Secretário de Meio Ambiente de Pernambuco afirma que Petrolina não sofrerá com resolução de licença ambiental

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Secretário de Meio Ambiente de Pernambuco, Sérgio Xavier, afirmou na nesta terça-feira (02) em Recife, capital do Estado, que Petrolina não será afetada com a resolução do Consema, que prevê mudanças nas regras de licenciamento ambiental feita pelos municípios.

Reunido com o conselheiro da Unidade Regional do Sertão do São Francisco (URSF) da Federação das Indústrias de Pernambuco (FIEPE), Alexandre Araújo, Xavier também garantiu que as funções da Agência Municipal do Meio Ambiente (AMMA) de Petrolina, não serão afetadas pelas novas regras.

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Conselheiros da Unidade regional da FIEPE se reúnem em Petrolina para discutir estadualização das licenças ambientais

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. Para o titular da pasta, as novas regras não atingiriam Petrolina e convidou uma comitiva da Unidade Regional do Sertão do São Francisco para ir à Recife, na terça-feira./ Foto: assessoria

A proposta do Conselho Estadual de Meio Ambiente (Consema) de concentrar o licenciamento ambiental realizado pelos municípios de Pernambuco fez com que, em Petrolina, os conselheiros da Unidade Regional do Sertão do São Francisco (URSF) da Federação das Indústrias de Pernambuco (FIEPE) se reunissem na tarde desta quarta-feira (27) para discutir o assunto. Com a estadualização, 14 cidades deixariam de definir o que é impacto ambiental nos seus limites.

A resolução passa a valer na próxima terça-feira (2). Além de Petrolina, municípios como Caruaru, Gravatá, Jaboatão, Olinda e Recife  entrariam na lista dos afetados pela nova regra. Segundo o entendimento dos conselheiros da URSF, os impactos da estadualização vão de maior burocratização, falta de profissionais e de fiscalização técnica à diminuição das licenças ambientais para áreas que vem impulsionando a economia petrolinense, como a construção de conjuntos habitacionais, empreendimentos imobiliários, indústrias, comércios e serviços.   

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Estudos da primeira planta-piloto heliotérmica do Brasil receberá licença ambiental

Energia heliotérmica  é o processo de uso e acúmulo do calor proveniente dos raios solares/Imagem ilustrativa

Energia heliotérmica é o processo de uso e acúmulo do calor proveniente dos raios solares/Imagem ilustrativa

O projeto da primeira planta-piloto heliotérmica do Brasil, localizada em Petrolina (PE), pode receber a primeira licença prévia até o primeiro semestre deste ano com a conclusão do Estudo Técnico Ambiental (ETA) que analisa o clima, geologia, população, economia da região e natureza socioambiental. A autorização será a primeira dos três níveis do licenciamento ambiental que o projeto passará.

A planta-piloto que vem sendo realizando desde 2013 foi classificado como de “médio potencial de impacto” e encaminhado para Estudo Técnico Ambiental para obtenção da licença prévia. Concluídos os estudos, o prazo para emissão – ou negação – da licença prévia é de três meses, podendo se estender por mais três meses. Concedida a licença prévia, os próximos passos são os processos de obtenção das licenças de instalação e de operação, os outros dois níveis de licenciamento ambiental para projetos de médio potencial de impacto.

A proposta é coordenada pelo Centro de Pesquisas de Energia Elétrica (Cepel) e pela Companhia Hidro Eletrica do São Francisco (Chesf), respectivamente executor e empresa parceira do projeto Helioterm tem a participação da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) como coexecutora, e da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado de Pernambuco (Secti) como instituição interveniente. A Financiadora de Estudos e Projetos (Finep/MCTI) é a financiado com recursos provenientes. O órgão licenciador responsável é a Agência Municipal de Meio Ambiente de Petrolina (AMMA).

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Senado rasga a legislação ambiental e aprova PEC que facilita aprovação de obras públicas

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Em meio ao terremoto político que toma conta de Brasília, a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado aprovou nesta quarta-feira sem alarde, uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que simplesmente rasga a legislação ambiental aplicada em processos de licenciamento de obras públicas.
A PEC 65, proposta em 2012 pelo senador Acir Gurgacz (PDT-RO) e relatada atualmente pelo senador Blairo Maggi (PR-MT), estabelece que, a partir da simples apresentação de um Estudo Impacto Ambiental (EIA) pelo empreendedor, nenhuma obra poderá mais ser suspensa ou cancelada. Na prática, isso significa que o processo de licenciamento ambiental, que analisa se um empreendimento é viável ou não a partir dos impactos socioambientais que pode gerar, deixa de existir.
Em um documento de apenas três páginas, os parlamentares informam que “a proposta inova o ordenamento jurídico”, por não permitir “a suspensão de obra ou o seu cancelamento após a apresentação do estudo prévio de impacto ambiental (EIA), exceto por fatos supervenientes”. A mudança, sustentam os parlamentares “tem por objetivo garantir a celeridade e a economia de recursos em obras públicas sujeitas ao licenciamento ambiental, ao impossibilitar a suspensão ou cancelamento de sua execução após a concessão da licença”.
O licenciamento ambiental, seja ele feito pelo Ibama ou por órgãos estaduais, estabelece que qualquer empreendimento tem que passar por três etapas de avaliação técnica. Para verificar a viabilidade de uma obra, é preciso os estudos de impacto e pedir sua licença prévia ambiental.
Ao obter a licença prévia, o empreendedor precisa ainda de uma licença de instalação, que permite o início efetivo da obra, processo que também é monitorado e que pode resultar em novas medidas condicionantes. Na terceira etapa, é dada a licença de operação, que autoriza a utilização do empreendimento, seja ele uma estrada, uma hidrelétrica ou uma plataforma de petróleo. O que a PEC 65 faz é ignorar essas três etapas.
“Estamos perplexos com a proposta. Isso acaba com legislação ambiental”, disse a coordenadora da 4ª câmara de meio ambiente e patrimônio cultural do Ministério Público Federal, Sandra Cureau. A PEC 65/2012 precisa passar por votação no Plenário do Senado. Caso aprovada, a proposta seguirá para tramitação na Câmara e depois retornará ao Senado. Por fim, seguirá à sanção presidencial.