PRF resgata 17 aves silvestres sem documentação de órgão ambiental em Serra Talhada

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) resgatou, nesta terça-feira (20), 17 aves da fauna silvestre, mantidas em gaiolas e sem qualquer tipo de documentação de órgão ambiental. Os casos ocorreram durante o deslocamento da equipe pela BR-232, no município de Serra Talhada, no Sertão de Pernambuco.

No decorrer do percurso feito pelos agentes, pontos comerciais e algumas residências chamaram a atenção pela presença de gaiolas penduradas no exterior. Após as abordagens, nenhum dos animais possuía anilha de identificação, assim como uma autorização especial emitida pelo órgão ambiental que permitisse a criação de espécies silvestres.

Ao todo, foram resgatados 17 pássaros. Dentre os exemplares, estavam dois Azulão, cinco Cardeal-do-Nordeste, três Galo de Campina, dois Golinha, três Canário Belga, um Xexéu e um Tico-Tico-Rei-Cinza. Os animais foram encaminhados à CPRH através da área de soltura e monitoramento da fauna silvestre, na Fazenda de Barreiros, em Serra Talhada.

Os envolvidos entregaram as aves de forma espontânea, e assinaram um Termo de Compromisso para comparecer em juízo pelo crime ambiental. Somente este ano, a PRF resgatou 381 animais silvestres durante operações em Pernambuco.

PRF/Foto: Divulgação PRF

Aves silvestres são vítimas do cerol e da linha chilena em Pernambuco

(Foto: Divulgação/CPRH)

A brincadeira de soltar pipa, comum em várias regiões do Brasil, é uma ameaça à vida, inclusive dos animais silvestres. O cerol (mistura de cola com vidro) e a linha chilena (mistura de óxido de alumínio e outros materiais abrasivos), que são usados na linha da pipa causam muitos acidentes e até mortes, não só de pessoas, mas também de aves silvestres.

O Centro de Animais Silvestres de Pernambuco (Cetas Tangara), unidade da Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH), recebe cerca de 40 aves vitimadas pela “linha da morte”, no período de agosto a outubro de cada ano, quando os ventos são mais intensos e pipas são vistas cortando os ares.

“Este carcará foi atingido por uma linha de pipa com cerol e foi levado ao Cetas, bastante machucado, com lesões em ambas as asas. Teve a sorte de ser socorrido e de o tratamento estar dando certo. Mas, nem todo episódio envolvendo as linhas cortantes terminam com um final feliz”, comentou a veterinária do Cetas Tangara, Luana Raposo.

Embora uma boa parte dos animais vitimados se recupere, muitos deles ficam mutilados e outros morrem.
Mesmo nos meses menos favoráveis à brincadeira, quando os ventos são menos intensos, o Cetas recebe animais atingidos pelas linhas cortantes: “A linha cai ou fica pendurada em algum lugar e não é recolhida, sendo as aves as principais vítimas, que quando sofrem lesões cortantes e não são resgatadas, acabam morrendo devido à gravidade dos ferimentos”.

O lado bom da história é saber que duas propostas de lei para eliminar a prática do uso de cerol e de outras linhas cortantes nas pipas estão em tramitação na Câmara dos Deputados: o Projeto de Lei 3228/20, que proíbe o uso de pipa com cerol e similares em todo território nacional, e o Projeto de Lei 3358/20, que tipifica o uso, a venda e o porte de cerol ou linha chilena como crime de perigo para a vida ou saúde de outros, com pena de três meses a um ano de detenção.

Fiscalização prende homem com 100 aves silvestres em Jatobá, Sertão pernambucano

(Foto: Ilustração)

As equipes da Fiscalização Preventiva Integrada da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (FPI) prenderam uma pessoa em Jatobá, Sertão de Pernambuco com 100 aves silvestres. A prisão aconteceu na última segunda-feira (15) e foi estipulada fiança de R$ 50 mil.

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Segundo o Ministério Público de Pernambuco (MPPE), das 100 aves, 90 não tinham origem legal e eram azulões, curiós, canários, rolinhas entre outros. O suspeito foi detido em flagrante e confessou que apenas comercializava os animais.

De acordo com o MPPE, algumas das aves apreendidas apresentavam sinais de maus-tratos. Outros 10 tinham anilhas adulteradas ou falsificadas. Elas teriam sido adquiridas em São Paulo. Ele ainda receberá uma multa de R$ 59 mil pela Agência Estadual de Meio Ambiente.