Projeções da economia para 2024 são positivas, afirmam especialistas

O ano de 2023 foi marcado pelo início de novos governos nos âmbitos federal e estadual e, com isso, novos projetos econômicos foram colocados em prática pelos governantes. Diante dos primeiros resultados, as projeções da economia são positivas para 2024, segundo especialistas.

De acordo com o Boletim Focus, divulgado no dia 26 de dezembro de 2023 pelo Banco Central, a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) é de 2,92% em 2023. Para 2024, a previsão é de um aumento de 1,52%. Para 2025 e 2026, as projeções são de 2%. Além disso, o relatório também destacou que as expectativas de inflação para este ano e para 2024 foram reduzidas. Para 2023, recuou de 4,49% para 4,46%. Para 2024, a estimativa de inflação caiu de 3,93% para 3,91%.

Segundo o economista e professor da Faculdade de Ciências da Administração de Pernambuco (FCAP) da Universidade de Pernambuco (UPE), Sandro Prado, o Brasil fechou o ano de 2023 com uma inflação dentro do esperado e as projeções econômicas para 2024 são positivas, reiterou ele.

“Nós conseguimos atingir uma inflação que ficou dentro da meta. A gente espera para o ano de 2024 uma inflação tão baixa quanto a inflação de 2023 que deve, novamente, permanecer dentro da meta. Com isso nós deveremos ter durante as oito reuniões do Comitê de Política Monetária em 2024 pequenas reduções da taxa de juros Selic podendo, inclusive, ao final do ano de 2024 chegar na casa dos 8,5% sendo bastante otimistas”, afirmou.

Atrelado à redução da inflação está a diminuição do nível de endividamento das famílias, pois 8 a cada 10 brasileiros estão endividados, destacou Prado.

“Nós devemos ter uma redução do endividamento das famílias que hoje é extremamente elevado. É um hábito cultural do brasileiro se endividar ao invés de juntar o dinheiro para gastar. Devemos ter também uma redução também do inadimplemento devido à melhoria da renda do brasileiro. No ano de 2023, nós conseguimos também uma redução significativa no número de desempregados”, disse.

Já a economista e professora do Centro Universitário dos Guararapes (UNIFG), Lytiene Rodrigues da Cunha, destacou os indicativos que mostram que a economia do País em 2024 deve crescer.

“A gente conseguiu manter o IPCA em 5,78%, um PIB com crescimento de 0,79%, um câmbio oscilando em torno de R$ 5,25 ao longo do ano como um todo e uma Selic em torno de 12,5% chegando ao final do ano com 11,75%. Isso sinaliza para a gente uma melhora dos indicadores econômicos elementares e dá uma base para que a gente consiga atingir um resultado melhor para o próximo ano. A expectativa que a gente tem também, por exemplo, é de um IPCA menor, em torno de 3,93%”, comentou.

O ano de 2023 também foi um ano em que o Brasil teve um crescimento do investimento direto, destacou a economista, algo que vinha se perdendo ao longo dos últimos anos, mas que voltou a crescer na economia brasileira.

“Esse investimento direto é aquele investimento internacional que prima exatamente pelo crescimento na base produtiva da economia. Não é o investimento especulativo. Então isso é muito positivo. As expectativas em termos de dados, de análises econômicas, levam uma perspectiva melhor da economia”, afirmou.

Entre os setores com expectativa de crescimento para 2024 está a indústria, segundo a economista.

“A expectativa no Brasil e no Estado é que a gente tenha o crescimento desse setor industrial no ano de 2024. Isso é muito positivo, porque deve gerar emprego. E o nível de salário do setor é, em média, de um salário mínimo e meio a três”, destacou.

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Reforma Tributária
Em dezembro de 2023, a Reforma Tributária foi promulgada pelo Congresso Nacional. A reforma substitui cinco tributos sobre o consumo e coloca o País entre os que adotam o sistema do Imposto Sobre Valor Agregado (IVA).

Com projetos de regulamentação que ainda estarão em tramitação em 2024, Sandro Prado destacou que a reforma ajuda na diminuição da burocracia nas empresas.

“Estamos bastante entusiasmados com a Reforma Tributária. Ainda têm muitas leis complementares que serão feitas no ano de 2024 para que a gente possa organizar isso. Mas isso traz muito mais tranquilidade para que os empresários possam voltar a investir e esse investimento tem reflexos futuros”, afirmou.

Pernambuco
O economista pontuou, ainda, a importância da manutenção dos incentivos fiscais ao polo automotivo da Stellantis, em Goiana – no âmbito da Reforma Tributária -, e dos investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para a economia do Estado. Ele também frisou a continuidade de uma interiorização do crescimento econômico em Pernambuco.

“Nós temos Petrolina que é uma cidade que vem se despontando muito, e Caruaru também. Toda a área de influência desses dois municípios, por exemplo, tem tido um crescimento muito grande, o que traz uma descentralização e obviamente uma redução também do desemprego no interior”, afirmou.

Folha PE

Será? Estatísticos projetam Brasil como favorito para vencer Copa do Mundo

Pesquisadores de diferentes universidades desenvolvem modelos estatísticos utilizando a ciência de dados para prever resultados de eventos esportivos. O projeto Previsão Esportiva simulou um milhão de possíveis resultados para a Copa do Mundo no Catar. Os cruzamentos de informações apontam boa notícia para os brasileiros: o Brasil é o favorito para conquistar o título este ano.

Os dados que alimentam a inteligência artificial para a projeção matemática são compostos de rankings da Fifa, valor de mercado de cada seleção, poder ofensivo e defensivo, histórico e peso da atuação recente. Há também a parte subjetiva, isto é, a análise de especialistas. O professor Francisco Louzada explica que a projeção deste ano trouxe mais detalhes às simulações.

“Este ano trazemos mais detalhes às nossas simulações, como as probabilidades etapa a etapa, a quantidade de gols esperados dos possíveis artilheiros, além da entrega interativa dos resultados. O usuário pode trabalhar com os painéis de controle que preparamos e verificar as probabilidades e seleções favoritas em qualquer possível confronto entre as nações na Copa.

Nesta edição, também ampliamos a equipe, em que temos profissionais de universidades de toda a América Latina e uma parceria inédita com a empresa de educação em dados FLAI. Essas ampliações permitiram uma maior pluralidade nas atividades desenvolvidas, implementação de novas funcionalidades e uma expansão em nossos canais de divulgação”, pontua o coordenador do Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão de Ciências Matemáticas Aplicadas à Indústria (CEPID-CeMEAI).

Do total de um milhão de simulações, o Brasil aparece como possível campeão em 153.178 vezes, totalizando a frequência de 15,31%. Em seguida, aparece a Argentina (12%), Bélgica (9%) e França (8%). No entanto, os pesquisadores destacam que, apesar do favoritismo nos números, o cenário não é absoluto, pois quando as porcentagens das outras seleções são somadas, chegam a 84, 7%.

“A contextualização com base nos resultados que já ocorreram altera significativamente os resultados esperados em cada rodada. As partidas das primeiras rodadas já estão definindo a cara das oitavas de final da Copa. Algumas das variáveis utilizadas também podem mudar durante a competição, o que também significa ajustes nas previsões. Este ano atualizaremos os números ao final de cada rodada da primeira fase e de cada rodada da segunda fase”, explica Paulo Henrique Ferreira, pesquisador do CEPID-CeMEAI.

Grupo do Brasil

As projeções matemáticas apontam que a Seleção Brasileira tem 63% de chance de chegar às oitavas em primeiro lugar no grupo G. A Suíça aparece em segunda posição, com 37% de chance. Com a vitória do Brasil sobre a Suíça na segunda-feira (28/11), a equipe comandada por Tite já garantiu vaga antecipada para as oitavas. Na sexta-feira (02/12), o confronto será contra Camarões.

Brasil só perde a liderança do grupo se perder para a seleção africana e Suíça derrotar a Sérvia e se igualar no saldo de gols com a seleção canarinho, que está em vantagem por 3 x0. O projeto Previsão Esportiva é realizado em conjunto com a Universidade Federal de São Carlos, Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação da USP, Universidade Federal da Bahia, Universidade Federal do Paraná, Universidad de Atacama, Centro de Ciências Matemáticas Aplicadas a Industria, CER e Flai.

 

Fonte: Correio Braziliense