Moradores relatam cerceamento do direito de ir e vir no Espírito Santo

(Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil)

Moradores do Espírito Santo relatam que estão com seu direito de ir e vir cerceado há seis dias, desde que começou a paralisação dos policiais militares por reajuste salarial. A rotina dos capixabas mudou de forma drástica, já que muitos não conseguem sair para trabalhar nem estudar pela falta de segurança nas ruas.

Escolas, unidades de saúde, boa parte do comércio, bancos, repartições públicas estão fechados desde segunda-feira (6). Os supermercados estão lotados e com longas filas. Os ônibus, que tinham voltado a circular pela manhã, retornaram hoje (9) para as garagens, após a morte de um sindicalista rodoviário.

Com informações do EBC

Saqueadores devolvem objetos roubados de lojas no Espírito Santo

(Foto: Fernando Madeira/ A Gazeta)

Saqueadores arrependidos estão procurando a delegacia de Cachoeiro de Itapemirim, no Espírito Santo para devolver produtor roubados.

Freezer, tanquinhos, bebedouros e diversos outros tipos de produtos e equipamentos foram levados de volta para a delegacia. Um homem que não quis se identificar confessou que participou dos saques.

“A gente não imaginava que pessoas, inclusive, que não são dadas à vida do crime, lamentavelmente se envolveram nessa situação”, falou o delegado Faustino Antunes.

O delegado disse que quem for pego com produto roubado pode pegar de dois a oito anos de prisão, mas quem devolver pode ter redução da pena.

Com informações do G1

Espírito Santo transfere controle da segurança pública para as Forças Armadas

O ministro da Defesa, Raul Jungmann, anunciou, esta tarde, que a Operação Capixaba receberá reforço de 550 militares das Forças Armadas/Foto: Marcelo Camargo da Agência Brasil

O governo do Espírito Santo transferiu o controle operacional dos órgãos de segurança pública para o general de brigada Adilson Carlos Katibe, comandante da força-tarefa conjunta e autoridade encarregada das operações das Forças Armadas, O objetivo é promover a garantia da lei e da ordem no estado, no período de 6 a 16 de fevereiro.

O decreto está publicado no Diário Oficial do estado desta quarta-feira (8) e foi assinado pelo governador em exercício, César Colnago, e pelo secretário de Segurança Pública, André Garcia.

O ministro da Defesa, Raul Jungmann, anunciou, esta tarde, que a Operação Capixaba receberá reforço de 550 militares das Forças Armadas. Além disso, segundo ele, mais 100 integrantes da Força Nacional de Segurança Pública chegarão a Vitória e serão empregados em patrulhamentos em municípios do interior. Eles se juntam ao mil homens do Exército e aos 200 da Força Nacional que já estão patrulhando as ruas da região metropolitana da capital capixaba.

“Estamos enviando estes 550 militares, que estão se deslocando em aviões ou por viaturas para Vitória. Conversei hoje com o ministro interino da Justiça, José Levi, que me informou que mais 100 homens da Força Nacional estão seguindo para cidades do interior capixaba”, afirmou Jungmann, em nota.

Manifestações

O Espírito Santo enfrenta uma grave crise na segurança pública desde que os policiais militares deixaram de patrulhar as ruas. As manifestações começaram na sexta-feira (3), quando parentes de policiais, principalmente mulheres, se reuniram em frente à 6ª Companhia, no município de Serra, na Grande Vitória, e bloquearam a saída de viaturas. Os PMs reivindicam reajuste salarial e o pagamento de auxílio-alimentação, periculosidade, insalubridade e adicional noturno.

Os protestos se estenderam para outros batalhões durante o fim de semana e, segundo a Associação de Cabos e Soldados da Polícia Militar e Bombeiro Militar do Espírito Santo, atingem todos os quartéis do estado.

Ao invés de terem salários reajustados, PM’s do Espírito Santo serão multados pelo TJ por paralisação

(Foto: Internet)

As associações dos Policiais Militares do Espírito Santo vão ser multadas em R$ 100 mil, de acordo com uma decisão Tribunal de Justiça do Espírito Santo, que considerou a paralisação da classe ilegal. A categoria não têm reajuste salarial há sete anos, segundo o cabo Thiago Bicalho, do 7º Batalhão da Polícia Militar do Estado.

A Associação de Cabos e Soldados da Polícia Militar do Estado do Espírito Santo (ACS) informou que já entrou com recurso para derrubar a liminar e que as associações não lideram as manifestações. Segundo o diretor Social e de Relações Públicas da ACS, Thiago Bicalho, o movimento de mulheres foi espontâneo e as associação estão colaborando apenas na interlocução com o governo do estado.

“Temos um impasse. Se temos algum responsável por essa situação caótica é a insensibilidade do governo em não negociar”, disse, explicando que o governo informou que só vai negociar quando os familiares liberarem os batalhões.

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Força Nacional e Forças Armadas vão reforçar policiamento no Espírito Santo

De acordo com o Ministério da Justiça, 200 homens da Força Nacional devem chegar a Vitória (ES) até o início da noite desta segunda-feira (6). O Governo Federal autorizou o envio das Forças Armadas e da Força Nacional ao Espírito Santo, com o objetivo de ajudar na retomada dos serviços de policiamento no estado.

Desde a última sexta-feira (3), familiares de policiais militares estão dificultando a saída de viaturas da 6ª Companhia, no bairro de Feu Rosa, na Serra. Nas manifestações eles reivindicam reajuste salarial e o pagamento de auxílio-alimentação, periculosidade, insalubridade e adicional noturno para os policiais militares.

As manifestações se estenderam para outros batalhões durante o fim de semana e, de acordo com a ACS, já atingem todos os batalhões do estado. A ACS informou que o salário-base de um policial no estado é R$ 2,6 mil, enquanto a média nacional chega a R$ 4 mil. A entidade argumenta que há anos os policiais não têm aumento salarial e que essa situação acabou por motivar esposas e familiares dos policiais a fazerem as manifestações em frente aos quartéis.

A insegurança registrada no estado levou a prefeitura de Vitória a suspender a volta às aulas na rede municipal e o atendimento em todas as unidades de saúde da capital do Espírito Santo. Nas unidades de saúde, a vacinação contra a febre amarela está temporariamente suspensa.

A cidade vive o terror da ausência de policiamento, veja:

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