Dengue: sorotipo 3 volta a circular no país e preocupa autoridades

O sorotipo 3 da dengue registrou aumento em meio a testes positivos para a doença no Brasil – sobretudo nos estados de São Paulo, de Minas Gerais, do Amapá e do Paraná. A ampliação foi registrada principalmente nas últimas quatro semanas de dezembro. O cenário preocupa autoridades sanitárias brasileiras, já que o vírus não circula de forma predominante no país desde 2008 e, consequentemente, grande parte da população está suscetível.

Dados do Ministério da Saúde mostram que, ao longo de todo o ano de 2024, o sorotipo da dengue que circulou de forma predominante no Brasil foi o 1, identificado em 73,4% das amostras que testaram positivo para a doença. “Estamos vendo uma mudança significativa para o sorotipo 3”, destacou a secretária de Vigilância em Saúde, Ethel Maciel, durante coletiva de imprensa nesta quinta-feira (9).

“Quero chamar a atenção porque o sorotipo 3 não circula no Brasil desde 2008. Temos 17 anos sem esse sorotipo circulando em maior quantidade. Então, temos muitas pessoas suscetíveis, que não entraram em contato com esse sorotipo e podem ter a doença. Essa é uma variável que nós estamos colocando no nosso COE [Centro de Operações de Emergência] para um monitoramento da circulação desses vírus.”

Alta incidência

Uma projeção feita com base nos padrões registrados em 2023 e 2024 no Brasil e apresentada pela pasta revela que a maior parte dos casos de dengue esperados para 2025 devem ser contabilizados nos seguintes estados: São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Tocantins, Mato Grosso do Sul e Paraná. Nessas localidades, é esperada uma incidência acima do que foi registrado ao longo do ano passado.

“O que a gente pode esperar para 2025? A gente continua com o efeito do El Niño e, portanto, com altas temperaturas e com esses extremos de temperatura. Também temos o problema da seca, que faz com que as pessoas armazenem água, muitas vezes, em locais inadequados. E isso também faz com que a proliferação de mosquitos possa acontecer”, explicou a secretária de Vigilância em Saúde.

“O aumento da circulação do sorotipo 3 não entrou nessa modelagem”, disse. “Não sabemos como ele vai se espalhar. Estamos fazendo esse monitoramento”, completou Ethel. Segundo ela, nas últimas quatro semanas de 2024, 84% dos casos de dengue se concentraram nos estados de São Paulo, do Espírito Santo, de Minas Gerais, do Paraná, de Goiás e de Santa Catarina.

Zika

Dados da pasta mostram ainda que, nas últimas quatro semanas de 2024, 82% do total de casos prováveis de Zika identificados no países se concentraram no Espírito Santo, no Tocantins e no Acre.

Chikungunya

Nas últimas quatro semanas de dezembro, 3.563 casos prováveis de Chikungunya foram identificados, sendo 76,3% deles em São Paulo, em Minas Gerais, no Mato Grosso, no Espírito Santo e no Mato Grosso do Sul. “Os estados se repetem, alguns deles, para dengue, Zika e Chikungunya”, destacou a secretária.

Oropouche

“Estamos com uma concentração grande de casos no Espírito Santo, com casos importados no Rio Grande do Norte, em Goiás, no Distrito Federal, Paraná e Rio Grande do Sul, mas 90% dos casos estão concentrados no Espírito Santo, com aumento significativo das notificações. Estamos, neste momento, com uma equipe lá”, concluiu Ethel.

De acordo com a pasta, na primeira semana de 2024, 471 casos de febre do Oropouche foram identificados no país. Já na primeira semana de 2025, 98 casos da doença foram contabilizados no Brasil.

Agência Brasil

Envelhecimento mais rápido da população aumenta preocupação com Previdência, dizem analistas

As novas projeções populacionais divulgadas ontem pelo IBGE com base no Censo 2022 mostram que a população brasileira está envelhecendo mais rapidamente do que se esperava e vai começar a diminuir em 2042, daqui a 18 anos, e chegará a 2070, último ano da projeção, com menos habitantes do que temos hoje: 199,2 milhões, contra os 203 milhões atuais.

A faixa etária de 60 anos para cima será a maior a partir de 2042, chegando a 2070 representando quase 40% da população. Essa nova composição populacional terá implicações econômicas e nas políticas públicas de Previdência Social, saúde e educação, dizem especialistas. Ana Amélia Camarano, economista especializada em demografia, diz que a preocupação maior é como será a autonomia financeira e da vida diária dessa população mais velha.

Uma das medidas a serem adotadas, na opinião da economista, é a requalificação, que pode ajudar a manter essa faixa etária mais tempo no mercado de trabalho: ” Tem que investir na requalificação, principalmente em inclusão digital, retreinar esse pessoal para o mercado de trabalho. Precisa haver uma mudança no contrato social, que é baseado nas transferências geracionais. Os jovens custeiam a Previdência dos mais velhos, e os filhos cuidam dos pais. Esse mecanismo está abalado com uma geração mais nova cada vez menor”.

A manutenção dessas pessoas no mercado pode ajudar a elevar a arrecadação da Previdência, diz ela. O economista Samuel Pessôa, da Fundação Getulio Vargas (FGV), vê necessidade de uma reforma por década para equacionar: “Já gastamos 14% do PIB (Produto Interno Bruto) com a Previdência, não é possível aumentar mais esse gasto”.

Fim do bônus demográfico
Ana Amélia diz que um caminho seria mudar o sistema, como fez o Reino Unido, que estabeleceu um pilar solidário, com uma renda mínima para todos, um pilar contributivo e outro de previdência privada. Christine Graser Pimentel, de 73 anos, mora em Copacabana, na Zona Sul do Rio, e continua no mercado de trabalho. Professora aposentada, há oito anos atua como síndica de seu prédio: “Ainda trabalho bastante. A aposentadoria não é uma opção para mim no momento. Não posso me dar ao luxo de ficar parada. Eu só recebo uma pequena aposentadoria da Alemanha, onde trabalhei por dez anos. Aqui, como autônoma, não pagava a Previdência, então a situação é difícil. Às vezes, as coisas ficam apertadas”.

Além da Previdência, os gastos com saúde vão subir, alerta a médica sanitarista da UFRJ Ligia Bahia. O envelhecimento vem acompanhado de doenças crônico-degenerativas e cânceres, que exigem tratamento e medicamentos caros: “O mundo inteiro já está se preparando para isso, e o Brasil precisa se preparar também”.

Aos 85 anos, Edson Nascimento dos Santos vive em Madureira, Zona Norte do Rio. Aposentado da Comlurb, vive com um salário mínimo, e a renda mal dá para cobrir despesas básicas: “O dinheiro é tão pouco que, mesmo que quisesse, não conseguiria comer algo diferente ou mais gostoso com frequência”diz.

E há menos jovens para financiar essa aposentadoria. A transição demográfica praticamente pôs fim ao bônus demográfico, quando há mais pessoas em idade de trabalhar do que crianças e idosos. Essa faixa em idade ativa vem crescendo menos que a população total desde 2020 e deve começar a diminuir no máximo em 2035, estima o demógrafo José Eustáquio Diniz, professor aposentado da Escola Nacional de Ciências Econômicas (Ence):”O que manteve o crescimento do Brasil nos últimos 40 anos foi o bônus demográfico. A produtividade está estagnada. Com o fim do bônus, precisamos de sistemas educacional e de saúde muito bons e investimento em ciência e tecnologia”.

Agência O Globo

Ceará: barragens particulares de pequeno e médio portes preocupam

Foto: Defesa Civil do Ceará

Casos em que o rompimento de barragens provocam impactos significativos a populações de cidades como as cearenses Piquet Carneiro, em que moradores tiveram que ser evacuados do centro, na semana passada; e Farias Brito, que teve comércios, ruas e escolas alagadas, preocupam as autoridades.

Segundo o capitão Teixeira, da Defesa Civil do Ceará, o que mais exige atenção, atualmente, são as barragens de pequeno e médio portes e que são propriedade particular.

“Como a construção de barragens de pequeno e médio porte é uma prática cultural em nosso estado, há uma preocupação, nesse momento, com esse tipo de empreendimento. Vale salientar que a preocupação é com barragens particulares, que muitas vezes carecem de manutenção”, disse Teixeira à Agência Brasil.

Algumas prefeituras, destacou o capitão, já têm realizado ações para reduzir as probabilidades de haver desastres dessa natureza. “Em relação a Piquet Carneiro, o próprio município já vem trabalhando em algumas barragens”, disse o capitão, acrescentando que, na última segunda-feira (3), quando uma barragem cedeu e forçou a saída de pessoas da região central, uma equipe da Defesa Civil foi até a cidade para avaliar os riscos da estrutura.

Números de trotes chegam a quase 5 mil e preocupa SAMU de Petrolina

A maioria dos trotes são feitos por crianças e adolescentes. (Foto: ASCOM)

Uma “brincadeira” de mau gosto tem preocupado o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) em Petrolina: são os trotes, ou seja, falsas chamadas feitas ao 192,que representam mais da metade das ligações recebidas pelo serviço.

Em média, por mês, o SAMU atende cerca de 3.400 chamadas, e destas, cerca de 2.000 são trotes. Entre junho e julho, período de férias escolares, o número aumentou consideravelmente, e foram contabilizadas cerca de 2.400 chamadas falsas/mês. Isso corresponde a mais de 70% do total de ligações feitas ao SAMU.

De acordo com a Coordenadora do SAMU, Laís Cabral, a maioria dos trotes são feitos por crianças e adolescentes, mas há também uma grande parcela de adultos que ocupam as linhas para dizer palavras de baixo calão às telefonistas, prejudicando o serviço que precisa ser ágil.

“À medida que alguém liga para o SAMU e faz uma brincadeira, solicita uma ambulância e esta é liberada para um trote, impede de auxiliar quem realmente está precisando dos nossos serviços. Então, fazemos um apelo pela conscientização dos cidadãos, dos pais, que orientem seus filhos para que não tenhamos mais esse problema, que é tão prejudicial para a própria população”, diz a coordenadora do SAMU.

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Juazeiro: período chuvoso preocupa SESAU que alerta para possibilidade de reprodução do Aedes Aegypti

Com o período chuvoso, a Secretaria de Saúde de Juazeiro (SESAU) alerta para os cuidados com recipientes em domicílios que possam acumular água e servirem de berço para a proliferação de mosquitos, como o Aedes Aegypti transmissor de doenças como dengue, zika, chikungunya, febre amarela, entre outros. A SESAU acrescenta que os cuidados devem ser diários, uma vez que depositado os ovos do mosquito, os mesmos podem resistir até um ano.

Os moradores devem observar dentro das próprias residências a existência de recipientes com água parada como: vasos de plantas, caixas d’água, piscinas ou qualquer outro meio que possa acumular água, por menor quantidade que seja, principalmente nos períodos de chuva, para assim, evitar a proliferação do mosquito.

Para a Superintendente de Vigilância em Saúde, Tatiane Malta, a conscientização e os cuidados devem ser de todos. “É importante o descarte correto da água, do lixo, além da higienização dos vasilhames de plantas, de alimento dos animais e a limpeza dos quintais são fundamentais, é um cuidado individual/coletivo que reflete no bem estar em toda a cidade”, explicou.

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Com teto de gastos, prefeituras temem corte de serviços

Os prefeitos que assumirão seus mandatos em janeiro de 2017 dificilmente conseguirão ampliar o atendimento em saúde e poderão até ser levados a reduzir a oferta de serviços durante suas gestões se for aprovado o novo teto de gastos do governo federal.

A avaliação foi feita pelo Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde e se baseia numa estimativa sombria de redução dos recursos para saúde durante os 20 anos de validade do teto.

Com a proposta do teto, que foi aprovada em primeiro turno na Câmara e ainda tramita no Congresso, eles estimam que os gastos federais em saúde vão se reduzir dos atuais 1,7% do PIB para 1% ao fim dos próximos 20 anos.

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Gilmar Mendes afirma que violência nas eleições preocupa e requer total atenção das instituições

(Foto: Internet)

Gilmar Mendes disse que o TSE tem feito sua parte, ao dar rápido encaminhamento aos pedidos de reforço de segurança nos estados. (Foto: Internet)

A onda de violência nas eleições deste ano preocupa o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Gilmar Mendes, que falou sobre o assunto durante a sessão plenária desta quinta-feira (29) e também em entrevista. “Estamos em contato estreito com o Ministério da Justiça e também já pedimos que a Polícia Federal atue, tal como prevê a lei, na investigação desses fatos, que claro repercutem e podem afetar o pleito”, afirmou.

Gilmar Mendes disse que o TSE tem feito sua parte, ao dar rápido encaminhamento aos pedidos de reforço de segurança nos estados por meio da requisição de Forças Federais. “Estamos atendendo aos pedidos de Força Federal para que a eleição transcorra num quadro de tranquilidade e paz”, disse o presidente do TSE, referindo-se aos 307 municípios de 12 estados que receberão as tropas até o momento.

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Abalado, Lula diz que ‘nem nos piores momentos’ imaginou a atual situação

LULA

O ex-presidente está preocupado com o discurso que Dilma fará na segunda-feira. (Foto: Internet)

Pouco após ter sido indiciado pela Polícia Federal, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva desembarcou em Brasília nesta sexta-feira para se encontrar com a presidente afastada, Dilma Rousseff. Na volta da visita, já prestes a embarcar de volta a São Paulo, o ex-presidente fez um desabafo a aliados:

“Nem nos piores momentos da minha vida eu imaginei que aconteceria o que está acontecendo hoje”.

Lula debateu com Dilma a presença dela na sessão do julgamento do impeachment no Senado, marcada para a próxima segunda-feira, e fez uma avaliação negativa do que já ocorreu até agora. Segundo relatos, ele não tem expectativa de virada no impeachment e disse que, se algum voto mudar, será uma surpresa.

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Aumento da violência em Ouricuri é abordado na Alepe pelo deputado Odacy Amorim

Para Odacy Amorim, não existe desculpa para qualquer tipo de prática de violência contra a mulher/Foto:ALEPE

“Campanhas educativas para o consumo moderado de bebidas alcoólicas são essenciais”, alegou./Foto:ALEPE

O aumento da insegurança no município de Ouricuri, no Sertão do Araripe, motivou o discurso do deputado Odacy Amorim (PT), na Reunião Plenária desta quarta (29). O parlamentar utilizou o tempo dedicado à Comunicação de Lideranças para pedir ao Governo do Estado ações para frear o aumento da criminalidade no município que, segundo o petista, tem sofrido com o crescimento no número de homicídios.

“Sei que o Estado e as polícias têm trabalhado para combater a insegurança, mas é fundamental buscar melhorar a proteção do povo do Araripe”, afirmou. Segundo o deputado, a violência está relacionada diretamente com o uso de drogas, ilícitas ou não. “Campanhas educativas para o consumo moderado de bebidas alcoólicas são essenciais”, alegou.

O parlamentar também pediu ao Poder Executivo a implantação de um sistema de verificação de óbitos mais eficaz para o município de Petrolina. “Nesta semana, a família de um cidadão, que morreu de causas naturais, teve que esperar, por mais de três horas, a chegada do Instituto de Medicina Legal (IML)”, relatou.

Aumento de crimes praticados com arma branca chama atenção em Pernambuco

arma branca

Das 1.033 pessoas assassinadas em Pernambuco do início deste ano até o dia 29 de março, 153 foram mortas por arma branca. Isso representa cerca de 15% dos Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLIs) registrados pela Secretaria de Defesa Social (SDS) no período. O uso de facas e facões em ações criminosas têm deixado a população assustada e a polícia surpresa. E esse tipo de instrumento não tem sido utilizado apenas para o cometimento de crimes nas ruas.

Um total de 4.198 armas brancas foram apreendidas durante o ano de 2015 nas unidades prisionais do estado. O arsenal foi destruído em janeiro passado, no Quartel da Polícia Militar, no Derby. Especialistas acreditam que a fiscalização e as apreensões de armas de fogo podem estar impulsionando o uso das armas brancas.

Em petrolina o de maior repercussão foi a da garota Beatriz Angélica ocorrido nas dependências do colégio Maria Auxiliadora em dezembro de 2015, até o momento ninguém foi preso por esse homicídio.