Criminosos usam de Lula a Nikolas Ferreira para enganar população

Golpistas estão utilizando Inteligência Artificial (IA) para criar vídeos falsos envolvendo personalidades de diferentes campos da política brasileira, desde o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) até um de seus principais opositores, o deputado federal Nikolas Ferreira (PL). As imagens manipuladas são divulgadas como propaganda no Instagram e promovem uma falsa indenização do Governo Federal, supostamente para compensar um vazamento de dados pessoais de brasileiros.

Um dos vídeos mostra um deepfake de Lula afirmando que os cidadãos poderiam receber até R$ 7 mil de indenização, direcionando os espectadores para um link suspeito. Outra versão da fraude usa a imagem de Nikolas Ferreira, que aparece anunciando um programa falso no qual o valor do benefício dependeria do número final do CPF (contemplando absolutamente todos). As imagens também envolvem o jornalista César Tralli e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, simulando recomendações em que eles supostamente divulgam a existência do benefício.

Golpe – Os vídeos patrocinados no Instagram levam os usuários a clicar em um link para “consultar” o valor disponível para saque. Ao acessar a página, que utiliza ilegalmente a identidade visual do governo federal, os internautas são induzidos a inserir seus dados pessoais, especialmente o CPF. Essas informações podem ser usadas para criar cadastros falsos, solicitar créditos em nome das vítimas ou realizar outras fraudes financeiras.

A Secretaria de Comunicação do governo federal já desmentiu a existência do benefício e alertou para o risco do golpe. O deputado Nikolas Ferreira também se manifestou, publicando um aviso em suas redes sociais informando que a gravação é falsa. “Nos meus perfis, eu só divulgo meus livros e cursos. Qualquer coisa fora disso é golpe”, alertou.

Deepfake – O uso de deepfakes tem crescido significativamente como ferramenta de fraude. Com avanços na inteligência artificial, criminosos conseguem criar vídeos extremamente realistas, manipulando voz e imagem de figuras públicas para dá-los credibilidade. A ferramenta Hive AI Detector, especializada na identificação desse tipo de manipulação, apontou uma probabilidade de 99,4% de que os vídeos utilizados pelos golpistas tenham sido gerados por IA. Este golpe não é um caso isolado. Deepfakes semelhantes já foram utilizados para espalhar desinformação e fraudes em outros momentos, sempre explorando a imagem de figuras conhecidas para atrair vítimas.

Proteção – Diante do avanço dessas fraudes, especialistas recomendam que os usuários sigam algumas precauções para evitar cair em golpes semelhantes: Desconfie de promessas de dinheiro fácil: O governo não concede indenizações sem um processo oficial, amplamente divulgado pelos canais oficiais; verifique a origem das informações:

Antes de clicar em links suspeitos, cheque se a notícia foi divulgada por portais confiáveis; analise o site: Sites oficiais do governo têm endereços que terminam em “.gov.br”. Se o link tiver domínios diferentes, é provável que seja uma fraude;  denuncie vídeos suspeitos: Caso veja propagandas falsas no Instagram, denuncie à plataforma para que o conteúdo seja removido; proteja seus dados pessoais: Nunca informe CPF, senhas ou outras informações sensíveis em sites de procedência duvidosa.

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Folha PE

Lula faz Pix para desmentir notícia falsa sobre taxação

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez uma doação no valor de R$ 1.013 para a vaquinha da Arena Corinthians, criada para auxiliar na quitação da dívida contraída com a construção do estádio, iniciada em 2011. Apesar de o gesto ter, por trás, a declarada paixão de Lula pelo clube de futebol, também cumpre a função de rebater os boatos recentes de que a Receita Federal passaria a cobrar impostos pelas transferências via Pix.

“Hoje, fiz um Pix para ajudar o Corinthians a pagar sua dívida e aproveitei o momento para desmentir as fake news que estão circulando nas redes sociais. O governo não vai taxar as transações via Pix”, disse o presidente em vídeo publicado em rede social, nesta sexta-feira (10).

“Todo mundo sabe que eu sou corinthiano. Nunca utilizei a camisa do Corinthians, mas hoje eu coloquei a camisa do Corinthians porque eu vou fazer uma doação via Pix. E por que eu tomei essa decisão? Porque tem uma quantidade enorme de mentiras, desde ontem, em todas as redes sociais, dizendo que o governo vai taxar o Pix. E eu quero provar que é mentira”, assinalou.

O financiamento da construção foi viabilizado por contrato com a Caixa Econômica Federal. No início da tarde deste sábado, a vaquinha já completava quase R$ 35 milhões. A meta é atingir R$ 700 milhões.

O Pix é, atualmente, a principal forma de pagamento utilizada no país. Lançado no final de 2020, é usado por 76,4% da população. Quase metade (46%) dos entrevistados que participaram do levantamento O Brasileiro e sua Relação com o Dinheiro, do Banco Central, utiliza o Pix com bastante frequência.

A Arena Corinthians foi inaugurada em 10 de maio de 2014, quando a construção fechava três anos de obras. Localizado em Itaquera, zona leste de São Paulo, o estádio comporta 49 mil torcedores e possui uma área de 197 mil m².

A Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom) elaborou ações estratégicas de combate à desinformação. O Brasil Contra Fake permite que se acompanhe as fake news envolvendo decisões atribuídas às autoridades do governo federal.

Agência Brasil

OMS faz alerta sobre “enxurrada” de informações falsas sobre mpox

A epidemia de mpox na África e a declaração desse surto como uma emergência de saúde pública internacional pela OMS desencadearam uma avalanche de informações falsas com conotações homofóbicas e conspiratórias. Em um vídeo traduzido para vários idiomas e transmitido na rede social X, um médico alemão conhecido por suas posições antivacina é visto garantindo que os sintomas do mpox são os mesmos do herpes zóster.

O médico Wolfgang Wodarg acrescenta que esta suposta epidemia de herpes zóster também seria um efeito colateral da vacina contra a covid e que a indústria farmacêutica apenas tenta assustar as pessoas para fins comerciais. Isto é falso, para começar, porque a mpox, ou varíola dos macacos, identificada na década de 1970 em uma criança na atual República Democrática do Congo (antigo Zaire), é muito mais antiga do que as vacinas contra a Covid.

Em segundo lugar, porque é um vírus zoonótico, de origem animal, da família dos poxvírus, enquanto o herpes zoster é uma reativação do vírus varicela zoster, pertencente à família do herpes. Os sintomas também são diferentes, pois herpes provoca lesões menores que geram dores intensas características.

Mpox não afeta apenas homossexuais
Nas redes sociais, há quem afirme que a mpox afeta apenas homossexuais e publique mensagens homofóbicas que consideram essas práticas “nojentas”. Mas, como explica à AFP Richard Martinello, especialista em doenças infecciosas da Universidade de Medicina de Yale (EUA), “não existe nenhuma doença infecciosa no mundo cuja transmissão se limite à orientação sexual” e “é o contato íntimo, pele a pele, que pode causar a propagação do mpox, e não a orientação sexual”.

O vírus é transmitido pelo contato com o fluido infectado das bolhas do paciente, afirma o médico Antoine Gessain, especialista na doença, do Instituto Pasteur, na França. As crianças podem ser infectadas “através do contato com a pele” de outra pessoa e, no caso da epidemia de mpox na República Democrática do Congo, no final de 2023, a doença espalhou-se através de heterossexuais com múltiplos parceiros.

Não existe tratamento milagroso
Uma teoria da conspiração com muito eco no YouTube e no Facebook afirma que existe um medicamento japonês muito eficaz contra o mpox, chamado Tranilast, mas que nunca será comercializado porque é muito barato.

No entanto, o Tranilast, um medicamento aprovado em 1982 na China e no Japão contra a asma, nunca foi objeto de estudos clínicos em humanos contra o mpox. Portanto, dizer que é eficaz contra essa doença é uma falácia. A vacinação, combinada com a sensibilização das pessoas em risco e o isolamento dos casos de contacto, tornou possível travar a epidemia de mpox em 2022.

OMS não ordenou e não pode ordenar confinamentos
“A OMS ordena aos governos que se preparem para os ‘megaconfinamentos’ devido à estirpe mortal da ‘varíola dos macacos’”, alertam os internautas, que se referem à tese da “plandemia”, um neologismo que para, os conspiradores, descreve uma pandemia planejada. A Organização Mundial da Saúde (OMS) não tem competência para impor “qualquer tipo de confinamento”, confirmou a entidade à AFP.“Como organização científica e técnica, a OMS presta aconselhamento técnico e apoio aos seus 194 Estados-membros”, e “cada país é soberano nas decisões e ações relacionadas com a saúde das suas populações”, acrescentou.

Agência O Globo

Papa denuncia desinformação e a classifica como o ‘primeiro pecado do jornalismo’

O papa Francisco mostrou-se preocupado, neste sábado (26), com a possibilidade de a “desinformação” e as notícias falsas, que considera o “primeiro pecado do jornalismo”, influenciarem a opinião pública.

“A desinformação é o primeiro pecado, o primeiro erro – digamos assim – do jornalismo”, disse o pontífice, durante um ato realizado no Vaticano para a entrega de um prêmio de jornalismo a repórteres italianos.

“A desinformação é um dos pecados do jornalismo, que são quatro: a desinformação, quando um jornalista não informa ou desinforma; a calúnia (que às vezes é usada); a difamação, que é diferente da calúnia, mas destrói; e o quarto é (.. .) o amor ao escândalo”, disse o papa, citado em um comunicado do Vaticano.

O pontífice argentino insistiu que “as manipulações” que mais o preocupam são aquelas que procuram “orientar a opinião pública”.

Francisco, de 86 anos, apelou à “responsabilidade” em um momento em que “a Europa enfrenta uma situação dramática, com a guerra na Ucrânia que continua”.

“A minha esperança é que seja dado espaço às vozes da paz, àqueles que estão empenhados em acabar com este conflito como tantos outros”, insistiu.

AFP

Prestes a ser julgado por fake news, Bolsonaro volta a falar sobre vacina

A cinco dias de ser julgado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por ter espalhado mentiras sobre as urnas eletrônicas a representantes de embaixadas, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a divulgar desinformação que relaciona as vacinas contra a covid-19 ao acúmulo de grafeno no saco escrotal e nos ovários.

Sem apresentar comprovações científicas, Bolsonaro disse ter lido a bula do imunizante e concluiu que a vacina teria grafeno em sua composição. Essa substância se acumularia nos órgãos que produzem hormônios sexuais — o grafeno é produzido a partir da grafite, derivada do carbono; trata-se de uma camada muito fina bidimensional de átomos em forma de hexágonos.

A declaração foi dita durante um evento de filiação do PL na cidade de Jundiaí, em São Paulo. Ao lado de Bolsonaro, estava seu ex-ministro da Ciência e Tecnologia, o astronauta Marcos Pontes (PL-SP). Ele discursou sobre o uso do grafeno para o desenvolvimento econômico.

Bulas das vacinas

De acordo com as bulas das vacinas contra a covid-19 da Pfizer, Coronavac e Jansen, não há presença de grafeno em suas composições. A divulgação de notícias falsas sobre os imunizantes levou Bolsonaro a ser investigado em inquérito do Supremo Tribunal Federal (STF). Em 2021, durante uma das ondas de contaminação pela doença, o ex-presidente associou a vacinação ao vírus da aids.

Julgamento

O julgamento de Bolsonaro no TSE irá decidir sobre sua inelegibilidade. Caso responda por abuso de poder político e dos meios de comunicação no TSE, Bolsonaro é acusado de veicular mentiras sobre o funcionamento das urnas eletrônicas a embaixadores durante a campanha eleitoral do ano passado.

Se o TSE decidir por torná-lo inelegível, Bolsonaro será o primeiro ex-presidente a perder os direitos políticos por decisão da Justiça Eleitoral decorrente de crimes praticados no exercício do mandato.

Correio Brasiliense