Após ação do BC, dólar recua e encerra último pregão do ano a R$ 6,18

O dólar comercial fechou o último pregão do ano, nesta segunda-feira (30), cotado a R$ 6,1797, após nova ação do Banco Central (BC) para conter a subida da moeda americana. Nesta terça-feira (31), véspera de Ano-Novo, não haverá operações no mercado financeiro.

No início do pregão, o dólar comercial abriu em alta e chegou a bater R$ 6,24 no início da tarde. O BC realizou leilão à vista de US$ 1,815 bilhão, com lote mínimo de US$ 1 milhão por proposta, o que resultou em queda de 0,22% da cotação no fim do dia. Foi a 14ª atuação da autoridade monetária em dezembro para segurar a subida do dólar.

Com a cotação desta segunda-feira, o dólar acumula uma valorização de 27,36% frente ao real ao longo de 2024. Foi a maior oscilação em um ano desde 2020, quando avançou 29,3%. A desvalorização da moeda brasileira neste ano superou a do peso argentino.

Diário e Pernambuco

Dinheiro esquecido em bancos vai para o governo?

A Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom) esclareceu em nota que a incorporação dos cerca de R$ 8,56 bilhões esquecidos no sistema financeiro às contas do Tesouro Nacional não representa confisco de recursos. O órgão ressaltou que os donos dos recursos poderão pedir o saque, mesmo após a incorporação.

A transferência dos recursos ao Tesouro Nacional consta do projeto que compensa a prorrogação da desoneração da folha de pagamento de 17 setores da economia e de 156 municípios, aprovado de forma definitiva pela Câmara dos Deputados na quinta-feira (12). Os R$ 8,56 bilhões comporão os R$ 55 bilhões que entrarão no caixa do governo para custear a extensão do benefício.

No comunicado, a Secom destacou que a previsão para incorporação desses recursos pelo Tesouro Nacional está prevista em legislação há mais de 70 anos, por meio da Lei 2.313 de 1954. O texto esclarece que, diferentemente de um confisco tradicional, os cidadãos poderão reclamar os valores esquecidos.

O Ministério da Fazenda, informou a Secom, publicará um edital no Diário Oficial da União com informações sobre os valores a receber. O recolhimento poderá ser contestado pelos que tiverem direito.

Contabilização

O Banco Central e o Ministério da Fazenda divergem sobre a forma de contabilizar os valores esquecidos. Para o BC, a transferência dos valores esquecidos para o Tesouro não representa um esforço fiscal porque não resulta de economia de recursos do governo, mas de dinheiro dos correntistas. Haddad diz que há precedentes que permitem a inclusão dos R$ 8,5 bilhões deixados de lado no sistema financeiro na meta fiscal de déficit primário zero para 2024.

Na última quarta-feira (11), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, informou que existe precedente que permite a inclusão dos R$ 8,5 bilhões para reforçar as contas do Tesouro Nacional. O ministro citou o caso dos R$ 26,3 bilhões parados no antigo fundo PIS/Pasep.No fim de 2022, a emenda constitucional da transição autorizou a transferência do dinheiro para o Tesouro Nacional. A Fazenda considera que o dinheiro reforçou o caixa do governo em 2023, mas o BC não reconheceu o valor, o que levou à maior divergência entre as estatísticas dos dois órgãos da história.

Agência Brasil

Lula diz que confia em Galípolo e que ele pode aumentar os juros se necessário

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) elogiou Gabriel Galípolo, diretor de Política Monetária do Banco Central (BC) e seu indicado para assumir a presidência do BC.

Atualmente, o presidente da instituição financeira é Roberto Campos Neto, nomeado por Jair Bolsonaro (PL) e cujo mandato acaba em dezembro.

Para o petista, Galípolo “tem perfil de uma pessoa competentíssima e um brasileiro que gosta do Brasil. Não gosto de falar a palavra gênio. É muito competente. Ele vai atuar com a autonomia que atuou o [Henrique] Meirelles”. A fala ocorreu em entrevista à rádio MaisPB, nesta sexta-feira (30/8).

Diário de Pernambuco

Equipe econômica pede que Lula indique nome para o BC na próxima semana

A equipe econômica pediu ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que indique o nome para o comando do Banco Central na próxima semana.  A indicação dos nomes dos demais diretores do BC deverá ocorrer num segundo momento, segundo fontes do governo a par das negociações, que estão sendo feitas com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

O atual diretor de Política Monetária do BC, Gabriel Galípolo, segue como favorito para chefiar o BC. No Congresso e no governo, não se espera surpresas com uma mudança de última hora. As negociações estão caminhando para que a sabatina da indicação do sucessor de Roberto Campos Neto no comando do BC ocorra no esforço concentrado de votação presencial no Senado, previsto para os dias 2, 3 e 4 de setembro, quando as sessões deverão ser presenciais.

O acordo para a votação depende também do avanço nas negociações para votação da PEC (Proposta de Emenda Constitucional) que dá autonomia orçamentária ao BC para destravar a sabatina na CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) do Senado. Essa é uma demanda de parlamentares da comissão, como mostrou a Folha de S. Paulo.

O presidente da CAE, Vanderlan Cardoso (PSD-GO), negou à reportagem que a marcação da data da sabatina esteja atrelada à PEC, mas relatou outro entrave. Problemas na articulação com o governo na votação do PDL (Projeto de Decreto Legislativo) que anula partes do decreto sobre armas assinado pelo presidente Lula em 2023.

“Não tem nada amarrado à PEC”, disse Cardoso. Mas o presidente da CAE criticou a quebra de acordo que levou ao adiamento nesta semana da votação do PDL. O Senado aprovou, no entanto, urgência para o projeto, que ficou com votação marcada para a próxima terça-feira (27).

“Esse é um dos itens que está levando a ter estresse no Senado. Quebraram o acordo”, disse. Segundo ele, o governo ainda não está se comunicando bem e precisa ter mais diálogo. “Não adianta meter goela abaixo que não vai passar”, disse ele, que é o relator do PDL. O parlamentar disse que não foi procurado para marcar data.

A cúpula do Ministério da Fazenda já conversou com Pacheco para que a sabatina ocorra antes da próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) do BC, marcada para os dias 17 e 18 de setembro. Integrantes da equipe econômica ressaltam que o tempo da indicação é do presidente Lula. Mas para a equipe do ministro Fernando Haddad (Fazenda), é importante que a indicação seja anunciada o mais rápido possível para a coordenação das expectativas. Para isso, a semana de esforço concentrado é considerado o momento ideal.

Uma das principais razões é que os próximos meses estarão tomados pelas eleições municipais e projetos da pauta econômica precisam avançar. Na quinta-feira (23), o ministro Fernando Haddad informou que as indicações para a presidência e as diretorias do BC poderiam ser feitas em bloco pelo presidente Lula. Haddad evitou antecipar se o nome indicado para suceder Campos Neto será o de Galípolo.

Se o nome for confirmado, Lula terá que fazer três outras indicações até o final do ano. Uma para a vaga que será deixada pelo próprio Galípolo e outras duas para o lugar de diretores que terminam o mandato no dia 31 de dezembro deste ano.

Folha Press

Previsão de inflação do mercado financeiro sobe para 6,01% em 2023

A previsão do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerada a inflação oficial do país, subiu de 5,98% para 6,01% este ano. A estimativa consta do Boletim Focus desta segunda-feira (17), pesquisa divulgada semanalmente, em Brasília, pelo Banco Central (BC) com a expectativa de instituições financeiras para os principais indicadores econômicos.

Para 2024, a projeção da inflação ficou em 4,18%. Para 2025 e 2026, as previsões são de inflação de 4% para os dois anos.

A estimativa para este ano está acima do teto da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. Definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta é 3,25% para 2023, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 1,75% e o superior, 4,75%. Segundo o BC, a chance de a inflação oficial superar o teto da meta em 2023 é de 83%.

A projeção do mercado para a inflação de 2024 também está acima do centro da meta prevista, fixada em 3%, mas ainda dentro do intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual.

Em março, a inflação desacelerou para todas as faixas de renda. Ainda assim, puxado pelo aumento dos preços dos combustíveis, o IPCA ficou em 0,71%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado é inferior à taxa de fevereiro (0,84%). Em 12 meses, o indicador acumula 4,65%, abaixo de 5% pela primeira vez em dois anos.

Juros básicos
Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, definida em 13,75% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom). A taxa está nesse nível desde agosto do ano passado e é o maior nível desde janeiro de 2017, quando também estava nesse patamar.

Para o mercado financeiro, a expectativa é de que a Selic encerre 2023 em 12,5% ao ano. É a primeira vez em dois meses que os agentes econômicos preveem uma redução maior da taxa básica de juros para o fim deste ano; anteriormente, ela ficou em 12,75% por oito semanas seguidas.

O patamar da Selic é motivo de divergência entre o governo federal e o Banco Central. Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Desse modo, taxas mais altas também podem dificultar a expansão da economia.

Quando o Copom diminui a Selic, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação e estimulando a atividade econômica.

Para o fim de 2024, a estimativa é que a taxa básica caia para 10% ao ano. Já para o fim de 2025 e de 2026, a previsão é de Selic em 9% ao ano e 8,75% ao ano, respectivamente.

PIB e câmbio
A projeção das instituições financeiras para o crescimento da economia brasileira neste ano passou de 0,91% para 0,9%.

Para 2024, a expectativa para o Produto Interno Bruto (PIB) – a soma de todos os bens e serviços produzidos no país – é de crescimento de 1,4%. Para 2025 e 2026, o mercado financeiro projeta expansão do PIB em 1,72% e 1,8%, respectivamente.

A expectativa para a cotação do dólar está em R$ 5,24 para o fim deste ano. Para o fim de 2024, a previsão é de que a moeda americana fique em R$ 5,26.

Agência Brasil

Poupança tem saque recorde no 1º trimestre

A retirada de recursos da poupança bateu recorde no 1º trimestre, passando de R$ 50 bilhões. Segundo o Banco Central, essa é a maior retirada líquida no período desde o início da série histórica em 1995. Somente em março, as retiradas superaram os depósitos em R$ 6,08 bilhões.
A maior retirada líquida ocorreu em janeiro com R$ 33, 63 bilhões. Em fevereiro, foram R$ 11,52 bilhões. Durante esse período, os depósitos somaram R$ 908,37 bilhões, enquanto as retiradas foram R$ 959,6 bilhões com um saldo negativo de R$ 51,23 bilhões.
Esse é o maior patamar, como já mencionei, e o segundo maior aconteceu no mesmo período de 2022 quando o saldo ficou negativo em R$ 40,37 bilhões. O estoque de valores depositados, ou seja, o volume total aplicado, vem caindo e agora está em R$ 967,4 bilhões.
Isso tem muito a ver com o momento da economia. A Selic está num patamar elevado, de 13,75% ao ano, que representa a maior taxa média nos últimos 5 anos, e a inflação teve queda no acumulado dos últimos 12 meses e agora está em 5,6%. Então, isso impacta os depósitos diretamente.
Além disso, o endividamento da população segue bastante alto. Segundo o Banco Central, chegou a 48,8% da renda acumulada dos últimos 12 meses da população até fevereiro deste ano, o que termina fazendo com que você as retiradas da poupança aumentem.
Os depositantes estão redirecionando para outras aplicações com rendimentos que ganham da poupança ou também para quitar as dívidas. O CDI, por exemplo, que segue a Selic, teve uma variação em 2022 acumulada de 12,39%, enquanto a poupança, somente 7,9%.
Então, termina valendo mais a pena você retirar da tradicional poupança e investir em fundos de renda fixa, por exemplo. Mas, claro, há também a necessidade de entender melhor os tipos de investimentos e os custos envolvidos, como o Imposto de Renda, por exemplo.
Fonte – Diário de Pernambuco