Editorial: Marco regulatório da EaD impõe aulas presenciais e limita cursos a distância

O decreto assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 19 de maio de 2025, que estabelece o novo marco regulatório da Educação a Distância (EaD) no Brasil, representa uma inflexão significativa na política educacional do país. Ao extinguir os cursos 100% online e exigir atividades presenciais ou síncronas mediadas, o governo busca enfrentar as fragilidades que se acumularam na oferta desenfreada do EaD nos últimos anos .

A medida proíbe a oferta de cursos de graduação totalmente a distância, exigindo que pelo menos 20% da carga horária seja presencial ou composta por aulas síncronas mediadas. Além disso, cursos como Medicina, Direito, Odontologia, Enfermagem e Psicologia deverão ser ofertados exclusivamente no formato presencial, enquanto outras áreas da saúde e licenciaturas terão restrições específicas quanto à carga horária a distância.

A explosão de matrículas em cursos EaD, de 1,7 milhão para 4,9 milhões em oito anos, evidenciou a necessidade de regulamentação mais rigorosa. A falta de infraestrutura adequada, a precarização do ensino e a ausência de interação efetiva entre alunos e professores comprometeram a qualidade da formação em diversas áreas, especialmente na saúde e nas licenciaturas .

A introdução da modalidade semipresencial, que combina atividades presenciais, síncronas mediadas e a distância, visa equilibrar flexibilidade e qualidade. A obrigatoriedade de pelo menos uma prova presencial por unidade curricular, com peso maior na nota final, reforça o compromisso com a integridade acadêmica.

Embora as instituições de ensino tenham um prazo de dois anos para se adequar às novas regras, é fundamental que o processo de transição seja acompanhado de investimentos em infraestrutura, capacitação docente e suporte aos estudantes. A regulamentação é um passo necessário, mas sua eficácia dependerá da implementação cuidadosa e do compromisso de todos os envolvidos com a qualidade da educação superior no Brasil.

Em suma, o novo marco regulatório do EaD representa uma tentativa legítima de corrigir distorções e assegurar que a educação a distância cumpra seu papel de forma responsável e eficaz. A medida é um avanço na busca por uma formação acadêmica que una acessibilidade e excelência, preparando profissionais competentes para os desafios do mercado e da sociedade.

Waldiney Passos

Editorial – Gripe aviária acende alerta no Brasil e afeta exportações de frango

O assunto tomou conta das manchetes e precisa da sua atenção!

Vários países começaram a suspender a compra do frango brasileiro por causa da confirmação de um caso de gripe aviária (Doença de Newcastle), em uma granja no interior do Rio Grande do Sul.

A gripe aviária é uma doença que atinge as aves e se espalha com facilidade. Em humanos, é muito rara e, quando acontece, os sintomas são leves. O mais importante: a carne de frango que chega até você, nos mercados e açougues, é segura para o consumo, desde que seja bem cozida e venha de locais inspecionados.

Mas a notícia preocupa. O Brasil é o maior exportador de carne de frango do mundo. E com países como Argentina, Japão e África do Sul suspendendo temporariamente as compras, o impacto pode bater forte na economia, especialmente para os produtores da região Sul.

O governo federal já agiu: interditou a granja, sacrificou as aves doentes, reforçou a vigilância e está conversando com os países compradores para mostrar que o problema está isolado e sob controle.

Ainda assim, o caso serve de alerta: é preciso investir cada vez mais em fiscalização, saúde animal e segurança nas granjas. Isso protege a produção, garante o emprego de milhares de trabalhadores e evita prejuízos ao país.

Por enquanto, fique tranquilo: o frango está liberado no seu prato. Mas o setor precisa ficar atento para que uma notícia como essa não vire uma crise ainda maior.

Waldiney Passos

Editorial – Quando os poderes deixam de ser “independentes”

A relação entre os poderes da República volta ao centro do debate nacional. Nesta terça-feira, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, anunciou que entrou com uma ação no Supremo Tribunal Federal para tentar reverter uma decisão da Primeira Turma da Corte. A decisão manteve uma ação penal contra o deputado Alexandre Ramagem, mesmo após a Câmara aprovar um relatório suspendendo o processo.

Motta defende que os votos dos 315 deputados devem ser respeitados, reforçando que só há harmonia entre os poderes quando todos usam o mesmo “diapasão”, ou seja, quando atuam em sintonia. O pedido protocolado no STF busca suspender os efeitos da decisão da Primeira Turma, alegando que ela desrespeita a resolução da Câmara.

Por outro lado, o ministro Flávio Dino afirmou que a decisão do Supremo não fere a separação dos poderes. Segundo ele, a suspensão do processo contra Ramagem vale apenas para os atos cometidos após a diplomação como deputado — e não para os crimes anteriores, que ainda podem ser investigados.

Em meio a esse embate, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, falou em um evento nos Estados Unidos sobre a importância de se respeitar decisões políticas, desde que estejam de acordo com a Constituição. Segundo Gonet, no Direito nem sempre há uma única resposta correta, mas cabe aos aplicadores da lei respeitar as decisões do Parlamento quando elas se encaixam nos limites da Carta Magna.

E é aí que mora o ponto central dessa discussão: a democracia só se sustenta quando há equilíbrio e respeito entre os poderes. Nenhum pode se sobrepor ao outro. O Legislativo é legítimo quando representa a vontade popular, o Judiciário é legítimo quando aplica a lei com isenção, e o Executivo quando governa com responsabilidade e diálogo.

Mais do que um impasse jurídico, estamos diante de um alerta institucional. É preciso maturidade, autocrítica e, sobretudo, respeito mútuo. A democracia brasileira não pode se transformar em um tabuleiro onde cada poder tenta mover as peças de forma isolada. Ou jogamos juntos, dentro das regras, ou todos perderemos.

Waldiney Passos

Editorial – Atlas da Violência: enquanto Brasil reduz homicídios, Pernambuco registra aumento preocupante

O Atlas da Violência, divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) em parceria com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, trouxe um dado que merece atenção: o Brasil registrou, em 2023, o menor número de homicídios dos últimos 11 anos. Foram 45.747 assassinatos, com uma média de 21,2 mortes por 100 mil habitantes uma queda de 1,4% em comparação com 2022.

Aparentemente, é um dado positivo. Mas quando analisamos os detalhes, surgem alertas importantes. A redução nacional foi puxada por alguns estados que investiram em políticas de segurança baseadas em dados, com foco em inteligência, prevenção e presença efetiva do Estado. Porém, em nove estados brasileiros a taxa de homicídios aumentou, mostrando que a violência não recuou de forma uniforme.

E é aqui que o caso de Pernambuco merece destaque infelizmente, de forma negativa. O estado foi na contramão da tendência nacional, com alta de 8% nos homicídios em 2023. A situação é ainda mais preocupante quando se considera que Pernambuco já vinha enfrentando dificuldades no enfrentamento da criminalidade urbana e rural. A atual gestão estadual demonstra, mais uma vez, fragilidade em combater de forma eficiente a violência que atinge sobretudo as periferias, os jovens e as mulheres.

Outros estados com aumento expressivo foram o Amapá, com alta alarmante de 41,7%, e o Rio de Janeiro, com 13,6%. Também registraram crescimento: Alagoas, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Rio Grande do Sul.

O estudo aponta que a redução nacional pode estar relacionada a fatores como o envelhecimento da população, acordos de não-agressão entre facções criminosas em algumas regiões e políticas locais mais eficazes. Mas isso não garante que o país esteja mais seguro no longo prazo. Sem políticas estruturais e de combate às causas profundas da violência como desigualdade, exclusão social, falta de acesso à educação e cultura , a queda pode ser apenas temporária.

Outro dado que precisa ser encarado com seriedade: a violência contra mulheres aumentou. Em pleno século XXI, o número de mulheres assassinadas subiu, em desacordo com o restante do país. O feminicídio segue como uma ferida aberta, que exige resposta imediata do poder público.

Pernambuco precisa de uma reorientação firme na política de segurança. A população quer mais do que estatísticas: quer viver sem medo. Que os números do Atlas sirvam de alerta e não de consolo.

Waldiney Passos

Editorial – A nova alta da Selic e o peso sobre os brasileiros

Mais uma vez, o Banco Central decidiu aumentar os juros no Brasil. A taxa Selic, que serve como referência para todas as demais taxas de crédito no país, subiu de 14,25% para 14,75% ao ano, atingindo o maior patamar desde julho de 2006, ainda no primeiro governo do presidente Lula. A decisão unânime do Comitê de Política Monetária (Copom) joga mais luz sobre uma realidade dura e recorrente: o custo de vida para os brasileiros continua a subir, enquanto o acesso ao crédito e ao consumo se estreita.

O argumento técnico do Copom é que a inflação segue pressionada por fatores externos, como a instabilidade econômica dos Estados Unidos e os desdobramentos da guerra comercial, além de um cenário fiscal interno ainda desajustado. Tudo isso é verdade. Mas a decisão, embora justificada do ponto de vista técnico, tem implicações diretas e profundas na vida real de quem trabalha, empreende e tenta manter as contas em dia.

Quando a taxa Selic sobe, o crédito encarece imediatamente. Juros de cartão de crédito, cheque especial, empréstimos pessoais e financiamentos de empresas ficam ainda mais altos. Isso freia o consumo, trava investimentos e afeta duramente o pequeno empreendedor, que depende de capital de giro para manter seu negócio funcionando. Para quem sonha com a casa própria ou precisa renegociar dívidas, o cenário é ainda mais desanimador.

Além disso, essa política de juros altos como forma de combater a inflação é, em muitos aspectos, uma solução preguiçosa, que penaliza a base da pirâmide social. Pouco se discute o impacto real das despesas públicas mal administradas, da corrupção que drena bilhões da educação, saúde e infraestrutura, ou da necessidade urgente de reformas estruturantes que tragam previsibilidade e eficiência à economia brasileira.

Enquanto isso, milhões de brasileiros seguem lutando para pagar contas básicas, comprar comida e garantir dignidade com salários que não acompanham a inflação real dos supermercados. A elevação da Selic, se por um lado ajuda a conter o avanço dos preços, por outro representa um freio no crescimento e no bem-estar da população mais pobre.

É preciso coragem política e visão de longo prazo para sair desse ciclo. O Brasil não pode continuar prisioneiro da lógica dos juros altos como única resposta à inflação. É hora de buscar soluções integradas, que envolvam responsabilidade fiscal, investimento em produtividade, fortalecimento da indústria nacional e educação financeira para a população.

Enquanto isso não acontece, quem paga a conta — como sempre — é o povo.

Waldiney Passos

EDITORIAL — A CORRUPÇÃO VOLTOU COM FORÇA E AFUNDA O BRASIL

A corrupção voltou a crescer no Brasil como uma praga silenciosa, mas devastadora. E não é apenas uma percepção popular: os dados mostram claramente que o país está recuando no combate à roubalheira, aos desvios e à impunidade que tanto atrasam nossa nação. A cada escândalo, a cada operação abafada, a cada punição esquecida, os brasileiros, especialmente os mais pobres, são os que mais sofrem.

Em 2024, o Brasil alcançou a sua pior pontuação e posição no Índice de Percepção da Corrupção (IPC), divulgado pela Transparência Internacional. O país obteve 34 pontos e a 107ª posição entre 180 países, o que representa uma queda em comparação com o ano anterior. 

Corrupção não é só desvio de dinheiro, é desvio de futuro. Cada centavo desviado de merenda escolar, de hospitais, de obras públicas ou da Previdência é um prato vazio, uma fila mais longa, uma rua sem asfalto, uma vida perdida. É o agricultor sem estrada, o estudante sem professor, o aposentado vítima de fraude, como temos visto com as denúncias no INSS.

O mais alarmante é perceber que parte da classe política e da elite administrativa do país parece não apenas tolerar, mas se beneficiar dessa engrenagem suja. Operações de combate à corrupção foram desmobilizadas, estruturas de controle desmontadas, e discursos que antes clamavam por ética agora silenciam diante de escândalos dentro do próprio governo.

Essa permissividade cria um ambiente em que o corrupto se sente confortável, e o cidadão honesto, abandonado. A impunidade não apenas incentiva novos crimes, como mina a confiança do povo nas instituições. E sem confiança, não há democracia sólida. A corrupção destrói o presente e rouba o futuro.

Não podemos normalizar esse cenário. É hora de exigir transparência, fortalecer os órgãos de controle, dar autonomia real ao Judiciário e às polícias investigativas. O Brasil não pode mais ser conhecido lá fora como o país do “jeitinho”, mas sim como um país que pune os corruptos e protege seu povo.

Porque onde há corrupção, há injustiça. Onde há injustiça, não há progresso.

Waldiney Passos

Editorial — Pec da Segurança: Avanço ou ilusão?

O Brasil vive uma crise crônica na segurança pública. Violência urbana, criminalidade crescente, facções organizadas e um sistema penal sobrecarregado. Nesse contexto, a chamada PEC da Segurança Pública surge como mais uma tentativa do Congresso de dar uma resposta a um dos maiores anseios da população: segurança.

A proposta pretende inserir a segurança pública no rol de direitos sociais da Constituição, equiparando-a à saúde, educação, moradia e alimentação. Em tese, isso parece positivo. Ao tornar a segurança um direito fundamental, o Estado seria legalmente obrigado a garantir esse serviço com mais prioridade e investimento — e os cidadãos teriam mais instrumentos para cobrar. Ponto forte? Sim, mas só até certo ponto.

O problema é que, na prática, muitos especialistas alertam: isso pode ser apenas uma medida simbólica, sem resultados concretos. Afinal, saúde e educação já estão na Constituição como direitos há décadas, mas continuam enfrentando falta de recursos, más gestões e desigualdade de acesso. Colocar a segurança pública nesse mesmo patamar, sem garantir mecanismos objetivos de financiamento, metas e fiscalização, é como pintar uma parede com rachadura: parece bonito, mas por dentro continua podre.

Outro ponto levantado por críticos é o risco de judicialização. Tornar a segurança um direito constitucional pode gerar uma enxurrada de ações contra o Estado, exigindo patrulhamento em bairros, investigações mais rápidas, presença de polícia em locais específicos. Mas o Estado tem estrutura para isso? Se não tiver, de que adianta dar esse “direito” no papel?

Além disso, a PEC não enfrenta os verdadeiros gargalos da segurança pública no Brasil:

  • Falta de integração entre as polícias civil e militar;

  • Sistema penitenciário dominado por facções;

  • Políticas públicas falhas de prevenção ao crime;

  • Baixa valorização dos profissionais de segurança.

Enquanto isso, governadores e prefeitos seguem à deriva, sem orçamento, tentando apagar incêndios com baldes furados. Não é à toa que especialistas em direito público e segurança têm dito que a PEC soa como uma medida populista, sem um plano de execução estruturado.

A sociedade quer e precisa de segurança. Isso é fato. Mas o que se exige do Congresso é mais que um aceno simbólico: é um projeto real, com metas claras, recursos garantidos, investimentos em inteligência, prevenção, combate ao tráfico, e valorização das forças policiais.

Criar um direito constitucional à segurança pode até parecer um avanço — mas se vier sem estrutura, sem plano, sem dinheiro e sem responsabilidade, será apenas mais uma promessa vazia para um povo que já sofre demais com o medo, a impunidade e o abandono.

Fica o nosso apelo: que o Congresso e o governo parem de legislar para manchetes e comecem a trabalhar por soluções concretas. Segurança não se resolve com tinta na Constituição. Se resolve com ação, coragem e compromisso com a vida dos brasileiros.

Editorial – Trânsito trava e população cobra instalação urgente de semáforo no contorno da Cohab Massangano

A duplicação da BR-407 em Petrolina é, sem dúvidas, uma das obras mais importantes realizadas nos últimos anos na cidade. Ela representa um avanço significativo na mobilidade urbana, no escoamento da produção, na segurança viária e no desenvolvimento da região. O novo viaduto na Avenida Honorato Viana, por exemplo, é uma estrutura moderna que vem garantindo mais fluidez ao tráfego e eliminando antigos gargalos que, por anos, castigaram motoristas e moradores.

No entanto, apesar da grandiosidade da obra e da importância que ela representa para Petrolina e todo o Vale do São Francisco, é preciso reconhecer que ainda há ajustes urgentes a serem feitos para que os benefícios sejam sentidos por todos.

O Blog Waldiney Passos tem recebido diversas reclamações de condutores sobre um ponto crítico que precisa ser revisto com urgência: o estrangulamento do contorno da Avenida Honorato Viana, nas proximidades da feirinha da Cohab Massangano. Com a retirada da rotatória que existia próximo ao Posto Asa Branca — um importante acesso para diversos bairros da zona Oeste — e a instalação de uma nova rotatória mais adiante, já próximo à entrada do bairro Quati, muitos motoristas estão utilizando o contorno da Cohab Massangano como ponto de retorno.

Essa nova dinâmica está gerando grandes engarrafamentos, principalmente nos horários de pico. O problema maior ocorre quando quem está no sentido Centro/bairros precisa fazer o retorno, mas enfrenta um fluxo intenso de veículos vindo no sentido oposto, bairros/Centro, o que acaba estrangulando o trânsito e gerando muita irritação entre os condutores.

A solução, ao nosso ver — e respaldada pelo clamor de quem vive essa realidade diariamente — seria a instalação de um semáforo no local. A presença de um equipamento semafórico ajudaria a ordenar o trânsito, oferecer intervalos de passagem mais justos e evitar o atual caos nos horários de maior movimento. É uma demanda simples, de fácil execução, mas de grande impacto positivo na vida da população.

Reconhecemos e elogiamos a obra da duplicação da BR-407, mas reforçamos: a eficácia de um projeto de mobilidade só se completa quando cada ponto crítico é observado e ajustado. O apelo vem da rua, do povo, dos motoristas que, dia após dia, enfrentam esse desafio. Que as autoridades responsáveis possam ouvir a voz da população e agir com a urgência que o caso requer.

Waldiney Passos

Editorial – Cidade limpa é dever de todos

Durante o evento de avaliação dos cem primeiros dias de gestão do prefeito Simão Durando, realizado na última terça-feira (22), um ponto chamou particularmente a nossa atenção: a limpeza pública. Em sua fala, o prefeito destacou que o compromisso com uma cidade limpa não deve se limitar à atuação da Secretaria de Serviços Públicos, embora seja esta a pasta responsável, mas deve envolver todas as secretarias municipais e, acima de tudo, a população.

Aqui no Blog Waldiney Passos e também no nosso programa Espaço Aberto, na Rádio Rural FM, sempre fazemos questão de reforçar esse chamado à responsabilidade coletiva. Sim, é dever do poder público garantir ruas limpas, coleta regular de lixo, manutenção de áreas públicas. Mas também é dever do cidadão colaborar com essa missão.

Não é possível exigir uma cidade limpa se continuarmos a ver lixo jogado em terrenos baldios, em calçadas, em canteiros, ou sacos descartados fora do horário e dos dias certos da coleta. São atitudes que, infelizmente, ainda persistem no nosso dia a dia, e que impedem avanços maiores, mesmo diante dos esforços da gestão pública.

Cuidar da cidade é também respeitar os dias e horários da coleta, evitar jogar lixo na rua, não descartar entulho ou móveis em locais impróprios e denunciar descarte irregular. Todos esses gestos ajudam e muito a manter Petrolina mais bonita, saudável e digna para se viver.

O Blog Waldiney Passos continuará a fiscalizar, cobrar e dar voz à população, como sempre fez. Mas reforçamos: não se constrói uma cidade limpa apenas com máquinas e garis, mas com cidadãos conscientes, que entendem que o bem-estar coletivo também depende da atitude individual.

A cidade que queremos começa pelo cuidado que temos com ela. Petrolina merece mais. E isso começa com todos nós.

Waldiney Passos

Editorial – Em memória do Papa Francisco: um pastor do povo e para o povo

O mundo despede-se, com o coração apertado, de um dos maiores líderes espirituais da nossa era: o Papa Francisco. Homem simples, de gestos profundos e palavras transformadoras, ele foi – e continuará a ser – uma referência de fé, humanidade e coragem moral. O seu legado transcende fronteiras religiosas e políticas, deixando um rastro de luz, diálogo e esperança.

Francisco entrou para a história como o primeiro papa latino-americano e o primeiro jesuíta a ocupar o trono de Pedro. Mas, mais do que títulos, foi a sua prática de vida, o seu estilo pastoral próximo dos pobres, dos excluídos, dos migrantes e das periferias, que fez dele um símbolo de amor e de misericórdia cristã.

O povo brasileiro, em especial, guarda com carinho a lembrança da sua visita em 2013, durante a Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro. Naquela ocasião, vimos de perto o carisma e a empatia de um pontífice que não se isolava nos palácios, mas caminhava entre o povo, abençoando crianças, abraçando idosos e falando diretamente ao coração da juventude. A sua famosa frase – “Quero bagunça nas dioceses” – foi um chamado para uma Igreja viva, ousada e próxima da realidade.

Ontem, em Petrolina, estivemos presentes na emocionante Missa em sufrágio ao Papa Francisco, celebrada na Igreja Catedral pelo bispo diocesano, Dom Antônio Carlos Cruz Santos. A celebração, marcada por orações sinceras e cânticos comoventes, reuniu uma multidão de fiéis que lotaram a igreja. Foi uma expressão de fé e de gratidão pela vida e missão deste Santo Padre, cuja partida deixa saudades, mas cuja memória permanecerá para sempre gravada na alma do nosso povo.

A Missa foi muito bonita, tocante, marcada por momentos de silêncio e reflexão profunda. Dom Antônio Carlos, em sua homilia, destacou o exemplo de simplicidade, coragem e compromisso com os mais vulneráveis deixado por Francisco. Uma verdadeira celebração da vida daquele que foi, verdadeiramente, o papa da misericórdia.

Francisco, o mundo chora a tua ausência, mas celebra tua vida e missão. Obrigado por nos ensinar a amar sem medida, a lutar pela justiça e a nunca perder a esperança. Vá em paz, Santo Padre. A tua luz continuará a guiar os nossos caminhos.

Editorial: Faixas ou passarelas? Urgência por segurança na Avenida Honorato Viana, em Petrolina

O Blog Waldiney Passos vem recebendo, com frequência e crescente preocupação, reclamações de moradores dos bairros Cohab Massangano, Jardim Amazonas, Alto do Cocar e Pedro Raimundo, que enfrentam diariamente um desafio perigoso e desumano: atravessar a Avenida Honorato Viana.

O ponto crítico se encontra nas imediações dos dois grandes atacadistas da cidade — Atacadão e Mix Mateus, localizados praticamente um de frente para o outro. O fluxo de veículos na região é intenso em tempo integral, e se torna ainda mais caótico nos horários de pico. Os clientes dos atacadistas, os trabalhadores dos bairros vizinhos e as famílias que precisam circular por ali relatam o risco constante de atropelamentos, além da dificuldade imposta pela ausência de faixas de pedestres.

A avenida é duplicada e extensa, o que obriga os pedestres a cruzarem duas pistas movimentadas. Sem sinalização adequada, sem redutores de velocidade e sem nenhum tipo de estrutura que favoreça a travessia segura, as pessoas arriscam suas vidas todos os dias.

Já houve vários registros de acidentes. É inadmissível que, mesmo com esse histórico preocupante, nenhuma providencia tenha sido tomada até  o presente momento

Contudo, sejamos francos: faixas são apenas um paliativo. O que realmente traria segurança e agilidade ao trânsito seriam as passarelas elevadas, solução definitiva que não compromete o fluxo de veículos e salva vidas. É uma medida que exige mais planejamento e investimento, mas que se paga com a preservação de vidas humanas.

O problema não se limita apenas a esse trecho. Outras áreas ao longo da Avenida Honorato Viana também carecem de intervenções estruturais e merecem a mesma atenção. Portanto, sugerimos que, além da instalação urgente de faixas nos pontos críticos, seja elaborado um plano mais amplo de segurança viária, com a construção de passarelas elevadas ao longo de todo o eixo da avenida.

A pauta é urgente. A cobrança é justa. A omissão custa vidas.

Reafirmamos aqui nosso compromisso com o jornalismo que ecoa a voz da população. O Blog Waldiney Passos segue atento e vigilante diante dessa demanda, e continuará cobrando ações concretas dos responsáveis até que soluções efetivas sejam colocadas em prática.

Editorial: O Verdadeiro Sentido da Semana Santa

Waldiney Passos – Editor do Blog

A Semana Santa deveria ser o tempo mais sagrado do calendário cristão. Um período de silêncio, recolhimento e profunda meditação sobre o sacrifício de Jesus Cristo, que se entregou por amor à humanidade. Deveríamos, como fiéis, reservar esses dias para elevar nossas orações, refletir sobre nossas ações e buscar uma sincera conversão interior. No entanto, a realidade que se vê em muitas cidades brasileiras — inclusive aqui na nossa região — está bem distante desse ideal.

Em vez da oração, há bebedeira. Em vez da contemplação, festas, paredões e farras que atravessam a madrugada. Em vez do recolhimento, o barulho ensurdecedor de quem parece ignorar o verdadeiro motivo desse feriado. A Sexta-feira Santa, que deveria ser marcada pelo silêncio e respeito ao Cristo crucificado, se transforma, para muitos, apenas em mais um dia de folga, um convite à balbúrdia e à irresponsabilidade.

É triste constatar que muitos que se dizem cristãos esquecem completamente do protagonista da Semana Santa: Jesus Cristo. Aquele que foi traído, julgado injustamente, torturado e morto numa cruz para redimir os nossos pecados. E quantos, mesmo sabendo disso, tratam esses dias como se fossem um simples feriado prolongado, uma “folga” a mais no calendário?

É preciso, com coragem, cobrar dos fiéis mais coerência. A fé não pode ser vivida apenas no domingo de Páscoa com a roupa nova e o almoço farto em família. A fé se mostra no respeito aos símbolos, na reverência aos momentos santos e no compromisso com a espiritualidade.

A Semana Santa não é Carnaval fora de época. Não é tempo de excessos, mas de entrega. Não é tempo de festas, mas de fé. É hora de retomarmos o verdadeiro significado desses dias: o amor incondicional de Cristo, a dor da cruz, a esperança da ressurreição.

Aos que têm fé, que este editorial seja um chamado. Que os sons dos paredões deem lugar às preces. Que o copo de bebida seja substituído pela leitura do Evangelho. Que o tempo livre seja dedicado à alma. E que, sobretudo, nunca esqueçamos que, sem Jesus, a Semana Santa perde o sentido.

Waldiney Passos

Editorial: Cidade limpa se constrói com atitude: faça sua parte!”

Manter a cidade limpa não é apenas responsabilidade do prefeito ou da equipe de limpeza urbana. É também um dever de cada cidadão que ama e respeita o lugar onde vive. Jogar lixo no chão, em canais, praças, calçadas ou ruas é um ato que prejudica a todos, inclusive quem o comete.

O lixo descartado de forma incorreta entope bueiros, provoca alagamentos, atrai insetos, causa mau cheiro e se transforma em criadouro de doenças como dengue, chikungunya e leptospirose. Além disso, deixa a cidade com uma aparência abandonada e desvalorizada.

É obrigação do poder público garantir a coleta, varrição, limpeza e fiscalização. Mas de nada adianta uma prefeitura limpando de um lado, se do outro lado tem gente sujando. Não podemos tratar o espaço público como lixeira pessoal.

Uma cidade limpa é mais bonita, mais saudável, mais valorizada e acolhedora para moradores e visitantes. E mais: uma cidade limpa gasta menos com saúde pública e com manutenção emergencial de vias e galerias entupidas.

Portanto, jogue o lixo no lugar certo, use as lixeiras, denuncie descarte irregular, eduque seus filhos com o exemplo. A limpeza começa com pequenos gestos. É uma questão de cidadania.

Lembre-se: o prefeito tem obrigação de limpar, mas o cidadão tem o dever de não sujar. Vamos juntos construir uma Petrolina mais limpa, mais digna e mais nossa.

Waldiney Passos

EDITORIAL: O Alerta Vermelho na Polícia Civil de Pernambuco e a Inércia do Governo

Uma pesquisa inédita revelou um cenário alarmante na Polícia Civil de Pernambuco: 41% dos delegados afirmam estar emocionalmente esgotados, enquanto 79% relatam dificuldades de concentração. Esses dados evidenciam uma realidade que há tempos é ignorada pelo governo estadual: o adoecimento mental dos profissionais da segurança pública, reflexo direto da sobrecarga de trabalho e da falta de estrutura adequada.

A vice-presidente da Associação dos Delegados e Delegadas de Polícia de Pernambuco (Adeppe), Cláudia Molinna, classificou os números como inaceitáveis e alertou que a sobrecarga emocional dos delegados impacta diretamente a segurança da população. Não é difícil entender o porquê. Com um déficit de mais de 220 delegados, muitos profissionais acabam assumindo múltiplas funções, ampliando ainda mais o estresse da categoria. Como se não bastasse, 16,3% dos delegados estão ocupados com funções administrativas, quando deveriam estar diretamente envolvidos nas investigações e no combate ao crime.

Diante dessa crise, o governo de Raquel Lyra permanece em silêncio ou, pior, tenta empurrar soluções paliativas para um problema que exige medidas concretas. A governadora, que tanto prometeu melhorias na segurança pública, parece alheia à necessidade urgente de reestruturar a Polícia Civil. As ações do governo até agora não passam de promessas vazias e convênios paliativos, como a adesão ao programa federal Escuta Susp, que oferece atendimento psicológico online, mas não resolve a raiz do problema: a falta de profissionais, a sobrecarga de trabalho e a desvalorização da categoria.

A verdade é que, enquanto a governadora não assumir a responsabilidade de investir na recomposição do efetivo e na melhoria das condições de trabalho dos delegados, Pernambuco continuará assistindo ao colapso da sua segurança pública. O aumento do número de licenças médicas por transtornos psicológicos na categoria é um indicativo de que o limite foi ultrapassado.

A reordenação do efetivo, a realização de concursos públicos e a criação de políticas de apoio à saúde mental dos profissionais da segurança precisam ser tratadas como prioridade. A omissão do governo Raquel Lyra só agrava a crise e coloca em risco não apenas os delegados, mas toda a sociedade pernambucana. Até quando o Estado continuará negligenciando aqueles que arriscam suas vidas diariamente para proteger a população?

Pernambuco precisa de um governo que compreenda que segurança pública não se faz com discursos, mas com ações efetivas. O tempo das desculpas acabou. É hora de agir.

WALDINEY PASSOS

Editorial: A Manipulação da Inflação e a Realidade do Povo

O vice-presidente Geraldo Alckmin sugeriu recentemente que os preços dos alimentos e da energia elétrica sejam retirados do cálculo da inflação no Brasil. A proposta, que à primeira vista pode parecer uma medida técnica, na verdade, levanta sérias preocupações sobre a transparência e a credibilidade dos indicadores econômicos do país.

A inflação, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), reflete o impacto da variação de preços no orçamento das famílias brasileiras. Excluir os alimentos e a energia, dois dos itens mais essenciais para a população, especialmente para os mais pobres, é uma manobra que distorce a realidade e mascara o impacto do custo de vida sobre o cidadão comum.

Os alimentos representam uma parcela significativa dos gastos das famílias, principalmente daquelas de baixa renda, que destinam a maior parte de seus ganhos à alimentação. A energia elétrica, por sua vez, é um insumo básico, cujo custo elevado tem um efeito cascata sobre toda a economia, encarecendo a produção e o consumo de bens e serviços. Retirar esses itens do cálculo da inflação é, no mínimo, um desrespeito com o trabalhador que sente no bolso a alta dos preços diariamente.

Se a inflação oficial não refletir o verdadeiro aumento do custo de vida, o governo poderá justificar políticas econômicas equivocadas e negligenciar a urgência de medidas para conter a alta dos preços. Além disso, reajustes de salários, aposentadorias e benefícios sociais baseados nesses índices serão comprometidos, prejudicando ainda mais os mais vulneráveis.

O Brasil já sofreu no passado com tentativas de manipulação de indicadores econômicos para maquiar a realidade. A transparência e a confiabilidade dos dados são fundamentais para que se tomem decisões responsáveis e eficazes. Se o governo quer de fato reduzir a inflação, deve investir em medidas que combatam o aumento dos custos, como redução de impostos sobre produtos essenciais, incentivo à produção agrícola e energética e melhoria na infraestrutura logística.

Retirar os alimentos e a energia do cálculo da inflação não alivia a pressão sobre os brasileiros. Apenas encobre a realidade e desvia o foco das verdadeiras soluções. A população precisa de políticas econômicas sérias e comprometidas com a melhoria das condições de vida, não de artimanhas para esconder os problemas.

Waldiney Passos

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