Prestes a ser julgado por fake news, Bolsonaro volta a falar sobre vacina

A cinco dias de ser julgado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por ter espalhado mentiras sobre as urnas eletrônicas a representantes de embaixadas, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a divulgar desinformação que relaciona as vacinas contra a covid-19 ao acúmulo de grafeno no saco escrotal e nos ovários.

Sem apresentar comprovações científicas, Bolsonaro disse ter lido a bula do imunizante e concluiu que a vacina teria grafeno em sua composição. Essa substância se acumularia nos órgãos que produzem hormônios sexuais — o grafeno é produzido a partir da grafite, derivada do carbono; trata-se de uma camada muito fina bidimensional de átomos em forma de hexágonos.

A declaração foi dita durante um evento de filiação do PL na cidade de Jundiaí, em São Paulo. Ao lado de Bolsonaro, estava seu ex-ministro da Ciência e Tecnologia, o astronauta Marcos Pontes (PL-SP). Ele discursou sobre o uso do grafeno para o desenvolvimento econômico.

Bulas das vacinas

De acordo com as bulas das vacinas contra a covid-19 da Pfizer, Coronavac e Jansen, não há presença de grafeno em suas composições. A divulgação de notícias falsas sobre os imunizantes levou Bolsonaro a ser investigado em inquérito do Supremo Tribunal Federal (STF). Em 2021, durante uma das ondas de contaminação pela doença, o ex-presidente associou a vacinação ao vírus da aids.

Julgamento

O julgamento de Bolsonaro no TSE irá decidir sobre sua inelegibilidade. Caso responda por abuso de poder político e dos meios de comunicação no TSE, Bolsonaro é acusado de veicular mentiras sobre o funcionamento das urnas eletrônicas a embaixadores durante a campanha eleitoral do ano passado.

Se o TSE decidir por torná-lo inelegível, Bolsonaro será o primeiro ex-presidente a perder os direitos políticos por decisão da Justiça Eleitoral decorrente de crimes praticados no exercício do mandato.

Correio Brasiliense

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