Ciranda e maracatus se tornam patrimônios culturais imateriais

A cidade do Recife ganhou, na quinta-feira (21), mais três manifestações culturais reconhecidas como patrimônios artísticos e culturais imateriais municipais: a ciranda, o maracatu de baque solto e o maracatu de baque virado.

Além disso, 12 de novembro foi declarado como o Dia Municipal do Maracatu de Baque Solto. Esse reconhecimento reforça a importância cultural e religiosa das manifestações. Mestre Manoelzinho Salustiano, que é doutor honoris causa e notório saber em cultura popular pela Universidade de Pernambuco, reforça a importância do título e de uma data para celebração do segmento do maracatu do baque solto, ligado ao trabalho do seu pai.

“A gente ganhar um dia, e num dia importante, 12 de novembro, dia do nascimento de Mestre Salustiano, um homem que lutou pela cultura do baque solto, criou o maracatu piaba de ouro, criou a Associação dos Maracatus de Baque Solto, em 1989, só existiam nove maracatus em atividade, e Mestre  Salustiano vê que está acabando o maracatu e cria a Associação dos Maracatus de Baque Solto, na qual hoje existem 120 CNPJs em atividade, 100 maracatus no estado de Pernambuco.”

Com muitos grupos nascidos na região da Mata Norte de Pernambuco, o maracatu de baque solto, também chamado maracatu rural, tem sua origem ainda ligada às senzalas dos engenhos de cana-de-açúcar e aos terreiros religiosos. O personagem mais imponente é o caboclo de lança.

No caso do maracatu de baque virado, também conhecido como maracatu nação, ele tem entre suas características a união de música, ancestralidade e religiosidade, típicas de muitas manifestações culturais brasileiras.

Já a ciranda, que também é Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil, reconhecido pelo Instituto do Património Histórico e Artístico Nacional (Iphan) desde agosto de 2021, está presente em vários municípios pernambucanos e ganhou grande expressão em todo o estado a partir dos anos 1960.  A manifestação envolve dança, música e canto e tem entre suas características a participação dos cirandeiros reunidos em uma roda com dança marcada por instrumentos de percussão, entre eles o ganzá, o bombo e a caixa.

Agência Brasil

Noite dos Tambores Silenciosos é apoteose dos maracatus nesta segunda (12)

Este ano, o encontro Noite dos Tambores Silenciosos, que tradicionalmente acontece no Pátio do Terço, no bairro de São José, no Centro do Recife, completa 60 anos sendo símbolo da luta e da resistência do povo negro. Será nesta segunda-feira (12), a partir das 18h.

A Noite dos Tambores Silenciosos 2024 terá a presença de mais de 20 nações de maracatu de diversas regiões do Recife, que vão desfilar cores, brilhos e muita religiosidade. Neste ano, a celebração se iniciará no fim da tarde com o grupo infantil, a partir das 18h, com a presença da orixá Mãe Fátima de Oxum, que vai realizar a cerimônia dos Tambores Mirins. Após o encerramento das apresentações infantis, a cerimônia dará sequência com os Eguns. À 0h de segunda para terça de Carnaval ocorrerá o ponto alto da celebração, quando se apagarão as luzes do Pátio do Terço e pode-se ouvir cantos para o Orixá.

A Noite dos Tambores Silenciosos é uma tradição que começou com a devoção a Nossa Senhora do Rosário, santa católica branca que é padroeira da população negra, e derivou das irmandades religiosas criadas pelos negros no período colonial. No Recife, a Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos fica no Pátio do Terço, local onde havia intenso comércio de escravos.

Confira a programação da Noite dos Tambores Silenciosos:

Tambores mirim:
Maracatu cambinda africano
Maracatu mirim cambinda estrela do amanhã
Maracatu nação erê
Maracatu nação porto rico
Maracatu encanto do pina
Maracatu nação baque forte
Maracatu nação estrela dalva
Maracatu nação estrelar
Maracatu nação sol brilhante
Maracatu nação de oxalá
Maracatu de baque virado encanto da alegria
Nção do maracatu leão da campina

Nações adultas:
Nação do maracatu leão da campina
Maracatu baque virado gato preto
Maracatu baque virado nação tupinambá
Maracatu cambinda africano
Maracatu de baque virado oxum mirim
Maracatu nação estrela de olinda
Maracatu nação raízes de pai adão
Maracatu nação sol brilhante
Maracatu carnavalesco linda flor
Maracatu nação raízes de áfrica
Nação do maracatu porto rico
Nação do maracatu aurora africana
Nação do maracatu elefante
Maracatu nação baque forte
Maracatu nação cambinda estrela
Maracatu nação encanto do dendê
Maracatu xangô alafim
Maracatu de baque virado estrela dalva
Maracatu carnavalesco almirante do forte
Maracatu de baque virado nação encanto da alegria
Maracatu nação estrela brilhante do recife
Maracatu estrela brilhante de igarassu
Maracatu nação sol nascente
Maracatu nação tigre
Maracatu nação de oxalá
Nação do maracatu encanto do pina
Maracatu de baque virado nação de luanda
Afoxé omo obá dê
Afoxé ara

Folha PE