Crise social se agrava e mais de 5 mil vivem nas ruas de Pernambuco

Nas calçadas e praças, famílias convivem com a falta de políticas públicas integradas, que envolvam não apenas a assistência social

O número de pessoas em situação de rua aumentou 25% em todo o Brasil. No final de 2024, o número chegou a 327.925 pessoas, que se concentram, principalmente, nas regiões Sudeste (63%) e Nordeste (14%).

Os dados são do levantamento do Observatório Brasileiro de Políticas Públicas com a População em Situação de Rua, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

O estudo tem base no Cadastro Único de Programas Sociais (CadÚnico), que reúne os beneficiários de políticas sociais, como o Bolsa Família e o Benefício de Prestação Continuada (BPC), e é um indicativo das populações em vulnerabilidade e dos repasses do governo federal aos municípios.

Em Pernambuco, o número de pessoas em situação de rua supera a marca dos 5 mil. De acordo com a pesquisa, a maior parte delas está concentrada no Recife, que conta com 2697 pessoas nessas condições.

Em áreas como o Centro da cidade e o bairro de Boa Viagem, na Zona Sul, esse número fica evidente. Nas calçadas e praças, essas pessoas convivem com a falta de políticas públicas integradas, que envolvam não apenas a assistência social, como também educação, saúde, segurança, infraestrutura e lazer.

O professor da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) e coordenador do Censo da População em situação de Rua do Recife, divulgado pela Prefeitura em agosto de 2023, destaca que “o combate à pobreza precisa ser visto como uma questão de política pública”.

De acordo com o Governo do Estado, entre 2023 e 2024, o Registro Mensal de Atendimentos (RMA) contabilizou 53.251 atendimentos nos Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS) e Centros POP nos municípios pernambucanos. O número indica a média de dez atendimentos por pessoa em dois anos – se for considerada apenas a população que está nas ruas.

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