Editorial – A nova alta da Selic e o peso sobre os brasileiros

Mais uma vez, o Banco Central decidiu aumentar os juros no Brasil. A taxa Selic, que serve como referência para todas as demais taxas de crédito no país, subiu de 14,25% para 14,75% ao ano, atingindo o maior patamar desde julho de 2006, ainda no primeiro governo do presidente Lula. A decisão unânime do Comitê de Política Monetária (Copom) joga mais luz sobre uma realidade dura e recorrente: o custo de vida para os brasileiros continua a subir, enquanto o acesso ao crédito e ao consumo se estreita.

O argumento técnico do Copom é que a inflação segue pressionada por fatores externos, como a instabilidade econômica dos Estados Unidos e os desdobramentos da guerra comercial, além de um cenário fiscal interno ainda desajustado. Tudo isso é verdade. Mas a decisão, embora justificada do ponto de vista técnico, tem implicações diretas e profundas na vida real de quem trabalha, empreende e tenta manter as contas em dia.

Quando a taxa Selic sobe, o crédito encarece imediatamente. Juros de cartão de crédito, cheque especial, empréstimos pessoais e financiamentos de empresas ficam ainda mais altos. Isso freia o consumo, trava investimentos e afeta duramente o pequeno empreendedor, que depende de capital de giro para manter seu negócio funcionando. Para quem sonha com a casa própria ou precisa renegociar dívidas, o cenário é ainda mais desanimador.

Além disso, essa política de juros altos como forma de combater a inflação é, em muitos aspectos, uma solução preguiçosa, que penaliza a base da pirâmide social. Pouco se discute o impacto real das despesas públicas mal administradas, da corrupção que drena bilhões da educação, saúde e infraestrutura, ou da necessidade urgente de reformas estruturantes que tragam previsibilidade e eficiência à economia brasileira.

Enquanto isso, milhões de brasileiros seguem lutando para pagar contas básicas, comprar comida e garantir dignidade com salários que não acompanham a inflação real dos supermercados. A elevação da Selic, se por um lado ajuda a conter o avanço dos preços, por outro representa um freio no crescimento e no bem-estar da população mais pobre.

É preciso coragem política e visão de longo prazo para sair desse ciclo. O Brasil não pode continuar prisioneiro da lógica dos juros altos como única resposta à inflação. É hora de buscar soluções integradas, que envolvam responsabilidade fiscal, investimento em produtividade, fortalecimento da indústria nacional e educação financeira para a população.

Enquanto isso não acontece, quem paga a conta — como sempre — é o povo.

Waldiney Passos

Copom eleva taxa de juros para 14,75% ao ano, maior patamar em quase 20 anos

Comitê de Política Monetária do Banco Central aumentou a taxa Selic em 0,5 ponto percentual. É a maior taxa desde julho de 2006, quando os juros estavam 15,25% ao ano.

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu nesta quarta-feira (7) subir a taxa básica de juros de 14,25% para 14,75% ao ano — um aumento de 0,5 ponto percentual.

Com o novo aumento, a taxa Selic atingiu o maior patamar desde julho de 2006, ainda no primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Naquele momento, os juros estavam em 15,25% ao ano.

A decisão de aumentar a Selic nesta quarta foi unânime. Ou seja, todos os diretores, inclusive o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, votaram a favor de subir a taxa até 14,75%.

O Copom justificou que a incerteza na economia dos Estados Unidos, principalmente por causa da guerra comercial iniciada pelo presidente Donald Trump, é um dos principais fatores que pressionam a inflação no Brasil e levam à alta dos juros. Outro fator é a política fiscal no Brasil, ainda com despesas elevadas.

“O ambiente externo mostra-se adverso e particularmente incerto em função da conjuntura e da política econômica nos Estados Unidos, principalmente acerca de sua política comercial e de seus efeitos. A política comercial alimenta incertezas sobre a economia global, notadamente acerca da m​agnitude da desaceleração econômica e sobre o efeito heterogêneo no cenário inflacionário entre os países, com repercussões relevantes sobre a condução da política monetária”, escreveu o Copom.

O comitê também deu sinais sobre a próxima reunião e disse que a análise sobre o cenário da inflação ainda vai precisar de “cautela”.

“Para a próxima reunião, o cenário de elevada incerteza, aliado ao estágio avançado do ciclo de ajuste e seus impactos acumulados ainda por serem observados, demanda cautela adicional na atuação da política monetária e flexibilidade para incorporar os dados que impactem a dinâmica de inflação.”

Banco Central divulga novidades no Pix. Confira quais

Medida permitirá que o pagador parcele um pagamento via Pix, outra novidade anunciada pelo Banco Central foi o Pix em Garantia

O Banco Central (BC) divulgou, nesta quinta-feira (3/4), mais detalhes sobre as novas funcionalidades do Pix, sistema de pagamentos contínuo e em tempo real, em vigor desde 2020.

As novidades foram adiantadas pelo presidente BC, Gabriel Galípolo, durante evento em comemoração aos 60 anos do Banco Central, que contou com a participação de ex-presidentes, integrantes da diretoria, autoridades, servidores e convidados.

Confira as novidades no Pix

Pix Parcelado

De acordo com o BC, essa nova funcionalidade do Pix deverá estar disponível a partir de setembro. Por meio do Pix Parcelado, será possível que o usuário pagador parcele uma transação via Pix, enquanto o recebedor terá acesso a todo o valor instantaneamente.

Em nota, a autoridade monetária explicou que a funcionalidade “tem potencial para estimular o uso do Pix no varejo para a compra de bens e serviços de valor mais elevado, ao favorecer quem não tem acesso a esse tipo de operação”.

O Pix Parcelado poderá ser usado para qualquer tipo de transação Pix, inclusive para transferências.

Pix em Garantia

O Pix em Garantia permitirá que o dinheiro a receber seja usado para garantir operações de crédito. Segundo o BC, o objetivo é baratear o crédito ofertado para as empresas, principalmente para aquelas cujo uso do Pix é mais relevante.

A nova funcionalidade é destinada para estabelecimentos comerciais e empresas. Essa modalidade ainda está em desenvolvimento e o BC espera que o Pix em Garantia esteja disponível apenas em 2026, “por ser uma infraestrutura mais complexa”.

Vale destacar que não haverá mudanças na forma como as pessoas físicas utilizam o Pix.

Autoatendimento do MED

O Banco Central também pretende criar um canal para rastrear recursos desviados indevidamente. O Mecanismo Especial de Devolução (MED) será aplicável apenas em caso de fraudes, golpes e crimes.

Essa funcionalidade promete que o usuário poderá contestar transações Pix de forma simples e intuitiva por meio do aplicativo dos bancos, de forma 100% digital, sem a necessidade de interação com o atendimento da instituição financeira.

O MED pode ser usado para desacordos comerciais, casos envolvendo terceiros de boa-fé e envio de Pix para a pessoa errada por erro do próprio usuário pagador (como erro de digitação de uma chave).

Com essa funcionalidade, o usuário é capaz de consultar o status e o andamento dos pedidos de devolução efetuados.

“A medida foi feita para acelerar o processo de solicitação de devolução, aumentando a chance de os recursos transferidos por fraude serem bloqueados na conta do fraudador e devolvidos para a vítima”, destacou o BC.

Comprovantes

Desde terça-feira (1º/4), o comprovante de agendamento de um Pix deve conter o termo “Agendamento Pix” e um ícone do tipo calendar clock. Os comprovantes de pagamentos concluídos terão o ícone do tipo check. Essa é uma obrigação para todos os bancos.

“Essa possibilidade foi implementada para combater o golpe do falso comprovante e facilitar para o recebedor a identificação de que uma transação foi, de fato, concluída”, afirmou o banco.

Copom engata mais uma alta dos juros e eleva Selic para 14,25% ao ano

O Copom decidiu, nesta quarta (19/3), aumentar em 1 ponto percentual a taxa Selic, que ficará vigente pelos próximos 45 dias

O Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu, nesta quarta-feira (19/3), aumentar a taxa básica de juros do país (Selic) de 13,25% ao ano para 14,25% ao ano. Este é o maior valor da taxa em quase 10 anos.

A votação foi unânime, tendo votado pela elevação todos os nove membros do comitê: Gabriel Muricca Galípolo (presidente), Ailton de Aquino Santos, Diogo Abry Guillen, Gilneu Francisco Astolfi Vivan, Izabela Moreira Correa, Nilton José Schneider David, Paulo Picchetti, Renato Dias de Brito Gomes e Rodrigo Alves Teixeira.

Com a decisão, a Selic volta ao patamar de julho de 2015, época da crise no governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). A nova taxa de juros, de 14,25% ao ano, ficará vigente pelos próximos 45 dias.
A elevação de 1 ponto percentual está dentro do valor contratado pela própria autoridade monetária na última reunião do comitê, realizada em janeiro. Além disso, é a quinta subida consecutiva da Selic (setembro, novembro, dezembro, janeiro e fevereiro).
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BC deve subir taxa de juros ao maior nível em quase 20 anos

Comitê de Política Monetária do Bc sinalizou que deve elevar Selic de 13,25% para 14,25% ao ano nesta quarta-feira. Se confirmada, será a maior taxa desde agosto de 2006

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) se reúne nesta quarta-feira (18) e deve elevar a taxa básica de juroms da economia de 13,25% para 14,25% ao ano.

Essa é a expectativa da maior parte dos economistas do mercado financeiro, com base em indicação do próprio Banco Central — feita no começo deste ano.

Com isso, a taxa Selic deve atingir o maior patamar desde agosto de 2006, ainda no primeiro governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ou seja, em quase 20 anos. Naquele momento, os juros estavam em 14,75% ao ano.

Se confirmado, esse será o quinto aumento seguido na taxa básica, que, em termos reais, já é a maior do mundo.

A nova alta dos juros ocorrerá em um cenário de economia aquecida, o que tem pressionado a inflação. Para conter as pressões, o BC busca desacelerar a atividade.

Essa também será a segunda reunião do Copom chefiada pelo novo presidente da instituição, Gabriel Galípolo, indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele assumiu em janeiro deste ano.

  • Também será o segundo encontro no qual os diretores indicados pelo presidente Lula são maioria no colegiado, ou seja, eles serão responsáveis diretamente pela decisão tomada.
  • Com a autonomia operacional do BC aprovada pelo Congresso Nacional, e válida desde 2021, os diretores da instituição passaram a ter mandato fixo.
  • Até o fim do ano passado, tanto o presidente da instituição, Roberto Campos Neto, como a maioria da diretoria eram indicados do ex-presidente Jair Bolsonaro.

BC lança Pix por aproximação em todo o país nesta 6ª. Confira

O Banco Central (BC) disponibilizará a função por aproximação para os pagamentos feitos via Pix a partir desta sexta-feira (28/2)

A partir desta sexta-feira (28/2), o Banco Central (BC) libera a função de pagamento do Pix por aproximação em todo o Brasil. Nessa modalidade, o usuário é capaz de fazer transações sem acessar o aplicativo da instituição financeira.

O Pix é o sistema de pagamentos contínuo e em tempo real do BC, com vigência desde novembro de 2020.

Antes do lançamento oficial, a modalidade do Pix por aproximação estava disponível desde 4 de novembro do ano passado, mas para clientes de alguns bancos que aderiram à fase de testes.

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Sem Campos Neto, Copom mantém ritmo de alta dos juros e eleva Selic para 13,25% ao ano

Edifício-Sede do Banco Central em Brasília

Em primeira reunião sob a gestão do novo presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu, por unanimidade, nesta quarta-feira (29/1), elevar a taxa básica de juros do país (Selic) de 12,25% ao ano para 13,25% ao ano — um aumento de 1 ponto percentual.

O acréscimo está dentro do valor contratado pela própria autoridade monetária na última reunião do comitê, realizada em dezembro. Este é o quarto aumento consecutivo dos juros no país (setembro, novembro, dezembro e janeiro).

Com a decisão, a Selic volta ao mesmo patamar de agosto de 2023, quando o presidente Lula apontava o ex-presidente do BC, Campos Neto, indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, como o culpado pela manutenção da Taxa Selic alta.
Votaram por essa decisão os nove membros do comitê: Gabriel Galípolo (presidente), Ailton de Aquino Santos, Diogo Guillen, Gilneu Francisco Astolfi Vivan, Izabela Correa, Nilton José Schneider David, Paulo Picchetti, Renato Dias de Brito Gomes e Rodrigo Alves Teixeira.

Após ação do BC, dólar recua e encerra último pregão do ano a R$ 6,18

O dólar comercial fechou o último pregão do ano, nesta segunda-feira (30), cotado a R$ 6,1797, após nova ação do Banco Central (BC) para conter a subida da moeda americana. Nesta terça-feira (31), véspera de Ano-Novo, não haverá operações no mercado financeiro.

No início do pregão, o dólar comercial abriu em alta e chegou a bater R$ 6,24 no início da tarde. O BC realizou leilão à vista de US$ 1,815 bilhão, com lote mínimo de US$ 1 milhão por proposta, o que resultou em queda de 0,22% da cotação no fim do dia. Foi a 14ª atuação da autoridade monetária em dezembro para segurar a subida do dólar.

Com a cotação desta segunda-feira, o dólar acumula uma valorização de 27,36% frente ao real ao longo de 2024. Foi a maior oscilação em um ano desde 2020, quando avançou 29,3%. A desvalorização da moeda brasileira neste ano superou a do peso argentino.

Diário e Pernambuco

BC diz que chance da inflação estourar a meta é de 100% em 2024

Atualmente, a inflação está em 4,87% no acumulado de 12 meses até novembro, valor acima do teto da meta, que é de 4,5% em 2024

O Banco Central (BC) informou, nesta quinta-feira (19/12), que a probabilidade da inflação estourar o teto da meta de 2024 é de 100% — a estimativa anterior (de setembro) era de 36%. Os dados estão no relatório de inflação do quarto trimestre.

A meta da inflação é de 3%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual, sendo 1,5% (piso) e 4,5% (teto). O objetivo foi traçado pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), formado pelo BC e pelos ministérios da Fazenda e Planejamento.

Em 2023, a meta foi cumprida. No passado recente, ela só foi descumprida em 2021 e 2022. E, no relatório, o BC também admitiu que a inflação vai ultrapassar os 4,5% em 2024.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, está em 4,87% no acumulado de 12 meses até novembro, valor acima do teto da meta. No mês passado, a guinada na inflação foi puxada, principalmente, pelo aumento no grupo Alimentação e bebidas (1,55%).

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Copom aperta alta de juros, sobe 1 ponto e Selic fecha 2024 em 12,25% ao ano

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu, nesta quarta-feira (11/12), elevar a taxa básica de juros do país, a Selic, de 11,25% ao ano para 12,25% ao ano, aumento de 1 ponto percentual — valor dentro da projeção do mercado financeiro.

A decisão foi unânime, tendo votado pela elevação da taxa para 12,25% os seguintes membros do comitê: Roberto de Oliveira Campos Neto (presidente), Ailton de Aquino Santos, Carolina de Assis Barros, Diogo Abry Guillen, Gabriel Muricca Galípolo, Otávio Ribeiro Damaso, Paulo Picchetti, Renato Dias de Brito Gomes e Rodrigo Alves Teixeira.

O comunicado do Copom diz que a decisão é “compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante”. “Sem prejuízo de seu objetivo fundamental de assegurar a estabilidade de preços, essa decisão também implica suavização das flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno emprego.”

O texto ainda diz que o comitê antevê, “em se confirmando o cenário esperado”, ajustes de mesma magnitude nas próximas duas reuniões.

Depois dessa reunião, que marca a despedida de Roberto Campos Neto da presidência do BC, o colegiado só se encontrará em 2025 sob o comando do atual diretor de Política Monetária, Gabriel Galípolo, indicado pelo presidente Lula (PT).

Dinheiro esquecido em bancos vai para o governo?

A Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom) esclareceu em nota que a incorporação dos cerca de R$ 8,56 bilhões esquecidos no sistema financeiro às contas do Tesouro Nacional não representa confisco de recursos. O órgão ressaltou que os donos dos recursos poderão pedir o saque, mesmo após a incorporação.

A transferência dos recursos ao Tesouro Nacional consta do projeto que compensa a prorrogação da desoneração da folha de pagamento de 17 setores da economia e de 156 municípios, aprovado de forma definitiva pela Câmara dos Deputados na quinta-feira (12). Os R$ 8,56 bilhões comporão os R$ 55 bilhões que entrarão no caixa do governo para custear a extensão do benefício.

No comunicado, a Secom destacou que a previsão para incorporação desses recursos pelo Tesouro Nacional está prevista em legislação há mais de 70 anos, por meio da Lei 2.313 de 1954. O texto esclarece que, diferentemente de um confisco tradicional, os cidadãos poderão reclamar os valores esquecidos.

O Ministério da Fazenda, informou a Secom, publicará um edital no Diário Oficial da União com informações sobre os valores a receber. O recolhimento poderá ser contestado pelos que tiverem direito.

Contabilização

O Banco Central e o Ministério da Fazenda divergem sobre a forma de contabilizar os valores esquecidos. Para o BC, a transferência dos valores esquecidos para o Tesouro não representa um esforço fiscal porque não resulta de economia de recursos do governo, mas de dinheiro dos correntistas. Haddad diz que há precedentes que permitem a inclusão dos R$ 8,5 bilhões deixados de lado no sistema financeiro na meta fiscal de déficit primário zero para 2024.

Na última quarta-feira (11), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, informou que existe precedente que permite a inclusão dos R$ 8,5 bilhões para reforçar as contas do Tesouro Nacional. O ministro citou o caso dos R$ 26,3 bilhões parados no antigo fundo PIS/Pasep.No fim de 2022, a emenda constitucional da transição autorizou a transferência do dinheiro para o Tesouro Nacional. A Fazenda considera que o dinheiro reforçou o caixa do governo em 2023, mas o BC não reconheceu o valor, o que levou à maior divergência entre as estatísticas dos dois órgãos da história.

Agência Brasil

BC comunica vazamento de dados de 87 mil chaves Pix

Um total de 87.368 chaves Pix de clientes da Sumup Sociedade de Crédito Direto S.A. (Sumup SCD) teve dados vazados, informou nesta sexta-feira (22) o Banco Central (BC). Este foi o sétimo vazamento de dados desde o lançamento do sistema instantâneo de pagamentos, em novembro de 2020.

Segundo o BC, o vazamento ocorreu entre 28 de setembro de 2023 e 16 de março de 2024 e abrangeu as seguintes informações: nome do usuário, Cadastro de Pessoa Física (CPF) com máscara, instituição de relacionamento, agência e número da conta. O vazamento ocorreu por causa de falhas pontuais em sistemas da instituição de pagamento, informou o BC, destacando que a exposição ocorreu em dados cadastrais, que não afetam a movimentação de dinheiro. Dados protegidos pelo sigilo bancário, como saldos, senhas e extratos, não foram expostos.

Embora o caso não precisasse ser comunicado por causa do baixo impacto potencial para os clientes, a autarquia decidiu divulgar o incidente em nome do “compromisso com a transparência”. Todas as pessoas que tiveram informações expostas serão avisadas por meio do aplicativo ou do internet banking da instituição. O Banco Central ressaltou que estes serão os únicos meios de aviso para a exposição das chaves Pix e pediu que os clientes desconsiderem comunicações como chamadas telefônicas, SMS e avisos por aplicativos de mensagens e por e-mail.

A exposição de dados não significa necessariamente que todas as informações tenham vazado, mas que ficaram visíveis para terceiros durante algum tempo e podem ter sido capturadas. O BC informou que o caso será investigado e que sanções poderão ser aplicadas. A legislação prevê multa, suspensão ou até exclusão do sistema do Pix, dependendo da gravidade do caso.

Histórico
Foi o sétimo incidente de vazamentos de dados do Pix desde a criação do sistema, em novembro de 2020. Em agosto de 2021, ocorreu o vazamento de dados 414,5 mil chaves Pix por número telefônico do Banco do Estado de Sergipe (Banese). Inicialmente, o BC tinha divulgado que o vazamento no Banese tinha atingido 395 mil chaves, mas o número foi revisado mais tarde.

Em janeiro de 2022, foi a vez de 160,1 mil clientes da Acesso Soluções de Pagamento terem informações vazadas. No mês seguinte, 2,1 mil clientes da Logbank pagamentos também tiveram dados expostos. Em setembro de 2022, dados de 137,3 mil chaves Pix da Abastece Ai Clube Automobilista Payment Ltda. (Abastece Aí) foram vazados . Em setembro do ano passado, 238 chaves Pix da Phi Pagamentos tiveram informações expostas.

O caso mais recente foi na última segunda-feira (18), quando 46 mil clientes da Fidúcia Sociedade de Crédito ao Microempreendedor e à Empresa de Pequeno Porte Limitada (Fidúcia) tiveram informações vazadas. Em todos os casos, foram vazadas informações cadastrais, sem a exposição de senhas e de saldos bancários. Por determinação da Lei Geral de Proteção de Dados, a autoridade monetária mantém uma página em que os cidadãos podem acompanhar incidentes relacionados com a chave Pix ou demais dados pessoais em poder do BC.

Em comunicado, a Sumup informou ter sido comunicada da ocorrência pelo Banco Central. “A empresa agiu rapidamente para mitigar a situação, aumentar a proteção dos dados e diminuir as chances de que o fato ocorra no futuro”, destacou o comunicado.

Agência Brasil

Previsão de inflação do mercado financeiro sobe para 6,01% em 2023

A previsão do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerada a inflação oficial do país, subiu de 5,98% para 6,01% este ano. A estimativa consta do Boletim Focus desta segunda-feira (17), pesquisa divulgada semanalmente, em Brasília, pelo Banco Central (BC) com a expectativa de instituições financeiras para os principais indicadores econômicos.

Para 2024, a projeção da inflação ficou em 4,18%. Para 2025 e 2026, as previsões são de inflação de 4% para os dois anos.

A estimativa para este ano está acima do teto da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. Definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta é 3,25% para 2023, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 1,75% e o superior, 4,75%. Segundo o BC, a chance de a inflação oficial superar o teto da meta em 2023 é de 83%.

A projeção do mercado para a inflação de 2024 também está acima do centro da meta prevista, fixada em 3%, mas ainda dentro do intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual.

Em março, a inflação desacelerou para todas as faixas de renda. Ainda assim, puxado pelo aumento dos preços dos combustíveis, o IPCA ficou em 0,71%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado é inferior à taxa de fevereiro (0,84%). Em 12 meses, o indicador acumula 4,65%, abaixo de 5% pela primeira vez em dois anos.

Juros básicos
Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, definida em 13,75% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom). A taxa está nesse nível desde agosto do ano passado e é o maior nível desde janeiro de 2017, quando também estava nesse patamar.

Para o mercado financeiro, a expectativa é de que a Selic encerre 2023 em 12,5% ao ano. É a primeira vez em dois meses que os agentes econômicos preveem uma redução maior da taxa básica de juros para o fim deste ano; anteriormente, ela ficou em 12,75% por oito semanas seguidas.

O patamar da Selic é motivo de divergência entre o governo federal e o Banco Central. Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Desse modo, taxas mais altas também podem dificultar a expansão da economia.

Quando o Copom diminui a Selic, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação e estimulando a atividade econômica.

Para o fim de 2024, a estimativa é que a taxa básica caia para 10% ao ano. Já para o fim de 2025 e de 2026, a previsão é de Selic em 9% ao ano e 8,75% ao ano, respectivamente.

PIB e câmbio
A projeção das instituições financeiras para o crescimento da economia brasileira neste ano passou de 0,91% para 0,9%.

Para 2024, a expectativa para o Produto Interno Bruto (PIB) – a soma de todos os bens e serviços produzidos no país – é de crescimento de 1,4%. Para 2025 e 2026, o mercado financeiro projeta expansão do PIB em 1,72% e 1,8%, respectivamente.

A expectativa para a cotação do dólar está em R$ 5,24 para o fim deste ano. Para o fim de 2024, a previsão é de que a moeda americana fique em R$ 5,26.

Agência Brasil

Poupança tem saque recorde no 1º trimestre

A retirada de recursos da poupança bateu recorde no 1º trimestre, passando de R$ 50 bilhões. Segundo o Banco Central, essa é a maior retirada líquida no período desde o início da série histórica em 1995. Somente em março, as retiradas superaram os depósitos em R$ 6,08 bilhões.
A maior retirada líquida ocorreu em janeiro com R$ 33, 63 bilhões. Em fevereiro, foram R$ 11,52 bilhões. Durante esse período, os depósitos somaram R$ 908,37 bilhões, enquanto as retiradas foram R$ 959,6 bilhões com um saldo negativo de R$ 51,23 bilhões.
Esse é o maior patamar, como já mencionei, e o segundo maior aconteceu no mesmo período de 2022 quando o saldo ficou negativo em R$ 40,37 bilhões. O estoque de valores depositados, ou seja, o volume total aplicado, vem caindo e agora está em R$ 967,4 bilhões.
Isso tem muito a ver com o momento da economia. A Selic está num patamar elevado, de 13,75% ao ano, que representa a maior taxa média nos últimos 5 anos, e a inflação teve queda no acumulado dos últimos 12 meses e agora está em 5,6%. Então, isso impacta os depósitos diretamente.
Além disso, o endividamento da população segue bastante alto. Segundo o Banco Central, chegou a 48,8% da renda acumulada dos últimos 12 meses da população até fevereiro deste ano, o que termina fazendo com que você as retiradas da poupança aumentem.
Os depositantes estão redirecionando para outras aplicações com rendimentos que ganham da poupança ou também para quitar as dívidas. O CDI, por exemplo, que segue a Selic, teve uma variação em 2022 acumulada de 12,39%, enquanto a poupança, somente 7,9%.
Então, termina valendo mais a pena você retirar da tradicional poupança e investir em fundos de renda fixa, por exemplo. Mas, claro, há também a necessidade de entender melhor os tipos de investimentos e os custos envolvidos, como o Imposto de Renda, por exemplo.
Fonte – Diário de Pernambuco
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