Kamala Harris é oficializada como candidata pelo partido Democratas


A vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, foi oficializada nesta terça-feira, 20, como a candidata democrata à Casa Branca pelos delegados do partido. A votação foi vencida por unanimidade, durante o segundo dia da Convenção Nacional Democrata, que ocorre em Chicago.

Harris, de 59 anos, expressou estar “eternamente agradecida” a Biden, a quem chamou de um “presidente incrível”. Ela agradeceu pela liderança histórica e seu serviço à nação, enquanto era aclamada pelos milhares de delegados.

Em breve, Biden se dirigirá ao público em uma primeira noite agridoce da festa democrata, na qual Harris será oficializada como candidata para disputar a Casa Branca contra o republicano Donald Trump. Aos 81 anos, ele fará um discurso com tom de despedida após meio século na cena política, o qual revisitará sua gestão e simbolizará a transição geracional do Partido Democrata.

A nomeação é um marco em sua carreira e encerra um dos meses mais turbulentos da política americana, no qual Kamala sucedeu a Biden, que, pressionado pelas dúvidas sobre sua idade avançada, desistiu de disputar um segundo mandato. Kamala trouxe um novo ânimo ao Partido Democrata quando muitos começavam a se resignar com um cenário de derrota.

A mais recente pesquisa do The Washington Post/ABC/Ipsos divulgada no domingo mostra Kamala com uma vantagem estreita sobre Trump, uma recuperação significativa considerando que, há um mês, Biden estava empatado com o magnata republicano e perdendo terreno em estados cruciais como Arizona e Nevada.

A Tarde

Harris faz campanha às vésperas de uma convenção que terá forte segurança

A vice-presidente dos EUA, Kamala Harris, chegou neste domingo (17) à Pensilvânia (leste), um estado crucial para as eleições presidenciais de novembro, antes de se dirigir a Chicago para uma convenção partidária que contará com medidas de segurança rigorosas.

A democrata de 59 anos, que reacendeu as esperanças de vitória contra Donald Trump após a desistência de Joe Biden, percorre o “swing state” (estado-pêndulo, que pode votar democrata ou republicano) de ônibus.A candidata e seu companheiro de chapa, o governador de Minnesota Tim Walz, querem mostrar seu apoio à classe trabalhadora, em um estado no qual o atual presidente venceu apenas por uma pequena margem sobre Trump em 2020.

Na sexta-feira, Harris apresentou um programa econômico focado em apoiar a classe média, como créditos fiscais para famílias com recém-nascidos ou ajuda para comprar uma casa. O candidato republicano, ciente do que está em jogo, retornou no sábado à Pensilvânia, estado onde sofreu uma tentativa de assassinato em julho. “Ela está louca”, disse o bilionário de 78 anos sobre sua adversária nas eleições.

A equipe do republicano anunciou neste domingo uma contraofensiva, com eventos de campanha planejados em estados-chave durante cada dia da convenção democrata. Trump falará sobre economia na segunda-feira na Pensilvânia, e depois sobre criminalidade e segurança nacional nos dois dias seguintes, em Michigan e na Carolina do Norte. Em segunda, viajará ao Arizona, na fronteira com o México, para falar sobre imigração.

Segundo o Partido Democrata, espera-se que pelo menos 50 mil pessoas (delegados, voluntários, simpatizantes, etc.) compareçam à terceira maior cidade dos EUA para apoiar a candidata até a noite de quinta-feira. Tudo isso com um forte esquema de segurança que mobilizará 2.500 policiais locais. Grupos pró-palestinos planejaram manifestações, enquanto a tentativa de assassinato de Trump em 13 de julho ainda está na mente de todos.

“A grande maioria dos manifestantes é pacífica” e “quer que as sua voz seja ouvida, e vamos proteger isso”, disse neste domingo à CNN o governador de Illinois, J.B. Pritzker. Mas “se houver desordeiros, serão presos e condenados”. Uma nova pesquisa de opinião do Washington Post/ABC News/Ipsos divulgada neste domingo mostrou que a vice-presidente está ligeiramente à frente nas intenções de voto a nível nacional.

Às margens do lago Michigan, os pesos pesados do partido irão apoiar Harris, começando pelo ex-presidente Barack Obama e sua esposa Michelle. Em seu reduto de Chicago, o carismático orador mobilizará ainda mais os democratas, muitos dos quais dizem encontrar, neste início de campanha da vice-presidente, uma euforia que lembra a marcha rumo à Casa Branca do primeiro presidente negro dos EUA, em 2008.

Mas caberá a Biden, na noite de segunda-feira, fazer o que será tanto o primeiro discurso importante da convenção quanto uma espécie de mensagem de despedida. A equipe de campanha promete que este último ato, que marca o final de meio século do presidente americano na política, não será de forma alguma melancólico. O presidente, segundo um comunicado de imprensa, destacará os resultados de seu mandato, que termina com “a economia mais forte do mundo”.

Acima de tudo, pedirá apoio para a vice-presidente, “ressaltando” a importância da eleição frente a um presidente que foi condenado criminalmente e que não se comprometeu a admitir uma possível derrota. Segundo a CNN, Biden pode até ser acompanhado no palco por Harris, em uma apresentação emotiva. O ato em Chicago pretende ser uma demonstração de unidade e entusiasmo frente a Trump, líder absoluto do Partido Republicano.

Enquanto os democratas se reúnem em Chicago, o magnata republicano cruzará o país, com comícios programados na Pensilvânia, Michigan, Carolina do Norte e Arizona durante a semana. Todas as pesquisas, embora concedam uma leve vantagem para a democrata, preveem uma votação muito apertada. A presença na convenção de Hillary Clinton, que foi derrotada pelo republicano para surpresa geral em 2016, talvez lembre aos eufóricos democratas que devem ser cautelosos.

AFP

Biden supera Trump e se torna 46º presidente do EUA

CNN é uma das emissoras a projetar vitória de Biden (Foto: Reprodução)

Depois de quatro longos dias de apuração e ansiedade, os Estados Unidos da América elegeram Joe Biden para a presidência do país. O democrata alcançou os 270 delegados – 273 até o momento, conforme projeção da CNN – e retornará à Casa Branca, dessa vez como presidente. O 46º na história do país.

A vitória de Biden confirma a virada Democrata em estados chave, como Pensilvânia, que historicamente apoiava os Republicanos, partido de Donald Trump, atual presidente dos EUA. Os votos pelos correios impulsionaram o adversário de Trump, que desde a sexta-feira (6) desesperadamente cobrava o fim da contagem. Lá, o voto é impresso, por isso a longa demora no anúncio.

Retorno agora como presidente

Ex-vice de Barack Obama, Biden terá ao seu lado Kamala Harris. Ela faz história por ser a primeira mulher imigrante e negra a assumir tal posto. Após o anúncio das principais emissoras do país – os EUA não têm um instituto para acompanhar a apuração em tempo real como no Brasil – Biden escreveu à nação.

“América, estou honrado por vocês terem me escolhido para liderar essa grande nação. O trabalho pela frente será duro, mas prometo a vocês que: eu serei o presidente para todos os americanos, tendo você votado em mim ou não“, disse em seu Twitter. O discurso de Biden à nação está previsto para 20h, horário local.

Vale destacar que Trump ainda não reconheceu a derrota. Pelo contrário. Nas redes sociais, o atual presidente mais uma vez afirmou ter vencido o pleito. Não há qualquer expectativa de que ele vá a público saudar o sucessor.