Censo do IBGE: municípios baianos preveem demissões de servidores com perda de recursos

O risco de perder recursos do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) também assusta as cidades baianas. Na sexta-feira (6), a União dos Municípios da Bahia (UPB) realizou uma reunião virtual e presencial os prefeitos, para discutir as consequências provocadas pelos dados preliminares do Censo 2022, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Nos cálculos iniciais, Camacan, no Sul do Estado, deixaria de receber cerca de R$ 10,5 milhões por ano, R$ 900 mil por mês. Caso isso se concretize, a Prefeitura estima demitir cerca de 400 servidores, para enxugar a máquina pública e guardar recursos.

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Servidores do Censo 2022 planejam greve em todo o Brasil, em Petrolina eles reclamam atraso de pagamentos

Trabalhadores do Censo 2022 de diferentes estados estão planejando uma greve geral na coleta de dados, devido às condições precárias de trabalho. Em um grupo de Whatsapp com mais de 250 servidores são diárias as reclamações.
Entre os relatos estão a obrigação de se deslocar em áreas perigosas ou de difícil acesso; ameaças e agressões e físicas e verbais sofridas durante o serviço; falta de assistência da supervisão; desligamentos de recenseadores sem justificativa; ausência de ajuda de custo, além de divergências de informações prestadas durante o treinamento e a prática.
Os trabalhadores cobram um posicionamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que até o momento vem tratando as reclamações como casos isolados.
Além das críticas às condições de trabalho, os recenseadores reclamam dos pagamentos, que são feitos por produtividade. Logo, quando não encontram as pessoas em casa, não recebem. “A gente só recebe se 95% dos questionários forem preenchidos, com apenas 5% de recusas e ausências. E estamos tendo muitos problemas, desde o treinamento até agora”, contou um servidor de Goiânia.
Muitos já desistiram do cargo, outros planejam o desligamento, mas temem os termos contratuais. “Todo mundo que entrou no cargo, que é temporário, não pode prestar outro concurso público por dois anos”, lamentou um recenseador da Bahia.
Em Petrolina, uma leitora do Blog entrou em contato com nossa redação para reclamar o atraso no pagamento da ajuda de custos e também do treinamento que até agora não quitado.
“Quero fazer uma reclamação aqui pro IBGE, sobre eles não estarem pagando a ajuda de custos dos recenseadores e também do treinamento que ainda não pagaram”, disse o recenseador que não quis se identificar.