Federação REDE/PSOL alinha entendimento com Isaac e PT para construção da majoritária

A Federação partidária, formada pelos partidos Rede Sustentabilidade e PSOL, chegou a um consenso sobre a pré-candidatura de Isaac Carvalho (PT) para prefeito de Juazeiro. A declaração foi feita pelos presidentes municipais, Gustavo Amorim (REDE) e Breno Rainan (PSOL).

A crescente onda de apoio a Isaac Carvalho para prefeito de Juazeiro tem sido notável nos últimos dias. Diversos partidos e lideranças políticas importantes da cidade têm declarado publicamente seu apoio a Isaac, a exemplo do PSB e PSD. Fato que demonstra um movimento significativo em favor do ex-prefeito.

“Isaac é muito bem avaliado pela população e já fez muito pelo Município, por isso que nos juntamos ao time e decidimos fechar o alinhamento com a majoritária e sua pré-candidatura”, decretou o presidente da REDE, em Juazeiro, Gustavo Amorim.

Para a Federação REDE/PSOL, o nome de Isaac Carvalho atende à vontade popular de mudança no governo municipal. “Os juazeirenses não aguentam mais tantos desmandos da atual gestão. O povo quer mudança e Isaac já mostrou que é capaz de colocar Juazeiro nos trilhos do desenvolvimento social e econômico”, acrescentou Gustavo.

Para interlocutores do ex-prefeito, esse alinhamento gera um impacto significativo nas eleições, e é interessante observar como as alianças políticas estão se formando em torno da sua pré-candidatura. Já Isaac fez questão de ressaltar que os partidos da federação também são da base do Presidente Lula e agradeceu pelo apoio.

“Fico feliz por poder observar que a nossa caminhada está cada vez mais fortalecida. A REDE e o PSOL estão alinhados com o Governo Lula e juntos vamos construir um novo caminho para que Juazeiro saia desse atraso e desse caos em que se encontra. Vamos trabalhar juntos para que a nossa cidade volte a ser uma referência positiva na região”, disse o pré-candidato a prefeito de Juazeiro, Isaac Carvalho.

Ascom Isaac Carvalho

Urna eletrônica terá nova voz para eleitores cegos ou com baixa visão

As urnas eletrônicas a serem usadas nas eleições municipais desse ano terão uma nova voz sintetizada para auxiliar pessoas com deficiência visual na hora de votar para prefeito e vereador. A voz batizada como Letícia é da cantora Sara Bentes, de Volta Redonda (RJ), que nasceu com deficiência visual. Todos os modelos de urna eletrônicas utilizados nos dias 6 (data do primeiro turno) e 27 de outubro (segundo turno) estarão equipados com a inovação.

A voz dará as instruções básicas, o início do uso da urna pelos eleitores, e informará o cargo que está em votação a cada momento, os números digitados e o nome da candidato escolhido. De acordo com nota do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), “ao entrar na seção eleitoral e se identificar, a pessoa deve comunicar a deficiência visual à equipe de mesárias e mesários, que habilitará a urna e entregará fones de ouvido para uso durante a permanência na cabine eleitoral.”

O TSE afirma que a voz tem “um toque mais humano”, “natural” e “inteligível”, e vai melhorar a compreensão dos eleitores. A corte eleitoral acredita que a inovação tecnológica será um “avanço” na comparação com as urnas utilizadas de 2000 a 2018 – “que comunicavam o cargo em votação e os números das candidaturas, mas ainda não informavam o nome dos concorrentes.”

A melhoria da urna eletrônica atende à sugestão da Organização Nacional de Cegos do Brasil, feita em outubro de 2022 à Seção de Voto Informatizado do TSE.

Sem fraude
A urna eletrônica é um equipamento de processamento de dados que com o seu software (programas) permite a coleta de votos em uma eleição e posteriormente a sua transmissão. A tecnologia que é nacional começou a ser implementada no Brasil em 1996.

Em quase 30 anos de uso e servindo para recolher os votos de todos pleitos – presidente, governador, senador, deputado federal, deputado estadual, deputado distrital, prefeito e vereador – a urna eletrônica nunca apresentou falhas ou vulnerabilidades a fraudes, conforme as dezenas de testes públicos de segurança, auditorias e verificações de resultados feitos diretamente por eleitores, partidos políticos, Ministério Público, Ordem dos Advogados do Brasil, Congresso Nacional, Supremo Tribunal Federal, Controladoria-Geral da União, Polícia Federa, Sociedade Brasileira de Computação, Conselho Federal de Engenharia e Agronomia, além dos departamentos de Tecnologia da Informação de universidades.

Agência Brasil

TSE recebe até amanhã sugestões sobre regras para eleições municipais

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) recebe até esta sexta-feira (19) sugestões sobre as regras que vão valer para as eleições municipais de outubro. Ao todo, são dez temas sob consulta, que devem ser regulados por resoluções eleitorais a serem votadas pelos ministros da corte.

Entre os assuntos mais sensíveis em discussão está a regulamentação do uso da inteligência artificial no contexto das eleições. Um dos objetivos é evitar a circulação de montagens de imagens e vozes produzidas por aplicativos de inteligência artificial para manipular declarações falsas de candidatos e autoridades envolvidas com a organização do pleito.

No portal do TSE, os interessados podem encontrar a minuta da resolução sobre propaganda eleitoral, que trata de inteligência artificial, e também sobre mais nove temas, que incluem propaganda eleitoral, pesquisas eleitorais, prestação de contas, auditoria do processo eleitoral e ilícitos eleitorais, entre outros.

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João Campos destina R$ 237 milhões para vereadores do Recife em ano eleitoral

O orçamento anual do Município do Recife para 2024 foi sancionado pelo prefeito João Campos (PSB) com um valor recorde destinado aos vereadores da capital pernambucana. O orçamento da Câmara de Vereadores, apenas para 2024, ficou em R$ 237.740.000,00 (duzentos e trinta e sete milhões setecentos e quarenta mil reais).

Em 2023, ano anterior, o orçamento ficou em “apenas” R$ 217 milhões. O aumento de orçamento, em relação ao ano anterior, ficou em 9,5%. A Prefeitura do Recife obrigatoriamente tem que transferir um percentual da arrecadação – 4,5% ao ano – para a Câmara de Vereadores. É o chamado duodécimo. É uma exigência da Constituição Federal. Com isso, os vereadores são “sócios” dos aumentos de arrecadação da Prefeitura do Recife.

“No entanto, nada impede que os prefeitos entrarem em acordo com os vereadores para repassarem menos. O duodécimo é um teto máximo, não um mínimo”, afirmam especialistas. A Câmara do Recife tem atualmente 39 vereadores. Boa parte dos atuais vereadores deve disputar a reeleição em 2024, ano eleitoral.O orçamento de R$ 237 milhões da Câmara para 2024 irá custear remuneração de vereadores e servidores, inclusive comissionados, além de verbas indenizatórias.

JC Online

A um ano das eleições municipais, pré-candidatos a prefeituras já acenam a grupos religiosos

A um ano das eleições municipais, pré-candidatos de ao menos 15 capitais batem ponto em eventos e templos religiosos na tentativa de se aproximarem dos fiéis. Para especialistas ouvidos pelo Globo, o movimento é uma forma de atrair o segmento cristão antes do período eleitoral, criando fidelidade. Na maior cidade do país, São Paulo, o prefeito Ricardo Nunes (MDB), que disputará a reeleição, e seu principal opositor, Guilherme Boulos (PSOL), têm se encontrado com lideranças religiosas. O emedebista participa constantemente de reuniões com pastores de grandes agremiações, como a Assembleia de Deus.

Com mais resistência no setor por ser de esquerda, Boulos esteve com líderes de igrejas da Zona Sul paulistana, região em que concentra a maior parte de seu eleitorado. Além dos dois pré-candidatos, a deputada Tabata Amaral (PSB) tem se aproximado do segmento com a ajuda do vice-presidente e principal entusiasta de sua campanha, Geraldo Alckmin, que ainda é um trunfo do governo Lula para estreitar laços com os religiosos. “Já marcamos conversas com oito lideranças evangélicas importantes de São Paulo”, disse Tabata.

Discurso na marcha
Candidato à reeleição, o prefeito de João Pessoa (PB), Cícero Lucena (PP), aproveitou a Marcha para Jesus na capital para discursar aos eleitores, assim como fizeram seus adversários. “Entrego a chave, simbolizando a chave da cidade de João Pessoa, nas mãos do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo”,  declarou. Na sequência, seus opositores também mandaram seus recados. O deputado federal Ruy Carneiro (PSDB) e o ex-prefeito Luciano Cartaxo (PT), que já estão em pré-campanha, publicaram fotos abraçados com fiéis na principal avenida da cidade.

Carneiro afirmou que acompanha as atividades religiosas por serem vinculadas a instituições sociais que fazem trabalho voluntário no estado: “Os cristãos com certeza representam parte do meu eleitorado e procuro ouvir todas as vozes da sociedade”. Em Salvador, o prefeito Bruno Reis (União) não ficou sozinho no discurso na Marcha para Jesus. Pastor Sargento Isidório (Avante), pré-candidato que pode representar a base do governador Jerônimo Rodrigues (PT) no ano que vem, também marcou presença e fez discurso de tom religioso.

Esse cenário se repete em outras capitais, como Curitiba, em que o casal Fernanda e Deltan Dallagnol participa de agendas com pastores da Igreja Batista. Filiados ao Novo, eles não decidiram quem será candidato em 2024. Há incerteza sobre a inelegibilidade do ex-deputado, cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral, com base na Ficha Limpa. A decisão não menciona o prazo de oito anos longe das urnas; por isso, especialistas divergem sobre o veredito.

Por integrarem segmentos naturalmente organizados, fiéis católicos e evangélicos são públicos mais fáceis de se alcançar de uma só vez. A avaliação é de Vinicius do Valle, doutor em Ciência Política pela USP e pesquisador do Observatório Evangélico. “O setor é relevante em números e está constantemente mobilizado. O religioso vai à igreja toda semana, o mesmo não ocorre com um sindicalista ou fã dos militares. Os políticos querem sair na frente, já querem disputar o apoio das denominações”, diz Valle.

O segmento cresceu em termos populacionais e, logo, eleitoralmente. O ex-presidente Jair Bolsonaro foi uma das lideranças a receber adesão desse grupo religioso em pleitos passados. Na véspera da disputa de 2022, 63% dos evangélicos indicavam a intenção de votar nele, segundo o Datafolha. O cenário preocupou articuladores de Lula que, apesar de ter vencido as eleições, saiu em desvantagem entre o grupo que tende a aumentar nos próximos anos. Nesse contexto, nomes da esquerda tentam vencer essa resistência para 2024.

É o caso do prefeito de Recife, João Campos (PSB), que tem se dedicado a melhorar sua relação com os cristãos. Em março, tornou a Marcha Para Jesus patrimônio cultural imaterial da capital pernambucana. Cinco meses depois, em agosto, esteve na posse do arcebispo Dom Paulo Jackson Nóbrega de Sousa. “O líder religioso da Igreja Católica sempre tem um peso muito grande na Região Metropolitana”, disse à época.

Se, por um lado, políticos se empenham na busca por votos, por outro recuam na apresentação de proposições dedicadas ao segmento. É o que se vê no Congresso: na Câmara, desde janeiro, foram 15 proposições legislativas que citam o termo “evangélicos”. Em 2022, o total foi de 25, e em 2021, 28. Entre os projetos, está o reconhecimento da arte evangélica como manifestação cultural, e outro pede o aumento da pena para o crime de desrespeito a crenças e símbolos religiosos.

Agência O Globo