PF vai investigar caso de órgãos contaminados no Rio de Janeiro

A Polícia Federal vai investigar o caso dos pacientes contaminados por HIV no Rio de Janeiro após receberem órgãos contaminados.

De acordo com o Ministério da Justiça e Segurança Pública, o Ministério da Saúde também instaurou uma auditoria para investigar o sistema de transplantes no estado e verificar possíveis irregularidades na contratação do laboratório responsável pelos exames. A pasta, inclusive, deve rever a portaria que regulamenta o procedimento.

A interdição cautelar do Laboratório da empresa que realizou os transplantes também foi pedido pelo Ministério da Saúde. Seis pacientes do Rio de Janeiro foram contaminados com HIV ao realizar testes com laboratório antes de procedimento.

Em resposta, o Laboratório diz que vai dar suporte aos pacientes infectados com HIV. Empresa foi contratada pelo governo do Rio.

A Tarde

HIV: pesquisadores descobrem nova variante do vírus em circulação em 3 estados do Brasil

A nova cepa combina genes de dois subtipos do HIV, predominantes no Brasil, foi encontrada na Bahia, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.

A descoberta é resultado de uma coleta de 200 amostras de sangue de pacientes com HIV que estão em acompanhamento no ambulatório de infectologia do Hupes-UFBA/Ebserh. Os resultados encontraram a nova variante, que combina genes dos subtipos B e C do HIV, predominantes no país.

“Estudamos as características genéticas do HIV em um grupo de pacientes de nosso ambulatório (Hupes-UFBA/Ebserh) e detectamos um vírus recombinante, mistura de dois vírus diferentes, em um paciente. Este recombinante já havia sido detectado em três outros pacientes em outros estudos e nosso achado demonstra que ele já circula na Bahia”, afirma Carlos Brites, professor da UFBA e coordenador do Laboratório de Infectologia do Hupes-UFBA/Ebserh, que colaborou com o estudo, em comunicado.

Os vírus recombinantes podem ser únicos, quando são encontrados em um único indivíduo que passou por uma reinfecção, ou recombinantes viáveis ou circulantes, quando se tornam versões transmissíveis. É o caso da nova variante descoberta, batizada de CRF146_BC.

A pesquisadora da UFBA, bióloga e co-autora do estudo, Joana Paixão, explica que é possível que o vírus também esteja presente em outras partes do país, mas ainda sem identificação. “Vale ressaltar que nem sempre é possível a identificação de genomas recombinantes, porque eles são vírus que têm partes de um subtipo numa região do genoma e partes de outros subtipo em outra região. Para dizer com certeza se é um recombinante, em geral, é preciso ter a sequência completa do genoma viral. Então, é possível que não só essa, como muitas outras formas recombinantes, estejam circulando nas várias regiões do Brasil”, explica.

Agência O Globo

Vacina contra HIV produz anticorpos para reconhecer e neutralizar o vírus

Uma vacina apontada como meio capaz de combater o HIV, desenvolvida pelo Duke Human Vaccine Institute, nos Estados Unidos, gerou a produção de uma pequena quantidade de anticorpos amplamente neutralizantes — um tipo específico de anticorpo capaz de reconhecer e neutralizar uma ampla gama de variantes de um vírus. O ensaio clínico foi realizado com um pequeno grupo de participantes e os resultados foram publicados na revista Cell.

O estudo mostra que a vacina testada pode gerar anticorpos para combater diversas variantes do vírus e iniciar esse processo em semanas, desencadeando uma resposta imune crucial. A droga mira uma área do envelope externo do HIV-1 chamada região proximal externa da membrana (MPER), que se mantém estável mesmo quando o patógeno sofre mutações. Os anticorpos contra essa área estável podem bloquear a infecção por várias cepas.

“Esse estudo é um avanço significativo, demonstrando a possibilidade de induzir anticorpos através de imunizações que neutralizam as cepas mais difíceis do HIV”, comemorou, em nota, Barton F. Haynes, diretor do Duke Human Vaccine Institute. “Os próximos passos incluem induzir anticorpos mais potentes contra outras partes do HIV para evitar a fuga do vírus. Ainda não chegamos lá, mas o caminho está mais claro.”

Voluntários

Vinte pessoas saudáveis e sem o vírus participaram do ensaio clínico avaliado pelos cientistas. Quinze receberam duas das quatro doses planejadas da vacina experimental e cinco receberam três doses. Após duas imunizações, a vacina teve uma taxa de resposta sérica de 95% e uma taxa de resposta de células T CD4 no sangue de 100% —duas medidas que indicam forte ativação imunitária. A maioria das respostas séricas estava direcionada à parte do vírus alvo da vacina.

Apesar de a resposta à vacina ocorrer com apenas duas doses, o ensaio foi interrompido quando um participante teve uma reação alérgica não fatal. Similar às raras situações vistas em vacinações contra a covid-19. A equipe investigou a causa e acredita que o problema foi provavelmente causado por um aditivo.

“Para obter um anticorpo amplamente neutralizante, vários eventos precisam ocorrer, geralmente ao longo de anos após a infecção”, frisou Wilton Williams, membro do Duke Human Vaccine Institute. “O desafio sempre foi replicar esses eventos em menos tempo com uma vacina. Foi emocionante ver que, com essa vacina, pudemos induzir anticorpos neutralizantes em poucas semanas.”

Grande potencial

Hemerson Luz, infectologista e chefe da Clínica de Infectologia do Hospital Naval Marcílio Dias, no Rio de Janeiro, afirma que o desenvolvimento de uma vacina contra o HIV certamente vai impulsionar o avanço da ciência e da medicina. “Com a capacidade do Brasil em desenvolver e fabricar vacinas com tecnologias nacionais, temos um dos melhores programas de imunização do mundo, com acesso universal da população, isso facilitará a implementação do imunizante em um futuro não muito distante, mas os desafios ainda são enormes”, ressalta Luz.

Segundo o especialista, uma vacina contra o HIV reduz os custos da saúde. “Menos pessoas infectadas significa um menor gasto com tratamentos, muitas vezes caros e de longo prazo resultando assim em um impacto econômico significativo.” Para ele, o imunizante pode ajudar a reduzir o estigma em torno da Aids, doença provocada pelo HIV.

Como características promissoras da droga, os pesquisadores apontam a permanência de células imunológicas cruciais em um estado que lhes permite adquirir mutações, evoluindo junto com o vírus. Os pesquisadores afirmam que ainda há trabalho a ser feito para criar uma resposta mais robusta e atingir mais regiões do envelope do vírus. Uma vacina eficaz contra o HIV provavelmente terá pelo menos três componentes, cada um mirando diferentes áreas do vírus.

Werciley Vieira Júnior, infectologista do Hospital Santa Lúcia, em Brasília, pontua que a primeira função da vacina seria controlar os quadros infecciosos, reduzir complicações e condições mais graves. “O vírus pode atingir qualquer pessoa, está em todos os continentes e causa um grande agravo social, psicológico e orgânico. O grande impacto é sair de uma doença que não tem cura, que é apenas controlável, e conseguir fazer com que ela não evolua.”

“Precisaremos atingir todos os locais vulneráveis do envelope para que o vírus não possa escapar”, afirmou Haynes. “Mas este estudo mostra que anticorpos amplamente neutralizantes podem ser induzidos em humanos por vacinação. Agora que sabemos que a indução é possível, podemos replicar isso com imunógenos que têm como alvo outras áreas vulneráveis do envelope do vírus.”

Luz detalha que as constantes mutações do vírus e os locais do organismo em que eles se escondem do sistema imunológico, conhecidos como santuários, continuam sendo “os principais desafios para o desenvolvimento de uma vacina eficaz contra o HIV.”

Rastreamento 

Uma equipe também do Duke Human Vaccine Institute (DHVI) desenvolveu uma vacina que funciona como um GPS, orientando o sistema imunológico a produzir anticorpos amplamente neutralizantes contra o HIV. Publicado na Cell Host & Microbe, recentemente, o trabalho detalha como fornecer instruções passo a passo para gerar esses anticorpos essenciais. O grupo começou com uma versão inicial de um anticorpo neutralizante, adicionando mutações sequenciais para identificar as que seriam necessárias para neutralizar o HIV. Eles desenvolveram uma vacina que instrui o sistema imunológico a seguir essa rota mutacional. Testada em ratos geneticamente modificados, a abordagem se mostrou eficaz em desencadear a produção desses anticorpos, com potencial para aplicação em outras vacinas. O próximo desafio será testar a estratégia em primatas e humanos.

Rastrear o vírus

Uma equipe também do Duke Human Vaccine Institute (DHVI) desenvolveu uma vacina que funciona como um GPS, orientando o sistema imunológico a produzir anticorpos amplamente neutralizantes contra o HIV. Publicado na Cell Host & Microbe, recentemente, o trabalho detalha como fornecer instruções passo a passo para gerar esses anticorpos essenciais. O grupo começou com uma versão inicial de um anticorpo neutralizante, adicionando mutações sequenciais para identificar as que seriam necessárias para neutralizar o HIV. Eles desenvolveram uma vacina que instrui o sistema imunológico a seguir essa rota mutacional. Testada em ratos geneticamente modificados, a abordagem se mostrou eficaz em desencadear a produção desses anticorpos, com potencial para aplicação em outras vacinas. O próximo desafio será testar a estratégia em primatas e humanos.

Diário de Pernambuco (Com informações do Correio Brasiliense)

Médico usa aplicativos de relacionamento para divulgar método de prevenção contra o HIV em Petrolina

O cuidado e atenção com o público LGBTQIAPN+ em Petrolina teve o seu reconhecimento internacional através das práticas inclusivas de prevenção à saúde desenvolvida pelo Médico de Família e Comunidade, Wandson Padilha, que atual na rede de Atenção Básica municipal. Essas ações são destinadas ao atendimento a homossexuais, pessoas trans e profissionais do sexo. Com o objetivo de assistir um número maior desse público, o médico está utilizando de aplicativos de relacionamentos para disseminar a Profilaxia Pré-Exposição ao HIV (PrEP), método de prevenção a Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST’s).

Sobre o trabalho desenvolvido, Wandson Padilha, descreve a importância do processo de conhecimento, dos tratamentos e o incentivo ao autocuidado. “Uma das primeiras ações é entender que não se deve estigmatizar qualquer pessoa que esteja buscando cuidados de acompanhamento relacionados a questões de sexualidade, não se deve julgar práticas e parcerias sexuais. Nosso papel é de cuidadores e não de juízes, devemos construir em conjunto o processo de conhecimento, para que aprendamos com a pessoa e também com suas dúvidas. Eles também podem aprender, conosco, os processos de cuidado, autocuidado e tratamento, quando necessário. Precisamos entender que há pessoas que, devido à estigmatização e moralismo, não chegam até nós”, explicou.

A busca incessante para levar mais informação para pessoas trans, homossexuais e profissionais do sexo, despertou no médico a visão de chegar mais próximo, e até mesmo nos ambientes onde estão, com isso. Fazer uso de aplicativos de relacionamentos tem sido o espaço para propagar o método e demais formas de prevenção.

“Tenho usado aplicativos de relacionamento para pesquisar e disseminar ativamente estratégias de saúde e divulgar a PrEP e outros mecanismos de prevenção para as Infecções Sexualmente Transmissíveis, que são as IST’s. Criamos um perfil de PrEP e o apresentamos às pessoas, usamos este espaço para troca de informações e conhecimento. Há também populações mais vulneráveis que acabam não acessando muitos serviços de saúde. Eu trabalho em um espaço que cuida especificamente de pessoas trans e travestis que já têm, em todo o seu contexto social, dificuldade em conseguir os serviços de saúde. Fazemos ainda buscas ativas por essas pessoas, com orientação e prestação de cuidados para criar um vínculo. Com base nisso podemos discutir questões relacionadas à sexualidade”, pontuou.

Débora Sousa/Ascom Secretaria de Saúde