Espaço do leitor: artigo de opinião

Artigo

“Duas Marcam nesta terra”assim é conhecida à bela cidade do sertão de Pernambuco, que ganhou reconhecimento internacional. Como filho desta terra há 33 anos, já vi do passar por ela diversos prefeitos, como podemos destacar alguns deles, a exemplo de Augusto Coelho, Diniz Cavalcante, Fernando e Guilherme, sendo este hoje último companheiro de chapa do atual prefeito Júlio Lossio. Diga-se de passagem, na sua época foi eleito o mais jovem prefeito sendo um dos mais atuante do Brasil.

Mas vale aqui ressaltar e deixar claro que a Califórnia do Sertão passou a ter mais visibilidade e reconhecimento após a chegada de um homem simples e de ideias inovadoras que através de ações simples está deixando sua marca nunca antes vista nos anais desta terra chamada, como sempre, de terra dos impossíveis. Se não vejamos: Petrolina antes de sua gestão, tinha mais crianças na rua do que mesmo pessoas se movimentando no centro da cidade.

Partindo dali, começou a se enxergar o maior e mais exitoso programa, o  “Nova Semente”, que hoje atende mais de 7500 crianças, distribuindo 5 refeições diárias, de segunda a sexta-feira. Programa onde tem hoje tem mais de 3000 pessoas, que numa época de crise, diga-se de passagem, estão trabalhando com carteira assinada e com seus vencimentos em dia. Sem contar os inúmeros avanços no IDEB dentre outros grandes e diversos benefícios que a cidade e a população tem obtido ao longo dos mais de 7 anos e as mais de 10 mil famílias beneficiadas com o maior programa habitacional no norte e Nordeste, e por que não dizer: o maior do BRASIL.

Temos motivos de sobra para nos congratular com essa “cidade dos impossíveis”e por fim o meu agradecimento ao prefeito que deixará sua marca registrada no coração e em vida e cada um dos mais de 320 mil habitantes. Que o melhor não é se cuidar de frutas na terra da irrigação e sim cuidar das pessoas, porque são elas o futuro de uma nação, nação esta que o futuro dela está nas mãos das nossas crianças. Forte abraço de um filho querido desta terra mui amada chamada Petrolina.

Erasmo Charlys

Leitor considera que Juazeiro (BA) vive uma calamidade

Água_barrenta_nas_torneiras

Insatisfeito com a realidade da cidade de Juazeiro, no norte da Bahia o comunitário David Lima escreve texto com críticas à gestão municipal da terra de João Gilberto. Confira o conteúdo nas linhas que se seguem a baixo.

Estamos vivenciando fatos jamais imaginados que pudessem vir a acontecer na nossa sofrida cidade de juazeiro da Bahia. O volume de queixas da população nos meios de comunicação sobre a qualidade da água é impressionante, na coleta de lixo altamente deficitária, montanhas de lixo nas ruas, esgotos a céu aberto, proliferação de insetos, muriçocas atormentando o povo, muitos se queixam de disenteria, dores de barriga etc.

Confesso que fui surpreendido no dia 16 de fevereiro quando minha esposa me apresentou dois cálices de água da torneira aqui no Residencial Morada do Salitre e Praia do Rodeadouro, essa água das fotos foi colhida pela manhã, deixamos decantar e no dia seguinte fizemos as fotos. Urge providências imediatas das autoridades do município antes que as epidemias se instalem causando danos irreparáveis a sociedade. O saneamento básico bem merece o nome de “saneamento meia sola”.

David Lima, comunitário Juazeirense.

Escritor faz desabafo pelas redes sociais e detona discurso do Prefeito de Juazeiro, que afirmou apoiar o esporte

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O escritor e presidente da empresa Círculo Literário Analítico Experimental Editora (CLAE), João Gilberto escreveu em sua página pessoal do Facebook sua opinião sobre o discurso do prefeito de Juazeiro (BA) Isaac Carvalho (PC do B) na imprensa do Vale.

Segundo João, “o prefeito Isaac o ofende quando diz que apoia o esporte, com o ginásio Municipal caindo ao pedaços, não existe um metro de ciclovia na Cidade, não existe um incentivo para quem anda de skate ou BMX, não existe nenhum incentivo Municipal para a prática de esportes aquáticos no Rio São Francisco, não fizeram nenhuma intervenção na Ilha do fogo, agora no fim do mandato o cara reforma o estádio e diz que apoia o esporte, pois eu te digo prefeito, as olimpíadas tem mais de 100 modalidades, não é só futebol não”, escreveu João.

Pais de Beatriz Mota escrevem carta aberta a sociedade do Vale

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Após as repercussões na mídia do assassinato misterioso da estudante Beatriz Mota em Petrolina (PE) ocorrido no dia 10 de dezembro de 2015 e ainda sem solução das autoridades policiais, a família da Garota que se estivesse viva estaria com 8 anos se pronunciou na imprensa por meio de nota.  O texto é assinado por Sandro Romilton Ferreira da Silva e Maria Lúcia Mota da Silva, pais  da garota. A baixo acompanhe a nota na íntegra.

1 – Não compactuamos com nenhum ataque a Instituição “Colégio Nossa Senhora Auxiliadora”, pois reconhecemos o seu valor e a sua importância para as cidades de Petrolina/PE e Juazeiro/BA na educação das suas crianças, adolescentes e jovens. Temos a perfeita consciência que as falhas que existiram na segurança do evento, onde nossa amada filha foi covarde e brutalmente assassinada, são humanas, e que as responsabilidades dos envolvidos serão apuradas pelo órgão competente, sendo esse um desejo da família e, certamente, da Instituição. O que pleiteamos, apenas, foi o engajamento da Instituição na luta para se descobrir o(s) culpado(s) e cobrar celeridade aos poderes constituídos. Desta forma, nenhum ataque a imagem da instituição de ensino “Colégio Nossa Senhora Auxiliadora” partiu ou partirá de nosso núcleo familiar;

2 – O nosso núcleo familiar também não compactua com qualquer posição político/partidária de caráter ideológico, quanto à atuação da Polícia Civil de Pernambuco. O que foi dito no pronunciamento da última manifestação, dia 11 de fevereiro de 2016, foi apenas uma constatação das condições de trabalho dos policiais envolvidos no caso. Por isso mesmo, a família fez questão de destacar o empenho demonstrado para a solução do caso por parte do Delegado Dr. Marceone e de sua equipe de policiais. Portanto, qualquer pronunciamento com cunho político/partidário não partiu ou partirá da nossa família;

3 – Por fim, também não compactuamos com nenhuma mensagem que gere conflitos entre as religiões. Como toda família brasileira, a nossa família é composta por católicos e evangélicos, pautada sempre pela convivência respeitosa e pacífica. Por isso, queremos deixar bem claro que não partiu ou partirá do nosso núcleo familiar qualquer mensagem com intuito de atacar a Igreja Católica, muito pelo contrário, clamamos pelo seu apoio, bem como das Igrejas Evangélicas.

A nossa amada filha, apesar da pouca idade, nos deixou um grande legado de amor e de perdão, por isso a nossa luta é contra a injustiça e tem que ser uma luta também de toda a sociedade petrolinense e juazeirense, das instituições de ensino, das religiões e dos órgãos governamentais.

Petrolina, 16 de fevereiro de 2016.

Sandro Romilton Ferreira da Silva e Maria Lúcia Mota da Silva

Comunitário reclama de abandono no Residencial Brisa da Serra em Juazeiro (BA)

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Abandono e depredação esse é o cenário que ilustra boa parte da estrutura do Conjunto Habitacional Brisa da Serra, no bairro João Paulo II, em Juazeiro da Bahia.

De acordo com informações do comunitário Fernando Amorim, o poder público municipal da cidade baiana “anda meio distante da nossa comunidade, temos problemas na varrição e recolhimento do lixo domiciliar, além de falta de segurança pública e estrutural”, afirma.

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Espaço do Leitor: “O feminismo e Painho”

 – Direitos iguais na rua e na cama também.

As pessoas deveriam estudar o que é o feminismo.  AS UNIVERSIDADES DEVERIAM TER NA GRADE CURRICULAR UMA DISCIPLINA DESTINADA AO FEMINISMO. Sim, assim como metodologia é importante o feminismo também é!

É preciso saber o conceito da palavra. A história por trás dela e explicar que as feministas não pregam discursos de ódio contra o homem. Até porque alguns homens deveriam ser a nona maravilha do mundo (a oitava é ocupada por umcloset do tamanho de uma casa com vestidos de Valentino e sapatos Louboutin).  O que é o feminismo? Abri meu livro Barsa e, resumindo o que está nele, é um movimento reivindicatório exigindo direitos iguais tanto sociais como políticos. O movimento conseguiu algo? Sim! Salários [quase] iguais ao dos homens, funções iguais, outras coisas e a percepção de que muito ainda pode vir.

Queremos mais! Queremos fazer com que a sociedade machista veja que usar um vestido curto não é um convite para ser violentada sexualmente, queremos que as mulheres parem de julgar outras mulheres por terem uma vida sexual ativa, queremos que os pais parem de dizer que menina tem que lavar os pratos e o menino aprender a dirigir um carro. Queremos que as pessoas percebam que, quando tomamos a atitude de ‘chegar em um homem’ e perguntar se podemos pagar uma bebida para ele, nãos estamos tomando o lugar ou ação de ninguém. Estamos fazendo o que queremos! Aceita a bebida sem reclamar, por favor!

Queremos que a violência doméstica seja extinta (mesmo sendo utopia) porque mulher não é objeto para ter dono. Não somos escravas da casa, não somos vendidas no Mercado Livre, não queremos ser só reconhecidas por “mãe”. Queremos ser chamada também de DOUTORA, JORNALISTA, CAMPEÃ, PILOTA, DIRETORA EXECUTIVA DE UMA EMPRESA E PRESIDENTA. E queremos que outras mulheres não sejam machistas, acusadoras e hipócritas. Dizer que Valesca Popozuda não vale nada por suas letras ou suas coreografias é certo? Se for certo eu quero morrer errada porque cada ser vivo tem o seu valor e a sua importância se mencionar no direito de rebolar o quanto quiser. Fazer sua filha usar saia comprida não evitará que ela tenha contato com outras garotas que têm uma criação humanizada ou sequer poderia aprisionar uma alma livre.

Comunicação, diálogo é o que torna homens e mulheres conscientes de tudo que há de bom e ruim no mundo. A mulher é dona do seu corpo, das suas atitudes da sua própria alma. Ela decide a hora que quer ter um bebê, o lugar que quer morar e como viver. Le It Be!

Eu tive uma criação abençoada, minha mãe além de ser “mainha” é minha irmã e amiga. Meu pai? Meu pai foi por 35 anos um trabalhador braçal e brigava quando minha mãe me obrigava a lavar os pratos (obrigada painho, porque lavar pratos e arear panelas é uma morte lenta e horrível). Ele queria que eu estudasse, que fosse feliz e nunca reclamou de uma roupa curta que usei e uso. Nunca me tratou menos do que uma princesa. E quando eu levei o meu primeiro namorado para a minha casa ele o recebeu como um filho.

Quero dizer que eu poderia ter sido privada de tudo por ter um pai que foi criado rusticamente… Ele poderia ter me surrado em várias oportunidades (eu aprontava muito, na verdade… Eu fazia o mundo ter labirintite quando criança), mas não o fez. Meu painho poderia ser machista do dedão do pé até o último fio de cabelo, mas não é. Ele não é muito de conversar e é por isso que falo por mim e por ele! Painho é a prova viva de que o machismo não vem da criação, porque o meu avô foi um exímio exemplar de machista.

Calincka Crateús – Graduanda em Jornalismo

Escritora do blog Toda Linda de Valentino

E o caso Beatriz?

Matos têm olhos e paredes têm ouvidos, os crimes são descobertos, por mais que sejam escondidos”

interrogacao

É confiando nesse adágio popular que seguimos acreditando que o caso Beatriz terá seu desenlace.

Trata-se de um assassinato de uma criança de apenas sete anos, que deixou a sociedade do Vale do São Francisco aterrorizada e perplexa com tamanha crueldade e maiormente, com a possibilidade de não se chegar ao autor deste bárbaro crime.

A polícia inicialmente convocou coletiva de imprensa, comprometendo-se a dar uma resposta e o tempo está passando e nem sinal de resposta, pelo menos não se tem nenhum dado concreto que indique estar a investigação próximo do fim. Porém, nós seguimos confiando na capacidade técnica da equipe da Polícia que conduz este caso, e sabemos da relevância do fator tempo em perquirições dessa espécie.

Nas confraternizações de final de ano, nos encontros familiares ou com amigos e nas redes sociais o caso Beatriz tem sido o assunto mais comentando, todas as pessoas se investem de investigadores, trazendo hipóteses que possam levar a motivação e execução de tão cruel assassinato.

O triste tema tem causado uma revolta social. As nossas crianças estão assombradas, se negam a ir para a escola, não querem brincar fora de casa, pois neste momento passam a compreender um assunto que antes só era de interesse de adultos- a violência- e nós temos obrigação de acolhê-las e de fato fazer com que assimilem a tal violência a qual todos nós estamos expostos, porque é preciso criar mecanismos de defesa para nossos inocentes.

A infância e o lúdico dão lugar as preocupações, pois não existem mais lugares seguros. Por todas as partes temos que estar em constante vigilância. Nossas crianças não podem mais confiar em quase ninguém. Em casa e na escola são os lugares que pensávamos que nossos filhos estavam seguros, agora temos plena certeza que não.

E esse fato não é um caso isolado, foi o primeiro dentro de uma escola particular em Petrolina, mas os noticiários dão conta da quantidade de crianças que são mortas no interior de suas escolas e residências, mortas por estranhos e também por familiares, portanto não estamos seguros nem dentro de casa e nem na escola.

Nosso futuro está ficando cada vez mais comprometido, a questão da segurança no Brasil urge por mudanças, as penas previstas no Código Penal são demasiadamente brandas, e isso é extremamente favorável aos criminosos, contribui para o descontrole da criminalidade e dá a certeza de que por mais tempo que passem encarcerados, eles ainda terão liberdade.

A família de Evelin, outra criança estuprada, morta e esquartejada em Belém do São Francisco, qual a liberdade que essa família algum dia experimentará? O algoz está preso, mais não morrerá na cadeia, muito pelo contrário este agora está sob a tutela do Estado, de modo que qualquer coisa que aconteça com ele dentro da carceragem o Estado será responsabilizado.

De igual modo se encontra a família do garotinho Alisson, a criança brincava no parquinho da sementeira, em Petrolina, quando foi atraída para ser objeto de outro crime abominável, foi estuprado, morto e em seguida jogado em um canal. O seu algoz está detido, sob a tutela do Estado, em uma cela, isolado para que seja garantida a sua integridade, mas certamente, não morrerá na cadeia. E a família presa a essa dor que jamais passará.

A família de Beatriz está neste momento experimentando o que nenhum ser humano merece provar, a aflição de ter perdido um dos seus bens mais preciosos e a incerteza da descoberta do impiedoso assassinato.

Estamos vivendo um momento muito difícil, porque precisamos mais do que nunca pensar que pode acontecer com qualquer um, os fatos narrados.

Ao invés de ensinar as nossas crianças que elas devem dar bom dia, boa tarde, boa noite e obrigado, teremos que ensinar a não falar com ninguém porque um simples cumprimento desse pode servir de isca para os algozes que podem estar do seu lado, infelizmente.

Por Sebastiana Negreiros- Advogada militante no Vale do São Francisco

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