Lula faz Pix para desmentir notícia falsa sobre taxação

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez uma doação no valor de R$ 1.013 para a vaquinha da Arena Corinthians, criada para auxiliar na quitação da dívida contraída com a construção do estádio, iniciada em 2011. Apesar de o gesto ter, por trás, a declarada paixão de Lula pelo clube de futebol, também cumpre a função de rebater os boatos recentes de que a Receita Federal passaria a cobrar impostos pelas transferências via Pix.

“Hoje, fiz um Pix para ajudar o Corinthians a pagar sua dívida e aproveitei o momento para desmentir as fake news que estão circulando nas redes sociais. O governo não vai taxar as transações via Pix”, disse o presidente em vídeo publicado em rede social, nesta sexta-feira (10).

“Todo mundo sabe que eu sou corinthiano. Nunca utilizei a camisa do Corinthians, mas hoje eu coloquei a camisa do Corinthians porque eu vou fazer uma doação via Pix. E por que eu tomei essa decisão? Porque tem uma quantidade enorme de mentiras, desde ontem, em todas as redes sociais, dizendo que o governo vai taxar o Pix. E eu quero provar que é mentira”, assinalou.

O financiamento da construção foi viabilizado por contrato com a Caixa Econômica Federal. No início da tarde deste sábado, a vaquinha já completava quase R$ 35 milhões. A meta é atingir R$ 700 milhões.

O Pix é, atualmente, a principal forma de pagamento utilizada no país. Lançado no final de 2020, é usado por 76,4% da população. Quase metade (46%) dos entrevistados que participaram do levantamento O Brasileiro e sua Relação com o Dinheiro, do Banco Central, utiliza o Pix com bastante frequência.

A Arena Corinthians foi inaugurada em 10 de maio de 2014, quando a construção fechava três anos de obras. Localizado em Itaquera, zona leste de São Paulo, o estádio comporta 49 mil torcedores e possui uma área de 197 mil m².

A Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom) elaborou ações estratégicas de combate à desinformação. O Brasil Contra Fake permite que se acompanhe as fake news envolvendo decisões atribuídas às autoridades do governo federal.

Agência Brasil

Taxação das big techs deve render R$ 5 bi para o Brasil

O Ministério da Fazenda pretende enviar, ainda neste semestre, ao Congresso, uma proposta de taxação das das big techs, grandes empresas de tecnologia. Gigantes do mercado como Google, Amazon, Apple e Meta (dona de Facebook, Instagram e WhatsApp) são o alvo da nova tributação. Uma das opções ventiladas é o aumento da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide), o mesmo tributo cobrado dos combustíveis.

O secretário executivo da pasta e número dois do ministro Fernando Haddad, Dario Durigan, não deu detalhes sobre como seria feita a taxação, mas afirmou que o tema representa um dos pilares de recomendações da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Ele afirmou ainda que o texto tramitará de forma separada do projeto de lei do Orçamento de 2025, que será enviado na sexta-feira ao Legislativo.

O fórum internacional propõe a taxação mínima de 15% das multinacionais pelos países onde elas atuam, com potencial de arrecadar US$ 200 bilhões por ano em todo o planeta. Países como Japão e Coreia do Sul começaram a adotar a tributação.

No Brasil, a expectativa é de que uma possível taxação das big techs possa render cerca de R$ 5 bilhões em arrecadação adicional no próximo ano. “Há um movimento global para tributar as maiores empresas de tecnologia, também conhecidas como big techs. O objetivo é garantir que as gigantes de tecnologia paguem uma parcela das receitas auferidas nos países que operam, mas que não tenham presença física ou pessoa jurídica de direito privado constituída no país”, destacou André Félix Ricotta de Oliveira, presidente da Comissão de Direito Tributário e Constitucional da OAB/SP.

Segundo ele, a tributação pode ser implementada de várias maneiras, uma delas é seguir as diretrizes estabelecidas pela OCDE. “A organização propôs dois pilares para a tributação da economia digital. O Pilar um, que estabelece a reatribuição de lucros e direitos de tributação, permitindo que países onde as big techs têm usuários e geram receita possam tributar uma parte dos lucros dessas empresas; e o Pilar dois, que visa definir uma alíquota mínima global de imposto corporativo para evitar a erosão da base tributária e a transferência de lucros para jurisdições de baixa tributação”, explicou.

“Se a OCDE estabelecer uma alíquota mínima global de 15%, o Brasil deve criar esse tributo para garantir que as big techs paguem em sua jurisdição esse mínimo de 15% sobre as receitas auferidas aqui. Se o Brasil não o fizer, esse valor irá para os países que estão situadas as controladoras das big techs”, afirmou Oliveira.

Fontes consultadas pelo Correio afirmam que pode haver pelo menos quatro frentes de investida abertas pelo governo para tentar tributar os gigantes da tecnologia: a cobrança por uso de redes (o chamado “fair share”), aumento no Imposto de Renda (IR), tributo sobre streaming e até uma contribuição para o jornalismo, em razão do ecossistema de informação.

As gigantes de tecnologia alegam que já pagam impostos no Brasil, principalmente nos contratos de publicidade feitos com empresas brasileiras.

Correio Braziliense

Varejistas iniciam taxação de compras internacionais de até US$ 50

Os principais sites de compras no exterior começaram a cobrar neste sábado (27) o Imposto de Importação de 20% sobre as compras internacionais de até US$ 50. A taxação entra oficialmente em vigor no dia 1° de agosto, mas algumas empresas decidiram antecipar a incidência do imposto para ajustar as declarações de importação e autorizar a entrada das mercadorias no país após o prazo.

A AliExpress e a Shopee confirmaram a intenção de cobrar a taxa a partir de hoje. A Shein só iniciará a cobrança à meia-noite de 1º de agosto. A taxação foi aprovada pela Câmara dos Deputados no âmbito do Programa Mover, de incentivo à indústria automotiva. O Senado aprovou o texto no início de junho.

O Imposto de Importação de 20% incidirá sobre o valor do produto, incluídas cobranças de frete ou de seguro. Além do imposto, também incide sobre as compras 17% de Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), tributo estadual, que já era cobrado nas compras internacionais de até US$ 50 em sites internacionais.

A Receita Federal ainda não tem uma estimativa sobre quanto será arrecadado pelo governo federal com a nova tributação. De acordo com o secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, a projeção deve constar no relatório bimestral de receitas, que será divulgado em setembro.

Agência Brasil

Haddad vai ao papa defender a sua proposta de taxação dos super ricos

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, desembarca, na próxima terça-feira, no Vaticano, em busca da bênção do papa Francisco para sua proposta de taxação dos super-ricos no âmbito internacional. Na audiência com o pontífice, Haddad pretende também “coordenar posições” em vista da Cúpula do G7, que ocorrerá na cidade de Fasano entre os dias 13 e 15 de junho.

A taxação de grandes fortunas, um dos temas prioritários da trilha financeira do G20, é apresentada pelo Brasil como uma medida essencial para reduzir a desigualdade econômica global. Para alcançar êxito em sua proposta, Haddad tem buscado apoio internacional, até a realização, em novembro, no Rio de Janeiro, da Cúpula de Líderes do G20, que este ano é presidido pelo Brasil.Antes disso, em julho, os ministros de finanças do fórum das 20 economias mais desenvolvidas, sentarão à mesa na tentativa de elaborar um documento final para a chamada trilha financeira. “A construção desse tema no âmbito do G20 ou no âmbito da política financeira internacional. é um processo. A visita ao Vaticano é mais um passo nesse processo de construção de consensos”, explica  Antônio Freitas, subsecretário de Finanças Internacionais e Cooperação Econômica do Ministério da Fazenda.

Ele conta que Haddad quer conversar com o papa sobre o “princípio” da sua ideia de que “os mais ricos devem pagar, proporcionalmente, a sua riqueza na tributação, a partir do conceito de uma tributação mais justa e progressiva”, que já é debatido em diversos países. A proposta preliminar que vem sendo debatida no âmbito dos ministros de finanças é a tributação em 2% das grandes fortunas. “Os bilionários são menos de três mil pessoas no planeta. Uma tributação de 2% deles geraria estimativa em torno de US$ 250 bilhões anuais. Mas essas propostas têm um tempo de maturação”, comenta Freitas.

Embora considere a proposta “desafiadora”, o subsecretário aponta que ela “foi muito bem recebida” na comunidade internacional. Ele cita a França, cujo presidente Emmanuel Macron afirmou considerar que “é um bom imposto global e devemos levar adiante”, em entrevista recente a uma emissora de TV nos Estados Unidos. A secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, por sua vez, é contrária à tributação internacional.

Nova economia

Desde o início de seu pontificado, Francisco vem demonstrando o seu incômodo com o modo como funciona a economia e o sistema capitalista no mundo. Em seu primeiro documento, a Exortação Apostólica Evangelii Gaudium, ou A Alegria do Evangelho, considerado o “programa” do seu pontificado, o papa apela para a urgência de se combater as causas estruturais da pobreza com uma “nova economia”. O tema é aprofundado na carta encíclica Laudato Si’ — o cuidado com a casa comum, na qual ele fala em uma economia humana e ecológica.

O economista Guilherme Costa Delgado, autor do livro Rumo ao mundo de Francisco: economia, humanismo e ecologia em tempos de crise, percorre o itinerário econômico chefe da Santa Sé desde o início do papado. Ele explica a economia de Francisco como “um enigma que precisa ser decifrado”, pois não está academicamente definida, mas exposta em uma série de mensagens que se encontram em documentos, discursos e atitudes.

O papa Francisco escreveu seis documentos oficiais e registrou, em inúmeras falas, a sua preocupação com a crescente sobreposição dos sistemas econômico e financeiro aos princípios éticos e que devem balizar as relações humanas. O documento Considerações éticas para o discernimento sobre alguns aspectos do atual sistema financeiro, publicado em maio de 2018, traz duras críticas ao capitalismo e preconiza a melhor distribuição de renda e a justiça tributária. O Vaticano defende, entre outras coisas, a taxação das empresas offshores e o fim dos paraísos fiscais, um problema que afeta, inclusive, o próprio Vaticano.

O documento chama atenção, especialmente, para dois tipos de crimes que ocorrem nos paraísos fiscais. Primeiro, a lavagem de dinheiro, por onde passam recursos oriundos do contrabando, da corrupção, do terrorismo, do tráfico de drogas e até do tráfico de seres humanos, por exemplo. O outro, é a elisão fiscal, com fortes prejuízos a países, especialmente aqueles menos desenvolvidos, pois gera desigualdade tributária e crises econômicas. “Exatamente de tal desígnio especulativo nutre-se o mundo das finanças offshore, que, mesmo oferecendo também outros serviços lícitos, mediante muitos e difusos canais de elisão fiscal, quando não de evasão e de lavagem de dinheiro, fruto do crime, constitui um ulterior empobrecimento do normal sistema de produção e distribuição de bens e de serviços”, diz um trecho do documento.

Constantemente, Francisco fala em “realmar” a economia, e trata com dureza o mau uso do dinheiro. “A riqueza desonesta é o dinheiro, também chamado ‘esterco do diabo’, e em geral os bens materiais. A riqueza pode levá-lo a erguer muros, criar divisões e discriminação”, disse ele em um encontro com empresários, em 2019.

Divida pública

Haddad também vai a Roma, participar da conferência sobre o endividamento dos países do Sul Global após a pandemia de covid 19, co-organizada pela Universidade de Columbia e pela Pontifícia Academia das Ciências Sociais. “A covid levou  (a dívida dos países) a um patamar  muito maior e muito mais forte”, comenta Freitas. “Discutir esse tema é também uma questão de ética e de justiça”, completa.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) estima que, em 29 de Fevereiro, dos 68 países de baixo rendimento para os quais o Fundo realiza análises de sustentabilidade da dívida, nove estavam em situação de sobreendividamento e 51 estavam em risco elevado ou moderado de sobreendividamento. No caso do Brasil, a projeção do fundo é que o país encerrará o ano de 2024 com a dívida em 86,7% do Produto Interno Bruto (PIB).

O Vaticano busca promover um papel de coordenação mais forte entre os países devedores, assim como existe entre os credores. O evento também vai discutir a possibilidade de criação de linhas de financiamento global, com custos menores, onde seja possível prevê a suspensão da dívida em alguns casos, como em catástrofes, como a que ocorreu na pandemia.

Correio Brasiliense

Lula não deve vetar taxação de compras até US$ 50, diz Alckmin

O vice-presidente da República e ministro do Ministério do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin, afirmou nesta sexta-feira (31) que acredita que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não vetará o Imposto de Importação nas compras de até US$ 50.

A proposta, que foi aprovada nesta semana pela Câmara dos Deputados e ainda depende de análise no Senado, estabelece uma alíquota de 20% para compras dentro desse limite de valor e de 60% para aquisições acima desse patamar. Taxa de 20% em importações de até US$ 50 pode render R$ 4 bilhões até 2025, estima gestora

“Não ouvi do presidente ele falar se veta ou não veta. Mas o meu entendimento é que ele não vetará, porque isso foi aprovado praticamente por unanimidade, foi um acordo de todos os partidos políticos e acho que foi um acordo inteligente. Porque, na realidade, ele não vai onerar tanto quem está comprando algum produto de fora, mas ele vai fazer diferença, sim, para preservar emprego e renda aqui”, disse em entrevista à BandNews.

Segundo Alckmin, a alíquota ficou em um “meio-termo”. “A proposta inicial era tributar as compras que vieram do estrangeiro, de até US$ 50, em 60% no imposto de importação sobre esses produtos. Com o argumento correto, quem paga os impostos corretos no Brasil quer ter as mesmas condições com o que vem de fora para garantir empregos na indústria e no comércio.”

Diário de Pernambuco (Confira as informações no Correio Braziliense)

Haddad anuncia que governo não mais taxará compras em sites internacionais e que foco será na fiscalização

As compras em sites internacionais no valor de até U$ 50 não serão mais taxadas pelo governo federal. A informação foi confirmada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, nesta terça-feira (18). Em coletiva de imprensa, Haddad anunciou que o foco da União será fiscalizar lojas e empresas que burlam as regras atuais.

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Bolsonaro diz que Congresso vai “sepultar” taxação de energia solar

(Foto: Ilustração)

A conversa que teve no último domingo (5) com os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre, e da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, deixou o presidente Jair Bolsonaro mais otimista com relação à possibilidade de não taxação da energia solar. A estratégia, segundo o presidente, é a de apresentar e aprovar um projeto de lei que proíba essa taxação.

“Liguei para o Rodrigo Maia [presidente da Câmara] e para o Davi Alcolumbre [presidente do Senado]. Se a Aneel vir a taxar, eles toparam derrubar a questão. Algum parlamentar deverá apresentar um projeto de lei para taxação zero e eles vão colocar para votar em regime de urgência. Então está sepultada qualquer possibilidade de taxar energia solar”, disse Bolsonaro, hoje (6), ao deixar o Palácio da Alvorada.

Na noite de domingo (5), o presidente usou as redes sociais para informar, por meio de um vídeo, que a decisão sobre a taxação da energia solar é de responsabilidade da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

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