Semana de definições para governo Dilma Rousseff

dilma e temer

A semana será de definições para o governo de Dilma Rousseff. A presidente terá pela frente uma das semanas mais difíceis desde que o processo do impeachment foi aberto na Câmara, com a possível oficialização do desembarque do PMDB do governo. O partido, presidido pelo vice-presidente da República, Michel Temer, marcou para às 15h da próxima terça-feira a votação sobre a permanência no governo.

A eleição será realizada em um dos plenários da Câmara dos Deputados e pode mudar a condução dos trabalhos no Planalto e no Congresso. Auxiliares da presidente classificam a decisão do partido do vice-presidente Michel Temer como irreversível e chegam a falar que “só um milagre” faria os peemedebistas mudarem de ideia. Eles não descartam também uma debandada dos demais partidos da base aliada, como o PP e o PSD.

Para aprovar a continuidade ou o fim da aliança com o governo petista, é necessário maioria simples dos 125 membros do PMDB que têm direito a voto. O diretório regional do Rio de Janeiro, que reúne nomes como o líder do partido na Câmara, Leonardo Picciani – aliado do Planalto –, representa a maior bancada, com direito a 12 votos. Na última quinta-feira (24), os fluminenses sinalizaram que vão votar pelo desembarque do governo.

O primeiro diretório peemedebista a anunciar o apoio ao rompimento com o governo foi o de Santa Catarina, segundo o deputado federal Mauro Mariani (SC), que ocupa uma das cadeiras da comissão especial que analisa o impeachment da presidenta Dilma. Além dos diretórios do Rio e de Santa Catarina, peemedebistas do Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo, Espírito Santo, Piauí, Distrito Federal, Acre, Pernambuco, Tocantins, Maranhão, Bahia e Mato Grosso do Sul defendem a ruptura com o Planalto. Outros estados ainda não se manifestaram.

Próxima quinzena pode definir rumos do governo
Não é a única batalha desta semana. Para um ministro do PT, os próximos 15 dias vão definir se Dilma continua ou não na Presidência. Com o desembarque do PMDB, a ordem é atuar no varejo para conquistar deputados. Hoje, o cálculo é que o governo não tem os 171 votos necessários para barrar o impeachment e que seria muito difícil parar processo depois que ele chegar ao Senado.

Sem interlocução com Temer, Dilma delegou ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a tarefa de tentar se aproximar do vice. Na semana passada, o petista não obteve sucesso na empreitada. Temer sequer atendeu aos telefonemas do ex-presidente. Uma nova tentativa deve ser feita nesta segunda-feira, mas há pouca esperança que isso altere o quadro já desenhado.

Até mesmo a nomeação de Lula para a Casa Civil já é vista, no Planalto, como algo que perdeu o sentido. Com o caso dependendo de uma posição do Supremo Tribunal Federal – o que não deve acontecer nesta semana -, a saída vai ser o ex-presidente atuar como interlocutor informal do governo, como já vem fazendo. No alvo da Lava Jato, porém, a avaliação é de que Lula já não mostra a mesma influência de outrora.

Reunião na noite de domingo
Dilma voltou a Brasília após passar o feriadão de Páscoa com a família. Neste domingo, também era aniversário da filha da presidente, Paula Araújo, mãe de seus dois netos – Gabriel, de 5 anos, e Guilherme, que nasceu em janeiro de 2016. A presidente havia chegado a Porto Alegre na quinta-feira à noite. Na manhã deste domingo, ela acordou cedo para pedalar pela zona sul da cidade, onde tem apartamento. Logo após voltar de Porto Alegre no fim da tarde a presidente Dilma Rousseff convocou uma reunião no Palácio da Alvorada.

Renúncia de Dilma daria maior chance para reformas, avalia consultoria britânica

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Uma eventual renúncia da presidente Dilma Rousseff ofereceria a melhor oportunidade para que o Brasil conseguisse aprovar reformas estruturais essenciais para recuperar a economia, segundo análise da consultoria britânica Oxford Economcis. “Esse seria o passo menos traumático para a economia brasileira”, diz relatório assinado pelo diretor de pesquisa para a América Latina, Marcos Casarin.

A consultoria afirma que a presidente tem um índice de aprovação popular muito baixo e está se tornando cada vez mais isolada, ao perder o apoio de partidos da base aliada. Isso sem contar o processo de impeachment decorrente das chamadas “pedaladas fiscais”, que seriam um desrespeito à Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).

“Neste cenário, nós acreditamos que a presidente deveria renunciar – em vez de manter sua estratégia de distribuir cargos no governo para membros da coalizão (o que enfraquece sua liderança ainda mais) em troca de votos contra seu impeachment no Congresso”, afirma o texto.

A Oxford comenta que Dilma já não comanda mais o País, pois não tem nem mesmo o apoio do PT, em especial na área econômica, ou do PMDB, que está dividido sobre o suporte ao governo. “Assim, mais três anos de impasse impediriam qualquer chance de uma retomada da agenda de reformas antes de 2019”. A consultoria diz que a renúncia é melhor do que o impeachment porque este processo no Congresso pode levar meses, impedindo a discussão sobre temas econômicos essenciais.

O analista acredita que um eventual governo Michel Temer teria mais chance de aprovar reformas, especialmente tendo em conta as medidas contidas no programa do PMDB intitulado “Uma ponte para o futuro”.

“O PMDB não é um partido baseado em ideologia e tradicionalmente não aponta candidato próprio para a presidência. Assim, não necessariamente governaria olhando as próximas eleições e poderia, pelo menos em teoria, dirigir o País de maneira mais pragmática”, destaca o relatório, afirmando que este cenário seria similar ao que aconteceu com Itamar Franco – que assumiu a presidência após o impeachment de Fernando Collor.

Mesmo assim, a Oxford Economics lembra que a mudança de governo não seria uma panaceia e provavelmente não seria suficiente para impulsionar a recuperação da economia e dos preços dos ativos domésticos. Assim, logo que o novo governo assumisse seria preciso focar na agenda de reformas.

“Quanto mais tempo o Brasil levar para reformar a Previdência, as leis trabalhistas e o sistema tributário, mais tempo a economia permanecerá presa no atual ‘equilíbrio ruim’ de queda da produção e maior prêmio de risco”.

Dilma diz que aguenta pressão e vê alternativas para evitar impeachment

Brasília - Presidenta Dilma Rousseff durante encontro com juristas contrários ao impeachment, no Palácio do Planalto (José Cruz/Agência Brasil)

Brasília – Presidenta Dilma Rousseff durante encontro com juristas contrários ao impeachment, no Palácio do Planalto (José Cruz/Agência Brasil)

Sob intenso cerco político, Dilma Rousseff deixou impressionados os ministros com quem conversou nesta semana. Não sem motivo: com uma frieza a toda prova, ela expôs planos de governo para os próximos dias, meses e até para 2018. “Podem ficar tranquilos porque eu aguento bem a pressão. Sou resistente”, disse a presidente, ainda gripada, em uma das reuniões com a equipe.

Sem tempo, Dilma trocou a leitura frenética de livros pela análise minuciosa de mapas de votação na Câmara, onde uma comissão com 65 deputados vai definir o destino do impeachment. Ampliou o escopo, mirando em mais do que os 171 votos necessários para barrar o processo no plenário, e exibiu habilidade em decorar o Estado de cada parlamentar a ser fisgado. A ordem é abrir o cofre, atender os aliados fiéis, desalojar os “traidores” e dividir o PMDB, que na terça-feira deve oficializar o divórcio do governo. Na estratégia do “tudo ou nada”, Dilma partiu para o varejo das negociações políticas, virou uma espécie de “ouvidora” dos insatisfeitos, coisa que sempre abominou, e montou um gabinete de crise permanente.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que teve a nomeação suspensa como ministro da Casa Civil e aguarda decisão do Supremo Tribunal Federal para saber se poderá assumir o cargo, atua de longe na coordenação geral dos trabalhos, sem pisar no Palácio do Planalto. A batalha de comunicação do governo é agora direcionada para “vender” a imagem de Dilma como mulher “guerreira”, que lutou contra a ditadura e hoje enfrenta um “novo modelo de golpe”. Todos os dias, Dilma recebe no Planalto ou mesmo na residência do Alvorada líderes e dirigentes de partidos aliados, além de ministros do PMDB. Pede apoio e promete mudanças.

Deputados do PP e do PR informaram a ela que será difícil manter o aval ao governo se o PMDB desembarcar e alertaram sobre um possível efeito dominó em outros partidos. “Foi um aviso de que o gato subiu no telhado. A ficha dela caiu, mas, por incrível que pareça, não se abateu”, contou um dos deputados que estiveram com a presidente. “Parece que, se morrer, vai morrer lutando”. Numa contraofensiva arriscada, o governo decidiu, na quinta-feira, desafiar o vice Michel Temer – que comanda o PMDB e é chamado por petistas de “chefe da facção” -, exonerando o presidente da Funasa, Antônio Henrique de Carvalho Pires, homem de sua confiança.

Nos bastidores, auxiliares de Dilma afirmam que tudo será feito para enfrentar a “conspiração” do grupo de Temer e contemplar com cargos quem pode ajudar a derrubar o impeachment na Câmara. É uma disputa voto a voto, no mais fiel estilo do “toma lá, dá cá”. Tática semelhante foi usada em dezembro, quando Dilma dispensou o vice-presidente de Fundos e Loterias da Caixa Econômica Federal Fábio Cleto, indicado pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), como retaliação à atitude do deputado de aceitar o pedido de impeachment.

Em conversas reservadas, Dilma mostra inconformismo com o fato de Cunha, réu no Supremo Tribunal Federal, acusado de corrupção na Petrobras, conduzir o processo que pode levar a seu afastamento. “Eu não cometi nenhum crime para justificar a interrupção do meu mandato. Brigarei até o fim”, diz ela, enquanto a Operação Lava Jato avança sobre o governo. No PT há quem pregue até mesmo que, em caso de impeachment, Dilma recorra à Organização dos Estados Americanos (OEA). Nesse combate, há ainda táticas de guerrilha que circulam na internet, com ameaças de fim de programas sociais, como o Bolsa Família, se a presidente cair.

Foi após a campanha da reeleição, em 2014, que Dilma terminou de ler a biografia do ex-presidente Getúlio Vargas, escrita pelo jornalista Lira Neto. Não por acaso, outro dia voltou a dar uma espiada no terceiro volume, segundo relato de um ministro. “Tudo a seu tempo”, costumava dizer Getúlio, quando era pressionado.

Com informações do Correio Brasiliense.

ONU Mulheres condena violência sexista contra Dilma

Dilma Rousseff

A Organização das Nações Unidas para as Mulheres condenou nessa quinta-feira a “violência sexista” contra a presidente Dilma Rousseff e pediu que se proteja o Estado de direito.

“A ONU Mulheres condena todas as formas de violência contra as mulheres, inclusive a violência política de ordem sexista contra a Presidenta da República, Dilma Rousseff”, afirma a declaração.

“Nenhuma discordância política ou protesto pode abrir margem e/ou justificar a banalização da violência de gênero – prática patriarcal e misógina que invalida a dignidade humana”, completa.

“A ONU Mulheres observa com preocupação o contexto político brasileiro e apela publicamente à salvaguarda do Estado Democrático e de Direito”, acrescenta.

A organização pediu à sociedade brasileira que mantenha a calma nas manifestações.

Dilma diz a The Guardian que impeachment pode causar cicatrizes duradouras

Dilma Coletiva sexta

A presidente Dilma Rousseff insistiu que não renunciará ao cargo e reafirmou que não há justificativa para o processo de impeachment. Em entrevista a jornalistas estrangeiros, a presidente disse ainda que retirá-la do cargo pode gerar “cicatrizes duradouras” para a democracia brasileira, segundo o jornal britânico “The Guardian”.

Dilma reafirmou que se “mantém firme” no cargo e que a paz reinará no Brasil durante a realização da Olimpíada no Rio. Na entrevista de 90 minutos a veículos de comunicação estrangeiros, a presidente disse que é uma mulher forte e não há motivos para sair do cargo. “Por que eles querem que eu renuncie? Porque eu sou uma mulher fraca? Eu não sou”, disse a presidente, segundo o jornal britânico.

A presidente acusou a oposição de não aceitar a derrota apertada nas eleições de 2014 e, desde então, trabalhar pelo “quanto pior melhor” com a sabotagem da agenda legislativa apresentada pelo Executivo, fato que tem “afundado o País”, cita a reportagem. Dilma criticou ainda “métodos fascistas” usados por alguns nomes da oposição.

Planalto já trata ida de Lula para a Casa Civil como tiro no pé

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Antes vista como a salvação da lavoura, a ida de Lula para a Casa Civil já é tratada na cozinha do Palácio do Planalto como o que sempre foi: um tiro no pé.

Um assessor palaciano afirma que, quando o “plano Lula” foi concebido, a ideia era levar para o governo “uma Swat capaz de virar o jogo” e impedir o impeachment de Dilma.

Por esse desenho, voltariam ao governo figuras que foram importantes na era Lula, como Franklin Martins, Nelson Jobim, Antonio Palocci e Henrique Meirelles.

“Mas em pouco tempo começou o drama: o Franklin não suporta ficar na mesma sala que a Dilma. O Nelson Jobim idem. Além disso, ele recebeu como advogado coisa de 2,5 milhões de reais da Odebrecht. O Henrique Meirelles até toparia, mas em outras circunstancias, se não houvesse impeachment”, narra o subordinado de Dilma.

Assim, Lula foi sozinho para o governo, e ainda sob a suspeita de que o fazia para se abrigar das garras de Sergio Moro. “Vieram as gravações e aí é que a vaca foi para o brejo”, encerra o desanimado dilmista.

Com informações de Radar Online

Partidos preparam proposta de referendo para decidir futuro de Dilma e Temer

Dilma e Temer

Parlamentares no Senado e na Câmara dos Deputados querem levar a plenário propostas de referendo para que a população decida sobre o afastamento ou não da presidente Dilma Rousseff e de seu vice, Michel Temer.

O modelo defendido em Brasília é o de referendo revogatório (também conhecido como “recall”), adotado em países como Alemanha, Estados Unidos (em determinados Estados), Suíça e Venezuela.

Diferente do impeachment, que exige a comprovação de crimes políticos, o “recall” prevê que presidentes e parlamentares possam ser afastados em caso de ineficiência ou desaprovação popular, se a maioria da população assim decidir.

Na última sexta-feira, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) apresentou uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição) defendendo a pauta. Segundo o senador, o pedido deve ser protocolado “até quinta-feira”, para em seguida entrar em discussão na Casa.

“A melhor alternativa para esta crise é levar para a soberania popular resolvê-la”, disse Randolfe à BBC Brasil. “O governo padece de uma crise de legitimidade. O impeachment não resolve o problema, porque (Michel) Temer já foi citado algumas vezes na Lava Jato (na delação do senador Delcídio do Amaral).”

Outras duas PECs defendendo o recall, segundo a BBC Brasil apurou, tramitam no Senado. Já na Câmara dos Deputados, a proposta é articulada pelo deputado Chico Alencar (PSOL-RJ).

“Não há legitimidade neste Congresso para a discussão do impeachment”, disse Alencar à reportagem. “Os termos que mais se ouvem aqui na Câmara são impopularidade e inépcia – não crime de responsabilidade, como diz a Constituição. Como o impeachment está sendo usado para disputa política, a ideia de devolver (a decisão) ao povo é boa e democrática.”

Segundo o deputado, o “ideal” é que a mudança na Constituição seja levada a discussão na Câmara antes do parecer da comissão especial que neste momento discute o impeachment da presidente.

Senador Fernando Bezerra afirma que chances do impeachment ser aprovado são reais

Fernando Bezerra

O senador Fernando Bezerra Coelho (PSB) afirmou, em declarações a imprensa, que o impeachment termina sendo uma espada sobre a cabeça do Governo Federal, por isso que defende o sepultamento de vez deste assunto no país. “Você ler os dados que foram divulgados pelo Ipea, Banco Central, pelo boletim Focus do Banco Central, e ver que um dos grandes problemas do Brasil foi a forte redução na taxa de investimento, seja do setor público, seja do setor privado, e o setor privado pisou o pé no freio dos investimentos porque ele não tem previsibilidade, ele não sabe se esse governo vai continuar, ele não sabe se esse governo vai cair, então todo mundo adiou investimento, todo mundo que tava pronto, se programando pra poder fazer uma exposição de sua fábrica, da sua atividade comercial, da sua loja, da sua padaria, do investimento a mais no seu negócio, seja prestador de serviço, seja agroindustrial, seja industrial, todo mundo, de certa forma, pisou no freio e isso terminou dando uma trava na economia brasileira”, avaliou.

O senador afirmou ainda que em 2015 o Brasil teve uma redução de 3.8% do PIB e que para esse ano a projeção já é de uma retração superior a 4%. “Por certo vai ser o maior período de retração econômica de toda a história recente do país, desde o século passado nós nunca tínhamos visto uma situação como essa”, registrou.

Devido a todo isso Fernando Bezerra acredita que a situação da presidente Dilma é mesmo delicada. “Eu acho que do ponto de vista político o ambiente é amplamente desfavorável ao governo, acho que a capacidade do governo de reverter essa situação é muito pequena”, salientou.

Fernando Bezerra também disse que a decisão de colocar o ex-presidente Lula para compor um ministério foi equivocada.”Eu tinha me pronunciado sobre esta questão muito antes mesmo do vazamento das conversas telefônicas entre o ex-presidente Lula com a presidente Dilma, acho que foi um erro porque a chegada do presidente Lula retiraria a idade da Presidenta da República, que já tem pouca autoridade em função da crise que está enfrentando”, avaliou, acrescentando que essa decisão só fez agravar ainda mais a crise.

“Por todas as leituras, por todas as conversas que tenho realizadas no âmbito do Senado Federal e do Congresso Nacional, acho que o impeachment ganha velocidade, a Câmera toma medidas para acelerar a apreciação, acho que claramente que o tempo se coloca contrário, digamos assim as aspirações, as iniciativas do Governo Federal”, ratificou Fernando Bezerra.

Por fim ele reafirmou que o momento é difícil para o Governo Federal e que as chances do impeachment ser aprovado são reais. “Analisando a crise política como ela se apresenta, hoje as chances do impeachment ser aprovado são muito grandes, são muito amplas, a população de fato identifica que esse governo perdeu as condições de encaminhar uma agenda que possa atender as necessidades do povo brasileiro e eu tenho a impressão que se não tivermos nenhum fato novo de grande dimensão nos próximos 30 dias, minha percepção é que o impeachment deve ser votado na Câmara até o final de abril e deve ser apreciado no senado na primeira semana de maio”, disse.

Cronograma da comissão do impeachment será definido hoje

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O presidente da comissão especial do impeachment, deputado federal Rogério Rosso (PSD-DF), e o relator do processo Jovair Arantes (PTB-GO), vão apresentar hoje (21) um plano de trabalho para o colegiado. Rosso passou o final de semana debruçado sobre os documentos relacionados ao pedido de impeachment da presidente da República, Dilma Rousseff , feito pelos juristas Hélio Bicudo e Miguel Reale Jr. e pela advogada Janaína Paschoal. Segundo assessores do parlamentar, no sábado, Rogério Rosso passou o dia reunido com técnicos da Câmara discutindo as regras para a comissão e no domingo ele se dedicou a estudar os documentos, em casa.

Arantes também usou o final de semana para analisar o pedido. O relator informou que não faria qualquer declaração até que a comissão se reúna. O primeiro encontro foi marcado para as 17h de hoje. O colegiado foi instalado na última quinta-feira (17). Dilma já foi notificada sobre o processo e tem o prazo de 10 sessões da Câmara para apresentar sua defesa.

No último dia 18, o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), abriu uma sessão extraordinária dando início à contagem do prazo para a petista. Há mais de seis meses a Câmara não atinge quórum para sessões às sextas-feiras. Há uma estratégia acordada entre partidos de oposição para que os parlamentares se revezem nos próximos dias a fim de garantir quórum em todas as sessões marcadas para os próximos dias.

Esta semana, se o calendário estipulado por Cunha e abraçado pela oposição for cumprido, serão contadas mais três sessões. Como a proposta do grupo é seguir neste ritmo todos os dias úteis, o prazo de Dilma deve expirar por volta do dia 5 de abril. A base aliada tem negado rumores de que o Planalto vai antecipar sua defesa. Com a defesa em mãos, a comissão terá cinco sessões para elaborar um parecer e submeter a voto. Rogério Rosso calcula que a comissão conclua todo o trabalho em 30 dias.

O parecer da comissão será ainda submetido ao plenário da Câmara, onde Dilma terá o prazo de cinco sessões também para apresentar defesa. Caso seja acatado o pedido de impeachment, o processo segue para análise do Senado.

Câmara aprova comissão do impeachment; veja a lista dos integrantes

A Câmara dos Deputados aprovou nesta tarde a comissão especial que analisará o pedido deimpeachment da presidenta Dilma Rousseff. Foram 433 votos favoráveis e um contrário à chapa com os 65 nomes titulares e os respectivos suplentes indicados pelos líderes partidários. O próximo passo, que será dado ainda hoje, é a escolha, por voto, do presidente e do relator da comissão especial.

O voto contrário foi o do deputado José Airton (PT-CE). Havia 435 parlamentares em plenário. O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), não votou.

Vinte e três partidos entregaram a lista dentro do horário estipulado. Apenas o PP perdeu o prazo, mas, por unanimidade, pôde indicar os nomes em plenário. Pelo PP, os parlamentares que vão compor a comissão são Aguinaldo Ribeiro (PB), Jerônimo Goergen (RS), Júlio Lopes (RJ), Paulo Maluf (SP) e Roberto Brito (BA), como titulares.

Veja a lista dos integrantes da comissão:

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Maioria no STF mantém decisão sobre rito do impeachment

IMAGEM STF

A maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu hoje (16) manter decisão da Corte que, em dezembro do ano passado, definiu as regras de tramitação do rito do processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff que tramita na Câmara dos Deputados.

Com a decisão, fica mantida decisão que invalidou a eleição da chapa avulsa, por meio de voto secreto, integrada por deputados de oposição ao governo, para formação da comissão especial da Câmara dos Deputados que conduzirá o processo.

Os ministros Edson Fachin, Teori Zavascki, Rosa Weber, Luiz Fux e Cármen Lúcia acompanharam o relator, Luís Roberto Barroso. Para Barroso, não há obscuridade ou omissão que justifique novo julgamento sobre a decisão que definiu o rito. Dias Toffoli divergiu por entender que a votação para formação da comissão deve ser secreta por tratar-se de eleição

Dilma agiu para tentar evitar a prisão de Lula, diz Polícia Federal

O juiz Sérgio Moro retirou nesta quarta-feira (16) o sigilo de interceptações telefônicas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. As conversas gravadas pela Polícia Federal incluem diálogo desta quarta com a presidente Dilma Rousseff, que o nomeou como ministro chefe da Casa Civil.(Ouça gravação no vídeo acima)

No despacho em que libera as gravações, Moro afirma que, “pelo teor dos diálogos degravados, constata-se que o ex-Presidente já sabia ou pelo menos desconfiava de que estaria sendo interceptado pela Polícia Federal, comprometendo a espontaneidade e a credibilidade de diversos dos diálogos”.

Moro afirma, ainda, que alguns diálogos sugerem que Lula já sabia das buscas feitas pela 24ª fase da Operação Lava Jato no início do mês.

O G1 procurou as assessoria da Presidência e da Casa Civil para questionar sobre as escutas, mas até a última atualização desta reportagem ainda não havia obtido resposta.

Conversa com Dilma
Dilma: Alô
Lula: Alô
Dilma: Lula, deixa eu te falar uma coisa.
Lula: Fala, querida. Ahn
Dilma: Seguinte, eu tô mandando o ‘Bessias’ junto com o papel pra gente ter ele, e só usa em caso de necessidade, que é o termo de posse, tá?!
Lula:  Uhum. Tá bom, tá bom.
Dilma: Só isso, você espera aí que ele tá indo aí.
Lula: Tá bom, eu tô aqui, fico aguardando.
Dilma: Tá?!
Lula: Tá bom.
Dilma: Tchau.
Lula: Tchau, querida.

Lula deve mesmo assumir ministério

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Aliados do ex­-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmaram que sua nomeação deverá ser anunciada após um café com a presidente Dilma Rousseff na manhã desta quarta-­feira (16).

Segundo petistas e integrantes do governo, sua nomeação, se confirmada, poderá ser acompanhada da entrada de um time no governo Dilma. Essa seria uma condição imposta por Lula para aceitar o apelo da presidente.

Entre os nomes que Lula gostaria de levar para o Governo está o de Celso Amorim para Relações Exteriores. Não está descartada a substituição de Aloizio Mercadante, na Educação. Outros nomes, como o de Ciro Gomes, são ventilados por petistas.

Nas conversas, Lula alega que de nada valerá sua chegada ao Governo sem a montagem de uma equipe que sinalize para mudanças, inclusive na política econômica. Uma guinada na condução política do país justificaria sua presença na Esplanada dos Ministérios e afastaria a tese de que só pretenda escapar da prisão, já que ministros têm prerrogativa de foro privilegiado.

Câmara tocará o impeachment de Dilma com celeridade, afirma Cunha

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O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, disse nesta segunda-feira (14) que o impeachment da presidente Dilma Rousseff será tocado com celeridade na Casa a partir de quinta-feira (17), quando já estiverem resolvidas, pelo Supremo Tribunal Federal (STF), as dúvidas em relação ao andamento do processo. Cunha reafirmou que, depois disso, o prazo de 45 dias será bem plausível, “com todos os percalços”, para a conclusão da análise do impeachment na Câmara. Embora tenha considerado que as manifestações de domingo (13) foram um protesto claro contra o governo, ele explicou que o impeachment será acelerado de fato pela definição do Supremo.

Eduardo Cunha informou que, desde a aceitação do pedido de impeachment de Dilma, a Câmara já recebeu mais de dez requerimentos com o mesmo teor. “Nunca na história deste País houve tantos pedidos de impeachment. Isso mostra que alguma coisa não está legal. É uma situação inédita, e por isso o processo tem de ser acelerado para se que se defina mesmo; temos que definir, independentemente da posição de cada um”, ressaltou.

As manifestações de domingo, segundo ele, podem “acelerar o posicionamento de vários”, mas para o processo na Câmara a maior influência será mesmo a definição do STF.

Em Petrolina manifestantes também vão às ruas em protesto contra Dilma

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Os petrolinenses também foram as ruas neste domingo (13), pedir pelo impeachment da presidente Dilma e pelo fim da corrupção no Brasil.

Manifestação Petrolina 03

Mensagens de apoio ao Juiz Sérgio Moro, responsável pelas investigações da operação Lava-Jato da Polícia Federal também reforçaram a manifestação.

Manifestação Petrolina 04

Pessoas de todas as idades se juntaram mostrando que o sentimento do brasileiro é um só, lutar por mais respeito, seriedade e responsabilidade.

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