Gripe aviária mata 164 mamíferos marinhos no sul do país

Pelo menos 164 lobos e leões-marinhos foram encontrados mortos nas praias de um município do Rio Grande do Sul devido à gripe aviária, anunciaram nesta sexta-feira (20) autoridades locais. Nos últimos dias, foram recolhidas carcaças de 164 lobos e leões-marinhos, informou à AFP a Prefeitura de Santa Vitória do Palmar, que atribuiu a morte dos animais ao vírus da gripe aviária.

Os animais foram encontrados ao longo de 45 km da costa e estão sendo enterrados, para prevenir novas infecções, ressaltou a Prefeitura. O local fica a cerca de 20 km da fronteira com o Uruguai, onde foi reportada recentemente a morte de cerca de 400 lobos e leões-marinhos, também atribuída à gripe aviária.

O Ministério da Agricultura e Pecuária anunciou no começo do mês o primeiro foco da doença em mamíferos marinhos do país, na praia do Cassino, também no Rio Grande do Sul. O Brasil, no entanto, mantém o status de país “livre da influenza aviária, por não haver registro da doença na produção comercial”, ressaltou o governo.

Países como Peru, Chile e Argentina também registraram mortes em sua fauna marinha devido ao vírus, que causa graves problemas musculares, neurológicos e respiratórios. Embora o contágio em seres humanos seja incomum, autoridades recomendam que as pessoas não se aproximem de animais mortos ou doentes, e que mantenham os animais de estimação afastados dos focos.

AFP

Gripe aviária leva Brasil a decretar emergência zoossanitária

(Foto: Ilustrativa/Internet)

O Ministério da Agricultura e Pecuária declarou estado de emergência zoossanitária em todo o território nacional em função de casos de gripe aviária detectados em aves silvestres. A portaria, assinada pelo ministro Carlos Fávaro, foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União na noite dessa segunda-feira (22) e tem validade de 180 dias.

A medida, de acordo com a pasta, tem como objetivo evitar que a doença chegue à produção de aves de subsistência e comercial, além de preservar a fauna e a saúde humana. Ainda segundo o ministério, a declaração de estado de emergência zoossanitária possibilita a mobilização de verbas da União e a articulação com outros ministérios, organizações governamentais nas três instâncias e não governamentais.

Novos casos confirmados

Na tarde dessa segunda-feira (22), o Laboratório Federal de Defesa Agropecuária de São Paulo confirmou três novos casos positivos para influenza aviária (H5N1) no Espírito Santo, que estavam em investigação desde a semana passada.

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Avicultores têm um ano para se adaptar a novas normas contra gripe aviária

(Foto: Ilustrativa/Internet)

O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, assinou nesta terça-feira (21) em São Paulo uma instrução normativa que determina que criadores de aves tomem medidas para evitar a contaminação com a gripe aviária. Os produtores terão prazo de um ano para se adaptar às novas regras.

Entre as medidas que deverão ser tomadas está a instalação de telas, isolando os animais criados de aves silvestres em todos os locais de produção. Os criadores terão ainda de instalar arcos de desinfecção – equipamentos que fazem a descontaminação de veículos que transitam nas propriedades –, e fornecer apenas água tratada com cloro para os animais.

“Além de dinheiro, [o processo] envolve a conscientização da necessidade de fazer isso para proteger a avicultura brasileira”, enfatizou o ministro Blairo Maggi sobre a importância da adaptação dos produtores. “Se entrar uma gripe aviária no Brasil, os nossos prejuízos serão incalculáveis”, acrescentou.

Segundo o ministro, parte dos criadores brasileiros já trabalha com o modelo previsto nas novas normas. A situação, porém, varia bastante entre os estados: em São Paulo, apenas 40% das propriedades estão enquadradas das exigências, enquanto em Goiás o índice chega a quase 100%.

Os custos para adaptação ficarão a cargo dos agricultores. Maggi ressaltou, no entanto, que há financiamento disponível para esse tipo de investimento dentro do Plano Safra.

O ministro destacou que, ao tomar as medidas de segurança sanitária, os produtores brasileiros vão abrir espaço no mercado internacional. “Setecentas mil toneladas não serão importadas de países que tiveram gripe aviária. Quem vai aproveitar é quem tiver produto para oferecer. O Brasil tem produtos para imediatamente suprir tudo isso”, afirmou.

Com informações do EBC