Dilma pode reverter impeachment, mas paga pela falta de diálogo, diz Costa

"O que nós colhemos foi resultado de seis anos onde o diálogo do executivo com o legislativo sofreu um déficit muito significativo"

“O que nós colhemos foi resultado de seis anos onde o diálogo do executivo com o legislativo sofreu um déficit muito significativo”

O senador Humberto Costa (PT-PE), líder do governo no Senado, acredita que o governo tem chances de reverter a decisão pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff no Senado. Mas admite que o PT errou em não fazer a reforma política e em não manter um diálogo com a base aliada no Congresso. No domingo (17), a Câmara votou pela continuidade do processo de impeachment de Dilma.

“O que nós colhemos foi resultado de seis anos onde o diálogo do executivo com o legislativo sofreu um déficit muito significativo. O modo de governar da presidente Dilma é um modo em que esse aspecto da conversa, do entendimento, da negociação não é aquilo em que ela sente mais prazer em fazer. Não dá para resolver um déficit de diálogo de seis anos em 15 dias. Nós temos parcela de culpa no que aconteceu”, disse o senador.

Além da falta de diálogo de Dilma com o Congresso, Costa admite uma falha dos governos petistas em não fazer reforma política. “Os governos do PT falharam profundamente em não ter feito as reformas políticas.  O PT não mudou aquilo que existia anteriormente em termos de cultura política da governabilidade, e de como se construir a governabilidade e a cultura política do financiamento das campanhas”, afirmou.

Costa acredita que houve um complô contra Dilma e o PT na Câmara e avalia que há chances de reverter o resultado no Senado. “Se nós não conseguirmos reverter na questão da admissibilidade [a primeira votação, em que o Senado decide se Dilma será afastada, antes do julgamento definitivo pelo impeachment], temos aí seis meses para fazer o julgamento, período no qual ficará absolutamente claro o complô que foi montado sob a inspiração do vice-presidente, o conspirador mor da República e do senhor Eduardo Cunha, um parlamentar sobre o qual já pairam processos no STF”, disse.

 

Na Câmara, 18 dos 25 deputados pernambucanos votaram pró-impeachment

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Por 367 votos, Câmara aprova impeachment da presidente Dilma Rousseff / Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

Como era esperado, não houve mudanças de posicionamento na bancada pernambucana na votação do impeachment, neste domingo (17). A maioria dos deputados disse “sim” ao andamento do processo. Dos 25 parlamentares, 18 votaram a favor da abertura do processo de afastamento da presidente Dilma Rousseff (PT). A sessão na Câmara dos Deputados durou mais de dez horas e foi marcada por muitas provocações, agradecimentos a familiares e pouca consistência nos discursos sobre o real motivo do processo do impedimento.

Em Pernambuco, somente seis parlamentares foram a favor da petista: Luciana Santos (PCdoB), Silvio Costa (PTdoB), Wolney Queiroz (PDT), Ricardo Teobaldo (PTN), Adalberto Cavalcanti (PTB) e Zeca Cavalcanti (PTB). Os dois primeiros são os mais ferrenhos defensores do governo do PT e os três últimos compõem o arco de aliança do ministro Armando Monteiro Neto (PTB), que é aliado de Dilma. Nas eleições presidenciais de 2014, Dilma teve 3,4 milhões de votos no Estado.

Indeciso até a semana passada, o deputado federal Eduardo da Fonte (PP) passou por um constrangimento na hora da votação. Ele levou o filho para externar o seu posicionamento favorável à deposição, mas o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), vetou o movimento.

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Com voto decisivo de Bruno Araújo, Câmara aprova pedido de impeachment

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Deputado federal Bruno Araújo (PSDB/PE) foi o responsável pelo voto 342 favorável ao impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT).

Emocionado, o deputado federal Bruno Araújo (PSDB) foi o responsável pelo voto 342 favorável ao impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) na Câmara dos Deputados, na noite deste domingo (17). Com a decisão, a Casa atingiu o número mínimo necessário para passar o rito de afastamento para o Senado.

Desde o início do processo contra Dilma, o deputado era um dos principais defensores do afastamento e hoje ratificou a posição política.

“Quanta honra o destino me reservou de poder, da minha voz, sair o grito de milhões de brasileiros. Carrego comigo nossas histórias de liberdade pela democracia. Por isso, o meu voto é sim”, disse Araújo, que saiu carregado pelos braços de aliados.

Agora, no Senado, uma comissão dará andamento ao processo. O plenário precisará aprovar o prosseguimento com, pelo menos, 41 senadores.

Se avançar, o presidente ficará afastado por até 180 dias até a realização das investigações. Enquanto isso, o vice assume o seu lugar.

No julgamento final, presidido pelo presidente do STF, o impeachment só acontecerá com 54 votos favoráveis no Senado. Se for aprovado, o presidente é afastado e o vice assume definitivamente. Se o impeachment não for aprovado, o presidente volta ao posto imediatamente.

Com informações do NE10

“Depois de Dilma, agora é você (Cunha) que deve sair”, diz Jarbas sobre votação

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Deputado já chamou Cunha de psicopata / Foto: Internet

Em entrevista na manhã deste domingo ao programa Passando a Limpo, da Rádio Jornal, o deputado Jarbas Vasconcelos adiantou como será seu discurso na hora de votar a favor da continuidade do processo de impeachment Dilma, na Câmara: “Depois de Dilma, agora é você que deve sair”. Uma fala dirigida ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB).

Antes mesmo de se definir pelo impeachment da presidente, Jarbas já era um contumaz combatente do comportamento do correligionário. Usou a tribuna da câmara, inclusive, para fazer um discurso contra Cunha, ainda no ano passado. Em outras entrevistas, chegou a adjetivar Cunha como “psicopata”.

Marco Aurélio é relator de pedido que pode suspender votação do impeachment

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Ministro do STF está analisando a questão

O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), foi definido neste domingo, 17, o relator de um pedido protocolado nesse sábado, 16, pelo deputado do PT Reginaldo Lopes (MG) que pode, entre outras coisas, suspender a votação do impeachment da presidente Dilma Rousseff marcada para acontecer na tarde deste domingo. O mandado de segurança protocolado ontem na Corte pretende que o Supremo exija a juntada imediata da denúncia contra o vice-presidente da República, Michel Temer, ao processo de impedimento de Dilma. Na peça, o petista pede a suspensão da votação de hoje e o retorno do processo à fase da Comissão Especial.

Apesar de o STF ter dado sinais de que não pretende interferir no processo de impeachment da presidente Dilma, o deputado Reginaldo Lopes se diz confiante em uma decisão que pode suspender ou anular a sessão deste domingo. O parlamentar disse ter realizado a peça por decisão própria, sem articulação com a defesa da presidente Dilma Rousseff. Marco Aurélio foi o ministro que determinou, há dez dias, que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), instaure um processo de impeachment contra Temer. O ministro é conhecido por tomar decisões polêmicas e divergir da maioria do plenário.

A denúncia contra Temer foi apresentada à Câmara pelo advogado Mariel Marra. O argumento do pedido apresentado contra o peemedebista é de que o vice-presidente cometeu crime de responsabilidade ao assinar no ano passado quatro decretos que autorizavam a abertura de crédito suplementar sem aval do Congresso. O caso foi revelado pelo jornal O Estado de S. Paulo em dezembro e é um dos crimes apontados na denúncia em discussão contra Dilma.

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‘Golpe foi ocultar o rombo’, afirma autor do pedido de impeachment

Miguel Reale Jr.

Um dos autores do pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff, o jurista Miguel Reale Jr., ex-ministro da Justiça de Fernando Henrique Cardozo, diz nesta entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo que a presidente pode não ter se beneficiado pessoalmente, mas foi corrupta. “Corrupto também (é) aquele que deixou de ter responsabilidade na condução da coisa pública visando ao interesse eleitoral.” O jurista também acusa Dilma de usar a Advocacia-Geral da União em causa própria e rebate os argumentos do ministro-chefe da AGU, José Eduardo Cardozo.

Ela participou diretamente. A responsabilidade pela condução das finanças é sempre do chefe do Executivo. Esses fatos que são atribuídos a ela estão previstos no Código Penal, no artigo 359, na Lei de Responsabilidade, a Lei 1.079, do impeachment, itens do artigo 10 e 11. Ela tinha encontros quase diários com o mentor das pedaladas, o (ex-secretário do Tesouro) Arno Augustin Era unha e carne com ele. Dilma tinha conhecimento direto da irresponsabilidade de aplicar o populismo fiscal eleitoral.

Confira a íntegra da entrevista:

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Blog transmite ao vivo votação da admissibilidade do processo de impeachment neste domingo

Hoje o leitor do Blog Waldiney Passos vai poder acompanhar ao vivo, direto de Brasília, a transmissão da votação do processo de admissibilidade do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff na Câmara Federal. A votação começa às 14h, assim que a sessão for aberta estraremos ao ar com a transmissão.

Dilma e Temer negociam pessoalmente cada voto

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Câmara começa hoje a decidir destino da presidente 24 anos depois do afastamento de Collor e 13 anos após o PT chegar ao poder

Vinte e quatro anos depois do impeachment de Fernando Collor e 13 anos após o início da era PT, a Câmara começa hoje a decidir o destino da presidente Dilma Rousseff. Na véspera da votação do afastamento, com a disputa acirrada e de resultado imprevisível, Dilma e o vice-presidente Michel Temer cancelaram compromissos para se empenhar pessoalmente na busca por votos. A presidente recebeu deputados e telefonou para outros. Já o peemedebista voltou às pressas para Brasília, onde também se reuniu com indecisos. Caso aprovado, o processo irá para o Senado, que, se aceitá-lo, determinará o afastamento de Dilma por 180 dias. Por uma rede social, Temer disse ser uma “mentira rasteira” a acusação da petista de que ele acabaria com o Bolsa Família. O vice-presidente Michel Temer reagiu ontem ao vídeo divulgado pela presidente Dilma Rousseff na véspera, no qual ela disse que os defensores de seu impeachment pretendem “cortar programas sociais, como o Bolsa Família e o Minha Casa, Minha Vida”. Por meio do Twitter, Temer disse ser “mentira rasteira” essa acusação e elogiou a Operação Lava-Jato.

“Leio hoje nos jornais as acusações de que acabarei com o Bolsa Família. Falso. Mentira rasteira. Manterei todos programas sociais”, escreveu Temer. Ele também vinha sendo acusado por defensores de Dilma de planejar pôr fim à Operação Lava-Jato. Ainda no Twitter, ele elogiou a operação: “A Lava Jato tem prestado importantes serviços ao país. Sou jurista e sei do papel fundamental da Justiça e do MP para o avanço das instituições”.

Com informações do O Globo.

Câmara decide hoje futuro de Dilma

Após uma eventual aprovação do impeachment na Câmara, a presidente só será afastada do cargo se o Senado também decidir pela continuação do processo.

Após uma eventual aprovação do impeachment na Câmara, a presidente só será afastada do cargo se o Senado também decidir pela continuação do processo.

Pouco mais de quatro meses após o presidente da Câmara, Eduardo Cunha(PMDB/RJ), ter aceitado o pedido de impeachment da oposição contra a presidente Dilma Roussef(PT), o processo passará pela votação dos 513 deputados federais em sessão marcada para a tarde deste domingo (17) na Câmara dos Deputados.

O governo tenta, na reta final, conseguir os 172 votos para barrar o impedimento, enquanto a oposição joga suas fichas para chegar a 342 votos entre os 513 deputados.

Se houver 342 votos favoráveis (dois terços do total de deputados), a Câmara autoriza o Senado a abrir um processo de julgamento da presidente pelos supostos crimes de responsabilidade, tipo de infração política que pode levar ao impeachment.

Após uma eventual aprovação do impeachment na Câmara, a presidente só será afastada do cargo se o Senado também decidir pela continuação do processo. É preciso o voto de 41 dos 81 senadores (maioria simples). Seria, então, formada uma comissão de senadores para analisar o caso, num processo que poderá levar até 180 dias.

Do portal UOL

 

STF pode impedir que Dilma divulgue defesa em sites e canais do governo

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Um advogado de São Paulo ajuizou na noite desta sexta-feira, no Supremo Tribunal Federal (STF), um mandado de segurança em caráter liminar (urgente) para impedir que o governo divulgue nos sites institucionais conteúdo em defesa da presidente Dilma Rousseff e contra o processo de impeachment. O ministro Luiz Fux será o relator da ação.

Após anunciar que Dilma faria um pronunciamento em rede nacional de rádio e TV, a Secretaria de Comunicação informou que divulgaria o material apenas na internet com o objetivo de comunicar a posição de Dilma sobre o impeachment para as redes sociais. O advogado Elter de Mello alega ao Supremo, no entanto, que a utilização dos sites oficiais e de perfis do governo no Facebook deve se limitar a divulgar atos e serviços administrativos, e não para se posicionar em defesa da presidente.

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Dilma cancela pronunciamento sobre impeachment

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AGU avaliou que fala da presidente poderia ter problemas jurídicos

A presidente Dilma Rousseff cancelou o pronunciamento que faria em cadeia nacional de rádio e televisão nesta sexta-feira (15) para pedir apoio contra o impeachment de seu mandato.

Dilma decidiu seguir orientação da AGU (Advocacia-Geral da União), que avaliou que a fala da presidente poderia ter problemas jurídicos, já que o conteúdo do discurso seria eminentemente político para um espaço dedicado a discursos institucionais. Além disso, alguns auxiliares da presidente acreditavam que um discurso desse tipo às vésperas da votação no plenário da Câmara, marcada para domingo (17), poderia surtir efeito ruim para o governo.

A Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República avalia uma veiculação neste sábado (16) ou somente nas redes sociais, como era a ideia inicial do governo. A oposição chegou a entrar com uma ação na Justiça Federal de Brasília para barrar o pronunciamento, alegando que não há justificativa para a medida que seria para uso pessoal.

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