Setembro é reconhecido mundialmente como o mês de conscientização sobre o suicídio, um grave problema de saúde pública. A campanha Setembro Amarelo tem como objetivo sensibilizar a sociedade sobre a importância dos cuidados com a saúde mental.

Em 2024, o tema “Se precisar, peça ajuda!” enfatiza a relevância do acolhimento no tratamento da depressão e outras doenças mentais. Ações individuais, específicas e universais são fundamentais para reduzir as estatísticas de suicídio.

Em Pernambuco, dados do Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (CIEVS/PE) mostram que, em 2022, foram registrados 3.629 casos de tentativas de suicídio, número que subiu para 5.025 em 2023, representando um aumento de 27,8%.

Nos primeiros seis meses de 2024, já foram contabilizadas 2.600 ocorrências. O perfil dos casos aponta que 25% envolvem homens e 75% mulheres, principalmente na faixa etária de 20 a 39 anos.

A depressão, dependência química e outros fatores sociais, ambientais e culturais são fatores de risco para o suicídio. O psiquiatra Gustavo Arribas, da Secretaria Estadual de Saúde, destaca que sintomas como desesperança, desespero e desamparo são sinais de alerta. “Sintomas como desesperança, o desespero e o desamparo são fatores de risco nesse processo. Uma pessoa adoecida, com esses sintomas, precisa de suporte médico, psicológico e de acolhimento psicossocial. Então é preciso entender o que se passa e traçar estratégias para um tratamento”, afirma.

O fortalecimento da saúde do corpo, mente, vida social e espiritualidade é essencial para a manutenção da saúde mental. Recomenda-se uma rotina equilibrada com alimentação saudável, exercícios físicos, qualidade do sono, controle do estresse, superação de traumas, convívio social e familiar, além de práticas que tragam bem-estar pessoal.

Arribas enfatiza que o tratamento pode incluir o uso de medicamentos, além de cuidados psicossociais. “O tratamento da depressão e de qualquer doença mental pode ter como um dos pilares, além de todos os cuidados com a rotina e a qualidade de vida, a utilização de medicamentos que, somado com outros cuidados psicossociais, são de extrema importância para a melhora gradativa do quadro em que o paciente se encontra. A criação de uma rede de apoio territorial e a pessoa como protagonista principal do seu cuidado são sempre primordiais nesse processo“, conclui o psiquiatra.