Vestibular indígena da Unicamp e UFSCar reúne 3,3 mil candidatos de 111 etnias em 6 cidades brasileiras

A edição 2024 do vestibular indígena unificado entre Unicamp e Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) ocorre neste domingo (14), em seis cidades brasileiras: Campinas (SP), Campo Grande (MS), Recife (PE), Santarém (PA), São Gabriel da Cachoeira (AM) e Tabatinga (AM). Estão inscritos 3.350 candidatos de 111 diferentes etnias.

A orientação é para que os candidatos cheguem aos locais de prova com antecedência. Os portões serão fechado às 13h, e a duração da prova é de 4 horas. São oferecidas 130 vagas na Unicamp, distribuídas em todos os cursos da universidade, e outras 65 vagas na UFSCar.

A prova será realizada em língua portuguesa, e ela é composta por redação e 50 questões de múltipla escolha, divididas da seguinte maneira:
Linguagens e códigos (14 questões);
Ciências da Natureza (12 questões);
Matemática (12 questões);
Ciências Humanas (12 questões).

O que pode e o que não pode levar
Os candidatos inscritos devem levar o original do documento de identidade indicado na inscrição, caneta de cor preta em material transparente, lápis preto, borracha. Os estudantes poderão tomar água e/ou sucos na sala e consumir alimentos leves durante a aplicação da prova. É vedado o uso de aparelhos celulares ou quaisquer outros equipamentos eletrônicos, relógios digitais, corretivos de qualquer tipo, lapiseira, caneta marca-texto, bandana/lenço, boné, chapéu ou outros materiais estranhos à prova.

111 etnias
De acordo com a Comissão Permanente para os Vestibulares da Unicamp (Comvest), a edição 2024 recebeu inscrições de estudantes de 111 etnias diferentes, sendo que a maioria é Ticuna, seguido das etnias Baré e Tukano. Ainda segundo a Comvest, o vestibular também conta com inscritos dos povos Yanomami, Guarani, Marubo, Munduruku, Pankararu, Potiguara. Veja a relação com as 10 etnias com mais candidatos:

Vestibular indígena 2024 – 10 etnias com mais inscritos

Ticuna – 677
Baré – 597
Tukano – 301
Baniwa – 182
Kokama – 149
Atikum – 113
Desana – 113
Tariana – 111
Kambeba — 93
Pankará – 81

Fonte: Comvest/Unicamp

Os candidatos precisaram comprovar durante a prova que pertencem a uma das etnias indígenas do território brasileiro, por meio da documentação indicada no edital.

Calendário
1ª chamada de convocados para matrícula – 05/02 – site da Comvest;
Matrícula virtual – das 9h às 17h de 06/02 – pelo mesmo portal;
Ao todo estão previstas até cinco chamadas de candidatos.

G1 Pernambuco

V Seminário dos Povos Indígenas da Bacia do São Francisco acontecerá em Paulo Afonso

A abertura do evento acontecerá às 8:30h do dia 15 de setembro e contará, ao longo do dia, com debates sobre a gestão territorial e ambiental de terras indígenas e mudanças climáticas, análise da conjuntura política nacional e a conjuntura da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, saneamento, recursos hídricos e saúde indígena. Além de reunir os mais diversos povos da bacia do São Francisco, o evento vai contar com a presença da ministra de Estado do Ministério dos Povos Indígenas (MPI), Sônia Guajajara, o diretor de combate à desertificação do Ministério do Meio Ambiente (MMA), Alexandre Pires, a presidente da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (FUNAI), Joênia Wapichana, além do coordenador executivo do Fórum Brasileiro de Mudança do Clima, Sérgio Xavier, e da promotora de Justiça do Ministério Público da Bahia (MP/BA), Luciana Khoury.

Todos os debates e palestras serão mediados por indígenas que também receberão o presidente do CBHSF, Maciel Oliveira, o superintendente-adjunto de Estudos Hídricos e Socioeconômicos e o coordenador de Estudos Hidrológicos da Agência Nacional de Águas e Saneamento (ANA), Luciano Meneses Cardoso da Silva e Alexandre Abdalla Araújo, a secretária de Política Nacional de Gestão Ambiental e Territorial do Ministério dos Povos Indígenas (MPI), Ceiça Pitaguary, a diretora de Revitalização de Bacia Hidrográfica e Acesso à Água e Usos Múltiplos do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Iara Bueno Giacomini e o secretário Nacional da Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI), Weibe Tapeba.

“O seminário dos Povos Indígenas da Bacia Hidrográfica do São Francisco representa o maior evento que trata das questões ambientais e dos recursos hídricos que envolvem terras indígenas na bacia do São Francisco. Nesta edição, iremos fazer uma importante análise da conjuntura política nacional frente a esse novo governo, mais aberto para acolher as demandas dos povos indígenas. O foco deste evento será justamente a política nacional de gestão ambiental e territorial, e também as questões climáticas. Vamos definir ações concretas e esperamos construir um diálogo positivo com as autoridades que estarão presentes, assumindo o compromisso com as pautas de prioridade”, afirmou o coordenador do território baixo São Francisco da Funai, Uilton Tuxá.

“Importante destacar que o seminário é realizado com apoio integral do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco e esperamos que o Comitê possa firmar parcerias importantes para avançarmos na nossa pauta de reivindicações”, afirmou, reforçando que o “evento tende a ser a maior agenda que vai pautar o tema de meio ambiente e recursos hídricos no âmbito de todo o Nordeste e da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco”.

São esperadas em torno de 140 pessoas e ao final do evento, no dia 16, serão elaborados documento e proposição de encaminhamentos com objetivo de apontar melhores caminhos para valorização e proteção dos povos indígenas.

O Seminário

O primeiro seminário dos povos indígenas da Bacia do São Francisco aconteceu em 2011, na cidade de Feira Grande, no estado de Alagoas. O segundo encontro foi realizado no ano de 2012, em Petrolândia- PE, quando lideranças indígenas repudiaram a Portaria 303\2012 da Advocacia Geral da União (AGU) sobre as salvaguardas institucionais para as terras indígenas. Uma moção de repúdio considerou a medida “arbitrária e inconstitucional” já que buscava restringir o reconhecimento dos direitos dos povos indígenas, especialmente os direitos territoriais, assegurados pela Constituição Federal.

Na mesma linha, atualmente os povos indígenas seguem lutando contra o Marco temporal, tese apresentada em 2009, através de parecer da AGU, que aponta que os povos indígenas somente têm direito de ocupar as terras que ocupavam ou já disputavam em 5 de outubro de 1988, data de promulgação da Constituição.

O terceiro e quarto seminário aconteceram em 2014 e 2016, respectivamente, em Porto Seguro e Paulo Afonso, BA.

Ascom

Bahia: Governo lança edital que incentiva empreendimentos liderados por mulheres indígenas

O Governo do Estado lançou, nesta sexta-feira (16), mais um edital que favorece empreendimentos liderados por mulheres, desta vez, mulheres indígenas. Em uma parceria entre a Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), empresa pública vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), e a Secretaria de Políticas para Mulheres (SPM), o novo edital conta com investimentos de mais de R$ 2 milhões que serão aplicados em assistência técnica e extensão rural (ATER) e inclusão socioprodutiva de empreendimentos liderados por mulheres indígenas.

O anúncio, ocorrido durante o encerramento do 5º Acampamento dos Povos Indígenas da Bahia, nesta sexta-feira, na Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), é o novo marco nas ações do Governo do Estado para a valorização dos povos originários baianos, em especial, às mulheres indígenas. “É o primeiro edital na Bahia, acho que até no Brasil, para mulheres indígenas. É uma parceria muito importante com a CAR na construção desse edital, que vai impactar positivamente a vida de centenas de mulheres indígenas na nossa Bahia”, comemorou a Secretária de Políticas para Mulheres (SPM), Elisângela Araújo.

O diretor-presidente da CAR, Jeandro Ribeiro, enfatizou o lançamento do edital e a entrega das habitações rurais para os povos indígenas Tumbalalá, do município de Curaçá. “Foi um dia de anúncios importantes. Foram 95 unidades habitacionais rurais entregues no município de Curaçá, das 273 habitações rurais que estão sendo construídas com investimentos que ultrapassam R$ 3,5 milhões. Outro momento que mostra a transformação de vida para os povos indígenas por meio da CAR foi o anúncio do novo edital para empreendimentos liderados por mulheres indígenas, que receberão assistência técnica e extensão rural (ATER) e investimentos para a base de produção”, comentou o diretor.

A cacica Rosivânia Kiriri, do município de Barreiras, falou da alegria com o anúncio do edital. “Será muito importante para nós enquanto representantes das mulheres indígenas. Foi muito bom para nós do Oeste da Bahia, que produzimos artesanato, feijão, feijão de corda, macaxeira, entre outros alimentos plantados sem agrotóxicos. Vai melhorar muito a nossa renda e será enriquecedor para as nossas comunidades”, analisou.

Já o cacique Jucinaldo Tumbalalá, do município de Curaçá, o contentamento foi enorme, sobretudo para os indígenas que receberam suas moradias, cada uma com dois quartos, sala-cozinha, banheiro e varanda, além de acesso à água e energia elétrica. “É uma satisfação imensa a gente conseguir tirar essas pessoas que viviam de favor em outras casas para terem o seu próprio teto, a sua moradia. É muito gratificante”, celebrou.

O 5º acampamento foi organizado pelo Movimento Unido dos Povos e Organizações Indígenas da Bahia (Mupoiba) e reuniu representantes de 30 etnias de diversas regiões do estado.

Silvia CostaAssessoria de Comunicação da CAR

Foto: Rafael Barreto/CAR-GOVBA