Sistema de saneamento ainda não é eficiente nas cidades visitadas por órgãos de fiscalização integrada/Imagem ilustrativa
Recentemente, o Ministério Público da Bahia elaborou um diagnóstico da situação de saneamento em municípios do norte baiano, como por exemplo, Sento Sé, Sobradinho, Juazeiro, Curaçá, Uauá, Jaguarari, Casa Nova, Remanso, Pilão Arcado e Campo Alegre de Lourdes. O que se constatou não foi nada animador. De acordo com informações postadas no portal do IRPAA (Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada), a partir da 37ª Fiscalização Preventiva Integrada (FPI) foi identificado, dentre outros problemas, que a água do São Francisco está imprópria para consumo, com a presença de diversos organismos patogênicos, inclusive coliformes fecais. Este problema se agrava quando se observa como esta água chega às residências das pessoas, já que os sistemas de tratamento não atendem a toda a população.
Segundo o relatório do FPI, ficou constatado que as áreas que são atendidas por carros-pipa recebem água contaminada. “Observamos que todos os carros-pipa estão distribuindo água bruta, que não é submetida a nenhum tipo de tratamento, logo, não é boa para beber”, afirma o engenheiro sanitarista do Ministério Público da Bahia, Zuri Pessoa. “Ao percorrer os municípios, os órgãos participantes da Operação providenciaram análises tanto da água retirada do rio quanto da levada pelos carros-pipa”.
Um exemplo claro desta irregularidade foi verificado em Casa Nova. Através de observação in loco e por meio de imagem de satélite, foi comprovado pela Fiscalização Integrada que a estação de tratamento do esgoto não está sendo bem operada, sendo o material lançado para o lago de Sobradinho em um local bem próximo ao ponto de captação do Saae (Sistema Autônomo de Água e Esgoto) e dos carros-pipa, que levam essa água bruta para as comunidades rurais, principalmente. “Eles [prestadores de serviço] não têm controle da água que estão distribuindo. A população fica sujeita a um risco grande de contrair doenças pelo consumo dessa água”, constata Pessoa.