Editorial: A Manipulação da Inflação e a Realidade do Povo

O vice-presidente Geraldo Alckmin sugeriu recentemente que os preços dos alimentos e da energia elétrica sejam retirados do cálculo da inflação no Brasil. A proposta, que à primeira vista pode parecer uma medida técnica, na verdade, levanta sérias preocupações sobre a transparência e a credibilidade dos indicadores econômicos do país.

A inflação, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), reflete o impacto da variação de preços no orçamento das famílias brasileiras. Excluir os alimentos e a energia, dois dos itens mais essenciais para a população, especialmente para os mais pobres, é uma manobra que distorce a realidade e mascara o impacto do custo de vida sobre o cidadão comum.

Os alimentos representam uma parcela significativa dos gastos das famílias, principalmente daquelas de baixa renda, que destinam a maior parte de seus ganhos à alimentação. A energia elétrica, por sua vez, é um insumo básico, cujo custo elevado tem um efeito cascata sobre toda a economia, encarecendo a produção e o consumo de bens e serviços. Retirar esses itens do cálculo da inflação é, no mínimo, um desrespeito com o trabalhador que sente no bolso a alta dos preços diariamente.

Se a inflação oficial não refletir o verdadeiro aumento do custo de vida, o governo poderá justificar políticas econômicas equivocadas e negligenciar a urgência de medidas para conter a alta dos preços. Além disso, reajustes de salários, aposentadorias e benefícios sociais baseados nesses índices serão comprometidos, prejudicando ainda mais os mais vulneráveis.

O Brasil já sofreu no passado com tentativas de manipulação de indicadores econômicos para maquiar a realidade. A transparência e a confiabilidade dos dados são fundamentais para que se tomem decisões responsáveis e eficazes. Se o governo quer de fato reduzir a inflação, deve investir em medidas que combatam o aumento dos custos, como redução de impostos sobre produtos essenciais, incentivo à produção agrícola e energética e melhoria na infraestrutura logística.

Retirar os alimentos e a energia do cálculo da inflação não alivia a pressão sobre os brasileiros. Apenas encobre a realidade e desvia o foco das verdadeiras soluções. A população precisa de políticas econômicas sérias e comprometidas com a melhoria das condições de vida, não de artimanhas para esconder os problemas.

Waldiney Passos

Jornal coloca Mendonça Filho entre cotados para ser vice na chapa de Alckimin

(Foto: ASCOM)

O deputado federal pernambucano Mendonça Filho (DEM) é um dos cotados para ser vice-presidente na chapa do pré-candidato Geraldo Alckimin (PMDB). A informação foi dada pelo coordenador político da campanha do tucano, Marconi Perillo ao jornal O Globo.

Além de Mendonça, outros dois nomes são estudados: o de Aldo Rebelo, membro do Solidariedade e do empresário Flávio Rocha, filiado ao PRB. O trio tem, segundo Perillo, o perfil solicitado por Alckimin que busca fortalecer seu nome no Nordeste.

Aldo e Rocha já se manifestaram e negaram qualquer interesse em ser vice, Mendonça Filho preferiu não se manifestar. Ele é pré-candidato na oposição de Pernambuco ao Senado Federal, na chapa de Armando Monteiro ao Governo do Estado.

Mendonça foi ministro da Educação de Michel Temer. Outra alternativa seria o nome de Henrique Meirelles, elogiado por Alckimin por sua visão econômica.