Petrobras contradiz Haddad e nega discussão sobre política de preços

Brasília (DF) 28/02/2023 O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, durante coletiva sobre reonaração de combustíveis

A Petrobras emitiu um comunicado negando que haja qualquer discussão quanto a política de preços definida pela petroleira. No documento, a empresa afirma que “não há qualquer discussão para que a Companhia altere sua Política de Preços e reitera seu compromisso com a prática de preços competitivos e em equilíbrio com o mercado”.

O comunicado vai na contramão do que disse horas antes o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Na manhã desta quinta-feira (02), o ministro afirmou que a alteração está na agenda do Ministério de Minas e Energia.

“Vamos colocar os nossos melhores quadros à disposição do MME para encontrar alternativas para que não pesem no bolso do consumidor as eventuais variações do preço internacional (do petróleo), que penalizaram muito a população no último governo. Chegou-se a pagar R$ 10 no litro da gasolina“, declarou o ministro.

Petrobras sobre notícias veiculadas na mídia

Rio de Janeiro, 2 de março de 2023 – A Petróleo Brasileiro S.A. – Petrobras, em esclarecimentos às notícias divulgadas da mídia, informa que, no âmbito da Diretoria e do Grupo Executivo de Mercado e Preços, não há qualquer discussão para que a Companhia altere sua Política de Preços e reitera seu compromisso com a prática de preços competitivos e em equilíbrio com o mercado, ao mesmo tempo em que evita o repasse imediato das volatilidades externas e da taxa de câmbio causadas por eventos conjunturais. Qualquer alteração deverá ser debatida pelos órgãos internos de governança da Petrobras, especialmente a Diretoria e o Conselho de Administração, e será divulgada ao mercado.

Indicado para Petrobras nega intervenção direta na política de preços

Indicado para a presidência da Petrobras, o senador Jean Paul Prates (PT-RN) negou, nesta quarta-feira (4), que o governo fará intervenção na política de preços da estatal. Ele disse que os preços serão vinculados internacionalmente de alguma forma.

“Claro que não [vai ter intervenção]. Nunca ninguém falou em intervenção. Não sei quem inventou essa história de intervenção”, disse. “A Petrobras não faz intervenção em preços. Ela cumpre o que o mercado e o governo criam de contexto. A Petrobras reage a um contexto. Então nós vamos criar a nossa política de preços para nossos clientes, para as pessoas que compram da Petrobras. A gente não pode influenciar”, completou.

O novo indicado para a presidência da estatal destacou, ainda, que todo preço vai ser vinculado internacionalmente de alguma forma. “Sempre vai ser influenciado pelos preços internacionais. Qualquer país é assim. Não é ideia minha. Todo preço da commodity de combustível e derivado de petróleo é referência, influenciado pela oscilação internacional.”

A Petrobras adota o modelo PPI (preço de paridade internacional), o que faz com que os preços da gasolina, etanol e diesel acompanhem a variação do valor do barril de petróleo no mercado internacional.

A estatal recebeu, nesta terça-feira (3), a indicação de Prates para o cargo de presidente. O ofício foi enviado pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. De acordo com a nota, “a indicação oficial será formalizada após os trâmites na Casa Civil da Presidência da República”.