substanciais e o cancelamento da inscrição no cadastro de contribuintes do ICMS, uma ação que visa desestruturar o mercado ilegal desses materiais. Caso aprovado, o projeto seguirá para a sanção da governadora Raquel Lyra (PSDB).

Esse problema não se limita à capital ou a outras grandes cidades do estado — ele também é recorrente aqui em Petrolina. 

Em Pernambuco, o impacto dessa prática é grave. Dados da Neoenergia mostram que, nos últimos dois anos, mais de 150 mil clientes ficaram sem eletricidade devido a 4.600 ocorrências desse tipo, comprometendo 210 quilômetros de rede elétrica e danificando 745 transformadores. Em paralelo, a Compesa enfrentou pelo menos um incidente semanal envolvendo o furto de fios e equipamentos, dificultando o abastecimento de água e comprometendo  estabilidade dos serviços.

O projeto de lei em tramitação é um avanço necessário para enfrentar esse problema de forma mais eficiente. Além de punir receptores, é fundamental que haja um esforço conjunto entre governo, prefeituras e forças de segurança para fortalecer a fiscalização e coibir a atuação de quadrilhas especializadas nesse tipo de crime.

Os moradores de Petrolina e do estado como um todo esperam que os parlamentares aprovem essa medida, que representam um passo importante na defesa do patrimônio público e na qualidade de vida da população. É hora de transformar palavras em ações concretas para garantir que episódios recorrentes de furtos de fios deixem de ser uma realidade em nossas cidades.

Waldiney Passos

Editorial: Honrarias da Câmara de Vereadores, critérios devem refletir relevância e mérito

A fala do vereador Ronaldo Silva na sessão desta quinta-feira trouxe à tona uma reflexão necessária: quais critérios estão sendo adotados para a concessão do título de Cidadão Petrolinense e da Medalha de Honra ao Mérito Dom Malan? Essas são as maiores honrarias da Câmara Municipal de Petrolina, e, portanto, não devem ser tratadas como simples formalidades ou instrumentos políticos.

As honrarias carregam o peso simbólico de reconhecer indivíduos que, de forma significativa e inquestionável, contribuíram para o desenvolvimento de Petrolina e o bem-estar de sua população. São distinções que deveriam ser reservadas àqueles que deixam um legado de impacto duradouro em áreas como saúde, educação, cultura, economia e outras de interesse público.

Infelizmente, há evidências de que, em algumas ocasiões, essas honrarias têm sido concedidas sem a devida análise de mérito, transformando-se em ferramentas de favorecimento político. Essa prática enfraquece o valor das homenagens e desrespeita a pujante história de Petrolina, a terceira maior cidade de Pernambuco, que se orgulha de seu crescimento e importância no cenário regional e nacional.

É necessário que os vereadores, ao propor nomes para essas distinções, sejam criteriosos e éticos. Não se trata de atender interesses particulares ou angariar apoio político, mas de preservar a seriedade e o prestígio dessas honras. Títulos e medalhas não podem ser banalizados; eles pertencem a quem, de fato, contribuiu para o progresso da cidade e a melhoria da vida de seus habitantes.

Petrolina merece que essas honrarias sejam conferidas com responsabilidade, como forma de inspirar futuros cidadãos e líderes. Que cada nome a ser homenageado seja uma referência de trabalho, dedicação e impacto positivo. Cabe aos vereadores zelar para que as honras reflitam a grandiosidade de nossa cidade e os valores que nos unem como sociedade.

Honrarias são um reconhecimento, não uma estratégia. Que sejam dadas a quem realmente merece.

Waldiney Passos

Editorial: A importância do Dia da Consciência Negra no Brasil

O Dia da Consciência Negra, celebrado hoje, é um marco para a reflexão sobre a história, a cultura e os desafios da população negra no Brasil. A data homenageia Zumbi dos Palmares, símbolo da resistência à escravidão e da luta por liberdade, um líder que inspira gerações na busca pela igualdade e pela dignidade.

A escravidão deixou marcas profundas na sociedade brasileira, e seus reflexos são sentidos até hoje. O racismo estrutural, a desigualdade de oportunidades e a violência contra a população negra são questões que ainda precisam ser enfrentadas com seriedade. Por isso, o Dia da Consciência Negra não é apenas uma celebração, mas também um chamado à ação.

Além de resgatar a rica contribuição cultural e histórica dos povos africanos e afrodescendentes, essa data nos convida a repensar privilégios e a construir uma sociedade mais justa. É um momento para valorizarmos iniciativas que promovam a igualdade racial, combatermos preconceitos e fortalecermos políticas públicas inclusivas.

O Brasil, sendo a maior nação negra fora da África, tem a responsabilidade de liderar pelo exemplo. Este é um país com enorme diversidade, onde as contribuições afro-brasileiras moldaram desde a música e a culinária até a língua e as manifestações religiosas. Reconhecer e valorizar esse legado é fundamental para nossa identidade coletiva.

No entanto, a luta pela igualdade racial não pode se limitar ao simbolismo de um dia no calendário. Ela deve ser constante, pautada por ações concretas que rompam barreiras e promovam oportunidades iguais para todos. Que o Dia da Consciência Negra seja uma inspiração para que cada um de nós contribua para um futuro onde a cor da pele não determine direitos, mas celebre a diversidade.

Zumbi dos Palmares nos lembra que a liberdade é um direito inalienável e que a luta por ela é permanente. Que sigamos esse exemplo e que a Consciência Negra seja um compromisso diário com a justiça e a humanidade.

Waldiney Passos

Editorial: A crise no sistema de saúde regional do PEBA e a urgência de soluções

A situação da saúde na região da rede PEBA, que abrange municípios de Pernambuco e Bahia, está em um estado alarmante. A crise que assola o Hospital Universitário da Univasf (HU-Univasf), referência para mais de 2 milhões de pessoas, reflete a sobrecarga de um sistema de saúde que opera muito além de seus limites.

O HU-Univasf, único na região a oferecer atendimento especializado de mídia e alta complexidade, enfrenta uma realidade insustentável. Áreas essenciais como neurocirurgia, ortopedia e urologia estão sobrecarregadas, enquanto a escassez de anestesistas exige a realização de procedimentos e coloca em risco o atendimento de urgência e emergência. O impacto é devastador: jornadas extenuantes, demissões de profissionais, superlotação com ocupação de até 175%, pacientes internados em corredores, uma violação de sua dignidade, suspensão de procedimentos eletivos, deixando muitos sem o atendimento.

A crise não é apenas uma questão de números. Afeta diretamente a dignidade dos pacientes, que enfrentam longas esperas por uma vaga de UTI, e dos profissionais de saúde, submetidos a condições de trabalho desumanas. Além disso, a formação médica também sofre com o fechamento de programas de residência, prejudicando o futuro da assistência na região.

Os anestesistas da PEBA, juntamente com os profissionais concursados ​​da EBSERH, pedem medidas emergenciais e têm toda razão em exigir a contratação imediata de novos profissionais, revisão das escalas e ampliação das UTIs. Suas afirmações incluem ainda um diálogo aberto e permanente com a administração do hospital, algo essencial para a construção de soluções.

O alerta é claro: sem ações rápidas e coordenadas, o sistema de saúde regional caminha para o colapso total. O governo federal, o Ministério da Saúde e os gestores estaduais e municipais precisam considerar a gravidade da situação e agir com urgência. A saúde da população não pode continuar à mercê da inércia administrativa.

É hora de priorizar investimentos no HU-Univasf, garantir condições de trabalho para os profissionais e devolver à população um sistema de saúde capaz de atender suas necessidades com dignidade e eficiência. O descaso com a saúde pública custa vidas, e isso é inaceitável.

Waldiney Passos

Editorial: Desconexão entre Lula e eleitores reflete desgaste na confiança popular

Uma pesquisa mais recente do Instituto MDA, encomendada pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) e divulgada nesta terça-feira (12), revela um cenário preocupante para o governo de Luiz Inácio Lula da Silva, especialmente em sua relação com o eleitorado no Nordeste . Tradicionalmente uma região de forte apoio ao presidente, o Nordeste hoje mostra sinais claros de descontentamento, refletindo uma insatisfação crescente com as ações do governo, que, na prática, têm falhado em melhorar a qualidade de vida da população.

Em seu terceiro mandato, Lula enfrenta críticas intensas pela falta de políticas efetivas que combatem a alta dos preços e pela ausência de um plano concreto de contenção de gastos públicos. As mercadorias essenciais, que já pesam no bolso dos brasileiros, sofrem aumentos constantes, enquanto o governo parece mais focado em expandir a arrecadação do que em aliviar a carga sobre os trabalhadores. Essa realidade acaba por distanciar Lula dos seus próprios concorrentes, especialmente num momento em que o país enfrenta desafios económicos que pedem respostas concretas e imediatas.

A ausência de políticas de redução dos gastos públicos não afeta apenas a credibilidade do governo, mas agrava ainda mais a situação da população. Em vez de adotar medidas de austeridade que reduzam despesas, o governo insiste em onerar ainda mais o trabalhador com aumentos sucessivos de impostos, comprometendo o rendimento das famílias e dificultando a recuperação económica. Essa postura alimenta a percepção de um governo que se desconecta de seus compromissos de campanha, especialmente aqueles que mais esperavam melhorias tangíveis em suas condições de vida. Os eleitores que confiaram em um terceiro mandato focado no desenvolvimento social e econômico agora veem um governo que, ao invés de aliviar as dificuldades, parece priorizar a arrecadação, mesmo que isso signifique mais sacrifícios para os trabalhadores.

Em outras palavras, a falta de políticas públicas externas ao bem-estar da população – como o controle dos preços e a contenção de gastos públicos – gera insatisfação, sobretudo entre os que dependem diretamente dessas melhorias prometidas.

Waldiney Passos

Editorial – Dia do Radialista: Nunca foi trabalho, sempre foi alegria!

Hoje, celebramos uma profissão única e essencial: o Dia do Radialista. A rádio, com seu alcance incomparável, sempre foi mais do que uma ferramenta de comunicação; é um elo vital entre as demandas da população e das autoridades, uma ponte para a busca de soluções que realmente fazem a diferença na vida de cada um. Nesse dia, não poderia deixar de compartilhar minha paixão por essa profissão, que não é apenas um trabalho, mas um verdadeiro compromisso de vida. Ser radialista é muito mais do que informar; é criar laços, promover diálogos e dar voz a quem mais precisa.

Minha relação com a rádio começou cedo, quando ainda era apenas um ouvinte fiel das poucas estações da época: a Emissora Rural e a Rádio Juazeiro AM Stereo, as únicas em funcionamento quando cheguei a Petrolina, em 1980. Com o tempo, vi essa rede de comunicação crescer: veio a Grande Rio AM, a Transrio FM, a Grande Rio FM, e, aos poucos, nossa região se transformou em um polo de mídia vibrante, conectando e informando o Vale do São Francisco.

Minha estreia como radialista ocorreu na Rádio Serra da Capivara, em São Raimundo Nonato, no ano de 1988, época em que muitas comunidades do interior sequer tinham telefone, o rádio era a principal — e muitas vezes única — fonte de comunicação. Cada aviso, cada nota de falecimento, cada interação disputada ao vivo representava uma conexão direta com a vida e as necessidades das pessoas. Lembro-me com saudade da emoção das ligações e das cartas que chegavam do interior, trazendo histórias e pedindo nossa voz como ponte para encurtar distancias e matar saudade. Essas mensagens revelavam sonhos, dificuldades e esperanças, e cada uma representava um vínculo de confiança que reforçava o papel essencial da rádio na vida das pessoas.

Minha trajetória me levou a muitos lugares e experiências. Ainda jovem, na Bahia, fui diretor de duas rádios de um mesmo grupo em Xique-Xique: a Rádio Tribuna do Vale e a Xique Xique FM. Em Juazeiro, trabalhei na Rádio Juazeiro AM, na Transrio FM, na Vale FM (hoje Tropical FM), e na antiga TV Norte, hoje TV São Francisco. Em Petrolina, minha caminhada incluiu a Emissora Rural AM, a Grande Rio FM, a Ponte FM, a Grande Rio AM, a TV Grande Rio e a Rádio Jornal FM, até meu atual retorno à Rural FM. Cada veículo, cada equipe, cada nova experiência foi um capítulo enriquecedor, repleto de aprendizados e encontros memoráveis. Ser radialista é, de fato, uma paixão.

Gostaria de homenagear todos os grandes colegas de profissão — alguns que já nos deixaram e outros que continuam firmes na ativa. E, para não correr o risco de esquecer alguém, faço esta homenagem em nome do saudoso José Maria Silva, com quem tive a honra de dividir a apresentação do Vale da Sorte por mais de uma década. Ele representa a dedicação, a amizade e o comprometimento que fazem parte da essência da rádio e de todos que, como ele, dedicam suas vidas a servir a comunidade.

Por fim, meus agradecimentos especiais a você, ouvinte. É por você que nos dedicamos intensamente, nos esforçando para trazer informações precisas e temas relevantes todos os dias. Ser radialista nunca foi apenas um trabalho; é uma alegria e um privilégio poder fazer o que amo. Agradeço a Deus pela oportunidade de exercer uma profissão tão linda, apaixonante e cheia de propósito.

O radialista é a voz que acompanha o ouvinte, seja na tranquilidade de um dia comum ou nos desafios da vida cotidiana. Ele tem o poder de informar, entreter e até transformar realidades, sendo muitas vezes uma ponte entre a população e os acontecimentos mais importantes.

É uma profissão que exige não apenas talento, mas também responsabilidade, empatia e comprometimento com a verdade, sempre buscando uma forma mais clara e objetiva de se comunicar.

Que Deus abençoe e proteja todos os radialistas do mundo, concedendo-lhes sabedoria, força e inspiração para seguirem sua missão com integridade, sempre levando informação, conforto e esperança aos corações de seus ouvintes. Que essa voz seja instrumento de luz, solidariedade e transformação.

Waldiney Passos

Editorial: “Cuidar do Velho Chico: A responsabilidade coletiva pela saúde do Rio São Francisco”

O Rio São Francisco, nosso “Velho Chico”, é uma dádiva que gerações atravessa, nutrindo e embelezando a vida em Petrolina e Juazeiro. É uma vitória que não só nos proporciona um cenário de lazer e diversão, mas também sustenta a economia, favorecendo a agricultura irrigada e gerando oportunidades para todos que aqui vivem.

Essa dádiva, porém, não tem recebido o respeito que merece de alguns dos próprios filhos e visitantes que, ao desfrutarem das margens e ilhas do rio, deixam para trás um rastro de descuido e destruição. Em vez de desfrutarem da beleza e da tranquilidade do “Velho Chico” de forma responsável, muitos esquecem o básico da convivência com a natureza: o cuidado com o que nos é dado.

Infelizmente, o que deveria ser um encontro de celebração com a natureza, transforma-se em poluição e degradação ambiental. Garrafas plásticas, copos descartáveis, sacolas, latas de cerveja e refrigerante, e até as mesmo garrafas de vidro são deixadas na margem e, muitas vezes, acabam no leito do rio, ameaçando a fauna, a flora e até a saúde de quem vive na região. Houve momentos em que mergulhadores encontraram verdadeiros absurdos no leito do rio, como pneus velhos, vasos sanitários e outros objetos. Esses achados revelam o total desrespeito de alguns com o nosso maior tesouro natural. É inadmissível que um rio tão fundamental para a vida e a economia de nossa região seja tratado com tamanha negligência, tornando-se vítima de ações que comprometem seu ecossistema.

Que queremos passar para quem visita Petrolina? Como os turistas se sentem ao se depararem com tanto descaso de alguns moradores e visitantes? É urgente que cada um tenha consciência de seu papel na preservação do rio, lembrando que o respeito e o cuidado com a natureza são responsabilidade de todos. Afinal, preservar o São Francisco é garantir que ele continue a ser fonte de vida, lazer e encantamento para as futuras gerações.

Waldiney Passos

Editorial: Petrolina: Um marco de crescimento e qualidade de vida

Nossa Petrolina, essa joia do Sertão pernambucano, deu um grande salto no cenário nacional ao avançar 23 posições no ranking das 100 melhores cidades brasileiras para viver, agora ocupando o 49º lugar. Esse feito é ainda mais significativo quando consideramos que a cidade ultrapassou importantes capitais e municípios de destaque, como Fortaleza, Cuiabá, Recife, Osasco e Guarulhos. 

Com base no Índice de Desafios da Gestão Municipal (IDGM), que avalia 15 indicadores fundamentais nas áreas de educação, saúde, segurança, saneamento e sustentabilidade, o levantamento coloca Petrolina em uma posição privilegiada entre as grandes cidades brasileiras.

O progresso de Petrolina não apenas demonstra um avanço em infraestrutura e serviços essenciais, mas também evidencia o trabalho consistente de políticas públicas que priorizam a qualidade de vida e a modernização da cidade. Ao estar entre as 100 cidades que concentram 38,5% da população brasileira e responde por 44,2% do PIB do país, Petrolina afirma seu papel como um pilar no desenvolvimento da região.

Com uma renda per capita que acompanha a média das cidades mais bem avaliadas, a cidade de Petrolina se destaca como um modelo de crescimento sustentável e inclusivo, além de gerar empregos e oportunidades, que se traduzem em 52,3% dos postos de trabalho dessas grandes cidades brasileiras. Esse cenário reafirma o compromisso de Petrolina com a inovação, o planejamento urbano e o atendimento aos desafios locais, abrindo caminhos para um futuro ainda mais próspero e uma referência para o sertão e o país.

O crescimento de Petrolina não é apenas numérico; é qualitativo e sustentável, demonstrando que uma cidade está preparada para atender às necessidades de seus cidadãos com uma infraestrutura robusta, serviços eficientes e uma visão de futuro. Ao priorizar áreas como saúde, educação, segurança e sustentabilidade, Petrolina reafirma seu compromisso de se tornar cada vez mais digna e promissora para as famílias que nela residem, projetando um futuro de oportunidades e qualidade de vida para todos.

Waldiney Passos

Editorial: Enfraquecimento da esquerda nas eleições e a estratégia de João Campos para conquistar o eleitorado de centro

As eleições municipais de 2024 consolidaram um cenário de enfraquecimento da esquerda e fortalecimento da centro-direita e extrema-direita em diversas cidades do Brasil. Este movimento reflete uma mudança importante no cenário político nacional, com o avanço de figuras alinhadas às pautas conservadoras e uma crítica cada vez mais aberta à gestão federal do presidente Lula. Em Pernambuco, a situação é particularmente interessante, com o prefeito reeleito do Recife, João Campos, já traçando seus próximos passos e sinalizando para um futuro em que ele provavelmente será candidato ao governo do estado em 2026.

João Campos, neto de Miguel Arraes e herdeiros de uma tradição política de esquerda, tem se distanciado gradativamente desse espectro ideológico. Em entrevistas recentes, ele fez críticas ao governo Lula, especialmente no que diz respeito à condução da economia e à falta de respostas concretas para questões que afetam diretamente os municípios. Em entrevista ao Roda Viva, prefeito do Recife disse que Lula cai em “armadilhas” que prejudicam a imagem do governo, como a visita de Maduro, em 2023. Esse posicionamento sugere uma tentativa de descolamento da esquerda, com vistas a ampliar seu eleitorado em 2026.

Campos, ao se afastar das pautas mais associadas ao PT e à esquerda tradicional, busca construir uma imagem mais ao centro, aproveitando a popularidade que acumulou em seu primeiro mandato no Recife. Ele sabe que, para vencer em 2026, precisará se diferenciar da atual gestão federal e conquistar o apoio de setores que, historicamente, se alinharam à centro-direita. Essa estratégia já está sendo testada e deverá ser refinada nos próximos anos, com Campos tentando se posicionar como uma alternativa moderada e pragmática.

Por outro lado, sua provável adversária, a governadora Raquel Lyra, ganhou força com a vitória de aliados estratégicos nas eleições municipais, como a prefeita eleita de Olinda Mirella Almeida. Raquel Lyra, que vem consolidando sua política de base no estado, desponta como um nome forte para a reeleição e também para manter a hegemonia da direita em Pernambuco. Sua gestão, embora discreta em alguns aspectos, tem sido suficiente para garantir vitórias em cidades importantes.

Essa disputa entre João Campos e Raquel Lyra deve se acirrar nos próximos dois anos, com ambos tentando atrair o eleitorado insatisfeito com o governo federal e ao mesmo tempo se distanciando das pautas mais polêmicas da esquerda. O debate não será apenas regional, mas terá reflexos no cenário nacional.

Enquanto isso, Lula e o PT enfrentam o desafio de manter sua base unida diante do avanço da direita e da extrema-direita. As eleições municipais realizadas que a esquerda precisa reinventar sua estratégia para reconquistar o eleitorado perdido, especialmente nos estados do Nordeste, onde antes tinha uma hegemonia quase inabalável. O distanciamento de João Campos é um sinal claro de que o cenário político está em transformação e que a esquerda, para sobreviver, precisará se adaptar rapidamente.

Waldiney Paasos

Editorial: “Rural FM: 62 anos de tradição, fé e comunicação a serviço do Vale do São Francisco”

A Emissora Rural AM 730, hoje transformada na Rural FM 103,1, celebra seus 62 anos de história com uma trajetória marcada por compromisso social, evangelização e jornalismo responsável. Fundada em 1962, sob a inspiração de Dom Avelar Brandão Vilela, a emissora sempre teve como objetivo principal ser uma voz do povo, levando informação, cultura e espiritualidade a Petrolina e toda a região do Vale do São Francisco.

Durante décadas, a Rural AM desempenhou um papel fundamental na comunicação regional, conectando comunidades e dando espaço para debates que abordam desde a política até temas de interesse cotidiano, como o desenvolvimento rural e questões sociais. A missão de evangelizar também sempre esteve no centro das suas atividades, em sintonia com a Igreja Católica e as necessidades espirituais da população.

Com o avanço tecnológico e as mudanças nos meios de comunicação, a migração para FM, concretizada em 2019, foi um marco significativo, garantindo a modernização e continuidade do trabalho iniciado há mais de seis décadas. A nova Rural FM mantém vivo o espírito pioneiro, adaptando-se às novas realidades e necessidades da audiência, mas sem perder suas raízes e o profundo respeito pela história construída.

Neste aniversário de 62 anos, é importante reconhecer a dedicação de todos os profissionais que passaram por seus estúdios, comunicadores como Edenevaldo Alves, Francisco José, Neya Gonçalves e tantos outros que contribuíram para manter viva a essência da emissora. Mais que uma rádio, a Rural FM é parte da história de Petrolina, um testemunho de como a comunicação pode ser instrumento de transformação e desenvolvimento local.

Que esta data inspire ainda mais anos de sucesso, levando sempre aos ouvintes aquilo que caracteriza a Rádio Rural: fé, informação e compromisso com a verdade. Parabéns à toda a equipe da Rural FM 103,1 e aos seus fiéis ouvintes, que fazem dessa emissora um ícone de tradição e modernidade!

Waldiney Passos

Editorial: “Omissão que custa vidas: A responsabilidade do Estado na violência crescente em Petrolina

A crescente onda de violência em Petrolina tem deixado a população em estado de alerta. Quase todos os dias, nos deparamos com notícias de assassinatos e crimes que aterrorizam a cidade. Essa situação nos leva a uma reflexão urgente sobre o papel do Estado na proteção dos cidadãos e a pergunta que fica no ar: onde está o governo do estado neste momento de crise? A ausência das autoridades estaduais tem sido notada, e o descaso com a segurança pública de Petrolina, a terceira maior cidade de Pernambuco, tornou-se insustentável.

Apesar da relevância econômica e populacional de Petrolina, o município não recebe do governo estadual o tratamento proporcional que merece. Há uma evidente falta de investimentos em segurança, e isso se reflete na insuficiência de viaturas, na carência de efeito policial e nas condições precárias de trabalho enfrentadas tanto pela Polícia Militar quanto pela Polícia Civil. Embora Petrolina contenha dois batalhões da Polícia Militar, é urgente que o Estado ofereça mais apoio, colocando mais policiais nas ruas e melhorando as condições de trabalho. Não vemos mais policiais patrulhando a cidade em duplas, como antigamente, o que aumenta a sensação de insegurança na população.

A Polícia Civil também está preocupada com investimentos e apoio. É inconcebível que uma cidade do porte de Petrolina não receba a atenção necessária para combater a criminalidade de forma eficiente. Precisamos de mais agentes, melhor infraestrutura e um reforço nas investigações criminais. Não se pode governar apenas com discursos bonitos e números que, na prática, não refletem a realidade que a população enfrenta diariamente. A sensação de segurança é inexistente quando a violência cresce e as ações do Estado não acompanham as necessidades do município. A falta de eficácia policial e de condições adequadas para o trabalho prejudica diretamente a eficiência das operações e investigações.

Enquanto o governo apresenta estatísticas que não refletem o verdadeiro impacto da criminalidade, a população continua sofrendo as consequências da ausência de ação efetiva. Não podemos mais aceitar essa distância entre os discursos oficiais e a realidade vívida nas ruas. O sofrimento causado pela violência crescente exige respostas imediatas e práticas, não apenas números que tentem mascarar o problema. A segurança pública deve ser uma prioridade constante, e não apenas uma promessa à distância. 

A população de Petrolina não pode continuar refém da insegurança enquanto analisa por soluções que parecem cada vez mais distantes. A cada dia que passa, o medo se intensifica, e as respostas do governo se mostram insuficientes. É preciso agir com urgência, não podemos permitir que uma cidade fique à mercê da violência, enquanto o Estado se limite a promessas que não se traduzem em ações.

Waldiney Passos

Editorial: Estado de saúde de Lula e os questionamentos sobre sua capacidade de liderar o Brasil

O recente acidente envolvendo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que sofreu uma queda no banheiro e precisou levar vários pontos na cabeça, reacendeu debates sobre sua saúde e capacidade de continuar comandando o Brasil. Aos 79 anos, Lula tem demonstrado sinais de cansaço e enfrentado episódios que evidenciam sua fragilidade física, algo que é natural com o avanço da idade. No entanto, esses incidentes começam a gerar questionamentos legítimos sobre sua condição para seguir governando e, mais importante, terá condições físicas de competir a um novo pleito em 2026. A frequência de episódios como quedas e sinais de cansaço, naturais com o avanço da idade, faz com que tanto a população quanto seus aliados e opositores reflitam sobre a capacidade de Lula de manter o ritmo necessário para conduzir o país. Embora seja inegável que sua experiência política e popularidade ainda lhe confira uma liderança significativa, o acúmulo de problemas de saúde pode comprometer sua eficiência à frente do país.

O exercício da presidência envolve uma agenda exaustiva, que inclui viagens nacionais e internacionais, encontros com líderes mundiais, além da responsabilidade de tomar decisões estratégicas em momentos críticos. Assim, surgem dúvidas se Lula, aos 79 anos e enfrentando problemas de saúde recorrentes, conseguirá cumprir esse papel com a capacitação necessária até o fim de seu mandato, ou, mais importante, se estará em condições físicas de lançamento em uma nova campanha presidencial aos 81 anos de idade.

A situação acendeu um alerta sobre a transparência em relação à saúde do presidente, que, como chefe de Estado, carrega a responsabilidade de liderar uma das maiores economias da América Latina. A continuidade dessa liderança eficaz dependerá, naturalmente, da sua capacidade física e mental de acompanhar o processo governamental de gestão.

Lula, ao longo de sua carreira, demonstrou resiliência e habilidade política, superando obstáculos complexos. No entanto, com a idade avançada, a preocupação é legítima. Manter o ritmo exigido pela carga de presidente envolve muito mais do que a experiência política — exige energia física, mental clara e um estado de saúde que permite enfrentar jornadas intensas. O desgaste físico é um fator que não pode ser ignorado, principalmente diante de sinais cada vez mais frequentes de cansaço e fragilidade apresentados por Lula. Embora o presidente ainda demonstre vigor em suas aparições públicas, os episódios recentes, como a queda no banheiro e outros momentos em que aparentou esgotamento, indicam que a idade pode estar cobrando seu preço.

A saúde de um presidente não é apenas um assunto pessoal; trata-se de uma questão de segurança e estabilidade para o país. A transparência e a honestidade sobre o estado de saúde de Lula são essenciais para manter a confiança da nação e garantir que o Brasil esteja sendo liderado por alguém apto a enfrentá-los.

Waldiney Passos

Editorial: Fim das Revistas Íntimas: Uma Vitória para os Direitos Humanos e a Dignidade no Brasil

O fim das revistas íntimas em presídios representa um avanço significativo para os direitos humanos, uma vez que essa prática há muito tempo era vista como degradante e humilhante. Relatos de pessoas que vivenciaram essas revistas, descrevem o desconforto extremo de serem obrigadas a se despir e realizar gestos constrangedores, como agachar, mesmo quando a revista era conduzida por policiais do mesmo gênero.

Esse tipo de procedimento não apenas desrespeitava a dignidade dos visitantes, mas também criava um ambiente de opressão e desconforto, gerando traumas e constrangimentos desnecessários. A prática das revistas íntimas transformava as visitas em um processo angustiante, onde muitas vezes os visitantes, que não cometeram crimes, foram tratados de forma aviltante. Esse tipo de abordagem vai contra os princípios de dignidade humana garantidos pela Constituição e pelos tratados internacionais.

A abolição dessa prática é um passo importante na direção de um tratamento mais humano e respeitoso, alinhado aos princípios fundamentais dos direitos humanos. No entanto, a preocupação com a segurança no sistema prisional permanece legítima. É fundamental que, ao mesmo tempo em que as revistas íntimas sejam eliminadas, sejam adotadas medidas mais eficazes e tecnológicas para garantir que drogas, bebidas alcoólicas, celulares e outros itens proibidos não entrem nos presídios. Scanner corporal, vigilância eletrônica e outros métodos modernos podem ser usados ​​sem que seja necessário submeter os visitantes a situações constrangedoras e humilhantes.

Ao considerar a violação de direitos que essa prática representava, o STF reafirma que a busca por segurança não pode se dar aos custos da dignidade humana. Além disso, a votação mostra um avanço em termos de consciência social, criando um ambiente em que a justiça e o respeito aos direitos caminham juntos, mesmo em contextos de alta vigilância como o sistema prisional. Esse avanço reflete uma mudança significativa na forma como a sociedade e o judiciário percebem a necessidade de proteger os direitos fundamentais, mesmo em situações em que o controle e a segurança são prioritários.

Ao eliminar essa prática, o Brasil se alinha aos padrões internacionais de direitos humanos, mostrando que o respeito à integridade física e emocional das pessoas deve ser preservado em todas as situações. Mesmo em um ambiente restritivo, como o sistema prisional, é fundamental que a justiça opere com base no equilíbrio entre segurança e humanidade.

Com isso, a votação representa não apenas uma vitória legal, mas também uma evolução da consciência social no Brasil, para mostrar que a proteção dos direitos fundamentais deve ser uma prioridade constante, independentemente das relações.

O desafio agora é equilibrar os direitos das pessoas que visitam os presídios com a necessidade de segurança nas unidades prisionais. Esse equilíbrio é essencial para garantir que as prisões sejam ambientes seguros, mas sem violar a dignidade de quem está lá para visitar seus familiares.

Editorial: “Primeiras chuvas chegam ao sertão pernambucano e renovam a esperança do homem do campo”

As primeiras chuvas chegaram ao Sertão pernambucano, e ontem nossa redação recebeu inúmeros vídeos de moradores registrando esse momento tão aguardado. A chuva traz alívio imediato ao calor escaldante que domina a região durante boa parte do ano, proporcionando um refresco não só para os moradores, mas também para a terra sedenta. Para o homem do campo, essa mudança no clima é motivo de celebração e renovação de esperanças. O início das chuvas desperta o sonho de fartura nas plantações de milho e feijão, culturas tradicionais que dependem das águas para prosperar e garantir o sustento das famílias.

Na região da fruticultura irrigada, as chuvas também são bem-vindas, especialmente para o fortalecimento de culturas como a manga e a goiaba, essenciais para a economia local e exportações. No entanto, nem todos os produtores compartilham da mesma tranquilidade. Aqueles que cultivam uvas veem as chuvas com certa apreensão, pois durante a fase de colheita, o excesso de umidade pode comprometer a qualidade dos frutos, trazendo prejuízos significativos.

Historicamente, as chuvas no Sertão são um fenômeno que sempre gerou emoções mistas. Por um lado, a alegria incontida pelo alívio ao clima e pelo potencial produtivo. Por outro, a incerteza quanto ao volume e à duração das precipitações, que nem sempre chegam de forma suficiente ou, em alguns casos, vêm em excesso, causando transtornos.

De forma geral, o sertanejo celebra cada gota que cai do céu, vendo nela a promessa de um futuro mais promissor, com a terra verdejante e o gado bem alimentado. É o ciclo da vida que se renova no Sertão, onde a água é sinônimo de sobrevivência e prosperidade. Que essas chuvas sejam o início de um período abençoado para todos.

Waldiney Passos

Editorial: Montagem de equipes e eleição de mesa diretora da Câmara marcam início das novas gestões

Com o fim das eleições municipais, os candidatos eleitos voltam agora suas atenções para os preparativos da posse e, especialmente, para a formação de suas equipes de trabalho. Para os novos gestores, o desafio inicial é montar um secretariado que seja capaz de implementar as promessas de campanha e garantir uma gestão eficiente. Este processo envolve não apenas a escolha de profissionais capacitados, mas também a articulação com aliados políticos, já que as cargas de confiança merecem atenção conjunta.

Para além das cargas de primeiro escalonamento, que são essenciais para a condução direta das políticas públicas, também será necessário avaliar as cargas de segundo escalão, onde as escolhas serão fundamentais para a operacionalização das ações planejadas. Esse é um momento delicado, onde o gestor precisa equilibrar a necessidade de manter a confiança da política de base e, ao mesmo tempo, garantir a qualidade dos serviços oferecidos a população.

No caso dos prefeitos reeleitos, o momento exige uma renovação estratégica. Embora muitos secretários devam ser mantidos, novos nomes certamente aparecerão para ocupar pastas importantes, garantindo uma “reoxigenação” necessária em governos que buscam dar continuidade ao trabalho, mas com novas ideias e dinâmicas.

Enquanto no executivo os preparativos se concentram na montagem das equipes, nenhuma legislação a corrida é pela presidência das câmaras municipais. Em Petrolina, por exemplo, o nome da Aero Cruz desponta com força para assumir novamente a presidência da Casa. Com o apoio declarado de figuras como o vereador Manoel da Acosap, o mais votado da história da cidade, Aero Cruz se torna o favorito para o comando da Casa Plinio Amorim nos próximos dois anos.

A oposição, por sua vez, mesmo tentando se movimentar, enfrenta uma bancada limitada e, nesse contexto, as disputas mais acirradas deverão ocorrer entre os aliados da situação. Ao que tudo indica, Aero Cruz caminha para ser o escolhido para mais um mandato à frente da presidência da Câmara de Vereadores, consolidando sua força.

Esse período de transição é crucial, tanto para o executivo quanto para o legislativo. As decisões tomadas agora moldarão os próximos anos de gestão e definirão os rumores das cidades. Espera-se que tanto os novos prefeitos quanto os reeleitos façam escolhas que priorizem o bem-estar da população e o desenvolvimento de suas comunidades, mantendo um equilíbrio entre a articulação política e a qualidade técnica de suas equipes.

Waldiney Passos 

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