ECA completa 34 anos de luta e proteção dos direitos das criança e adolescentes neste sábado (13)

O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) completa 34 anos de história e luta pela proteção dos direitos neste sábado (13). Por mais que seja um marco fundamental para a população brasileira, o ECA ainda enfrenta muitos desafios para ter plena implementação no território nacional. O momento, por mais que seja de celebração do aniversário, também pede muita reflexão para que essa realidade seja combatida.

“O que a gente tem que fortalecer são as políticas que antecipam a entrada do adolescente no ato infracional. As políticas precisam se voltar para a integração desses adolescentes antes que eles entrem na privação da liberdade. Fortalecer as políticas direcionadas para eles dentro das unidades socioeducativas”, refletiu a Secretária Executiva da Coalizão pela Socioeducação, advogada e especialista em Ciências Penais, Thaisi Bauer.

Casos estarrecedores que motivaram as mudanças
O ECA surgiu, principalmente, para enfrentar práticas de abuso contra crianças e adolescentes que eram ainda mais comuns em um passado não tão distante para a sociedade brasileira.

Um exemplo disso é quando menores eram frequentemente recolhidos involuntariamente em instituições com condições precárias e desumanas, mesmo sem qualquer acusação formal. Essa prática resultava, como esperado, na criminalização da pobreza sob o pretexto de uma falsa ideia de proteção social.

Para chegar a essas mudanças, no entanto, histórias estarrecedoras precisaram acontecer. Uma delas veio em 1926, quando o menino Bernardino, de apenas 12 anos, trabalhava como engraxate e foi preso após jogar tinta na roupa de um cliente que se recusou a pagá-lo. Como resultado, ficou quatro semanas preso em uma cela com 20 adultos, e, lá, sofreu todos os tipos de violência, inclusive sexual.

Foram histórias como essa que resultaram no estabelecimento da maioridade penal para 18 anos, no Código de Menores de 1927, que ainda é respaldado pela Constituição Federal de 1988.

Já faz alguns anos, inclusive, que a pauta para diminuição da maioridade penal vai e volta ao contexto nacional. Para a especialista, no entanto, isso apenas contribuiria para o agravamento dos casos de violência e atrapalharia o desenvolvimento dessa parcela da população.

“Se reduzirmos a maioridade penal, a gente começa a colocar os adolescentes cada vez mais cedo nos presídios. Sabemos que o Brasil é o terceiro país que mais prende pessoas no mundo, e isso não faz com que tenhamos menos crimes praticados. Não diminuímos a violência privando a liberdade dos adolescentes, e sim investindo em políticas públicas, como educação, saúde e acesso ao lazer”, pontuou a secretária.

Dados preocupam
Apesar da atuação do estatuto, os dados de violência e abuso no Brasil ainda preocupam. Atualmente, 11.556  jovens estão em privação de liberdade no Brasil, em maioria adolescentes negros.

Vale ressaltar, ainda, que até maio deste ano foram registradas 11.692 denúncias de violência sexual contra crianças e adolescentes. Os dados são da Organização Mundial da Saúde (OMS), que mostram, também, que 320 pessoas desse público foram exploradas sexualmente a cada 24 horas.

Esses números podem ser ainda maiores, já que muitos casos não são denunciados, o que aumenta ainda mais o sinal de alerta.

“O Brasil tem um processo de escravização arraigado na política. Hoje temos 70% dos adolescentes privados da liberdade que são pretos e pardos. Isso, no entanto, não quer dizer que eles praticam mais crimes. Quer dizer que as políticas de segurança pública e de encarceramento estão voltadas para eles. Então temos vários estudos que olham para isso que é o extermínio da população negra, de forma simbólica e real”, afirmou Thaisi Bauer.


Desafios e lutas diárias
Ainda de acordo com a secretária, um dos principais desafios para a plena atuação do ECA é a disseminação de notícias e dados falsos. Uma delas é a noção de que, por conta do Estatuto, crianças e adolescentes não são responsabilizados por ações que vão ao desencontro da lei. A realidade, no entanto, não é essa.“São dados falsos trazidos pela mídia hegemônica, sem base científica alguma. No ECA, temos o artigo 112, no qual os adolescentes são responsabilizados pelos atos que praticam, inclusive com a privação de liberdade. Nela, eles podem passar da medida de internação até três anos ou até completarem 21 anos. Então eles já são responsabilizados e passam pelo sistema de Justiça”, explicou  Thaisi Bauer.

A luta do ECA ao longo desses 34 anos também trouxe frutos para as crianças e adolescentes do Brasil. Combate esse que, apesar de todos os problemas, continuará para garantir uma vida digna e de qualidade para os mais jovens.

“Por mais que a política esteja ruim, conseguimos reivindicar, através do estatuto, o que é certo. A luta foi árdua e o estatuto foi uma conquista dos movimentos sociais, e é isso que a gente continua fazendo. Lutando para garantir os direitos fundamentais para essas crianças e adolescentes em vulnerabilidade. Vamos para a luta, reivindicar e acompanhar as pautas no Congresso Nacional!”, finalizou a secretária.

Folha PE

Casa de jogatina ilegal é interditada em Petrolina

Sem autorização para funcionar dentro dos requisitos exigidos por Lei, uma casa de jogatina ilegal, estabelecida no bairro Areia Branca em Petrolina, foi interditada na noite desta terça-feira (15).

Além da ausência da documentação, o local, segundo informações de populares, era frequentado por menores de idade, infringindo o Art. 80 do Estatuto da Criança e do Adolescente, que diz: “Os responsáveis por estabelecimentos que explorem comercialmente bilhar, sinuca ou congênere ou por casas de jogos, assim entendidas as que realizem apostas, ainda que eventualmente, cuidarão para que não seja permitida a entrada e a permanência de crianças e adolescentes no local, afixando aviso para orientação do público.”

Outro problema relatado, diz respeito a ausência de garantia no cumprimento do pagamento das apostas realizadas por não está devidamente regulamentada, não atender a legislação vigente e não ter autorização para o funcionamento de acordo com a Lei Municipal nº 10/83 de 16 de maio de 1983.

Projeto criminaliza exibição de órgão genital para fins artísticos

(Foto: Internet)

Proposta em tramitação na Câmara altera o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA – Lei 8.069/90) para considerar “cena de sexo explícito ou pornográfica”, para fins dos crimes previstos no ECA, a exibição de órgãos genitais de adulto, criança ou adolescente para fins artísticos.

Hoje o estatuto considera “cena de sexo explícito ou pornográfica” a exibição dos órgãos genitais de uma criança ou adolescente para fins primordialmente sexuais, além de qualquer situação que envolva criança ou adolescente em atividades sexuais explícitas, reais ou simuladas.

A medida está prevista no Projeto de Lei 8740/17, do deputado Delegado Francischini (SD-PR). O objetivo do texto, segundo o deputado, é “combater a erotização disfarçada na forma de arte”.

O deputado justifica a apresentação da proposta por dois fatos ocorridos no ano passado: a exposição “Queermuseu – Cartografias da Diferença na Arte Brasileira,”, realizada no Centro Cultural Santander, em Porto Alegre (RS); e a performance do coreógrafo Wagner Schwartz no Museu de Arte Moderna (MAM), de São Paulo (SP).

Polêmica
A primeira exposição, encerrada antes do prazo previsto pelo Santander devido à polêmica que provocou nas redes sociais, abordava a temática LGBT, questões de gênero e de diversidade sexual.

Para o Delegado Francischini, a exposição “fez parte da programação escolar de estudantes da capital gaúcha mesmo trazendo imagens que fazem referência à pornografia, zoofilia e ao desrespeito de símbolos do catolicismo”. O parlamentar destaca que a exibição teve apoio da Lei Rouanet, no valor de R$ 800 mil.

O Santander foi acusado de censura nas redes sociais pelo fechamento precoce da exposição, e artistas envolvidos argumentaram que retrataram práticas sexuais existentes.

Já no segundo caso, o MAM foi palco de atuação performática do coreógrafo Wagner Schwartz, chamada “La Bête”, que em francês significa bicho ou inseto. Na performance, inspirada na série de esculturas Bichos, da artista Lygia Clark, o artista carioca se apresentou nu junto de uma réplica plástica de uma destas esculturas e “permitiu a articulação das diferentes partes do seu corpo através de suas dobradiças”.

Na ocasião, o museu foi acusado de pedofilia após a divulgação de vídeos que apresentavam a interação de uma criança com o artista nu. Para Francischini, essa forma de arte “estimula a erotização precocemente nas crianças” e vai na contramão de campanha promovida pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) contra a erotização infantil.

Em nota, na ocasião, o MAM rebateu as críticas afirmando que a obra não possui conteúdo erótico e que a sala de realização estava sinalizada sobre o teor da apresentação, incluindo a nudez artística. O museu disse ainda que a criança do vídeo estava acompanhada pela mãe.

A proposta será analisada pelas comissões de Cultura; de Seguridade Social e Família; e de Constituição e Justiça e de Cidadania, e pelo Plenário.

Petrolina conta com Sistema de Avaliação de Aprendizagem

(Foto: Divulgação)

Para atender a nova política pedagógica, que visa, a alfabetização plena dos estudantes no segundo ano, a Secretaria de Educação instituiu o Sistema Avaliação de Petrolina (SIAP). O programa foi lançado na tarde desta quinta-feira (8), no auditório do Sest/Senat para uma plateia de professores, coordenadores e gestores.

Entre os dias 19 e 28 deste mês, 70 avaliadores vão percorrer 78 unidades escolares nas turmas de 1º e 2º ano, 463 ao total, aplicando um instrumento de avaliação oral. “É uma avaliação inédita. Um instrumento nunca utilizado em Petrolina e pouco usado no Brasil. Através de instrumentos pedagógicos vamos avaliar os níveis de leitura de palavras, frases e textos dos mais dos 10.391 alunos dessa faixa”, explica Cristiano Borges.

Segundo a secretária de Educação, Maéve Melo, as avaliações que serão feitas pelo SIAP com os estudantes têm como finalidade fornecer informações consistentes, periódicas e comparáveis sobre a situação da Educação no município. “Esse monitoramento será capaz de orientar os agentes nela envolvidos quanto ao monitoramento das políticas voltadas para a melhoria da qualidade do ensino”, comenta.

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Prefeito Julio Lossio empossa novos Conselheiros Tutelares

Novos Conselheiros Petrolina 1

Na manhã deste domingo (10) tomaram posse na Prefeitura de Petrolina (PE), os novos Conselheiros Tutelares   eleitos no dia 4 de outubro do ano passado. Os dez Conselheiros foram empossados no cargo pelo prefeito Julio Lossio (PMDB) e secretários municipais.

De acordo com o executivo petrolinense, os novos conselheiros serão divididos em duas regiões: O Conselho Tutelar 1 atenderá na Rua das Laranjeiras, 67 Centro. Os Conselheiros que atenderão nessa região são: Niltiany Freire, Hiago Cavalcanti, Gileade Azevedo, Francisco Gilvan e Regislane Pereira.

Já o Conselho Tutelar 2 atenderá no endereço na Rua Carretão, 76 – Gercino Coelho e os Conselheiros que atenderão nessa região são: Evaldo Francisco, Silvana Barbosa, Regicleide Bomfim, Yasmim Araújo e Maria de Lourdes Cordeiro. Os novos Conselheiros terão mandatos de 4 anos.

Para o prefeito Julio Lossio, Petrolina faz história e garante mais proteção para crianças e adolescentes no município, com a criação de mais um Conselho Tutelar. “O Conselho Tutelar de Petrolina tem uma respeitabilidade invejável que garante sua ação e trabalho, por isso estou feliz de empossar os novos conselheiros e que eles possam realizar esse trabalho que é bonito, mas precisa de todo apoio da sociedade”, concluiu.

O Conselho Tutelar é um órgão público, permanente e autônomo, não jurisdicional, eleito pela comunidade local para zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do adolescente.  Suas atribuições estão previstas no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).