Biden é pressionado a desistir, ganha apoio de Obama e garante que fica

Após o mau desempenho do presidente Joe Biden no primeiro debate com Donald Trump abrir uma crise no Partido Democrata, estrategistas e formadores de opinião debatem se é hora de trocar o cabeça de chapa. Líderes da legenda saíram nesta sexta-feira, 28, em defesa o presidente, rejeitando pedidos para que ele se afaste da campanha.

O próprio presidente buscou reverter a imagem de fragilidade com um discurso vigoroso na Carolina do Norte, em que prometeu não desistir da reeleição. Ele ganhou o apoio do antecessor, Barack Obama, que lembrou ter “perdido” um debate para Mitt Romney na sua campanha vitoriosa de 2012.

Comício
Falando com uma multidão em Raleigh, na Carolina do Norte, Biden, de 81 anos, reconheceu não debater mais como costumava e confrontou os questionamento sobre sua idade. “Sei que não sou um homem jovem, para dizer o óbvio”, disse. “Não falo tão fluentemente quanto antes. Mas sei o que sei. Sei como dizer a verdade. Sei o que é certo e o que é errado. E sei como fazer esse trabalho.”

A performance no comício de Biden contrastou com o alarme expressado na mídia e entre estrategistas políticos, mesmo por alguns dos mais antigos apoiadores de Biden, imediatamente após o debate de quinta-feira à noite. Joe Scarborough, o apresentador da MSNBC e um forte defensor do presidente, disse que as perguntas sobre sua capacidade de concorrer agora eram inevitáveis. A ansiedade começou minutos após o início do debate, quando Biden parecia divagar no confronto com Trump, de 78 anos.

Michael Tyler, diretor de comunicações da campanha de Biden, disse que não houve conversa interna sobre sua substituição na chapa “de forma alguma”. Os comentários seguiram esforços de oficiais da campanha para tranquilizar doadores e arrecadadores.

Ex-presidente
Obama apoiou seu ex-vice-presidente, postando no X que “noites ruins de debate acontecem”, aludindo ao seu próprio desempenho no primeiro debate de sua campanha de reeleição, em 2012. “Confie em mim, eu sei. Mas esta eleição ainda é uma escolha entre alguém que lutou por pessoas comuns a vida inteira e alguém que só se importa consigo mesmo”. Ele acrescentou: “A noite passada não mudou isso, e é por isso que há tanto em jogo em novembro”.

Mesmo com os líderes democratas prometendo confiança em Biden, especialistas e estrategistas políticos expressaram abertamente dúvidas sobre sua capacidade de levar a eleição até o fim. Em alguns casos, pediram que Biden abrisse caminho para um novo indicado. A única maneira de os democratas substituírem Biden é ele desistindo da corrida e entregando os delegados prometidos a ele. Neste ponto, sua substituição seria decidida no plenário da Convenção Nacional Democrata, em agosto.

Todos os delegados de Biden se tornariam “não comprometidos”. A convenção poderia se tornar uma campanha em si. A vice-presidente Kamala Harris não seria a indicada automaticamente, mas seu status a torna uma candidata viável, especialmente se Biden declarar apoio a ela. O Partido Democrata tem uma série de estrelas políticas, incluindo o governador da Califórnia, Gavin Newsom, e a governadora de Michigan, Gretchen Whitmer. Todos têm sido apoiadores de Biden.

A Constituição americana não permite mais de dois mandatos para presidente, consecutivos ou não. Obama não poderia tentar se candidatar novamente e, se vencer, Trump, de acordo com as regras atuais, não pode tentar a reeleição em 2028.

Estadão

Trump promete “uma América para os americanos em primeiro lugar”

(Foto: Internet)

Ao tomar posse nessa sexta-feira (20) como o 45º presidente dos Estados Unidos, Donald Trump prometeu que, tanto nos EUA quanto no exterior, buscará sempre o interesse dos norte-americanos em primeiro lugar. “Estamos transferindo o poder de Washington, e dando de volta para vocês”, disse ele na ocasião ao grande público presente ao evento, frisando que a partir de agora “uma nova visão governará” o país.

“A partir deste dia, uma nova visão governará nossa terra. A partir deste dia, vai ser apenas a América primeiro. América primeiro!”, disse Trump. Segundo ele, a partir de agora, todas “as decisões sobre o comércio, sobre impostos, sobre imigração, sobre assuntos externos, serão feitas para beneficiar trabalhadores americanos e fábricas americanas”.

Ele é o presidente mais velho na história a assumir a presidência do país e tomou posse erguendo a mão direita e colocando a esquerda sobre uma Bíblia usada por Abraham Lincoln, para repetir o juramento previsto na Constituição dos EUA. O juramento foi dirigido pelo presidente da Suprema Corte dos Estados Unidos, John Roberts. Em seguida, Trump abraçou a esposa, Melania, e outros membros de sua família e logo após iniciou seu discurso de posse.

“Este momento é o seu momento, ele pertence a você”, disse Trump à multidão estimada em cerca de um milhão de pessoas. Ele enumerou alguns dos temas da campanha eleitoral e disse que, na presidência ajudará as famílias de classe média em dificuldades. Falou ainda que vai fortalecer as fronteiras dos Estados Unidos.

A transição de um presidente democrata para um republicano ocorreu no Capitólio , o prédio do Congresso dos Estados Unidos. Ex-presidentes, parlamentares e centenas de representantes do Corpo Diplomático estavam presentes. Pela tradição, chefes de governo e de Estados estrangeiros não são convidados para a posse de presidentes americanos.

Com informações do EBC

Veja o legado deixado por Barack Obama

(Foto Internet)

À frente da Casa Branca por oito anos, Barack Obama obteve conquistas importantes, tanto no plano doméstico quanto no internacional. Algumas delas polêmicas internamente, mas consideradas históricas, como a retomada das relações diplomáticas com Cuba, após meio século de distanciamento e uma vitória na Suprema Corte, que autorizou o casamento entre pessoas do mesmo sexo.

1. Retomada das relações com Cuba

Depois de meio século de rompimento, os Estados Unidos (EUA) e Cuba restabeleceram plenamente suas relações diplomáticas. O anúncio da retomada surpreendeu o mundo. Os presidentes Barack Obama e Raúl Castro anunciaram, em dezembro de 2014, que ambos os países estavam dialogando para o restabelecimento das relações. Seis meses depois, em julho de 2015, Cuba e EUA reabriram suas respectivas embaixadas em Washington e Havana.

As negociações tiveram apoio do papa Francisco, mas Obama já havia sinalizado o interesse de se reaproximar de Cuba. Antes da reabertura das duas embaixadas, os EUA retiraram Cuba da lista dos países que servem ao terrorismo e também retiraram algumas sanções.  O embargo econômico, entretanto, foi mantido e depende da mudança da lei constitucional.

LEIA MAIS

Presidente Obama inicia hoje viagem histórica a Cuba

obama

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, inicia hoje (20) viagem histórica para Cuba. A agenda do presidente norte-americano inclui, após o desembarque na capital cubana, visita cultural a Havana Velha e um encontro com o cardeal Jaime Ortega, líder católico que trabalhou com o papa Francisco no esforço para trazer os dois países à mesa de negociações visando ao restabelecimento das relações diplomáticas.

A viagem do presidente Obama é uma “boa notícia” porque encerra, no âmbito das Américas, o último capítulo da guerra fria na política externa dos Estados Unidos, disse o diretor do Instituto Brasil, Paulo Sotero. O Instituto Brasil é ligado ao Centro Internacional de Woodrow Wilson, sediado em Washington, entidade que realiza estudos sobre a democracia e o desenvolvimento econômico em vários países.

Segundo Paulo Sotero, a viagem do presidente Barack Obama desafia as forças norte-americanas que ainda se opõem à suspensão do embargo econômico, comercial e financeiro imposto pelos Estados Unidos, em 1962, com o objetivo de isolar Cuba do mundo. “No lugar de isolar Cuba, a política isolou os Estados Unidos na região”, disse Sotero.

De acordo com Sotero, a aproximação norte-americana com Havana (capital cubana) pode também trazer benefícios para o Brasil, que sempre teve uma política externa de normalidade com Cuba.

O professor da Universidade do Texas, em Austin, James Galbraith, disse que a viagem do presidente Obama “coloca um ponto final a um período longo, totalmente desnecessário, de hostilidade” dos Estados Unidos em relação a Cuba. “É correto dizer que, fora de um pequeno segmento da classe política, a população norte-americana está totalmente favorável a Obama na ideia de que o melhor caminho a seguir é ter relações normais com Cuba.”

Raúl Castro

O presidente Obama, que viaja com a esposa Michelle, e com as filhas Malia e Sasha, terá um encontro amanhã (21) com o presidente Raúl Castro. Entre os temas a serem discutidos estão os direitos humanos, o estímulo ao comércio entre Cuba e Estados Unidos e o desenvolvimento da iniciativa privada em solo cubano.

A viagem – a primeira de um presidente norte-americano à ilha cubana em quase 90 anos – prosseguirá na terça-feira (22). Nesse dia, o presidente Obama fará um discurso dirigido ao povo cubano. Em seguida, participará de reunião com integrantes da sociedade civil cubana, incluindo ativistas de direitos humanos e representantes da oposição.

Depois desses encontros, o presidente Obama vai participar do jogo de beisebol entre o Tampa Bay Rays e a equipe nacional cubana. O beisebol é um esporte muito popular tanto nos Estados Unidos quanto em Cuba. O Tampa Bay Rays é um time de beisebol da Florida, que joga na liga profissional norte-americana.

Por telefone, Dilma e Obama acertam parceria para vacina contra o vírus Zika

dilma obama

A presidenta Dilma Rousseff e o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, decidiram criar um grupo de alto nível para o desenvolvimento de uma vacina contra o vírus Zika. Os dois conversaram ontem (29), por telefone, e concordaram em unir esforços para produzir a vacina e produtos terapêuticos contra o vírus. O Zika está relacionado à ocorrência de microcefalia em recém-nascidos.

A base das pesquisas será a cooperação já existente entre o Instituto Butantan e o National Institute of Health (NIH), que já estudam uma vacina contra a dengue, também transmitida pelo mosquito Aedes aegypti.

Durante a ligação, Dilma e Obama determinaram que o ministro da Saúde brasileiro, Marcelo Castro, e o Departamento de Saúde dos Estados Unidos mantenham contato a fim de aprofundar a cooperação bilateral na área.

Nesta semana, o governo federal intensificou as ações de mobilização para eliminar criadouros do Aedes aegypti. Outro vírus transmitido pelo mosquito, o chikungunya, provocou a morte de uma pessoa no Recife. Danielle Santana, de 17 anos, teve miosite aguda, associada ao vírus.

Com informações de Agência Brasil